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Questionando a “verdade” - Dental Press

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E d i t o r i a l<br />

<strong>Questionando</strong> a “verdade”<br />

Durante mais de oito anos este espaço vem servindo<br />

para enaltecer a ciência brasileira e para transformar<br />

nossa voz em uma alternativa de comunicação da classe<br />

ortodôntica. Nesses parágrafos, temos a preocupação de<br />

transparecer a real vocação de uma revista científica.<br />

Recordemos o que é ciência. Para os eruditos a ciência se<br />

caracteriza pela busca constante da verdade, o que implica<br />

em um ambiente permeado por antagonismos e interesses.<br />

Toda ciência, por mais exata que seja, tem o seu caráter<br />

filosófico e para Filosofia a verdade é transitória - a cada<br />

momento, uma verdade substitui a outra. Por isso, no meio<br />

científico, esta busca da “verdade” está relacionada a divergências,<br />

controvérsias, oportunidades e predominância.<br />

Isso torna a comunidade científica polêmica, controvertida<br />

e interessada num único objetivo: a busca do novo<br />

conhecimento, ou como se diz no meio, a busca de novas<br />

“verdades”. Portanto, se esta Revista reflete e atua como<br />

porta-voz deste contexto, conseqüentemente, tenderá a ser<br />

polêmica , controvertida, questionadora e questionável das<br />

“verdades” apresentadas pelos pesquisadores que a usam<br />

como veículo.<br />

Historicamente, o debate é o que promove a evolução<br />

da ciência. Na Grécia de Aristóteles, berço da civilização<br />

ocidental, as discussões e questionamentos eram constantes,<br />

quase obrigatórios. Como lembrado por nossa editora<br />

assistente, Maria Fernanda Martins-Ortis, na Idade Média,<br />

considerada como período das trevas para o conhecimento<br />

humano, o dogmatismo e a condução da massa cercearam<br />

a liberdade de pensamento, atrapalhando o progresso<br />

social e científico da humanidade. Com a Renascença e<br />

o Iluminismo, despontaram mentes brilhantes no âmbito<br />

das artes, da filosofia e da ciência, resgatando o valor de<br />

novas idéias. O pai da experimentação, Galileu Galilei<br />

é um exemplo de personalidade que mesmo sob o ambiente<br />

das perseguições não abandonou suas idéias. Sua<br />

persistência edificou alguns dos paradigmas da ciência<br />

moderna. Acima do conhecimento transmitido por Galileu,<br />

devemos admirá-lo por ter questionado conceitos<br />

adotados por uma sociedade que abortava o novo e<br />

estava ávida por queimar, enforcar, crucificar, exterminar<br />

corajosos e “subversivos” homens que procurassem<br />

mudar a História.<br />

A Revista <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> busca manter o espírito de Galileu<br />

