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Contadores de Histórias: um exercício para muitas vozes<br />

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porque a oralidade dá a possibilidade de ter um sentido para a compreensão do<br />

mundo e das coisas. Eu acho que a gente pode ter um caminho todo da escrita<br />

digital, da escrita eletrônica, mas ouvir uma história de viva voz, com a respiração<br />

do contador, com o olhar do contador, é algo imbatível porque aproxima as pessoas.<br />

E as pessoas estão na verdade carentes de aproximação, de trocas pessoais.<br />

Penso que precisamos investir não como uma forma de institucionalizar ou de<br />

criar certas cerquinhas, em aspectos como a performática do contador de história,<br />

a questão da voz, do corpo, que não tem que se confundir com o palco, com o<br />

teatro. Como é que a gente transborda, transpira uma história Isso merece um<br />

estudo mais sistemático.<br />

Lúcia Fidalgo – Há um problema hoje com a questão do repertório. A escolha dos<br />

textos tem que ser ampliada porque os contadores infelizmente começaram nessa<br />

onda de cópia, cópia, cópia, usando sempre as mesmas histórias. Devemos nos<br />

preocupar bastante com isso. Estamos numa sociedade da informação. A gente<br />

não tem que ter somente competência informacional para trabalhar com ela.<br />

Eu acho que temos que ter competência informacional e emocional. Creio que<br />

o papel do contador nisso funciona muito bem. Me preocupo muito com essa<br />

questão do repertório, de formar repertórios novos pra gente não ficar repetidor,<br />

como um papagaio. Então, só sendo leitor, não é

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