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Contadores de Histórias: um exercício para muitas vozes 200 de limite. Enquanto acompanhamos o trajeto de um príncipe, de uma árvore, de uma mulher serpente, de um peixe sonhador, vivendo junto o desnovelar da narrativa, podemos experimentar possibilidades desconhecidas: E se fosse possível que eu fosse capaz de viver um amor desse tamanho, como o desse príncipe por essa jovem camponesa Que eu vivesse uma generosidade tão grande Que eu pudesse aguentar um medo, ou uma traição tão forte assim E, de fato, quem sabe encontramos dentro de nós um espaço mais amplo, maior do que “imaginamos” que ele é. Pelo cômico, pelo trágico, pelo intrigante, pela experiência amorosa, pela aventura e risco, pelos obstáculos e ajudantes misteriosos, os contos surpreendem nossa percepção, dentro do SEMPRE, onde tudo é possível. E a gente que conta estórias sabe que não é só com as crianças que esse encantamento pode acontecer. Já cansei de ver adultos na plateia torcendo para o jovem herói acertar a flecha no ovo atirado para o alto pelo velho mestre, com gestos aflitos e OHS! de admiração, respiração suspensa e risos de alívio. Para aqueles que se esqueceram da maravilha desse tipo de experiência, o “faz de conta” é cuidadosamente esquartejado com as armas da razão, que ilusoriamente o rotula de “infantil”, “pueril”, “fuga da realidade” e outros que tais. Bem, se não fossem essas as mesmas pessoas que expressam, ou escondem, sonhos de se tornar um dia, quem sabe, o presidente da firma, a modelo famosa, o ator da Globo, o premiado não sei o quê, o próximo fenômeno do futebol..... Mais importante que tudo, penso que a Arte da Fantasia é a Arte do encontro entre pessoas. Eu não poderia dizer que esse encontro é impossível quando alguém está sozinho diante do computador apertando um ratinho mecânico, até, pode ser, escrevendo e lendo histórias. Meios são meios “para alguma coisa” e podem servir para encontros. Encontros no SEMPRE Acho que não..
Gente, não dá pra brincar de roda no computador. Parece que o SEMPRE, para acontecer, precisa na maioria das vezes do calor dos corpos sentados uns ao lado dos outros, da voz plena e do olhar brilhante dos contadores de estórias mirando nossos olhos. Das risadas, suspiros, mãos na boca e variadas caretas que os computadores até podem registrar, mas....... a respiração que anima todos esses gestos, eles não podem transmitir. A mesma respiração que leva pessoas juntas guiadas pela cadência das palavras encantadas, para além do horizonte visível. Para SEMPRE possamos escolher boas estórias, bem contadas, quando possível, por... (ainda existem muitos) seres humanos, com terra sob nossos pés e céu acima de nossas cabeças. Dedico essas palavras à querida Mery Soucourouglou, nossa mama que se foi de vez viver no sempre Regina Machado 201
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Para SEMPRE possamos escolher boas estórias, bem contadas, quando possível, por...<br />
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seres humanos, com terra sob nossos pés e céu acima de nossas cabeças.<br />
Dedico essas palavras à querida Mery Soucourouglou,<br />
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Regina Machado<br />
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