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grande diversidade de cenários (fantasia; terror; histórico; aventura etc.) e o RPG passou<br />
a ser aplicado para outros fins além do entretenimento. Surgiram outros termos<br />
como “Narrador”; “História”; “Crônica”; etc., em clara “contaminação” do gênero<br />
por reflexos da Teoria da Literatura.<br />
Depois de jogar, vivenciar, as histórias interativas, nós quisemos criar um cenário<br />
e, atrevimento juvenil, publicá-lo para compartilhá-lo com pessoas que nem conhecíamos.<br />
Buscando valorizar nossa brasilidade, criamos o RPG Desafio dos bandeirantes,<br />
apresentando a fantasiosa “Terra de Santa Cruz” inspirada no Brasil de meados do<br />
século XVII, onde os jogadores poderiam vivenciar personagens, como jesuítas, bandeirantes,<br />
pajés, quilombolas, feiticeiros e lidar com seres mágicos, como iaras, curupiras,<br />
sacis, lobisomens, boiúnas, boitatás, dentre outros. Nesse processo, conheci a<br />
ilustradora, artista plástica, designer gráfica, pesquisadora, que viria a se tornar minha<br />
esposa: Eliane Bettocchi. Iniciou-se uma parceria de 14 anos, cada vez mais profunda<br />
e apaixonada.<br />
A experiência com o RPG Desafio dos bandeirantes nos despertou para o potencial<br />
do RPG como interface didática, pois não foram poucas as pessoas que nos disseram<br />
que passaram a se interessar por História do Brasil depois de jogarem num cenário nela<br />
inspirado. Parti então para as experiências com alunos do Ensino Fundamental.<br />
Em 2002 tive a oportunidade de trabalhar com crianças surdas em meu mestrado,<br />
nele as histórias interativas foram usadas para auxiliar as crianças a adquirir linguagem<br />
escrita e oral em português e auxiliá-las a fixar a Libras (Língua Brasileira de<br />
Sinais). Uma história interativa foi roteirizada e criada em dois suportes: um website,<br />
para as atividades de fonoaudiologia, e um flanelógrafo para a Educação Infantil.<br />
O website pode ser visitado em http://www.historias.interativas.nom.br/zoo<br />
O flanelógrafo se constituiu em uma flanela presa ao quadro negro, as figuras<br />
eram feitas de papelão com velcro colado no verso. A atividade era dinamizada por<br />
um contador de histórias e as crianças manipulavam as figuras manualmente. Foi<br />
interessante observar que em alguns momentos a interatividade alcançada era maior<br />
no flanelógrafo porque as crianças tinham maior espaço para cocriarem a história<br />
Carlos Eduardo Klimick Pereira &<br />
Eliane Bettocchi Godinho<br />
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