Direitos Humanos e Prisões â Guia do Formador - DHnet
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Implicações<br />
A mensagem a transmitir é a de que uma assistência<br />
médica especializada não é um privilégio mas<br />
sim um direito <strong>do</strong>s reclusos, da mesma forma que<br />
de qualquer outro paciente.<br />
Deve reconhecer-se que, embora as pessoas com<br />
<strong>do</strong>ença mental não devam ser mantidas em prisões,<br />
a realidade é que muitas são-no. Cabe ao<br />
pessoal penitenciário cuidar destas pessoas. Isto<br />
representa uma tarefa muito exigente para o pessoal<br />
e tu<strong>do</strong> deve ser feito para evitar tal situação.<br />
Recomendações práticas<br />
Deve lembrar-se aos forman<strong>do</strong>s que a informação recebida<br />
no âmbito <strong>do</strong> programa de formação deverá ser<br />
transportada para o local de trabalho e aí aplicada.<br />
A melhor forma de garantir que assim acontece<br />
consiste em certificar-se de que os forman<strong>do</strong>s compreendem<br />
os princípios em causa e a sua razão de<br />
ser. Isto é particularmente verdade no caso das<br />
questões médicas.<br />
Tópicos para discussão<br />
Uma lista de tópicos consta <strong>do</strong> Manual.<br />
Meto<strong>do</strong>logia:<br />
Divida os forman<strong>do</strong>s em pequenos grupos, para<br />
fins de debate de ideias.<br />
Estes são <strong>do</strong>is temas interessantes que afectam<br />
to<strong>do</strong>s os funcionários prisionais. Para potenciar ao<br />
máximo a participação, a cada grupo deverá ser<br />
da<strong>do</strong> um tema para discutir, pedin<strong>do</strong>-se-lhe ainda<br />
que se prepare para apresentar a toda a turma as<br />
conclusões <strong>do</strong> seu debate.<br />
Nesta sessão, deverão ser encoraja<strong>do</strong>s os comentários<br />
<strong>do</strong>s restantes elementos da turma.<br />
Pontos a destacar/áreas sugeridas para discussão:<br />
• Os funcionários prisionais têm frequentemente<br />
de lidar com pessoas que a sociedade considera<br />
casos perdi<strong>do</strong>s; são também muitas vezes critica<strong>do</strong>s<br />
se parecerem falhar nesta tarefa;<br />
• Uma abordagem puramente racional nem sempre<br />
é adequada, porque as faculdades <strong>do</strong> recluso poderão<br />
estar comprometidas devi<strong>do</strong> a situações de<br />
toxicodependência;<br />
• O pessoal penitenciário poder-se-á interrogar<br />
sobre se a prisão é o sítio certo para tais pessoas;<br />
é provável que os funcionários prisionais se sintam<br />
particularmente frustra<strong>do</strong>s por verem as mesmas<br />
pessoas a regressar constantemente à prisão;<br />
• Que organismos existem no âmbito da comunidade<br />
local para lidar com toxicodependentes<br />
Poderão tais organismos participar num programa<br />
de acompanhamento após a libertação<br />
• De que formação necessita o pessoal penitenciário<br />
não especializa<strong>do</strong> sobre a natureza <strong>do</strong> vírus VIH,<br />
forma como é transmiti<strong>do</strong> e precauções a tomar<br />
Por que razão necessitam de tal formação<br />
• Se a formação for completa, será fácil responder<br />
às restantes questões;<br />
• O vírus VIH não se transmite pelos contactos<br />
normais <strong>do</strong> quotidiano, por isso os reclusos seropositivos<br />
que não se encontrem <strong>do</strong>entes podem ser<br />
aloja<strong>do</strong>s em condições normais;<br />
• O ponto importante é que o pessoal penitenciário não<br />
conhecerá o esta<strong>do</strong> de saúde de to<strong>do</strong>s os reclusos;<br />
• Estas são questões protegidas pelo sigilo entre o<br />
médico e o recluso. A única forma segura de actuar<br />
é partir <strong>do</strong> princípio de que todas as pessoas poderão<br />
estar infectadas e aplicar os mais exigentes<br />
padrões de higiene em to<strong>do</strong>s os aspectos da vida<br />
da prisão;<br />
• Este conselho é igualmente váli<strong>do</strong> fora da prisão.<br />
Casos práticos<br />
Meto<strong>do</strong>logia:<br />
A melhor forma de discutir os <strong>do</strong>is casos práticos<br />
será através de um painel de peritos que inclua<br />
especialistas de reconhecida competência na área<br />
da medicina e da psiquiatria.<br />
Os forman<strong>do</strong>s devem ser encoraja<strong>do</strong>s a colocar<br />
questões sempre que necessário, a fim de garantir<br />
que compreendem os aspectos médicos e psiquiátricos<br />
de forma tão completa quanto possível para<br />
Cuida<strong>do</strong>s de saúde especializa<strong>do</strong>s* 51