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ESTRUTURA, POLÍTICA E GESTÃO EDUCACIONAL<br />

AULA 01: TIPOS DE EDUCAÇÃO. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA<br />

TÓPICO 06: A EDUCAÇÃO BRASILEIRA NA REPÚBLICA (1964-2011)<br />

As reformas empreendidas, nos anos 1960 e 1970, no cenário<br />

educacional, expressavam o momento nacional: desenvolvimento. O desafio<br />

do ensino, portanto, era formar o capital humano, o que demandava uma<br />

estreita relação entre Educação e mercado de trabalho. Essas duas décadas<br />

sofreram grande influência norte-americana, inclusive nos caminhos da<br />

Educação Nacional, explicitada pelos acordos MEC/USAID, e que<br />

fundamentaram a orientação das leis editadas posteriormente.<br />

PARADA OBRIGATÓRIA<br />

Adequação do Brasil às demandas internacionais (Visite a aula online<br />

<strong>para</strong> realizar download deste arquivo.).<br />

O método de alfabetização formulado por Paulo Freire [2], conforme<br />

vimos, tinha uma forte conotação política. Em virtude disso, o Governo<br />

Militar <strong>para</strong> enfrentar o problema do analfabetismo aprovou, mediante a Lei<br />

nº 5.379/67 [3], o Plano de Alfabetização Funcional e Educação Continuada<br />

de Adolescentes e Adultos, cujo Órgão executor era o Movimento Brasileiro<br />

de Alfabetização - MOBRAL.<br />

Fonte [1]<br />

Embora mantivesse a estrutura das palavras geradoras, a metodologia<br />

adotada no MOBRAL não valorizava a problematização da realidade e<br />

utilizava a mesma apostila em todo o Brasil.<br />

Em 1985, o MOBRAL foi extinto e substituído pela Fundação EDUCAR,<br />

que durou até 1990, quando foi extinta sem a proposição de qualquer<br />

instituição.<br />

Em 1996, o governo federal apoiou a criação do Programa Alfabetização<br />

Solidária - PAS, com atuação inclusive em países que falam o Português.<br />

DICA<br />

MOBRAL [4].<br />

O governo militar também modificou a organização da Educação<br />

Nacional: i) a Lei nº 5.540/68 [5] empreendeu reformas no ensino superior,<br />

tendo instituído o vestibular classificatório, o ciclo básico, os departamentos<br />

e a matrícula por disciplina; e ii) a Lei nº 5.692/71 [6] fixou diretrizes <strong>para</strong> o<br />

ensino de 1º e 2º graus. O quadro abaixo expressa a nova configuração da<br />

Educação Nacional após essas duas Leis:


São características da Lei n o 5.692/71:<br />

- Conforme o § 2º, do art. 19, cada sistema de ensino velaria sobre a<br />

educação das crianças de idade inferior a sete anos em escolas maternais,<br />

jardins de infância e instituições equivalentes.<br />

- Com a fusão do Ensino Primário com o ciclo Ginasial do Ensino Médio,<br />

desapareceu o Exame de Admissão.<br />

- A duração normal do Ensino de 2º grau era de 3 anos. Esse prazo era<br />

ultrapassado no caso de curso profissionalizante.<br />

- Os Ensinos de 1º e 2º Graus tinham como limites mínimos: uma carga<br />

horária anual de 720 horas e o ano letivo de 180 dias (ou seja, 4 horas por<br />

dia).<br />

MULTIMÍDIA<br />

Educação na República: Ditadura (1/2) [7]<br />

Educação na República: Ditadura (2/2) [8]<br />

Os anos 80 assistiram à consolidação da redemocratização, que foi<br />

coroada com a Constituição de 1988, que obriga o Poder Público à aplicação<br />

de um percentual mínimo <strong>para</strong> a Educação.<br />

A EDUCAÇÃO NOS ANOS 80<br />

A derrocada da Ditadura Militar representou uma importante<br />

mudança no cenário político brasileiro na década de 1980. A chamada<br />

"transição democrática" levou a termo o processo de abertura "lenta,<br />

gradual e segura" iniciada pelo Governo Geisel (1974-9) e combatida<br />

pela chamada linha dura do Exército brasileiro. A democratização<br />

consistia, de um lado, na destituição dos militares do poder após 21<br />

anos; de outro lado, marcava a ascensão de importantes movimentos<br />

sociais organizados, que fizeram dos 80, não a "década perdida", mas<br />

um período de intensa mobilização social e de conquistas importantes<br />

na história da educação brasileira. Esta ascensão inaugurou, também,<br />

uma intensa participação social nos processos decisórios do Poder<br />

Legislativo brasileiro, nunca antes testemunhado na história, cuja<br />

culminância ocorreu no processo de elaboração da Constituição<br />

Federal de 1988.<br />

A abertura política do país, entretanto, não ocorreu como<br />

movimento histórico autônomo, ainda que marcado por diversas<br />

contradições. Situava-se dentro de um contexto de mudanças nas<br />

relações políticas internacionais, relacionadas ao processo de<br />

reestruturação capitalista que tem início nos primeiros anos de 1970.<br />

A revolução tecnológica de base microeletrônica, geradora da<br />

tecnologia da informática, criou novas bases materiais <strong>para</strong> a expansão<br />