vivo, descartando as oportunidades fáceis. Por vezes,<br />

isso a torna uma revista pouco digerível, mas sem dúvida,<br />

rica em trabalhos realmente questionadores, retratando<br />

pesquisas com rigor científico. Há densidade de artigos,<br />

tanto numericamente, quanto qualitativamente. Sem dúvida,<br />

a Revista prioriza publicações que obedeçam não só<br />

as normas de avaliação da revista, mas que, principalmente,<br />

se enquadrem dentro de padrões internacionalmente conhecidos<br />

para relato de pesquisas. Claro que, para tanto,<br />

o periódico conta com a avaliação de um rigoroso quadro<br />

de consultores. Sem nos afastar do vínculo clínico que<br />

guia nossa atividade profissional cotidiana, cada vez mais<br />

também, optamos por artigos inéditos em detrimento das<br />

chamadas revisões de literatura.<br />

Na presente edição, dois artigos podem exemplificar<br />

o caminho adotado pela revista. Tratando de um assunto<br />

dogmático para a Ortodontia, os pesquisadores Bizetto,<br />

Shimizu, Maruo e Guariza Filho abordam a respiração<br />

bucal de maneira coerente e vinculada aos padrões faciais.<br />

Já o Tópico Especial dessa edição versa sobre o tratamento<br />

de casos com problemas periodontais de uma forma<br />

única, apresentando toda sabedoria e experiência de uma<br />

profissional que foi pioneira no tema, Dra. Júlia Harfin.<br />

Como todo assunto abordado na secção Tópico Especial,<br />

o vínculo clínico é mantido, remetendo nossos leitores ao<br />

questionamento dos paradigmas adquiridos durante suas<br />

formações.<br />

Assim como demonstram esses dois trabalhos e os<br />

demais publicados nesse volume, sabemos que a opção dos<br />

grandes profissionais brasileiros, interessados na grandeza<br />

de nossa ciência, que fazem pesquisa com rigor, adotando<br />

uma postura persistente e totalmente abnegada, não é um<br />

mar de rosas. Os incentivos governamentais são escassos,<br />

os centros de desenvolvimentos estão concentrados em<br />

determinadas regiões e, principalmente, os resultados<br />

demoram a aparecer. Por isso, quase sempre é mais fácil<br />

orientar os alunos de pós-graduação a revisarem trabalhos<br />

já publicados, ou a fazerem pesquisas casuais.<br />

Contudo, estamos certos de que para o desenvolvimento<br />

da ortodontia os trabalhos prospectivos, com<br />

amostras adequadas e realmente questionadoras de<br />

temas “pendentes” da prática cotidiana, deveriam ser<br />

mais numerosos.<br />

Buscando incentivar essa prática, permaneceremos<br />

totalmente contrários ao processo de massificação da<br />

pesquisa, do dogmatismo e da condução do pensamento.<br />

Levantaremos, com freqüência, nossa voz para favorecer<br />

a difusão da verdadeira ciência junto a estudantes, população<br />

e profissionais em geral. Apoiaremos as divergências<br />

salutares e essenciais, encorajando a busca da “verdade” e<br />

o seu constante questionamento. O que mais nos alegra e<br />

incentiva é perceber que contamos com muitos colaboradores<br />

ao nosso lado apoiando essa vocação. Nesse sentido,<br />

temos muito mais sorte do que Galileu.<br />

Adilson Luiz Ramos<br />

Editor<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 9, n. 1, p. 5, jan./fev. 2004


N o v o s P r o d u t o s<br />

Arco CNA Alça Cogumelo TM<br />

Pensando no conforto dos pacientes, a Orthoghia acaba de receber da Ortho-Organizers®<br />

o Arco CNA Alça Cogumelo®. Similar a Alça “T”, o Arco CNA apresenta um formato mais<br />

anatômico da parte arredondada gengival, o que propicia mais conforto aos pacientes e menor<br />

dano aos tecidos moles.<br />

Utilizado para uma variedade de aplicações clínicas, o Arco CNA Alça Cogumelo®<br />

pode ser aplicado para intrusão anterior, fechamento de espaços, mecânica de elásticos<br />

e retração.O arco pode ser manipulado no segmento anterior e posterior independentemente<br />

ou em conjunto para efetuar a movimentação ortodôntica desejada.<br />

Como o Arco CNA Alça Cogumelo® possui propriedades mecânicas diferenciadas,<br />

além de uma composição especial do metal, com memória e forma aperfeiçoada de sua alça, o profissional<br />

consegue maior eficiência no fechamento dos espaços, intrusão anterior, retração e mecânica de elásticos.<br />

“Antecipando o Futuro dos Ortodontistas”<br />

Rua Mucajaí, Nº 36 – sala 2 – Moema – Cep 04084-040 – São Paulo – SP – Fone: 0800-162699 – Fone/Fax: (11) 5561-5554<br />

