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Consulte aqui o Roteiro da Exposição (PDF) - Fundação de Serralves

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Na entra<strong>da</strong> para as galerias (2)<br />

mostram-se obras <strong>de</strong> Jan Vercruysse<br />

(B), nomea<strong>da</strong>mente<br />

uma Atopies [Atopias] e um<br />

Tombeaux – obras que geram<br />

o espaço imobilizado <strong>de</strong> uma<br />

ausência, o lugar <strong>de</strong> alguma<br />

coisa que não tem lugar, um<br />

não-lugar: atopia em contraste<br />

com o conceito mo<strong>de</strong>rno<br />

<strong>de</strong> utopia, o lugar que existe<br />

algures, que <strong>de</strong>ve ser alcançado<br />

(ou não alcançado) num<br />

futuro qualquer.<br />

Mo<strong>de</strong>ls and Views [Maquetas<br />

e Vistas] <strong>de</strong> Thomas Schütte<br />

(D) na galeria central (3) do<br />

museu faz referência ao impulso<br />

<strong>da</strong>s vanguar<strong>da</strong>s históricas<br />

para ultrapassar o espaço<br />

simbólico <strong>da</strong> escultura e <strong>da</strong><br />

pintura <strong>de</strong> modo a transgredir<br />

o espaço reservado à arquitectura,<br />

sendo a arquitectura<br />

aprecia<strong>da</strong> pelo seu “valor <strong>de</strong><br />

uso” em oposição ao “valor<br />

expositivo” <strong>da</strong> arte mo<strong>de</strong>rnista.<br />

Ao mesmo tempo, as<br />

maquetas <strong>de</strong> Schütte – neste<br />

caso maquetas <strong>de</strong> edifícios<br />

para uma capital inspira<strong>da</strong>s<br />

na forma <strong>de</strong> uma garrafa – têm<br />

implícito o fracasso <strong>de</strong>sse<br />

conceito utópico ao <strong>de</strong>clararem<br />

inequivocamente que<br />

nunca serão construí<strong>da</strong>s em<br />

tamanho real.<br />

David Hammons (EUA) utiliza a<br />

linguagem e referências musicais<br />

como instrumentos para<br />

situar a sua obra fora do espaço<br />

cultural restrito dominado<br />

pela cultura branca. Chasing<br />

the Blue Train [Perseguindo o<br />

Comboio Azul] é uma homenagem<br />

ao saxofonista <strong>de</strong> jazz<br />

John Coltrane - sendo o seu<br />

nome ilustrado por meio <strong>de</strong><br />

uma pilha <strong>de</strong> carvão [coal] e<br />

um comboio <strong>de</strong> brincar [train]:<br />

coal + train = Coltrane.<br />

A comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> artística <strong>de</strong><br />

Düsseldorf apresenta<strong>da</strong> na<br />

primeira galeria gran<strong>de</strong> e no<br />

corredor do lado direito (4) do<br />

museu – meio a que também<br />

Schütte pertence – preocupase<br />

muito com o lugar social,<br />

institucional e físico <strong>da</strong> obra<br />

<strong>de</strong> arte – <strong>da</strong>í a abun<strong>da</strong>nte<br />

utilização <strong>de</strong> paradigmas<br />

arquitectónicos. Reinhard<br />

Mucha cria, nos finais dos<br />

anos 80, obras complexas<br />

que apresentam e preservam<br />

peças suas anteriores que<br />

foram <strong>de</strong>smonta<strong>da</strong>s no fim <strong>da</strong><br />

respectiva exposição. Foram<br />

<strong>de</strong>smonta<strong>da</strong>s porque eram<br />

indissociáveis do espaço em<br />

que estavam expostas – exibindo<br />

o dispositivo expositivo<br />

ao mesmo tempo que se exibem<br />

a si mesmas. Assim, as<br />

suas obras presentes exibem<br />

anteriores obras suas que<br />

exibiam dispositivos expositivos<br />

<strong>da</strong> natureza dos que<br />

estão actualmente expostos<br />

como parte <strong>da</strong>s suas obras em<br />

“Anos 80: Uma Topologia”. A<br />

estrutura circular <strong>da</strong>s obras <strong>de</strong><br />

Mucha, que as faz <strong>de</strong>slocar-se<br />

incessantemente no espaço e<br />

no tempo, é abor<strong>da</strong><strong>da</strong> directamente<br />

no espaço e no tempo<br />

nas constelações <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>irape<strong>de</strong>stal-ca<strong>de</strong>ira<br />

que po<strong>de</strong>m<br />

ser vira<strong>da</strong>s ao contrário sem<br />

que haja a mais pequena alteração<br />

no seu aspecto. Como<br />

pintor, Helmut Dorner está<br />

interessado na localização <strong>da</strong><br />

marca <strong>de</strong> tinta em relação ao<br />

plano do quadro e à pare<strong>de</strong>,<br />

ao passo que, como escultor,<br />

Harald Klingelhöller cruza a<br />

escultura com a linguagem e<br />

vice-versa, comprometendo<br />

<strong>de</strong> ambos os modos a presença<br />

e a ausência <strong>de</strong> uma e<br />

outra. Candi<strong>da</strong> Höfer reúne um<br />

arquivo <strong>de</strong> espaços expositivos<br />

– fotografias representando<br />

espaços como aquele em que<br />

elas próprias estão a ser mostra<strong>da</strong>s.<br />

Thomas Struth expõe<br />

fotos <strong>de</strong> uma urbanização em<br />

Paris cujo mo<strong>de</strong>rnismo já se<br />

revelara um fracasso enquanto<br />

o projecto estava a ser finalizado.<br />

Isa Genzken constrói esculturas<br />

que também po<strong>de</strong>m<br />

ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s maquetas<br />

<strong>de</strong> arquitectura arruina<strong>da</strong> feita<br />

<strong>de</strong> raiz, pondo <strong>de</strong>sse modo<br />

em causa a vali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s<br />

as categorias menciona<strong>da</strong>s:<br />

escultura, maqueta, arquitectura,<br />

ruína. Em contraste com<br />

essas propostas, Katharina<br />

Fritsch concentra-se no objecto<br />

acabado – na tradição<br />

dos readyma<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Duchamp,<br />

que não <strong>de</strong>sempenha gran<strong>de</strong><br />

papel na obra dos outros artistas<br />

<strong>de</strong> Düsseldorf, as suas esculturas<br />

exploram temas que<br />

relacionam a obra <strong>de</strong> arte ao<br />

bem <strong>de</strong> consumo fetichizado<br />

e ao objecto místico.<br />

De certo modo a obra <strong>de</strong><br />

Fritsch cria uma ligação com a<br />

situação <strong>de</strong> Colónia apresenta<strong>da</strong><br />

na segun<strong>da</strong> gran<strong>de</strong> galeria<br />

do lado direito (5) do museu.<br />

Se os artistas <strong>de</strong> Düsseldorf<br />

pertencem (ain<strong>da</strong> que vagamente)<br />

a uma tradição construtivista,<br />

os artistas <strong>de</strong> Colónia<br />

ten<strong>de</strong>m antes a pertencer a<br />

uma tradição <strong>da</strong><strong>da</strong>ísta/surrealista.<br />

Rosemarie Trockel<br />

usa na sua pintura, <strong>de</strong> modo<br />

absolutamente intencional, o<br />

tricotar <strong>da</strong> lã, reapropriandose<br />

<strong>de</strong>sse modo <strong>de</strong> uma técnica<br />

“feminina” que é interdita<br />

a mulheres artistas justamente

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