Roma: Arquitetura - Leonel Cunha
Roma: Arquitetura - Leonel Cunha
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<strong>Roma</strong><br />
arquitetura
As realizações de engenharia e<br />
arquitetura demonstram o génio<br />
inventivo e o sentido prático de<br />
<strong>Roma</strong>
Pragmática e funcional, a<br />
arquitectura romana preocupou-se<br />
essencialmente com a resolução dos<br />
aspectos práticos e técnicos.
A arquitetura romana foi uma preciosa herança<br />
para as gerações vindouras, pela sua longa vigência<br />
no tempo.<br />
Os Dez Livros da Arquitectura, de Vitrúvio,<br />
arquiteto do tempo de Júlio César e de Augusto,<br />
exerceu enorme influência no Renascimento e ainda<br />
hoje como fonte importante da arquitetura clássica.
Com soluções criativas e inovadoras,a<br />
construção romana conseguiu uma<br />
linguagem arquitetónica original por<br />
meados do período republicano.
Particularidades da arquitetura romana:
A variedade e plasticidade dos<br />
materiais utilizados: pedra, mármore,<br />
tijolo, madeira, diferentes tipos de opus,<br />
o mais importante foi o opus<br />
caementicium, semelhante ao actual<br />
cimento ou ao betão, a sua utilização, que<br />
remonta ao século IV a. C.
imagens com os diferentes tipos de opus<br />
definições: opus, pozolana, paramento
O em uso sistemático deste material<br />
permitiu o uso de diversos paramentos<br />
dar um aspeto final mais decorativo às<br />
estruturas, aplicando-se revestimentos<br />
exteriores.
Nos interiores, os revestimentos faziam-se com pedras<br />
nobres, mármores, mosaicos e estuques pintados ou<br />
o opus signium, argamassa constituída por fragmentos de<br />
cerâmica moídos .
A criação de novos<br />
sistemas construtivos,<br />
tomaram por base o arco e as<br />
construções que dele derivam: os<br />
diferentes tipos de abóbadas, as<br />
cúpulas e as arcadas.<br />
A perícia técnica permitiu criar<br />
diferentes tipologias de edifícios,<br />
diversificar as plantas, projectar<br />
compartimentos mais amplos e<br />
articular melhor os espaços<br />
interiores.
O desenvolvimento das<br />
técnicas e dos instrumentos<br />
de engenharia. assumiram a<br />
engenharia como suporte da<br />
arquitectura, fornecendo a esta,<br />
pela primeira vez, uma base<br />
científica.
O barroquismo da decoração,<br />
que preferiu o exagero ornamental ao<br />
equilibrado sentido estético dos<br />
Gregos.<br />
Usaram as ordens (colunas, capitéis,<br />
entablamentos, frontões) sem lhes<br />
atribuir função estrutural, mas apenas<br />
como elementos decorativos. Duas<br />
novas ordens: a toscana e a<br />
compósita.
Influências dos etruscos e dos gregos
Com os Etruscos, que já haviam sofrido influência grega os<br />
<strong>Roma</strong>nos absorveram vários conhecimentos sobre urbanismo e<br />
arquitetura:<br />
Cidades muralhadas com traçado rectilíneo das ruas, (ver<br />
planos de Hipódamo de Mileto);<br />
Pontes, túneis, esgotos e estradas;<br />
Templos com pódio, pórtico com colunas de madeira, telhados<br />
de duas águas e beiral, cella, proporções quase quadradas e<br />
paredes de tijolo cru.
Com a conquista da Grécia, os <strong>Roma</strong>nos absorveram:<br />
Imitação das plantas dos templos rectangulares e circulares; na<br />
basílica romana, fruto de transformações de edifícios helenísticos,<br />
e na domus, com peristilo no núcleo residencial;<br />
Uso das ordens gregas, como elementos decorativos;<br />
Urbanismo, pois da acrópole e da ágora gregas os <strong>Roma</strong>nos<br />
passaram ao capitólio e ao fórum.