e-mail:orthoghia@orthoghia.com.br / www.orthoghia.com.br<br />

A Fotografia na Ortodontia<br />

Gustavo Kreuzig Bastos<br />

N o v i d a d e s E d i t o r i a i s<br />

Importante ferramenta de acompanhamento das várias etapas<br />

do tratamento ortodôntico, não só para o profissional, mas principalmente<br />

ao paciente, a fotografia apresenta os resultados obtidos<br />

e contribui o maior dinamismo da Ortodontia. A obra “A Fotografia<br />

Digital na Ortodontia”, de Gustavo Kreuzig Bastos, lançada pela<br />

Editora Santos apresenta todo o dinamismo pelo qual passa a fotografia,<br />

com seus horizontes digitais e percalços com equipamentos,<br />

mas também assegura ao leitor como aproveitar muitos segredos<br />

apresentados pelo autor.<br />

Essencial para o diagnóstico ortodôntico, a utilização da fotografia<br />

digital, que já alcança satisfatoriamente a qualidade para atender às<br />

exigências dos profissionais que valorizam os mínimos detalhes, vem se<br />

tornando cada vez mais essencial também como ferramenta de comunicação<br />

eficaz com o paciente e de atualização profissional com outros<br />

amigos, seja através de sites ou mesmo pelo e-mail. O livro também<br />

aborda técnicas escaneamento, tratamento, armazenamento, transmissão<br />

e de formatos de arquivos.<br />

Editora Santos - 2004<br />

Tel.: (11) 5574-1200<br />

vendas@editorasantos.com.br<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 20 Maringá, v. 9, n. 1, p. 20, jan./fev. 2004


E n t r e v i s t a<br />

Ravindra Nanda<br />

É com grande honra que apresento o Prof.<br />

Dr. Ravindra Nanda, chefe do departamento de<br />

Ortodontia da Universidade de Connecticut dos<br />

Estados Unidos desde 1990. O Dr. Nanda é um dos<br />

mais requisitados conferencistas em congressos no<br />

mundo inteiro.<br />

- Bacharel e Mestre em Odontologia pela King<br />

George´s Medical College, Lucknow, Índia.<br />

- Pós-graduação em Cirurgia em Ortodontia pela<br />

Lucknow Univ., Lucknow, Índia.<br />

- Phd em Filosofia Odontológica pela University of<br />

Nymegen, Classe de 1967-70, Nymegen, Holanda.<br />

- Certificado em Medicina <strong>Dental</strong> Ortodôntica pela<br />

University of Connecticut Classe, Farmington,<br />

CT/USA.<br />

- Diretor do Departamento de Ortodontia da Escola<br />

de Medicina <strong>Dental</strong> da University of Connecticut,<br />

Farmington, CT/USA.<br />

- Professor do Departamento de Ortodontia, Escola<br />

de Medicina <strong>Dental</strong> University of Connecticut,<br />

Farmington, CT/USA.<br />

- Residente no Hospital John Dempsey na<br />

University of Connecticut Health Center,<br />

Farmington, CT/USA.<br />

- Autor do livro Ortodontia Adulta, Clínicas<br />

Odontológicas da América do Norte, Volume 11.<br />

Editora W.B. Saunders, Filadélfia/USA.<br />

- Autor de inúmeros artigos publicados no mundo<br />

inteiro.<br />

Nos últimos trinta anos tem trabalhado em<br />

pesquisas de crescimento crânio-facial, forças ortopédicas,<br />

cirurgia ortognática e fissuras de lábio e<br />

palato. Atualmente, ele tem se dedicado a estudos<br />

clínicos e aplicado os princípios da biomecânica<br />

no desenvolvimento de novos fios e aparelhos<br />

ortodônticos. É autor e co-autor de três livros de<br />

ortodontia e mais de uma centena de artigos nas<br />

principais revistas científicas.<br />

Gostaria de agradecer ao publisher Dr. Laurindo<br />

Furquim pela oportunidade de coordenar<br />

e apresentar esta entrevista. Agradeço também<br />

aos nobres professores que ofereceram um pouco<br />

de seu tempo para elaborar perguntas para você,<br />

colega, aproveitar ao máximo os conhecimentos e<br />

a experiência clínica que o Dr. Nanda nos brindou<br />

nesta entrevista. O trabalho foi árduo, porém extremamente<br />

gratificante.<br />

“Thanks” Professor Nanda!<br />

Carlos Henrique Guimarães Jr<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 21 Maringá, v. 9, n. 1, p. 21-26, jan./fev. 2004


