01.02.2015 Views

reserva de resistência inelástica de vigas tipo caixa formadas ... - Ucg

reserva de resistência inelástica de vigas tipo caixa formadas ... - Ucg

reserva de resistência inelástica de vigas tipo caixa formadas ... - Ucg

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

“II Congresso Internacional da Construção Metálica – II CICOM”<br />

“I Jornada Científica da Engenharia - UCG”<br />

“RESERVA DE RESISTÊNCIA INELÁSTICA DE VIGAS TIPO<br />

CAIXA FORMADAS A FRIO ” (1) Cláudio Marra Alves (2)<br />

Resumo<br />

Este trabalho apresenta a revisão bibliográfica sobre a <strong>reserva</strong> <strong>de</strong> resistência inelástica para os<br />

perfis formados a frio e os resultados dos ensaios à flexão <strong>de</strong> três <strong>vigas</strong> <strong>de</strong> seção transversal<br />

<strong>tipo</strong> <strong>caixa</strong>, <strong>formadas</strong> pela soldagem <strong>de</strong> dois perfis <strong>tipo</strong> U enrijecido formados a frio. Os<br />

resultados dos ensaios indicados por gráficos Carga x <strong>de</strong>formação específica nas flanges<br />

comprimidas, mostraram que as flanges e porções das almas sob compressão, atingiram<br />

tensões iguais à tensão <strong>de</strong> escoamento do aço, configurando assim um diagrama <strong>de</strong><br />

plastificação parcial da seção transversal. Assim, consi<strong>de</strong>rando a <strong>reserva</strong> <strong>de</strong> resistência<br />

inelástica em alguns casos atingida, propôs-se equações para o dimensionamento <strong>de</strong>stes perfis<br />

através da distribuição da tensão <strong>de</strong> escoamento do aço ao longo da sua seção transversal.<br />

Palavras-chave: perfis formados a frio, flexão, <strong>vigas</strong>, <strong>reserva</strong> <strong>de</strong> resistência inelástica.<br />

Abstract<br />

This paper presents the bibliographical review on inelastic resistance reserve for cold-formed<br />

sections and the results of bending essays of three transversal section beams, box type, formed<br />

by welding two U-shaped edge stiffener cold-formed sections. The results of the essays,<br />

<strong>de</strong>monstrated through Load x Strain in compressed flanges graphics, had shown that flanges<br />

and web portions un<strong>de</strong>r compression reached tensions equal to the steel yielding tension, thus<br />

configuring a transversal section partial plastification diagram. Therefore, consi<strong>de</strong>ring the<br />

inelastic resistance reserve reached in some instances, equations to the sizing of these coldformed<br />

sections through distribution of the steel strain tension along its transversal section<br />

were proposed.<br />

Key-words: cold-formed sections, bending, beams, inelastic resistance reserve.<br />

(1)<br />

- Contribuição Técnica apresentada no “II Congresso Internacional da Construção<br />

Metálica – II CICOM” - novembro, 2002 – São Paulo, SP, Brasil e na I Jornada Científica da<br />

Engenharia – setembro, 2003 – Goiânia, Go, Brasil.<br />

(2) - Prof. Convidado do Departamento <strong>de</strong> Engenharia Civil - UCG - Goiânia, GO, Brasil.


“II Congresso Internacional da Construção Metálica – II CICOM”<br />

“I Jornada Científica da Engenharia - UCG”<br />

1- INTRODUÇÃO<br />

O dimensionamento das <strong>vigas</strong> <strong>de</strong> aço po<strong>de</strong> basear-se em métodos <strong>de</strong> dimensionamento<br />

elásticos ou que consi<strong>de</strong>rem a <strong>reserva</strong> <strong>de</strong> resistência inelástica ou plastificação das suas seções<br />

transversais.<br />

A resistência máxima à flexão <strong>de</strong> uma viga, alcançada quando a sua seção transversal mais<br />

solicitada atinge uma configuração das tensões normais atuantes igual à ilustrada pelo item c<br />

da figura 1, é chamada plastificação total ou <strong>reserva</strong> <strong>de</strong> resistência inelástica total.<br />

Tensão atuante <<br />

f<br />

y<br />

f y<br />

f y<br />

Altura do perfil<br />

Tensão atuante <<br />

f y<br />

f y<br />

f y<br />

a) b) c)<br />

Figura 1 – Distribuição das tensões ao longa da altura <strong>de</strong> uma seção transversal fletida. a)<br />

limite elástico, b) <strong>reserva</strong> <strong>de</strong> resistência inelástica parcial, c) <strong>reserva</strong> <strong>de</strong> resistência<br />

inelástica total.<br />

As seções transversais <strong>de</strong> perfis laminados e soldados são classificadas por diversas normas,<br />

quanto à sua resistência à flexão, em seções classe 1, 2, 3 e 4. As <strong>vigas</strong> classe 1 (compactas) e<br />

as <strong>vigas</strong> classe 2 atingem a plastificação total da seção transversal.<br />