do capital. O processo da globalização tornava possível a ocupação de<br />

amplos espaços do globo terrestre, bem como de setores da produção e


da reprodução das relações sociais (como as políticas sociais, por<br />

exemplo) até então não determinados inteiramente pela lógica do<br />

capital. As forças do capital encontravam-se progressivamente livres<br />

de suas barreiras nacionais (territoriais) e de seus limites técnicos, o<br />

que abria possibilidades inéditas de expansão/acumulação.<br />

Tratava-se de um novo ciclo de expansão do capital, <strong>para</strong> o qual o<br />

neoliberalismo – que havia surgido, nos anos 1940, como reação ao<br />

Estado do bem-estar social e a toda e qualquer forma de controle<br />

social sobre o capital – apresentava-se como ideologia ideal. Isso<br />

ocorreu na forma de uma nova onda de "liberalização" da economia e<br />

das sociedades capitalistas concretizada pelas políticas de<br />

desconstrução do Estado providência, dito "interventor", em prol de<br />

um Estado máximo <strong>para</strong> o capital: sem regulamentação sobre a<br />

circulação de capitais (sobretudo o financeiro), sem políticas sociais,<br />

sem sistemas públicos de educação, saúde e previdência social, com o<br />

mínimo de direitos trabalhistas etc.<br />

A redução dos gastos sociais como uma das premissas essenciais<br />

do neoliberalismo, abria horizontes sombrios <strong>para</strong> o futuro da<br />

educação. A política educacional típica do período consistiu em<br />

reformar: reformar <strong>para</strong> tornar eficiente e eficaz a educação;<br />

reformar <strong>para</strong> adequar a educação aos ditames do novo <strong>para</strong>digma da<br />

acumulação capitalista; reformar <strong>para</strong> flexibilizar as relações de<br />

trabalho entre os trabalhadores da área; reformar <strong>para</strong> criar<br />

mecanismos de controle (avaliação e autonomia) do ensino e da<br />

produção científica; reformar <strong>para</strong> tornar a forma de organização e<br />

gestão do ensino apto a converter-se em campo de domínio do capital<br />

e da produção de mercadorias.<br />

As lutas sociais que haviam adquirido força e presença política<br />

nos anos 80, conquistando importantes mudanças na Constituinte de<br />

1987-8, passaram a ser desconstruídas tão logo foi promulgada a<br />

Constituição. No campo educacional, a liberdade concedida ao capital<br />

traduzir-se-ia pela ampliação progressiva de seu campo de ação,<br />

dando continuidade e ampliando a tendência privatizante dos anos da<br />

Ditadura Militar. Uma das maiores perdas <strong>para</strong> o ensino público,<br />

nesse sentido, ocorreu na própria Constituição Federal de 1988, que<br />

não garantiu a exclusividade de recursos públicos <strong>para</strong> os<br />

estabelecimentos de ensino mantidos pelo Estado, abrindo uma<br />

brecha – que, aliás, ainda não foi fechada – <strong>para</strong> o setor privado<br />

apropriar-se de novas fatias do fundo público <strong>para</strong> a educação.<br />

Extraído de Minto (2007).<br />

Os anos 90 foram marcados pela discussão das ideias de Piaget e<br />

Vygotsky, que possibilitou uma reflexão mais intensa sobre o cotidiano<br />

escolar, vislumbrando novos horizontes <strong>para</strong> vários temas importantes, com<br />

destaque <strong>para</strong> o currículo, que ensejou que o MEC elaborasse os Parâmetros<br />

Curriculares Nacionais PCN. Ocorreu, ainda, a aprovação da nova LDB, a Lei<br />

nº 9.394/96 (que será analisada detalhadamente na próxima aula).


A partir de meados de 1990, o MEC os editou, nas diversas<br />

disciplinas dos Ensinos Fundamental e Médio, na intenção de garantir<br />

um currículo mínimo <strong>para</strong> os estudantes de todo o Brasil. A<br />

homogeneidade pretendida é denunciada por ignorar (e/ou desprezar)<br />

as singularidades regionais (e/ou locais), que são exatamente os saberes<br />

que estão vinculados ao sentimento de identidade. A despeito desta<br />

pertinente preocupação, os PCN revelam o esforço do governo federal<br />

de fortalecer o sistema de ensino brasileiro.<br />

DICA<br />

PCN do Ensino Fundamental II [9]<br />

PCN do Ensino Médio [10]<br />

A Lei n o 9.394/96, posteriormente alterada pela Lei nº 11.274/06 [11] e<br />

a Emenda Constitucional nº 59, que será analisada na próxima aula,<br />

organizou a Educação Escolar da seguinte forma:<br />

Devem ser citadas as seguintes características:<br />

- Os níveis da Educação Escolar passam a ser dois: Básica e Superior<br />

(Art. 21).<br />

- A Educação Profissional, a Educação de Jovens e Adultos, a Educação<br />

Especial, a Educação Escolar Indígena e a Educação a Distância são<br />

modalidades de ensino.<br />

- A Educação Básica tem como limites mínimos: uma carga horária<br />

anual de 800 horas e o ano letivo de 200 dias (Art. 24, inciso I).