Entrevista<br />

Carlos Henrique Guimarães Jr<br />

- Graduado em Odontologia pela Universidade de<br />

Brasília – Unb.<br />

- Especialista em Ortodontia –PUC-RJ.<br />

- Especialista em Ortopedia Funcional dos Maxilares-<br />

CFO.<br />

- Prof. Assistente I da Disciplina de Ortodontia das<br />

Faculdades Objetivo – CESUBRA.<br />

- Mestrando em Ortodontia –UNICID-SP.<br />

- Ex-Presidente da Sociedade de Ortodontia do Distrito<br />

Federal – SORT-DF.<br />

Flávio Augusto Cotrim-Ferreira<br />

- Doutor, Mestre e Especialista em Ortodontia pela<br />

Faculdade de Odontologia da Usp, FOUSP.<br />

- Prof. dos Cursos de Mestrado, Especialização e<br />

Graduação de Ortodontia da Universidade Cidade<br />

de São Paulo.<br />

- Co - autor do livro Ortodontia-Diagnóstico e Planejamento<br />

Clínico. Editora Artes Médicas, 5a. Edição,<br />

2003.<br />

- Prof. Ministrador de Cursos de Ortodontia da EAP-<br />

APCD.<br />

Flávio Vellini<br />

- Livre Docente em Anatomia pelo Instituto de Ciências<br />

Biomédicas da USP em 1974.<br />

- Diretor da Faculdade de Odontologia da Zona Leste<br />

de São Paulo (UNICID) de 1970 até a presente data.<br />

- Publicou o livro Ortodontia – Diagnóstico e Planejamento<br />

Clínico.<br />

- Pós-Graduado em Bioestatística pela USP.<br />

- Presidente da Academia Paulista de Odontologia.<br />

- Prof. Adjunto do Instituto de Ciências Biomédicas<br />

da USP em 1978.<br />

Hélio Hissashi Terada<br />

- Professor dos Cursos de Pós-Graduação em Ortodontia<br />

e Ortopedia Facial -Especialização Latu<br />

sensu, promovidos pela Associação Maringaense de<br />

Odontologia (regional ABO – Maringá).<br />

- Coordenador do curso de Especialização em Ortodontia<br />

Ortopedia Facial da Universidade Estadual<br />

de Maringá.<br />

- Doutor em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia<br />

da Universidade Estadual de São Paulo<br />

– UNESP- Araraquara.<br />

Rolf Faltin<br />

- Mestre em Biologia Celular e Tecidual pela Universidade<br />

de São Paulo (ICB/USP).<br />

- Doutor em Ortodontia-Ortopedia Facial pela Universidade<br />

de Ulm, Alemanha.<br />

- Prof. Titular do Curso de Graduação e Pós-Graduação<br />

em Ortodontia-Ortopedia Facial, Departamento<br />

de Odontologia, Universidade Paulista<br />

- Pesquisador Associado do Laboratório de Biologia<br />

dos Tecidos Mineralizados (LBTM), Instituto de<br />

Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São<br />

Paulo (USP).<br />

- Pesquisador Associado do Departamento de Ortodontia<br />

da Universidade de Ulm, Alemanha.<br />

Tatsuko Sakima<br />

- Prof. Visitante junto ao Departamento de Ortodontia<br />

da University of Connecticut School of <strong>Dental</strong><br />

Medicine – USA.<br />

- Prof. Titular (aposentado) do Departamento de Clínica<br />

Infantil – Disciplina de Ortodontia Preventiva.<br />

- Ex-Diretor da Faculdade de Odontologia de Araraquara<br />

– UNESP.<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 26 Maringá, v. 9, n. 1, p. 21-26, jan./fev. 2004


