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[Maria Helena Ribeiro]<br />
Contar histórias, apesar de ser uma arte milenar, para mim foi tomando uma<br />
nova dimensão a partir de 1989, quando trabalhava no setor de projetos da Fundação<br />
Nacional do Livro Infantil e Juvenil - FNLIJ. Havia um burburinho, algo de novo,<br />
um frisson em torno de um tal curso, ministrado por um grupo estrangeiro, que algumas<br />
pessoas fizeram, criando alma nova para a questão do livro, da biblioteca e da<br />
formação do leitor. Esta foi a primeira notícia que me chegou.<br />
Continuava sem saber bem o que era, mas via a movimentação das pessoas, um<br />
entusiasmo no ar, um falatório nos corredores, até que a minha curiosidade chegou<br />
ao máximo e me forcei a saber exatamente o que estava se passando.<br />
O assunto girava em torno de algumas pessoas da Fundação que haviam feito um<br />
curso de Contadores de Histórias. Esse curso mudou as suas vidas e, por tabela, as<br />
nossas também, que não fizemos o curso. Houve uma contaminação de entusiasmo.<br />
Era como se a narração de histórias precisasse de um empurrãozinho para se firmar<br />
como a melhor estratégia de encantamento no processo de construção de um leitor.<br />
Esse empurrãozinho foi dado, pois desencadeou uma nova história na promoção da<br />
leitura, pelo menos por aqui.<br />
Todos nós sabíamos da importância de contar histórias, porque como professores<br />
e promotores de leitura já nos utilizávamos dessa ferramenta para incentivar a leitura.<br />
Mas, parece que esse curso foi um marco na história da Contação de Histórias no<br />
Brasil, inclusive originando, logo em seguida, o Grupo Morandubetá de Contadores<br />
de Histórias, que foi a primeira escola para a formação de outros contadores.<br />
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