As <strong>vigas</strong> <strong>de</strong> perfis formados a frio não são classificadas como as <strong>vigas</strong> <strong>de</strong> perfis laminados e<br />

soldados e também não atingem a plastificação total da seção transversal, como as seções<br />

compactas ou classe 1, mas para certos intervalos das relações b/t ou esbeltez λ dos elementos<br />

que lhe constituem (flanges e almas), po<strong>de</strong>m apresentar uma redistribuição <strong>de</strong> tensões ao<br />

longo da sua altura, que configura a existência <strong>de</strong> uma <strong>reserva</strong> <strong>de</strong> resistência inelástica parcial<br />

da seção transversal.<br />

Os intervalos para a esbeltez <strong>de</strong> elementos uniformemente comprimidos no seu estado limite<br />

último são divididos em : (Sarmanho, 1991)<br />

- Para λ ≤ 0,673 tem-se a região I, que <strong>de</strong>fine o limite do parâmetro <strong>de</strong> esbeltez para os<br />

elementos <strong>de</strong> chapa <strong>de</strong> forma que a sua largura efetiva seja igual à sua largura total (b e = b)<br />

para valores <strong>de</strong> tensões atuantes menores que a tensão crítica <strong>de</strong> flambagem elástica, mas<br />

iguais à tensão <strong>de</strong> escoamento, f y . Assim estes elementos atingem o seu estado limite último<br />

por plastificação sem sofrerem flambagens locais elásticas.<br />

- Para 0,673 ≤ λ < 1,2 , a região II que caracteriza os elementos <strong>de</strong> chapa que atingem a<br />

tensão <strong>de</strong> escoamento no seu estado limite último mas com baixa <strong>reserva</strong> <strong>de</strong> resistência<br />

elástica.<br />

- Para λ > 1,2, a região III que compreen<strong>de</strong> os elementos que sofrem flambagem elástica<br />

para um nível <strong>de</strong> tensão atuante menor que f y .


A figura 2 ilustra estas regiões.<br />

“II Congresso Internacional da Construção Metálica – II CICOM”<br />

“I Jornada Científica da Engenharia - UCG”<br />

b e<br />

b<br />

1,2<br />

1<br />

0,8<br />

0,6<br />

0,4<br />

0,2<br />

0<br />

I<br />

II<br />

I<br />

λ = 0,673 λ = 1, 2<br />

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3<br />

λ<br />

p<br />

=<br />

III<br />

f<br />

Figura 2 – Regiões <strong>de</strong> comportamento das chapas ou elementos <strong>tipo</strong> AA uniformemente<br />

comprimidos.<br />

y<br />

f<br />

cr<br />

As flanges das <strong>vigas</strong> <strong>de</strong> perfis formados a frio, como as <strong>vigas</strong> <strong>tipo</strong> <strong>caixa</strong> submetidas a flexão<br />

simples, são elementos uniformemente comprimidos.<br />

As dimensões comerciais dos perfis <strong>caixa</strong>, apresentadas em catálogos nacionais variam entre<br />

50 mm a 400 mm para a altura, 50 mm a 200 mm para a largura total das duas flanges e 10 a<br />

25 mm para a altura dos enrijecedores <strong>de</strong> borda, em espessuras que vão <strong>de</strong> 1,5 a 4,75 mm.<br />

A figura 3 apresenta a variação da esbeltez, λ, da flange <strong>de</strong> um perfil U enrijecido, usado na<br />

composição da seção transversal <strong>tipo</strong> <strong>caixa</strong>, em função das possíveis espessuras comerciais.<br />

Esbeltez do flange<br />

1,00<br />

0,80<br />

0,60<br />

0,40<br />

0,20<br />

b=85<br />

b=75<br />

b=50<br />

b=40<br />

b=25<br />

b=100 mm<br />

λ = 0,673<br />

b=60<br />

Região I<br />

x<br />

y<br />

y<br />

x<br />

0,00<br />

1,00 2,00 3,00 4,00 5,00<br />

t (mm)<br />

Figura 3 – Esbeltez λ das flanges dos perfis <strong>tipo</strong> <strong>caixa</strong> catalogados comercialmente no Brasil.<br />

Constata-se que gran<strong>de</strong> parte dos perfis formados a frio <strong>tipo</strong> U enrijecido apresentam esbeltez<br />

da flange λ


“II Congresso Internacional da Construção Metálica – II CICOM”<br />

“I Jornada Científica da Engenharia - UCG”<br />

2- DIMENSIONAMENTO À FLEXÃO DOS PERFIS FORMADOS A FRIO TIPO<br />

CAIXA<br />

O momento fletor resistente da seção transversal <strong>de</strong> <strong>vigas</strong> <strong>de</strong> perfis formados a frio <strong>tipo</strong> <strong>caixa</strong>,<br />

sem efeito <strong>de</strong> flambagem lateral, e com a esbeltez das flanges e almas λ


“II Congresso Internacional da Construção Metálica – II CICOM”<br />

“I Jornada Científica da Engenharia - UCG”<br />

3- RESERVA DE RESISTÊNCIA INELÁSTICA<br />

Na <strong>de</strong>terminação do momento fletor resistente conforme a equação 1 são dois os principais<br />

parâmetros que <strong>de</strong>terminam a <strong>reserva</strong> <strong>de</strong> resistência inelástica da seção transversal das <strong>vigas</strong><br />

constituídas <strong>de</strong> perfis formados a frio : (Reck & Pekoz, 1975)<br />