C u r s o s e E v e n t o s<br />

V Encontro Internacional de Cirurgia Ortognática e Ortodontia<br />

II Encontro de Fonoaudiologia e I Encontro de<br />

Otorrinolaringologia do CEDEFACE<br />

Data: 18 a 20 de março de 2004<br />

Local: Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP<br />

Informações: 16 235-2693 (CEDEFACE)<br />

2º Congresso Paulista e 1º Congresso Internacional - APEO<br />

Data: 01 a 03 de Abril de 2004<br />

Local: Centro de Convenções de Ribeirão Preto - Ribeirão Preto - SP<br />

Informações: 11 6131-2300 Fax: 6131-9631<br />

eventos@vmcom.com.br<br />

II Congresso Cearense de Odontopediatria e<br />

Ortodontia-Ortopedia Facial<br />

Data: 27 a 29 de Maio de 2004<br />

Local: Hotel Vila Galé - Fortaleza - Ceará<br />

Informações: Oficina de Eventos: (85) 261-2000<br />

III Meeting Internacional<br />

Data: 3, 4 e 5 de Junho de 2004<br />

Local: Brasília - DF<br />

Informações: Sort-DF<br />

61 322-5796 / 322-5801<br />

IV Encontro Internacional de Ortodontia de Goiás<br />

Data: 10, 11, e 12 de Junho de 2004<br />

Local: Goiás -GO<br />

Informações: 62 521-1885<br />

posgraduacao@odonto.ufg.br<br />

Xth International Symposium on Dentofacial<br />

Development and Function<br />

Data: 08 a 12 de Agosto de 2004<br />

Local: Costa do Sauípe - Bahia - Brasil<br />

Informações: CR Promoções e Eventos<br />

Tel./Fax: +55 11 6131-2300 / 6131-9631<br />

e-mail: xth_dfdf@hipernet.com.br<br />

14º Congresso Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia<br />

Funcional dos Maxilares<br />

Data: 09 a 12 de Outubro de 2004<br />

Local: Expo Center Norte - São Paulo - SP<br />

Informações: 11 5574-7966 / 5573-6334<br />

eventos@vmcom.com.br<br />

9º Encontro Internacional de Ortodontia<br />

Data: 19 e 20 de Novembro de 2004<br />

Local: Universidade de São Paulo - Campus Bauru - SP<br />

Informações: 14 3235-8437 / 3223-2100<br />

evgentos@centrinho.usp.br<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 27 Maringá, v. 9, n. 1, p. 27, jan./fev. 2004


A c o n t e c i m e n t o s<br />

Contando com representantes<br />

de diversas cidades do<br />

Brasil, o Excelência na Ortodontia<br />

é uma iniciativa da<br />

<strong>Dental</strong> <strong>Press</strong>, única em toda<br />

América Latina, que reúne os<br />

melhores professores do país<br />

num programa dividido em<br />

módulos e especialmente dirigido<br />

ao especialista em Ortodontia<br />

e Ortopedia Facial.<br />

No último dia 12 de dezembro,<br />

o Programa formou<br />

Excelência na Ortodontia forma sua quinta turma<br />

O representante da turma, Sadi<br />

Flávio Horst de Porto Alegre<br />

discursa durante a formatura.<br />

sua 5ª turma que reuniu 21 participantes de todo Brasil nos<br />

meses de fevereiro, abril, junho, agosto, outubro e dezembro<br />

de 2003. Durante esse período, esses especialistas tiveram a<br />

oportunidade de assistir aulas com 33 professores e conhecer<br />

diversas abordagens para o tratamento ortodôntico.<br />

Para comemorar o encerramento das atividades, participantes,<br />

equipe de organização, professores, autoridades<br />

da Odontologia de Maringá/PR e demais convidados participaram<br />

de uma confraternização na noite do dia 12 de<br />

dezembro.<br />

Da esquerda para a direita, posicionados na frente:<br />

Ana Edite Coelho Queiroz de Fortaleza – Ceará; Bethanya Socorro da Costa<br />

Araújo de Araguaína – Tocantins; José Marcos de Carvalho de Barbacena<br />

– Minas Gerais; Rodrigo Oliveira Almada de Belo Horizonte – Minas Gerais;<br />

Jaerilson Huyer Klippel de Curitiba – Paraná; Sadi Flávio Horst de Porto Alegre<br />

– Rio Grande do Sul; Marta Monteiro Amaral de Niterói – Rio de Janeiro ;<br />

Cristhiane D. da Silva de Blumenau – Santa Catarina; Pierre Alexandre Boulos<br />

de Curitiba – Paraná; Francisco de Assis Rotta Pereira de Lages – Santa<br />

Catarina; Renata Ferreira Franco Guedes de Angra dos Reis – Rio de Janeiro;<br />

Edmárcio Mafaciolli de Guaporé – Rio Grande do Sul.<br />

Posicionados atrás:<br />

Sérgio Luiz Peixoto Dias de Gravataí – Rio Grande do Sul; Waldercy Joe da<br />

Costa Silva de Boa Vista – Roraima; Marivane Costa Berber Bottega de Panambi<br />

