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Direitos Humanos e Prisões – Guia do Formador - DHnet

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internacionais, se pode traduzir em diferentes actividades<br />

e limites consoante se aplique a mulheres<br />

ou a homens, ou a distintos grupos culturais.<br />

h. Flexibilidade de concepção e aplicação<br />

9. Para serem de utilidade universal, os cursos<br />

de formação devem ser concebi<strong>do</strong>s de forma a<br />

facilitar uma utilização flexível, sem impor aos<br />

forma<strong>do</strong>res enfoques ou méto<strong>do</strong>s únicos e rígi<strong>do</strong>s.<br />

Os cursos deverão ser passíveis de adaptação às<br />

necessidades específicas e às circunstâncias culturais,<br />

educativas, regionais e vivenciais concretas<br />

de uma ampla diversidade de potenciais destinatários<br />

no seio de determina<strong>do</strong> grupo-alvo. Por<br />

conseguinte, os materiais pedagógicos não se destinam<br />

a ser li<strong>do</strong>s textualmente aos forman<strong>do</strong>s. Os<br />

forma<strong>do</strong>res devem criar as suas próprias notas e<br />

material de apresentação, com base no conteú<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>s materiais já prontos e na realidade concreta<br />

no terreno. A formação deve ser estruturada por<br />

módulos autónomos, que permitam uma selecção<br />

e adaptação adequadas para responder a necessidades<br />

e objectivos específicos.<br />

i. Desenvolvimento de competências<br />

10. Os cursos de formação devem resultar no<br />

aumento de competências na área em questão. Ao<br />

contrário <strong>do</strong> que acontece com as conferências e<br />

seminários, devem ser concebi<strong>do</strong>s em torno de<br />

objectivos de aprendizagem, e to<strong>do</strong>s os forman<strong>do</strong>s<br />

deverão demonstrar as suas aptidões ao longo <strong>do</strong><br />

curso através da realização de exercícios, e submeter-se<br />

a testes (escritos) antes <strong>do</strong> curso e no final<br />

<strong>do</strong> mesmo. A comparação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s testes<br />

realiza<strong>do</strong>s antes e depois <strong>do</strong> curso, juntamente com<br />

uma observação cuida<strong>do</strong>sa das apresentações efectuadas<br />

pelos participantes ao longo da acção de<br />

formação, fornecem da<strong>do</strong>s objectivos para avaliar<br />

o aumento de competências.<br />

j. Instrumentos de avaliação<br />

11. Os cursos de formação deverão incluir exercícios<br />

de avaliação prévia e final, como por exemplo<br />

questionários de avaliação, com três objectivos principais.<br />

Os questionários prévios, se correctamente<br />

utiliza<strong>do</strong>s, permitem aos forma<strong>do</strong>res adequar o<br />

curso às necessidades concretas <strong>do</strong>s destinatários.<br />

Os questionários finais e as sessões de avaliação<br />

permitem aos forman<strong>do</strong>s avaliar os conhecimentos<br />

adquiri<strong>do</strong>s e auxiliam os forma<strong>do</strong>res na sua contínua<br />

e fundamental tarefa de modificar e aperfeiçoar<br />

os conteú<strong>do</strong>s e materiais pedagógicos.<br />

k. Importância da auto-estima<br />

12. Nunca será demais realçar a importância de ter<br />

devidamente em conta a auto-estima <strong>do</strong>s forman<strong>do</strong>s<br />

adultos. Os profissionais transportam para a sala de<br />

aulas uma rica diversidade de conhecimentos especializa<strong>do</strong>s<br />

e experiências práticas, que deverão ser<br />

reconheci<strong>do</strong>s e aproveita<strong>do</strong>s em benefício <strong>do</strong> curso.<br />

A maneira como o forma<strong>do</strong>r o conseguir fazer determinará<br />

em larga medida a reacção <strong>do</strong> forman<strong>do</strong> ao<br />

exercício de formação. É óbvio que os participantes<br />

não responderão bem a uma formação que dê a<br />

sensação de lhes ser “injectada”, nem serão bem<br />

recebidas as abordagens <strong>do</strong> tipo “professor primário”<br />

ou “comandante militar”. Pelo contrário, os<br />

forma<strong>do</strong>res deverão tentar criar uma atmosfera de<br />

camaradagem que facilite a partilha de conhecimentos<br />

e experiências, reconheça as aptidões profissionais<br />

<strong>do</strong>s forman<strong>do</strong>s e estimule o seu orgulho profissional.<br />

O objectivo consiste em transmitir a mensagem<br />

de que o conhecimento <strong>do</strong>s direitos humanos é um<br />

elemento fundamental para o bom desempenho<br />

profissional <strong>do</strong>s destinatários e que, assim sen<strong>do</strong>,<br />

os forman<strong>do</strong>s têm simultaneamente muito a ganhar<br />

e muito a oferecer neste <strong>do</strong>mínio.<br />

l. Ligação com a política das organizações<br />

13. Para que a formação produza o deseja<strong>do</strong><br />

impacto no comportamento e desempenho profissional<br />

<strong>do</strong>s destinatários, é fundamental que seja<br />

claramente apoiada por regras correspondentes no<br />

seio das instituições a que os forman<strong>do</strong>s pertencem,<br />

e que se estabeleça a ligação com tais regras.<br />

A política das organizações deverá reflectir os<br />

imperativos de direitos humanos ensina<strong>do</strong>s na sala<br />

de aulas e o pessoal dirigente deverá ter a formação<br />

necessária para a sua aplicação e estar empenha<strong>do</strong><br />

em garanti-la.<br />

<strong>Direitos</strong> <strong>Humanos</strong> e Prisões – <strong>Guia</strong> <strong>do</strong> Forma<strong>do</strong>r • Série de Formação Profissional n.º 11 | Add. 2 [ACNUDH]<br />

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