- valor da <strong>de</strong>formação específica última, ε cu , que as flanges comprimidas das <strong>vigas</strong><br />

po<strong>de</strong>m atingir acima da <strong>de</strong>formação específica <strong>de</strong> escoamento, ε y , antes <strong>de</strong> atingirem o modo<br />

<strong>de</strong> ruptura por plastificação;<br />

- A geometria da sua seção transversal.<br />

Reck & Pekoz (1975) ensaiaram à flexão doze <strong>vigas</strong> do <strong>tipo</strong> cartola com um vão entre apoios<br />

dividido em três partes iguais, pela aplicação <strong>de</strong> duas cargas concentradas verticais e<br />

<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes. As dimensões dos perfis foram <strong>de</strong>finidas <strong>de</strong> forma que a tensão <strong>de</strong> escoamento<br />

fosse atingida nas suas fibras mais externas <strong>de</strong> diferentes maneiras para cada perfil, como<br />

iniciando-se pela flange tracionada, iniciando na flange comprimida, ou simultaneamente, na<br />

flange tracionada e comprimida. Estes perfis são numerados respectivamente como perfis 1, 2<br />

e 3.<br />

Os resultados obtidos pelos pesquisadores são apresentados na figura 5 on<strong>de</strong> os pontos<br />

plotados representam a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> plastificação das flanges comprimidas das <strong>vigas</strong><br />

ensaiadas. As <strong>de</strong>formações específicas últimas, ε cu , foram registradas nas flanges<br />

comprimidas da seção transversal central da viga.<br />

C y<br />

= ε<br />

ε<br />

cu<br />

y<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

394<br />

f y<br />

Reck<br />

3<br />

500<br />

f y<br />

1 2<br />

b 581<br />

lim =<br />

t<br />

Figura 5 – Critério para a <strong>de</strong>terminação da <strong>de</strong>formação específica última da flange<br />

comprimida <strong>de</strong> <strong>vigas</strong> <strong>tipo</strong> cartola submetidas a um diagrama <strong>de</strong> momento fletor<br />

constante estabelecido por Reck & Pekoz e critério adotado pela AISI/1996.<br />

525<br />

AISI<br />

f y<br />

Ruptura com M ≅ Mp<br />

Ruptura com M ≤0,85Mp<br />

Possível curva para projeto<br />

AISI-1996<br />

3<br />

3<br />

3<br />

3<br />

f y<br />

631<br />

f y<br />

1<br />

1<br />

2<br />

b t<br />

Com base nos resultados obtidos os autores propõem uma curva para a <strong>de</strong>terminação da<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> plastificação <strong>de</strong> flanges uniformemente comprimidas e enrijecidas pelas almas,<br />

C y , em função da variação da sua esbeltez, b/t. A relação largura/espessura limite<br />

( b t) lim = 581 f y correspon<strong>de</strong> à esbeltez limite, λ=0,673. A AISI/1996 apresenta uma<br />

curva mais conservativa que a proposta pelos autores.<br />

As relações entre o momento fletor último experimental, M u , obtido pelos pesquisadores<br />

nestes ensaios, e o momento <strong>de</strong> início <strong>de</strong> escoamento, M y , variaram em um intervalo <strong>de</strong> 13,4%<br />

a 23,4%.


“II Congresso Internacional da Construção Metálica – II CICOM”<br />

“I Jornada Científica da Engenharia - UCG”<br />

4- FORMULAÇÃO PARA O DIMENSIONAMENTO DE PERFIS TIPO CAIXA<br />

CONSIDERANDO A RESERVA DE EXISTÊNCIA INELÁSTICA<br />

Na consi<strong>de</strong>ração da <strong>reserva</strong> <strong>de</strong> resistência inelástica no dimensionamento à flexão dos perfis<br />

formados a frio, a flange comprimida sempre <strong>de</strong>ve atingir na situação <strong>de</strong> ruptura no mínimo<br />

uma <strong>de</strong>formação específica máxima <strong>de</strong> ruptura, ε cu , igual à <strong>de</strong>formação específica <strong>de</strong><br />

escoamento, ε y , ou seja, ε cu ≥ε y , sendo que a flange tracionada da viga po<strong>de</strong>rá, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da<br />

sua geometria, ter atingido ou não ε y .<br />

Assim conforme os diversos <strong>tipo</strong>s <strong>de</strong> geometrias possíveis para as seções transversais dos<br />

perfis formados a frio existem quatro casos possíveis <strong>de</strong> comportamento das seções<br />

transversais no seu estado limite último, que são :<br />

- Flanges com comportamento elástico;<br />

- Ambas as flanges escoam na ruptura;<br />

- A flange tracionada não escoa na ruptura;<br />

- Apenas a flange tracionada escoa na ruptura.<br />

Para os casos citados acima e com base nos resultados experimentais expressos pela figura 5<br />

foram <strong>de</strong>senvolvidas equações para a <strong>de</strong>terminação do momento fletor último <strong>de</strong> <strong>vigas</strong> <strong>tipo</strong><br />

cartola, com almas verticais e almas inclinadas, consi<strong>de</strong>rando a sua <strong>reserva</strong> <strong>de</strong> resistência<br />

inelástica. (Yener & Pekoz, 1985)<br />

Utilizando os mesmos critérios <strong>de</strong> equilíbrio <strong>de</strong> uma seção transversal utilizados por estes<br />

pesquisadores, propõe-se equações para a <strong>de</strong>terminação do momento fletor resistente nominal<br />

