Direitos Humanos e Prisões â Guia do Formador - DHnet
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Implicações<br />
O ponto essencial é que a privação de liberdade de<br />
mulheres apresenta dificuldades especiais, tanto<br />
devi<strong>do</strong> ao reduzi<strong>do</strong> número de reclusas como<br />
devi<strong>do</strong> ao particular papel que desempenham na<br />
sociedade.<br />
Ao apresentar esta secção, deve chamar a atenção<br />
para o facto de as mulheres serem sempre um <strong>do</strong>s<br />
grupos de reclusos mais vulneráveis, em to<strong>do</strong>s os<br />
locais.<br />
Recomendações práticas<br />
Esta secção contém uma análise pormenorizada<br />
das áreas às quais o pessoal penitenciário deverá<br />
prestar atenção para garantir o respeito <strong>do</strong>s instrumentos<br />
internacionais. Deve ser reserva<strong>do</strong> tempo<br />
suficiente para dar aos forman<strong>do</strong>s a oportunidade<br />
de discutir cada ponto.<br />
Tópicos para discussão<br />
Uma lista de tópicos consta <strong>do</strong> Manual.<br />
Meto<strong>do</strong>logia:<br />
Os forman<strong>do</strong>s deverão ser dividi<strong>do</strong>s em pequenos<br />
grupos para discutir os temas.<br />
Convém que to<strong>do</strong>s os grupos discutam to<strong>do</strong>s os<br />
temas, alguns <strong>do</strong>s quais remetem directamente<br />
para o local de trabalho <strong>do</strong>s forman<strong>do</strong>s. Estão indica<strong>do</strong>s<br />
oito temas, mas as respostas a alguns deles<br />
serão provavelmente breves.<br />
Pontos a destacar/áreas sugeridas para discussão:<br />
• As vantagens <strong>do</strong> aumento ou diminuição da<br />
idade máxima até à qual uma criança poderá permanecer<br />
na prisão com a sua mãe deverão ser<br />
consideradas aplicáveis em simultâneo à mãe e à<br />
criança; os interesses de ambas não coincidem<br />
necessariamente;<br />
• A mãe pode querer ficar com a criança, mas um<br />
ambiente mais estimulante pode ser benéfico para<br />
esta;<br />
• Por outro la<strong>do</strong>, a criança pode ficar profundamente<br />
traumatizada por ser separada da sua<br />
mãe;<br />
• As crianças mais velhas necessitam de actividade;<br />
a relação será mais estimulada se a mãe for<br />
capaz de demonstrar que sabe aquilo que a criança<br />
faz quotidianamente fora da prisão. A disponibilização<br />
de livros, materiais artísticos e equipamento<br />
de cozinha permitirá melhorar a qualidade das<br />
visitas;<br />
• É necessário que as mulheres que têm os filhos<br />
junto de si na prisão sejam capazes de desempenhar<br />
actividades construtivas com regularidade.<br />
São necessários locais para aprender e para brincar.<br />
Um anima<strong>do</strong>r ou educa<strong>do</strong>r infantil representaria<br />
uma enorme diferença para a qualidade de vida<br />
das crianças, assim como o acesso a uma biblioteca;<br />
• A manutenção de uma mãe com um filho pequeno<br />
em regime de isolamento deverá ser evitada ao<br />
máximo. É difícil imaginar quaisquer circunstâncias<br />
que tornem necessária tal medida. Uma mãe<br />
com um bebé pode ainda estar na fase pós-natal e<br />
necessitada de companhia e tratamento carinhoso.<br />
O bebé necessitará de ser regularmente acompanha<strong>do</strong><br />
e observa<strong>do</strong> por um médico para garantir<br />
que se está a alimentar correctamente e a ganhar<br />
peso;<br />
• A presença de pessoas de sexos diferentes a trabalhar<br />
na prisão levanta a questão das relações de<br />
poder entre homens e mulheres;<br />
• Embora possa não existir qualquer diferença nos<br />
níveis de eficiência <strong>do</strong>s funcionários, é provável<br />
que as funcionárias recebam mais insultos verbais<br />
e ameaças físicas <strong>do</strong>s reclusos <strong>do</strong> sexo masculino<br />
<strong>do</strong> que os funcionários recebem das reclusas;<br />
• É inaceitável a presença não vigiada de funcionários<br />
<strong>do</strong> sexo masculino nas zonas da prisão<br />
destinadas a reclusas;<br />
• As revistas às reclusas não deverão jamais ser<br />
efectuadas por funcionários <strong>do</strong> sexo masculino;<br />
• Num estabelecimento bem geri<strong>do</strong>, uma funcionária<br />
pode trabalhar ao la<strong>do</strong> de colegas <strong>do</strong> sexo<br />
masculino. Considera-se em geral que a presença<br />
de colegas mulheres tem um efeito tranquiliza<strong>do</strong>r<br />
e positivo sobre os comportamentos. Só<br />
haverá que resolver o problema das revistas pessoais;<br />
Mulheres na prisão* 107