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Contadores de Histórias: um exercício para muitas vozes<br />
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semanais para ensaiar. Toda essa pesquisa nos deu segurança para trabalhar com<br />
a literatura oral e a autoral.<br />
Júlio Diniz – Vocês começaram localmente, depois ganharam uma importância<br />
regional, projeção nacional e agora o desafio é dialogar com grupos no exterior.<br />
Eu gostaria que vocês falassem sobre isso.<br />
Morandubetá – Na verdade já temos um ótimo diálogo com os contadores dos<br />
países de fala hispânica e portuguesa principalmente. Através dos encontros que<br />
participamos desde 1996 com a viagem da Benita para fora do Brasil e dos que<br />
produzimos por aqui desde 1999 construímos uma rede poderosa de ação.<br />
Júlio Diniz – Como é que vocês explicam o fato de estarem há mais de vinte anos<br />
juntos, sem se separarem, sem rachas, discordâncias maiores, essas coisas O que<br />
une essas quatro pessoas de uma forma tão forte, além da amizade<br />
Morandubetá – O compromisso que temos com a promoção da leitura. Isso é um<br />
compromisso de vida. Não contamos por contar.<br />
Júlio Diniz – E o plano de vocês daqui pra frente Tem alguma coisa mais imediata<br />
Fazer um livro, fazer outro espetáculo<br />
Morandubetá – O grupo teve que aprender a trabalhar de forma dividida. Os projetos<br />
individuais foram ganhando espaço também, junto com as atividades do<br />
grupo. E fomos investir na nossa formação profissional, qualificando-nos mais<br />
ainda. Mas o nome do Morandubetá sempre acompanha nossos trabalhos, mesmo<br />
os individuais. Temos muitas coisas a fazer, como divulgar a coleção Histórias<br />
das terras daqui e de lá, da Editora Zeus. A Lúcia fez a coordenação editorial e cada<br />
um de nós escreveu um livro em parceria com um contador estrangeiro. Tentar<br />
que o grupo se reúna duas vezes por ano para contar junto, porque a gente está<br />
muito disperso. Ter o nosso repertório registrado em CDs, pois gravávamos todas<br />
as nossas sessões de histórias, na Casa da Leitura, no início desse trajeto. Temos<br />
um livro pronto com contos indígenas, mas ainda sem editora. E também o No<br />
coração da palavra, que é um livro todo teórico e sobre nossas experiências. Queremos<br />
fazer um livro de contos autorais. Depois de tantos anos na estrada temos<br />
importantes contribuições a dar.