<strong>de</strong> uma seção transversal <strong>tipo</strong> <strong>caixa</strong>, formada pela união <strong>de</strong> dois perfis <strong>tipo</strong> U enrijecido,<br />

consi<strong>de</strong>rando a existência da <strong>reserva</strong> <strong>de</strong> resistência inelástica para estes perfis. (Alves, 2001).<br />

O momento resistente <strong>de</strong>vido a <strong>reserva</strong> <strong>de</strong> resistência inelástica é também chamado momento<br />

<strong>de</strong> plastificação parcial da seção transversal.<br />

A figura 6 ilustra e <strong>de</strong>fine a nomenclatura adotada para cada elemento da seção transversal,<br />

para os diagramas <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações específicas e para o diagrama das tensões normais atuantes<br />

ao longo da altura da viga, consi<strong>de</strong>rando a situação <strong>de</strong> plastificação parcial da sua seção<br />

transversal.<br />

b<br />

ε > ε<br />

cu<br />

y<br />

f<br />

y<br />

d<br />

b<br />

d e<br />

Linha<br />

ε<br />

y<br />

ε<br />

y<br />

ε tu > ε y<br />

Figura 6 – Diagramas <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações específicas e diagrama <strong>de</strong> tensões <strong>de</strong> uma seção<br />

transversal <strong>tipo</strong> <strong>caixa</strong> consi<strong>de</strong>rando a <strong>reserva</strong> <strong>de</strong> resistência inelástica.<br />

f<br />

y<br />

Neutra<br />

y cp<br />

y p<br />

y p<br />

y tp<br />

y c<br />

y t<br />

Com objetivo <strong>de</strong> simplificar a formulação, uma pequena simplificação é feita ao consi<strong>de</strong>rar a<br />

seção transversal do perfil representada pela linha média do seu perímetro e raios <strong>de</strong><br />

dobramento das sua regiões curvas (cantos) iguais a zero, isto é, como sendo quinas retas.


“II Congresso Internacional da Construção Metálica – II CICOM”<br />

“I Jornada Científica da Engenharia - UCG”<br />

Consi<strong>de</strong>rando o equilíbrio da seção transversal da viga na direção do seu eixo longitudinal e<br />

por compatibilida<strong>de</strong> geométrica temos :<br />

d<br />

y c = (4)<br />

2<br />

y<br />

y c<br />

p = (5)<br />

Cy<br />

on<strong>de</strong> :<br />

Cy<br />

= εcu<br />

ε y<br />

(6)<br />

Somando os momentos fletores <strong>de</strong>vido às forças atuantes na seção transversal em relação à<br />

linha neutra tem-se o momento fletor resistente <strong>de</strong> plastificação parcial da seção transversal,<br />

igual a :<br />

⎡<br />

2 ⎛ 2 ⎤<br />

⎢<br />

d<br />

⎞<br />

( )<br />

⎜ 3⋅Cy<br />

− 1<br />

M<br />

⎟⎥<br />

pl = 2⋅<br />

f y ⋅t<br />

⋅ b⋅<br />

d + <strong>de</strong><br />

⋅ d − <strong>de</strong><br />

+ ⋅<br />

para 0


“II Congresso Internacional da Construção Metálica – II CICOM”<br />

“I Jornada Científica da Engenharia - UCG”<br />

Viga<br />

Limite <strong>de</strong><br />

Escoamento<br />

f (MPa)<br />

y<br />

Limite <strong>de</strong><br />

Ruptura<br />

f (MPa)<br />

u<br />

Alongamento.<br />

(%)<br />

(<br />

6<br />

x10 −<br />

e y<br />

mm/mm)<br />

f u f y<br />

1 343,68 459,76 33,34 1693 1,34<br />

2 339,90 460,84 38,70 1674 1,36<br />

3 346,92 473,14 21,60 1709 1,36<br />

Todos os corpos <strong>de</strong> prova ensaiados apresentaram diagramas tensão-<strong>de</strong>formação com patamar<br />

<strong>de</strong> escoamento <strong>de</strong>finido, sendo o seu limite <strong>de</strong> escoamento <strong>de</strong>terminado como o valor último<br />

da tensão a partir do qual o diagrama torna-se horizontal, isto é, atinge o patamar <strong>de</strong><br />

escoamento.<br />

As tensões <strong>de</strong> escoamento e <strong>de</strong> ruptura foram <strong>de</strong>finidas através da média dos resultados<br />

obtidos para os cinco corpos <strong>de</strong> prova ensaiados para cada viga. A <strong>de</strong>formação específica ε y ,<br />

correspon<strong>de</strong>nte ao limite <strong>de</strong> escoamento foi obtida consi<strong>de</strong>rando-se o módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong><br />

igual a E=203000 Mpa.<br />

5.2 Dimensões das Vigas Ensaiadas<br />

As três <strong>vigas</strong> possuem as mesmas dimensões que são 200 mm para a sua altura, 75 mm para a<br />

largura das flanges <strong>de</strong> cada perfil U enrijecido e 25 mm para a altura dos enrijecedores,<br />

conforme ilustra a figura 5, sendo apenas a espessura, t, diferente para cada viga.<br />

