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Contadores de Histórias: um exercício para muitas vozes 154 No meu entender as narrativas organizacionais, além de proverem meios fundamentais para se compreender os processos do cotidiano organizacional, são elementos fundamentais na construção retrospectiva da realidade em que a empresa se encontra – o chamado sensemaking. Para mim, as narrativas representam os modos de falar sobre a empresa e, assim, refletem a disseminação e o compartilhamento de percepções. Dessa forma, as narrativas tratam das políticas de significados, isto é, como são selecionados os significados, codificados, legitimados e institucionalizados na empresa. O aprendizado e a criação de conhecimento, tendo características progressivas e implícitas no processo organizacional, se beneficiam sobremaneira de um ambiente propício às narrativas. Se é cada vez mais verdade que as empresas precisam adaptar-se rapidamente a mercados em constante mudança e às novas tecnologias, porém sem negligenciar os aspectos humanos, então as narrativas como aliadas das metáforas e analogias podem exercer um papel muito importante nos aspectos mais tácitos do conhecimento. Além disso, o futuro da empresa só pode ser construído considerando seu passado, pois os eventos de ontem delineiam o comportamento de hoje. Dessa forma, a mudança só pode ser entendida numa perspectiva de histórias, pois para romper com o passado é preciso antes de tudo, entendê-lo. Assim, considerando a empresa como uma cultura, as narrativas - tendo como principal objeto a construção de significados – são uma poderosa ferramenta para viabilizar a compreensão dos processos de mudança e aprendizado, possibilitando mudanças de percepção e a aquisição de novos significados. Foi assim, aos poucos, que descobri que a velha arte da contação de histórias pode fazer toda a diferença em ambientes tão atuais e complexos como as grandes empresas. Leituras Inspiradoras u O poder das narrativas nas organizações. Stephen Denning. Campus - Elsevier, 2006.

u The concept of “Ba”: building foundation for knowledge creation. I. Nonaka e N. Konno. California Management Review, v. 40, n. 3, Spring 1998. u Criação de conhecimento na empresa: como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. I. Nonaka e H. Takeuchi. Campus, 1997. Fernando Goldman 155

u The concept of “Ba”: building foundation for knowledge creation. I. Nonaka e<br />

N. Konno. California Management Review, v. 40, n. 3, Spring 1998.<br />

u Criação de conhecimento na empresa: como as empresas japonesas geram a<br />

dinâmica da inovação. I. Nonaka e H. Takeuchi. Campus, 1997.<br />

Fernando Goldman<br />

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