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Contadores de Histórias: um exercício para muitas vozes<br />
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Rio, pude continuar abrindo espaços para a disseminação dessa arte e dessa prática.<br />
Como o programa tinha como objetivos estimular a leitura, dinamizar os acervos<br />
das Bibliotecas e promover, nas unidades do Sesc, eventos e atividades culturais em<br />
torno da leitura, encontrei nele a melhor oportunidade para divulgar o trabalho dos<br />
Contadores nas unidades do Sesc.<br />
Nesse momento, o trabalho de contar histórias nas Unidades do Sesc Rio foi tão<br />
bem aceito, que o desejo de ampliá-lo, para além dos espaços das bibliotecas, foi crescendo,<br />
crescendo tanto, que deu origem à ideia de se criar uma rede de contadores e<br />
juntá-los num só evento, aberto ao público em geral.<br />
Benita Prieto, do Grupo Morandubetá, havia feito, em 1999, pelo Leia Brasil, o<br />
Encontro de Contadores de Histórias com o maior sucesso. Eu participei desse processo<br />
e achei que seria o evento de que necessitávamos.<br />
E assim, em 2002, realizamos o Simpósio Internacional de Contadores de<br />
Histórias, primeiro realizado no Brasil. Convidamos a participar os maiores nomes<br />
nessa área, brasileiros e estrangeiros. Tanto sucesso fez, que até hoje, 2009, fica na<br />
nossa memória o evento em si e o que ele representou para o nosso país, tornando-o a<br />
referência mundial na contação de histórias e na questão da leitura e da oralidade. Foi<br />
muito gratificante participar do início da história dos Contadores de Histórias no país.<br />
Levar os contadores comigo pelas instituições por onde passava era como se tivesse<br />
levando o Proler – Programa de Incentivo à Leitura da Biblioteca Nacional para dentro<br />
delas. No Sesc Rio não foi diferente. Levei o Proler para dentro das unidades, agreguei<br />
o valor da contação de histórias à formação das bibliotecárias, transformei as bibliotecas<br />
em ambientes bonitos, prazerosos para ler, ouvir e contar histórias. Eram crianças,<br />
idosos, jovens, todos encantados pelas histórias que habitavam o interior das unidades.<br />
As bibliotecas do Sesc nunca foram tão cheias de jovens como nas sessões de<br />
histórias. Os livros saíam mais das prateleiras, e os velhos livros de gramática, que<br />
eram vítimas das máquinas de Xerox, foram substituídos por novos livros de literatura<br />
de qualidade, lidos na própria biblioteca ou emprestados para serem lidos em casa.<br />
O movimento precioso de leitura que vivia o Sesc gerou um outro projeto Jornada