Figura 7 – Seção transversal dos perfis <strong>tipo</strong> <strong>caixa</strong> utilizados nos ensaios.<br />

Os perfis U enrijecidos foram obtidos <strong>de</strong> chapas planas através do dobramento a frio por<br />

prensagem completa, com raio interno <strong>de</strong> dobramento igual à espessura da chapa.<br />

Estes perfis foram unidos, através <strong>de</strong> soldagem a arco elétrico com eletrodo E6013, por um<br />

cordão <strong>de</strong> solda intermitente a cada 200 mm.<br />

As dimensões das seções transversais das <strong>vigas</strong> e as relações largura plana/espessura e<br />

esbeltez das flanges e almas são apresentadas na tabela II. A altura plana h, para <strong>de</strong>terminação<br />

da esbeltez da alma da seção transversal, foi consi<strong>de</strong>rada igual à distância entre as faces<br />

interiores das flanges superiores e inferiores.<br />

As seções transversais foram escolhidas com base na esbeltez das flanges comprimidas, sendo<br />

que a viga 1 possui esbeltez λ>0,673 e as <strong>vigas</strong> 2 e 3 com as flanges tendo λ


“II Congresso Internacional da Construção Metálica – II CICOM”<br />

“I Jornada Científica da Engenharia - UCG”<br />

Tabela II: Dimensões, quantida<strong>de</strong> das <strong>vigas</strong> e esbeltez das suas flanges e almas.<br />

Viga Dimensões Quantida<strong>de</strong><br />

Esbeltez flange<br />

Esbeltez alma<br />

λ b/t λ h/t<br />

Viga 1 200x75x25x2,00 1 0,761 33,50 0,814 98,00<br />

Viga 2 200x75x25x2,65 1 0,540 24,30 0,598 73,47<br />

Viga 3 200x75x25x3,00 1 0,439 21,00 0,526 64,65<br />

5.3 Montagem e Execução dos Ensaios <strong>de</strong> Flexão<br />

Os ensaios foram realizados no Laboratório <strong>de</strong> Estruturas Professor Altamiro Tibiriça Dias da<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Ouro Preto. O esquema do ensaio consiste na aplicação <strong>de</strong> duas<br />

cargas concentradas <strong>de</strong> mesmo módulo, P, direção e sentido, sobre a face superior das <strong>vigas</strong><br />

<strong>tipo</strong> <strong>caixa</strong> através <strong>de</strong> uma viga <strong>de</strong> transmissão <strong>tipo</strong> I soldado que recebe a carga total aplicada<br />

no ensaio, 2P, no meio do seu vão, através <strong>de</strong> um atuador hidrâulico. O esquema geral do<br />

ensaio <strong>de</strong> flexão é ilustrado na figura 8 .<br />

Figura 8 – Esquema geral do ensaio <strong>de</strong> flexão e Viga posicionada para início do ensaio.


“II Congresso Internacional da Construção Metálica – II CICOM”<br />

“I Jornada Científica da Engenharia - UCG”<br />

As <strong>vigas</strong> metálicas foram instrumentadas com LVDT's (Linear Variable Differencial<br />

Transformer), mo<strong>de</strong>lo MVL7-2000, <strong>de</strong> medida máxima <strong>de</strong> aproximadamente 50 mm, para a<br />

<strong>de</strong>terminação dos <strong>de</strong>slocamentos verticais. Estes <strong>de</strong>fletômetros foram instalados em suportes<br />

rígidos e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes do restante do aparato do ensaio, <strong>de</strong> modo a não sofrerem nenhuma<br />

influência externa. Os <strong>de</strong>slocamentos foram obtidos na seção transversal central (meio do<br />

vão) e sob os pontos <strong>de</strong> aplicação dos carregamentos concentrados P.<br />

Para se <strong>de</strong>terminar as <strong>de</strong>formações específicas ε , da seção transversal central das <strong>vigas</strong> foram<br />

utilizados extensômetros elétricos <strong>de</strong> resistência (EER) unidirecionais e rosetas. Os EER e<br />

rosetas foram distribuídos conforme apresentado na figura 9, sendo quatro extensômetros<br />

unidirecionais, dois na face superior e dois na face inferior, um para cada flange do perfil U<br />

enrijecido e um extensômetro <strong>tipo</strong> roseta a 45º, a meia altura da alma.<br />

Figura 9 - Posicionamento dos extensômetros elétricos na seção transversal central das <strong>vigas</strong>.<br />

Para todas as <strong>vigas</strong> foi realizado um pré-ensaio com a aplicação <strong>de</strong> um carregamento <strong>de</strong>ntro<br />

da sua fase elástica, em média <strong>de</strong> 20 kN, para a verificação do funcionamento <strong>de</strong> todo o<br />

sistema <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> dados e para acomodação da viga a ser ensaiada.<br />

Após cada pré-ensaio das <strong>vigas</strong>, o ensaio propriamente dito iniciou-se com aplicação <strong>de</strong><br />

carregamento incrementado em média <strong>de</strong> 3,0 kN. Ao final <strong>de</strong> cada incremento <strong>de</strong><br />

carregamento esperava-se a estabilização do mesmo para serem feitas as leituras das<br />