Etapas cronológicas da arte romana
Etapas<br />
As origens: de 753<br />
a 509 a C<br />
República: de 509<br />
a 27 a. C.<br />
Alto Império: de<br />
27 a. C a 192 d C<br />
Baixo Império: de<br />
192 a 395 d. C<br />
Características<br />
Monarquia.<br />
As influências dominantes foram itálicas e sobretudo etruscas, povo que havia já assimilado influências<br />
orientais, egípcias e gregas e que deixou importante contributo para a construção da arte romana.<br />
Aparecimento da verdadeira arte romana. Influência grega, chegada primeiro das ex-colónias<br />
helénicas da Magna Grécia (Sul da Itália e Sicl1ia) e, depois, da própria Grécia, de onde afluíram a<br />
<strong>Roma</strong> inúmeros intelectuais e artistas que produziram para o Estado e público romanos.<br />
Cópias com rigor das formas e os tipos da arte grega, mas, após o século II a. c., essa cópia perdeu<br />
fidedignidade e os modelos gregos começaram a aparecer associados ou adaptados a formas e<br />
estruturas inovadoras.<br />
Os romanos procuravam uma arte própria, o que se concretizou no aparecimento das primeiras<br />
tipologias arquitectónicas, nos retratos realistas e no relevo historiado<br />
Período de ouro da arte romana, aquele em que os seus artistas revelaram maior criatividade e<br />
originalidade. Os melhores exemplos encontram·se nas grandes obras públicas, de carácter<br />
monumental.<br />
Período de decadência artística em que, lentamente e por intromissão de outras influências (orientais,<br />
bárbaras e sobretudo cristãs), as características clássicas se foram alterando e perdendo.
Arco romano e diferentes<br />
tipos de abóbadas
A abóbada é uma construção em forma de arco com a qual se<br />
cobrem espaços compreendidos entre muros, pilares ou colunas.<br />
Uma cúpula ou domo é uma abóbada hemisférica ou esferoide.
A. Abóbada de berço. Exerce uma pressão contínua,<br />
centrífuga e de Cima para baixo, sobre todo o comprimento<br />
das paredes de suporte. Por isso, não permite grandes<br />
aberturas laterais.<br />
B. Abóbada de arestas (resulta da intersecção, ao mesmo<br />
nível, de duas abóbodas de berço). Permite canalizar os<br />
empuxos para os cantos onde repousam as pontas dos arcos.<br />
Era nesses cantos que se concentrava o sistema de suporte<br />
(pilares com contrafortes adossados), libertando-se, assim, as<br />
paredes.<br />
C. Abóbada formada por uma sucessão de abóbadas de<br />
aresta. Permite projetar salas amplas, cheias de luz e bem<br />
ventiladas, como as das basílicas
As ordens romanas
Os romanos adotaram as ordens<br />
arquitetónicas gregas: Dórica, Jónica e<br />
Corínia.<br />
Acrescentaram a ordem Tocana<br />
(semelhante à ordem Dórica, fig. A) e a<br />
ordem compósita (semelhante à ordem<br />
Coríntia, fig. D)
<strong>Arquitetura</strong> e obras públicas<br />
estradas, pontes, aquedutos, basílicas, anfiteatros, teatros, termas
As construções públicas foram o tipo de<br />
arquitetura em que os <strong>Roma</strong>nos melhor<br />
expressaram o seu engenho técnico e<br />
originalidade estrutural.
<strong>Arquitetura</strong> religiosa<br />
Santuários e templos
<strong>Arquitetura</strong> privada<br />
a domus, a insula, as villae
<strong>Arquitetura</strong> comemorativa<br />
colunas honoríficas, arcos de triunfo
O espírito histórico e triunfalista dos <strong>Roma</strong>nos levou-os a edificar<br />
construções com o fim exclusivo de assinalar, pela sua presença<br />
evocativa, as façanhas militares ou políticas dos grandes oficiais e<br />
dos imperadores.
Arco de Constantino
Coluna de Trajano
Ler manual adotado, pág. 102 a 123