Direitos Humanos e Prisões â Guia do Formador - DHnet
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A questão da insuficiência de recursos no seio da<br />
comunidade deve certamente ser abordada, mas<br />
não necessariamente no contexto da discussão<br />
sobre a forma correcta de tratar as pessoas privadas<br />
de liberdade.<br />
Recomendações práticas<br />
É provável que muitos <strong>do</strong>s forman<strong>do</strong>s tenham opiniões<br />
sobre as questões abordadas no presente<br />
capítulo. É pois importante que cada recomendação<br />
seja apresentada com confiança, mas também com<br />
abertura para ouvir os pontos suscita<strong>do</strong>s.<br />
Os comentários devem ser encoraja<strong>do</strong>s, mas<br />
quaisquer sinais de preconceitos pessoais por<br />
parte <strong>do</strong>s forman<strong>do</strong>s devem ser desvia<strong>do</strong>s para<br />
exercícios de resolução de problemas que convidem<br />
os forman<strong>do</strong>s a utilizar as suas aptidões para<br />
encontrar formas de assegurar o regime recomenda<strong>do</strong>.<br />
Tópicos para discussão<br />
Uma lista de tópicos consta <strong>do</strong> Manual.<br />
Meto<strong>do</strong>logia:<br />
Os forman<strong>do</strong>s deverão ser dividi<strong>do</strong>s em pequenos<br />
grupos. Cada grupo deverá ser encarrega<strong>do</strong> da discussão<br />
de um ou <strong>do</strong>is temas, reservan<strong>do</strong>-se tempo<br />
para uma breve sessão de apresentação à turma<br />
<strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s da discussão.<br />
Convém que membros da equipa de formação circulem<br />
pelos grupos a fim de estimular o debate.<br />
Pontos a destacar/áreas sugeridas para discussão:<br />
• Esta é uma situação em que os países com menos<br />
recursos podem ter uma ligeira vantagem: quan<strong>do</strong><br />
as prisões dispõem de televisores, estes tendem a<br />
ser utiliza<strong>do</strong>s em detrimento de actividades mais<br />
criativas;<br />
• A realização de projectos para os menos afortuna<strong>do</strong>s,<br />
em especial crianças, provoca frequentemente<br />
nos reclusos uma vontade de revelar talentos até<br />
então desconheci<strong>do</strong>s;<br />
• A designação de funcionários capazes e entusiastas<br />
para o desenvolvimento de projectos criativos<br />
na prisão demonstra simultaneamente o interesse<br />
<strong>do</strong> director <strong>do</strong> estabelecimento e o seu empenho<br />
em levar a iniciativa a bom termo;<br />
• Em alguns países, o contacto das prisões com o<br />
sistema de ensino será organiza<strong>do</strong> a nível nacional;<br />
noutros, caberá ao director de cada prisão estabelecer<br />
os necessários contactos a nível local;<br />
• Os estabelecimentos de ensino podem ser convida<strong>do</strong>s<br />
a considerar a prisão como uma extensão <strong>do</strong><br />
estabelecimento e a delinear um programa de<br />
estu<strong>do</strong>, envian<strong>do</strong> regulamente pessoal <strong>do</strong>cente para<br />
leccionar na prisão; se não existirem fun<strong>do</strong>s para<br />
este tipo de projectos, deverá ser explorada a possibilidade<br />
de recorrer a um sistema de voluntaria<strong>do</strong>;<br />
• Os reclusos revelam-se muitas vezes possui<strong>do</strong>res<br />
de experiências e conhecimentos especializa<strong>do</strong>s em<br />
certas áreas, poden<strong>do</strong> ser encoraja<strong>do</strong>s a participar<br />
no processo de ensino e apoia<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> o<br />
fazem;<br />
• É provável que o contacto de membros da comunidade,<br />
como os professores, com os presos<br />
condena<strong>do</strong>s consiga travar o processo de total<br />
exclusão social;<br />
• Muitas vezes, a transferência de reclusos coloca<br />
dificuldades; as transferências podem representar<br />
enormes desafios para o pessoal envolvi<strong>do</strong>;<br />
• Se um curso exigir materiais ou equipamentos<br />
específicos, ou a participação de alguém com<br />
conhecimentos especializa<strong>do</strong>s, é possível que as<br />
instituições de ensino locais consigam ajudar. É<br />
fundamental desenvolver uma boa relação de trabalho.<br />
É também bastante provável que a prisão<br />
disponha de alguns peritos ou meios que possam<br />
ser úteis às instituições de ensino da comunidade,<br />
por exemplo instalações desportivas; logo, a relação<br />
poderá ser mutuamente benéfica;<br />
• A longo prazo, é <strong>do</strong> interesse de todas as prisões<br />
de determinada jurisdição estabelecer algum tipo<br />
de política sobre a educação <strong>do</strong>s reclusos, os meios<br />
necessários para tal efeito e as providências a tomar<br />
em caso de transferência;<br />
• Os vários grupos étnicos ou culturais presentes na<br />
prisão podem sentir-se em situação de desvantagem,<br />
por isso é em geral uma boa política reconhecer as<br />
suas necessidades particulares mediante o estabelecimento<br />
de grupos consultivos em conjunto com a<br />
Educação e actividades culturais* 75