<strong>de</strong>formações específicas, dos <strong>de</strong>slocamentos verticais e do carregamento aplicado.<br />

Maiores <strong>de</strong>talhes sobre a montagem e execução dos ensaios po<strong>de</strong>m ser obtidos na dissertação<br />

<strong>de</strong> mestrado. (Alves, 2001)<br />

6. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS<br />

Todas as <strong>vigas</strong> ensaiadas romperam por plastificação das suas flanges comprimidas, na região<br />

situada entre os pontos <strong>de</strong> aplicação das cargas concentradas P, próximo à seção central.<br />

Apenas para a viga 1 observou-se visualmente a formação das meias ondas senoidais que são<br />

características da flambagem local elástica, antes da ruptura da flange comprimida. As <strong>vigas</strong> 2<br />

e 3 não mostraram nenhum sinal visual <strong>de</strong> flambagem das flanges comprimidas ou das almas<br />

dos perfis U enrijecidos, antes do seu colapso. A figura 10 ilustra o modo <strong>de</strong> ruptura das três<br />

<strong>vigas</strong>.


“II Congresso Internacional da Construção Metálica – II CICOM”<br />

“I Jornada Científica da Engenharia - UCG”<br />

Figura 10 – Vista superior dos modos <strong>de</strong> ruptura das flanges comprimidas das <strong>vigas</strong> 1, 2 e 3.<br />

A tabela III apresenta a carga total última, 2P u , e o momento fletor último experimental, M u ,<br />

<strong>de</strong>terminados em ensaio, para as <strong>vigas</strong> 1, 2 e 3.<br />

Tabela III: Carga total 2P u e momento fletor último experimental, M u .<br />

Vigas 2P u (kN) M u (kN.m)<br />

1 87,38 32,77<br />

2 128,99 48,37<br />

3 167,40 62,78<br />

A tabela IV apresenta a média das <strong>de</strong>formações específicas últimas, ε cu atingidas nas flanges<br />

comprimidas da viga <strong>caixa</strong>, o parâmetro <strong>de</strong> plastificação C y e o <strong>de</strong>slocamento vertical máximo<br />

(flecha) na seção transversal central para as <strong>vigas</strong> 1, 2 e 3. As <strong>de</strong>formações específicas <strong>de</strong><br />

escoamento do aço são reapresentadas nesta tabela para cada viga. As <strong>de</strong>formações<br />

específicas últimas, ε cu , e a <strong>de</strong>formação central, δ Seçãocentral , consi<strong>de</strong>radas nesta tabela são<br />

correspon<strong>de</strong>ntes às cargas 2P, imediatamente anteriores à carga última total do ensaio 2P u .<br />

Tabela IV – Deformações específicas últimas nas flanges comprimidas, ε cu ; parâmetro <strong>de</strong><br />

plastificação C y e <strong>de</strong>slocamento vertical máximo.<br />

Vigas<br />

ε y<br />

ε cu<br />

δ Seçãocentral<br />

10 −3<br />

2 P (kN) ( ⋅10 −6 mm/ mm)<br />

( ⋅10 −6 mm/ mm) C y =ε cu / ε y<br />

1 86,47 1693 1765 1,04 14,78<br />

2 126,30 1674 2847 1,70 21,85<br />

3 164,70 1709 3146 1,84 27,31<br />

( ⋅ m )


“II Congresso Internacional da Construção Metálica – II CICOM”<br />

“I Jornada Científica da Engenharia - UCG”<br />

7. ANÁLISE DOS RESULTADOS<br />

Para as <strong>vigas</strong> 1, 2 e 3 o parâmetro C y variou no intervalo 1≤C y ≤1,84. A figura 11 apresenta a<br />

variação do parâmetro C y em função da relação largura/espessura, b/t, das flanges<br />

comprimidas <strong>de</strong> cada perfil U enrijecido que forma a viga <strong>caixa</strong> e também o critério adotado<br />

pela AISI/1996 para diversos <strong>tipo</strong>s <strong>de</strong> seções transversais.<br />

4<br />

AISI/1996<br />

C y<br />

ε<br />

=<br />

ε<br />

cu<br />

y<br />

3<br />

2<br />

Viga3<br />

Viga2<br />

1<br />

0<br />

21,06 26,73<br />

Viga1<br />

31,06<br />

b t<br />

Figura 11 – Parâmetro C y em função da relação b/t para as flanges comprimidas das <strong>vigas</strong> 1,<br />

2 e 3 e critério da AISI/1996 para outros <strong>tipo</strong>s <strong>de</strong> seções.<br />

A viga 1 atingiu o colapso para um valor último <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação específica praticamente igual<br />

à <strong>de</strong>formação específica <strong>de</strong> escoamento do aço que a compõem (C y =1,04), pois a esbeltez das<br />

suas flanges comprimidas são maiores que a esbeltez limite, b t > ( b t) limite<br />

= 581 f y ou<br />

λ>λp=0,673. As <strong>vigas</strong> 2 e 3, com a esbeltez das suas flanges comprimidas menores que a<br />

limite, atingiram no colapso níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações específicas maiores que a <strong>de</strong> escoamento.<br />

