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Contadores de Histórias: um exercício para muitas vozes<br />

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arena, onde se viam de gente antiga a modernosa... Ambiente de Encontro Celebrativo.<br />

De repente, em plano médio, eu vi e reconheci: um Médium, ao seu lado uma<br />

Alma Viva do Teatro. Se não me falha a imagem, o Espírito Dionísius também vi. Vi<br />

um Poeta mais atrás, só pela rima do olhar. Olha quantos entes da Criação Humana...<br />

Logo ao lado vi um senhor que tinha pinta de palhaço. Era uma Praça povoada de<br />

Porta-Vozes dos Saberes Populares. Vi a tevê fechar o plano de novo em Homero e<br />

DeusNumDé. A peleja entre ambos alcançava seu clímax. Desenrolando o desfecho,<br />

Homero desfiava lá um fuminho de rolo. A figura de seu rosto agora, do meu ponto<br />

de vista, era, escrito, a de meu Avô.<br />

Tevê voltou ao plano médio, e o poeta – reconhecido por mim – emendou contando<br />

um Conto dos Dias de Hoje. Aí eu tive a certeza: espaço de contador de história é<br />

espaço de precisão: vai onde é preciso ir. Nesse preciso momento, o cansaço se insinuando,<br />

me dominou as pestanas, meus olhos foram deixando os Narradores no Ar...<br />

Dia seguinte, as tantas vozes de um homem davam vez ao Teatro De Bonecos:<br />

Era o início do Festival Nacional de Teatro, nas Ruas de Angra dos Reis, onde a Cia.<br />

Chegança, do Maranhão foi chegando, já cantou pra guarnicê; e em pé sobre seu<br />

Banquinho, entre ruas e sinais, vestido só de jornais, Dalmo Saraiva fazia vez de “O<br />

Homem De Papel: Coberto de Notícia, sem Ler um Terço da Missa”. Num rito de<br />

itinerância, prossegui ouvindo e vendo, entre tantas semelhanças de fala, as diferenças<br />

na prosódia, nos sotaques... Seguindo minha abordagem, dei com a performance<br />

da “Mulher Que Roda e Cai”. Entre a Mulher e o Cais, outras histórias ouvi. À Beira<br />

do Mar de Angra, portanto a Praça do Porto, foi bonito de se ver: a Poética de Cordel<br />

(Teatro de Precisão, Indo Onde é Preciso Ir, como eu já disse) fez a Ponte entre o Narrado,<br />

o Vivido e o Cantado.<br />

No rastro desse convívio da arte de contar-encenar com outras artes afins, dei<br />

uma espichada de pernas, fui a becos e recantos, – que pareciam invisíveis aos olhos<br />

programação oficial –, até me achar num picadeiro, bem na frente da igreja. Pensei:<br />

Profano e Sagrado, numa alegre interação: Circo inteiro e ativo, compartilhando<br />

acrobacias com as preces do sacristão. Mal pensei, fui avistando, lá noutra esquina

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