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[Rogério Andrade Barbosa]<br />

Eu me lembro muito bem... Tanto o meu pai quanto a minha mãe me contavam<br />

histórias antes de eu dormir. As narrativas de meu pai, que era escritor, tinham<br />

um sabor especial, pois eram em capítulos inventados por ele mesmo, recheados de<br />

aventuras mirabolantes, que se sucediam a cada noite. Foi assim que iniciei meus<br />

primeiros passos pelo fantástico mundo da contação de histórias.<br />

Depois vieram os livros que despertaram em mim, desde cedo, a vontade de viajar.<br />

Mais tarde, trabalhei durante dois anos como professor-voluntário a serviço das<br />

Nações Unidas na Guiné-Bissau, África. Ali, me encantei com as apresentações dos<br />

griots e com a diversidade dos contos tradicionais africanos, tema de inspiração para<br />

muitos de meus livros.<br />

Essa experiência foi também importante para minha atuação como contador de<br />

histórias e pesquisador da cultura oral afro-brasileira e africana.<br />

Nos últimos anos, graças aos movimentos organizados e, sobretudo, depois da<br />

lei 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino da história e cultura africanas e<br />

afro-brasileiras nas escolas de ensino fundamental e médio, público e particular, a<br />

literatura de raízes negras, nem sempre valorizada anteriormente, tem sido destaque<br />

em nosso panorama editorial.<br />

Também, pudera! Nós, brasileiros, somos frutos da união entre diversos povos e<br />

crescemos convivendo com uma rica pluralidade de culturas.<br />

Os versos da canção de um violeiro das barrancas do Rio São Francisco, em Minas<br />

Gerais, resumem a questão:<br />

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