A união <strong>de</strong> dois perfis <strong>tipo</strong> U, com flanges enrijecidas por enrijecedores <strong>de</strong> borda, que<br />

submetidos à flexão isoladamente não apresentariam plastificação da sua flange comprimida,<br />

pois há o colapso anterior por flambagem local, apresentam níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações específicas<br />

nestas flanges, para a carga <strong>de</strong> ruptura, maiores que a <strong>de</strong>formação específica <strong>de</strong> escoamento.<br />

A tabela V apresenta os valores dos momentos fletores calculados para as <strong>vigas</strong> 1, 2 e 3<br />

através das expressões (3), (8) e (7), sendo as duas primeiras expressões para o momento<br />

fletor <strong>de</strong> escoamento M y e a terceira para o momento fletor <strong>de</strong> plastificação parcial, M pl . Os<br />

momentos fletores últimos experimentais, M u , <strong>de</strong>terminados nos ensaios também são<br />

apresentados.<br />

Tabela V - Momentos fletores M y , M pl e M u para as <strong>vigas</strong> 1, 2 e 3.<br />

VIGA<br />

(M y ) Eq.3<br />

(kN.m)<br />

Equação 3<br />

(M y ) Eq.8<br />

(kN.m)<br />

Equação 8<br />

M pl<br />

(kN.m)<br />

Equação 7<br />

M u<br />

(kN.m)<br />

M pl /(M y ) Eq.8<br />

M u /M pl<br />

1 31,59 - - 32,77 - -<br />

2 42,40 43,93 48,57 48,37 1,10 1,00<br />

3 52,02 54,33 60,51 62,78 1,11 1,04


“II Congresso Internacional da Construção Metálica – II CICOM”<br />

“I Jornada Científica da Engenharia - UCG”<br />

Para a viga 1, na expressão 3, o momento <strong>de</strong> inércia da viga é igual ao momento <strong>de</strong> inércia<br />

efetivo calculado após a <strong>de</strong>terminação da largura efetiva das flanges comprimidas.<br />

Para as <strong>vigas</strong> 2 e 3 o momento fletor <strong>de</strong> escoamento M y é calculado pela expressão 3 com o<br />

momento <strong>de</strong> inércia, I x , da linha média da seção transversal, com o raio <strong>de</strong> dobramento das<br />

regiões curvas igual à espessura da chapa, e todas as outras dimensões medidas diretamente<br />

em cada perfil. (Alves, 2001)<br />

Percebe-se existir uma pequena diferença entre os valores dados pela expressão 3 e a<br />

expressão 8, que consi<strong>de</strong>ra as regiões curvas como sendo quinas retas. Sendo assim, a<br />

expressão 8 po<strong>de</strong> ser utilizada para a <strong>de</strong>terminação do momento fletor <strong>de</strong> escoamento <strong>de</strong><br />

perfis <strong>tipo</strong> <strong>caixa</strong>.<br />

O momento fletor <strong>de</strong> plastificação parcial para as <strong>vigas</strong> 2 e 3 foi <strong>de</strong>terminado pela expressão 7<br />

através dos respectivos parâmetros <strong>de</strong> esbeltez C y encontrados nos ensaios das <strong>vigas</strong> 2 e 3.<br />

Os momento fletores M pl tiveram uma boa aproximação com os momentos fletores últimos<br />

experimentais M u , sendo praticamente iguais para a viga 2 e 4% menores para a viga 3.<br />

Os momentos fletores M pl são em torno <strong>de</strong> 10% maiores tanto para a viga 2 quanto para a<br />

viga 3 quando comparados com o momento fletor <strong>de</strong> escoamento dado pela equação 8.<br />

Consi<strong>de</strong>rando a diferença em relação ao momento fletor <strong>de</strong> escoamento dado pela expressão<br />

3, que é o normalmente calculado nas situações <strong>de</strong> projeto, com os valores <strong>de</strong> W x obtidos em<br />

tabelas, esta diferença subiria respectivamente para as <strong>vigas</strong> 2 e 3 para 14,6 % e 16,3 %.<br />

A figura 12 apresenta a evolução da média das <strong>de</strong>formações específicas registradas nos<br />

ensaios para as flanges tracionadas e comprimidas das <strong>vigas</strong> 2 e 3 em relação ao carregamento<br />

total aplicado 2P.<br />

As flanges comprimidas das <strong>vigas</strong> 2 e 3 atingiram <strong>de</strong>formações específicas últimas maiores<br />

que a <strong>de</strong>formação específica <strong>de</strong> escoamento do aço, indicada nas figuras pelas linhas<br />

tracejadas verticais, caracterizando a existência <strong>de</strong> uma <strong>reserva</strong> <strong>de</strong> resistência inelástica para<br />

estas <strong>vigas</strong>. A linha tracejada horizontal representa a carga total última, 2P u para a qual se <strong>de</strong>u<br />

a ruptura das <strong>vigas</strong> por plastificação das flanges comprimidas.<br />