As próximas aulas abordarão algumas mudanças no cenário educacional<br />

nos últimos vinte anos, que precisam ser compreendidas pelo(a) licenciado<br />

(a), uma vez que elas têm grande impacto no seu exercício profissional.<br />

PARADA OBRIGATÓRIA<br />

A Educação nos anos 90 (Visite a aula online <strong>para</strong> realizar download<br />

deste arquivo.).<br />

DICA<br />

A Educação no Período Militar [12]<br />

A Educação na Redemocratização [13]<br />

LEITURA COMPLEMENTAR<br />

Beabá dos MEC-USAID (Visite a aula online <strong>para</strong> realizar download<br />

deste arquivo.)<br />

OLHANDO DE PERTO<br />

O público e o privado na Educação Brasileira (Visite a aula online<br />

<strong>para</strong> realizar download deste arquivo.)<br />

Oscilações do público e do privado na História da Educação Brasileira<br />

(Visite a aula online <strong>para</strong> realizar download deste arquivo.)<br />

A alfabetização de adultos [14]<br />

Concepções pedagógicas na História da Educação Brasileira [15]<br />

EXERCITANDO<br />

1. Contextualize a criação do MOBRAL, explicando a participação de Paulo<br />

Freire nesse acontecimento.<br />

2. Conforme a Lei nº 5.692/71, quais eram: i) os níveis de ensino e a<br />

duração dos mesmos; e ii) os limites mínimos (carga horária anual e dias<br />

letivos) dos ensinos de 1º e 2ª grau<br />

3. O que são os PCN Quais as suas contribuições <strong>para</strong> a melhoria da<br />

Educação Brasileira Que cuidados devemos ter quando da sua<br />

implementação<br />

ATIVIDADE DE PORTFÓLIO<br />

Realize a pesquisa de campo sobre a História da Educação Brasileira,<br />

conforme orientações deste roteiro (Visite a aula online <strong>para</strong> realizar<br />

download deste arquivo.), e coloque a sua produção (Aula1_AP1.doc) no<br />

seu Portfólio.<br />

FÓRUM


Analise um acontecimento histórico da Educação Brasileira e<br />

relacione-o com o momento atual, enfatizando as mudanças que já<br />

aconteceram e as que ainda precisam se efetivar. Comente, com<br />

argumentos e/ou exemplos, a participação de dois/duas colegas.<br />

REFERÊNCIAS<br />

MINTO, Lalo Watanabe. GLOBALIZAÇÃO, TRANSIÇÃO<br />

DEMOCRÁTICA E EDUCAÇÃO (INTER)NACIONAL (1984....).<br />

Disponível<br />

em:<br />

[16]. Acesso em: 26 set. 2007.<br />

SILVA, Romeu Adriano. GOLPE MILITAR E ADEQUAÇÃO NACIONAL<br />

À INTERNACIONALIZAÇÃO CAPITALISTA (1964-1984). Disponível<br />

em:<br />

20governo%20militar%20Romeu.doc [17] (Visite a aula online <strong>para</strong><br />

realizar download deste arquivo.). Acesso em: 26 set. 2007.<br />

FONTES DAS IMAGENS<br />

1. http://www.ufrgs.br/faced/extensao/memoria/cartilhas_imagens/Alfabe<br />

tizacao._Mobral._Livro_de_exercicios._2._ed.jpg<br />

2. http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9todo_Paulo_Freire<br />

3. http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action<br />

id=117865<br />

4. http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb10a.htm<br />

5. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5540.htm<br />

6. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5692.htm<br />

7. http://www.youtube.com/watchv=YqDgaGNDads<br />

8. http://www.youtube.com/watchv=C6m7EYMZ27A<br />

9. http://portal.mec.gov.br/index.php<br />

option=com_content&view=article&id=12657%3A<strong>para</strong>metros-curricularesnacionais-5o-a-8o-series&catid=195%3Aseb-educacao-basica&Itemid=859<br />

10. http://portal.mec.gov.br/index.php<br />

option=com_content&view=article&id=12598%3Apublicacoes&Itemid=859<br />

11. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-<br />

2006/2006/Lei/L11274.htm<br />

12. http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb10.htm<br />

13. http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb11.htm<br />

14. http://www.tvbrasil.org.br/salto<strong>para</strong>ofuturo/entrevista.asp<br />

cod_Entrevista=45<br />

15. http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/artigos_frames/artigo<br />

_036.html<br />

16. http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/periodo_transicao_de<br />

mocratica_intro.html<br />

17. http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/textos_introdutorios_<br />

periodos/intr_ governo militar Romeu.doc<br />

Responsável: Profª. Nidia Barone<br />

<strong>Universidade</strong> Federal do Ceará - <strong>Instituto</strong> <strong>UFC</strong> <strong>Virtual</strong>

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