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de Leitura Sesc Rio: Formação de Jovens Agentes de Leitura, que talvez tenha sido o<br />

melhor projeto social que realizei em toda a minha vida. Acreditei que os jovens podiam<br />

ser leitores apaixonados e promotores de leitura nas suas comunidades, contrariando<br />

todo o estigma de que jovem não gosta de ler. Devo mais essa aos contadores de<br />

histórias que, como eu, acreditaram nos jovens e enfrentaram essa jornada de trabalho<br />

comigo. Quando saí do Sesc, foram eles que deram continuidade a esse nosso projeto.<br />

As instituições, que no início estranhavam a minha insistência na utilização da contação<br />

de histórias para tudo, logo se rendiam e concordavam em usar essa prática como<br />

“panaceia para todos os males”: abrir e fechar reuniões, criar ânimo nas pessoas, para<br />

relaxar, sensibilizar, entrosar equipes, minimizar conflitos, aumentar a autoestima.<br />

Sempre foi muito importante a atuação dos contadores na vida da cidade, tanto<br />

nas atividades de entretenimento, como nos projetos de grande relevância sociocultural,<br />

como nos hospitais, favelas, creches, com jovens e idosos, com crianças com<br />

dificuldades e comprometimentos de aprendizagem.<br />

Convicta de que a contação de histórias se enquadrava em qualquer circunstância<br />

educacional, cultural ou social, e que os contadores de histórias eram sempre excelentes<br />

parceiros das instituições, levei, mais uma vez, esse trabalho comigo para a Obra Social<br />

da Cidade do Rio de Janeiro, em um projeto de inclusão social em casas de convivência<br />

e lazer para idosos. Os idosos, assim como crianças e jovens, haviam de precisar dessa<br />

prática para ter uma vida melhor, com mais qualidade. Não sabia o quanto!<br />

Melhorar a autoestima, minimizar os efeitos das perdas e promover a sua integração<br />

social, desenvolvendo o imaginário dos idosos, recuperando as suas memórias<br />

afetivas, despertando seus talentos e habilidades, resgatando seus desejos reprimidos<br />

e satisfazendo-os na medida do possível era a nossa meta. Para isso, começamos nas<br />

Casas como se elas fossem a Casa da Leitura. Era uma volta ao passado. E os contadores<br />

sempre comigo.<br />

Por meio das oficinas de contação de histórias, dei início à concretização desses<br />

objetivos. Nessas casas, os idosos recuperaram suas lembranças, suas histórias, seus<br />

afetos, as histórias das suas famílias, suas ruas e cidades, as brincadeiras da infân-<br />

Maria Helena Ribeiro<br />

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