2P<br />

(kN)<br />

150<br />

120<br />

90<br />

60<br />

30<br />

0<br />

Carga x Deformações específicas - VIGA 2B<br />

2 P u = 128, 99kN<br />

ε y<br />

= 1674<br />

1 2<br />

3 4<br />

Flange Superior<br />

Flange Inferior<br />

Seqüência4<br />

0 1000 2000 3000 4000<br />

2P<br />

(kN)<br />

180<br />

150<br />

120<br />

90<br />

60<br />

30<br />

0<br />

Cargas x Deformações específicas - VIGA 3<br />

2 P u = 167, 40kN<br />

ε y<br />

= 1709<br />

1 2<br />

3 4<br />

Flange Superior<br />

Flange Inferior<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000<br />

Deformação específica (<br />

− )<br />

x 10 6 mm / mm<br />

Deformação específica (<br />

− )<br />

x 10 6 mm / mm<br />

Figura 12 – Carga 2P versus a média das <strong>de</strong>formações específicas atingidas pelas flanges<br />

tracionadas e comprimidas das <strong>vigas</strong> 2 e 3.


“II Congresso Internacional da Construção Metálica – II CICOM”<br />

“I Jornada Científica da Engenharia - UCG”<br />

A figura 13 apresenta os gráficos para as <strong>vigas</strong> 2 e 3 das Cargas versus os <strong>de</strong>slocamentos<br />

verticais experimentais registrados na seção transversal central das <strong>vigas</strong> e os <strong>de</strong>slocamentos<br />

teóricos calculados com a utilização do programa PROCESS. (Guimarães, 1998).<br />

A viga foi mo<strong>de</strong>lada computacionalmente como um elemento <strong>de</strong> barra com momento <strong>de</strong><br />

inércia calculado com a média das dimensões reais obtidas através <strong>de</strong> várias medições diretas<br />

<strong>de</strong> cada elemento do perfil em vários pontos ao longo do comprimento da viga.<br />

2P<br />

(kN)<br />

140<br />

120<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

Carga x Deslocamento - Viga 2<br />

2 P adm = 77, 24kN<br />

0 5 10 15 20 25 30<br />

Deslocamento ( mm)<br />

Teórico<br />

DC<br />

2P<br />

(kN)<br />

Figura 13 – Carga 2P versus <strong>de</strong>slocamento experimental (DC) e teórico na seção transversal<br />

central das <strong>vigas</strong> 2 e 3.<br />

180<br />

160<br />

140<br />

120<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

Carga x Deslocamneto - Viga 3<br />

2 P adm = 100, 24kN<br />

DC<br />

Teórico<br />

0 10 20 30 40<br />

Deslocamento ( mm)<br />

As linhas tracejadas indicam as cargas admissíveis ou <strong>de</strong> trabalho que po<strong>de</strong>riam atuar em uma<br />

situação real <strong>de</strong> projeto nas <strong>vigas</strong> 2 e 3. Estas cargas foram obtidas aplicando à carga última<br />

experimental o coeficiente <strong>de</strong> segurança 1,67.<br />

Para as cargas admissíveis fez-se a leitura através dos gráficos Carga 2P x Deslocamento para<br />

obter-se o <strong>de</strong>slocamento vertical experimental e teórico da seção transversal do meio do vão<br />

das <strong>vigas</strong> 2 e 3. Os dados estão na tabela VI.<br />

Tabela VI – Deslocamentos verticais máximos correspon<strong>de</strong>ntes ao carregamento 2P adm e<br />

<strong>de</strong>slocamentos limites recomendados pela NBR 14762.<br />

Deslocamentos limites - Vigas.<br />

Deslocamento<br />

2P ( ⋅ 10 −3<br />

u 2P adm vertical<br />

m )<br />

Vigas<br />

( ⋅10 −3 m )<br />

Terças em<br />

(kN) (kN)<br />

Piso Cobertura<br />

geral<br />

Teórico DC L 300 L 250 L 180<br />

1 87,38 52,32 6,70 7,10<br />

2 128,99 77,24 7,96 8,70 8,3 10,0 13,9<br />

3 167,40 100,24 8,61 10,38<br />

Os <strong>de</strong>slocamentos experimentais, com pequenas diferenças, satisfazem os <strong>de</strong>slocamentos<br />

limites recomendados pela NBR14762, assim a <strong>reserva</strong> <strong>de</strong> resistência inelástica existente para<br />

as <strong>vigas</strong> 2 e 3 po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada no seu dimensionamento pois o estado limite <strong>de</strong> utilização<br />

por <strong>de</strong>formação é satisfeito.


“II Congresso Internacional da Construção Metálica – II CICOM”<br />

“I Jornada Científica da Engenharia - UCG”<br />

8. CONCLUSÕES<br />

Os resultados obtidos nos ensaios experimentais comprovaram que as <strong>vigas</strong> 2 e 3 atingiram<br />

nas suas flanges comprimidas <strong>de</strong>formações específicas últimas, ε cu , maiores que a <strong>de</strong>formação<br />

específica <strong>de</strong> escoamento do aço, ε y , caracterizando assim a existência da <strong>reserva</strong> <strong>de</strong><br />

resistência inelástica das <strong>vigas</strong> <strong>tipo</strong> <strong>caixa</strong> <strong>formadas</strong> pela soldagem <strong>de</strong> dois perfis <strong>tipo</strong> U<br />

enrijecido, que apresentam flanges e almas com esbeltez λ

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!