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Revista Leitura de Bordo - Fevereiro 2015

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Capa<br />

Divergências<br />

Da mesma forma, Moacir discorre que<br />

para “os apreciadores <strong>de</strong> coquetéis, recomendamos<br />

cachaça bi<strong>de</strong>stilada, pois sua<br />

suavida<strong>de</strong> valoriza o sabor das frutas e <strong>de</strong>ixa<br />

a caipirinha mais leve, agradando principalmente<br />

ao consumidor feminino.” E, para finalizar<br />

nas recomendações, ele <strong>de</strong>staca: “A cachaça<br />

envelhecida, recomenda-se apreciar<br />

pura. Os paladares mais exigentes e críticos,<br />

encontram-se na caipirinha <strong>de</strong> cachaça envelhecida.”<br />

Para alguns mais puritanos, só po<strong>de</strong> ser<br />

chamada <strong>de</strong> caipirinha a mistura <strong>de</strong> cachaça,<br />

limão, açúcar e gelo. Todas as <strong>de</strong>mais<br />

variações <strong>de</strong>vem ser tratadas como “caipiroskas”.<br />

Sem entrar nesse embate, Moacir<br />

sintetiza sua experiência <strong>de</strong>stacando: “Se a<br />

cachaça for <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>, a caipirinha<br />

será realmente superior”.<br />

Receita básica<br />

Se houver 10 pessoas preparando caipirinha,<br />

cada qual terá uma receita infalível<br />

– sempre no tripé cachaça, limão taiti sem<br />

<strong>de</strong>scascar e açúcar. Os adicionais, o gelo e<br />

todo o <strong>de</strong>mais são toques pessoais.<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada ingrediente será<br />

<strong>de</strong>finida pelo tamanho do vasilhame, visto<br />

que cada preparo produz apenas uma dose.<br />

Moacir Menogotto: “A melhor cachaça certamente fará a<br />

melhor caipirinha”.<br />

Há duas variáveis para explicar o surgimento<br />

da caipirinhas.<br />

A primeira <strong>de</strong>las remonta ao Séc. XIX.<br />

Uma primeira versão, apoiada por muitos historiadores,<br />

aponta que a caipirinha foi criada por fazen<strong>de</strong>iros<br />

latifundiários na região <strong>de</strong> Piracicaba (SP),<br />

como um drinque local para festas e eventos <strong>de</strong> alto<br />

padrão, sendo um reflexo da forte cultura canavieira<br />

na região. A Caipirinha em seus primeiros dias era<br />

vista como um substituto local <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> ao<br />

Whisky e ao Vinho importado.<br />

Dessa origem <strong>de</strong> alta classe, a caipirinha logo<br />

passou para o gosto popular, <strong>de</strong>vido ao baixo preço<br />

<strong>de</strong> seus ingredientes, popularizando-se por<br />

todo o estado e se tornando a bebida-símbolo <strong>de</strong><br />

São Paulo no Séc. XIX. Pelos idos <strong>de</strong> 1930, já era<br />

possível encontrá-la em outros estados, especialmente<br />

no Rio <strong>de</strong> Janeiro e em Minas Gerais.<br />

Caipirinha já foi remédio<br />

A segunda versão é mais mitificada...<br />

No interior <strong>de</strong> São Paulo, por volta do ano <strong>de</strong><br />

1918, uma receita foi adaptada a partir da receita<br />

<strong>de</strong> xarope para a gripe espanhola. Essa receita levava<br />

limão, alho e mel e em diversos casos um pouco<br />

<strong>de</strong> cachaça. Isso porque antigamente as pessoas<br />

colocavam um pouco <strong>de</strong> álcool nos medicamentos<br />

para acelerar o seu efeito.<br />

Por essa versão, a caipirinha foi inventada pelo<br />

Sr. Paulo Vieira na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Piracicaba quando<br />

seus trabalhadores adoeceram com a gripe espanhola.<br />

Ele criou a bebida, pois tinha muito carinho<br />

pelos seus trabalhadores e não gostava <strong>de</strong> vê-los<br />

sofrendo.<br />

Num belo dia, alguém <strong>de</strong>cidiu eliminar <strong>de</strong>ssa<br />

receita o alho e o mel e colocar umas colheres <strong>de</strong><br />

açúcar para diminuir um pouco a aci<strong>de</strong>z do limão.<br />

E nada nunca mais foi igual...<br />

8 <strong>Leitura</strong> <strong>de</strong> <strong>Bordo</strong> | Jan/Fev <strong>2015</strong> | www.leitura<strong>de</strong>bordo.com.br

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