Direitos Humanos e Prisões â Guia do Formador - DHnet
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Os forman<strong>do</strong>s podem estar desejosos de dar a<br />
conhecer a sua própria experiência. Se tal vier a<br />
destacar aspectos negativos <strong>do</strong> ponto em discussão,<br />
é importante indagar que outros factores podem<br />
ter influencia<strong>do</strong> o resulta<strong>do</strong>.<br />
Tópicos para discussão<br />
Uma lista de tópicos consta <strong>do</strong> Manual.<br />
Meto<strong>do</strong>logia:<br />
Os forman<strong>do</strong>s devem ser dividi<strong>do</strong>s em pequenos<br />
grupos. Cada grupo deverá discutir <strong>do</strong>is temas e<br />
preparar uma breve exposição para o plenário da<br />
turma no final da sessão.<br />
O pessoal penitenciário tem de lidar quotidianamente<br />
com algumas das pessoas mais difíceis de<br />
cada sociedade. Os temas propostos nesta secção<br />
têm a ver com estratégias para lidar com tais pessoas<br />
de forma segura, eficiente e humana.<br />
Pontos a destacar/áreas sugeridas para discussão:<br />
• Uma aplicação coerente das normas sugere uma<br />
atitude justa;<br />
• O comportamento <strong>do</strong>s reclusos, como de todas<br />
as pessoas, nem sempre se conforma exactamente<br />
com as normas estabelecidas;<br />
• Para conseguir lidar com esta situação, o pessoal<br />
necessita de formação e orientação na aplicação das<br />
regras, o que deve implicar debate;<br />
• Ser funcionário prisional é difícil e não existem<br />
caminhos fáceis para um adequa<strong>do</strong> desempenho<br />
desta profissão; não é aceitável deixar que os reclusos<br />
façam tu<strong>do</strong> quanto queiram desde que estejam<br />
calmos e a ordem pareça reinar. Não é assim que<br />
os funcionários mantêm o controlo;<br />
• O pessoal penitenciário deverá fazer notar claramente<br />
a sua presença e envolver-se nas actividades<br />
da prisão, ten<strong>do</strong> o cuida<strong>do</strong> de não mostrar preferências<br />
e de não se envolver em boatos ou<br />
maquinações;<br />
• As normas a seguir em caso de violência contra<br />
presos deverão ser publicamente afixadas e aplicar-se<br />
a todas as pessoas dentro da prisão, deixan<strong>do</strong><br />
claro o que deverá fazer a vítima, ou testemunha,<br />
de tal violência;<br />
• A violência deverá ser abertamente discutida e<br />
classificada de cobardia;<br />
• Os autores comprova<strong>do</strong>s de actos de violência, e não<br />
as vítimas, deverão ser transferi<strong>do</strong>s ou isola<strong>do</strong>s;<br />
• A melhor ferramenta <strong>do</strong> professor é o exemplo;<br />
os funcionários experientes podem fazer demonstrações<br />
de boas práticas mostran<strong>do</strong> aos novos<br />
recrutas como se executa o trabalho;<br />
• O pessoal penitenciário deverá ganhar autoconfiança<br />
para conseguir desempenhar adequadamente<br />
as suas funções, em particular face a provocações<br />
<strong>do</strong>s reclusos;<br />
• Alguns reclusos podem estar habilita<strong>do</strong>s e dispostos<br />
a contribuir para melhorar o regime em<br />
certas áreas. Em circunstância alguma deverão<br />
ganhar, ou ter a possibilidade de ganhar, controlo<br />
sobre outros reclusos; o controlo é uma prerrogativa<br />
<strong>do</strong> pessoal.<br />
Casos práticos<br />
Meto<strong>do</strong>logia:<br />
Podem ser analisa<strong>do</strong>s em exercícios de dramatização<br />
ou mesas re<strong>do</strong>ndas por membros da equipa de<br />
formação com experiência prática nestas áreas.<br />
Pontos a destacar/áreas sugeridas para discussão:<br />
Caso prático n.° 1<br />
• É importante não pôr em causa a actuação <strong>do</strong><br />
anterior director da unidade. Ao invés, a tarefa deve<br />
ser levada a cabo como uma nova fase no desenvolvimento<br />
da unidade;<br />
• O pessoal deve ter consciência da política de segurança<br />
e da necessidade de definir a sua própria<br />
formação e as suas próprias carreiras;<br />
• A segurança dinâmica deve ser explicada como<br />
uma estratégia, uma ferramenta para o trabalho;<br />
• Devem também ser explica<strong>do</strong>s os benefícios que<br />
daí advêm para o pessoal, por exemplo aludin<strong>do</strong><br />
às consequências negativas para a personalidade<br />
<strong>do</strong> trabalho num regime continuamente repressivo;<br />
• Deve ainda ser destaca<strong>do</strong> o papel <strong>do</strong> pessoal<br />
penitenciário no acompanhamento <strong>do</strong>s reclusos<br />
ao longo da execução da pena e até ao momento<br />
da libertação.<br />
66 <strong>Direitos</strong> <strong>Humanos</strong> e Prisões – <strong>Guia</strong> <strong>do</strong> Forma<strong>do</strong>r • Série de Formação Profissional n.º 11 | Add. 2 [ACNUDH]<br />
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