– Rio Grande do Sul; Glauber Fabre Carinhena de Embu – São Paulo;<br />

Mara Isabel Denardi Nehring de Chapecó – Santa Catarina; Alexandre Manzano<br />

de São Paulo – capital; Itiro Roberto Yoshiaysbbu de Curitiba – Paraná;<br />

Paulo Rogério Fogaça de Bandeirantes – Paraná; Denis César Emerick de<br />

Ipatinga – Minas Gerais.<br />

Conheça os participantes da<br />

5ª turma do Excelência:<br />

Quinta turma do programa Excelência na Ortodontia, professores e equipe de organização<br />

na formatura do dia 12 de dezembro. Os participantes Renata Ferreira<br />

Franco Guedes, de Angra dos Reis/RJ; Alexandre Manzano Correia da capital<br />

paulista, Sérgio Luiz Peixoto Dias de Guaporé/RS e Glauber Fabre Carinhena de<br />

Embu/SP estiveram impossibilitados de comparecer ao evento da formatura, tendo<br />

sido assíduos a todos os outros módulos do Programa.<br />

Alguns dos participantes do Programa Excelência: Edmárcio Mafaccioli, de Guaporé/RS;<br />

Bethanya Socorro da Costa Araújo de Araguaína/TO e Marta Monteiro<br />

Amaral de Niterói/RJ.<br />

Alexandre Manzano<br />

São Paulo – SP<br />

Ana Edite Coelho Queiroz Fortaleza – CE<br />

Bethanya S. da Costa Araújo Araguaína - TO<br />

Cristhiane D. da Silva<br />

Blumenau – SC<br />

Denis César Emerick<br />

Ipatinga – MG<br />

Edmárcio Mafaciolli<br />

Guaporé – RS<br />

Francisco de Assis Rotta Pereira Lages – SC<br />

Glauber Fabre Carinhena Embu – SP<br />

Itiro Roberto Yoshiaysbbu Curitiba - PR<br />

Jaerilson Huyer Klippel Curitiba - PR<br />

José Marcos de Carvalho Barbacena – MG<br />

Mara Isabel Denardi Nehring Chapecó – SC<br />

Marivane C. Berber Bottega Panambi – RS<br />

Marta Monteiro Amaral Niterói – RJ<br />

Paulo Rogério Fogaça<br />

Bandeirantes - PR<br />

Pierre Alexandre Boulos Curitiba - PR<br />

Renata Ferreira F. Guedes Angra dos Reis – RJ<br />

Rodrigo Oliveira Almada Belo Horizonte – MG<br />

Sadi Flávio Horst<br />

Porto Alegre – RS<br />

Sérgio Luiz Peixoto Dias Gravataí – RS<br />

Waldercy Joe da Costa Silva Boa Vista – RO<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 28 Maringá, v. 9, n. 1, p. 28-29, jan./fev. 2004


A c o n t e c i m e n t o s<br />

Ortodontista brasileiro recebe Prêmio Internacional<br />

O trabalho intitulado “Long-term outcome of skeletal Class II Division 1 malocclusion<br />

treated with rapid palatal expansion and Kloehn cervical headgear”, foi escolhido pela Comissão<br />

Editorial da American Journal of Orthodontics & Dentofacial Orthopedics (AJO-<br />

DO) como CDABO Case Report of the Year, ou seja, o melhor relato de caso publicado no<br />

ano 2003.<br />

CDABO é a sigla em inglês para College of Diplomates of the American Board of Orthodontics.<br />

O prêmio é concedido aos melhores casos publicados por ortodontistas certificados<br />

pelo Board. O trabalho publicado na AJO-DO, em agosto de 2003, é de autoria de Roberto<br />

Mário Amaral Lima Filho e de Anna Letícia Lima.<br />

A escolha do relato de caso do ano por uma revista considerada como uma das melhores<br />

Roberto Mário Amaral Lima Filho revistas científicas de Ortodontia do mundo, vem coroar o trabalho de Roberto Lima Filho,<br />

primeiro brasileiro a receber a titulação do Board Americano e atual presidente do Board<br />

Brasileiro.<br />

A premiação ao Dr. Roberto Lima acontecerá durante a 104th Annual Session of American Association of Orthodontists<br />

(AAO) em Orlando, Flórida, Estados Unidos, que será realizada no período de 30 de abril a 4 de maio deste ano.<br />

I n M e m o r i a m<br />

A Odontologia brasileira perde um dos seus expoentes mais queridos<br />

O recente falecimento do pesquisador<br />

e incentivador da Odontologia<br />

brasileira José Valdes Conti, deixa uma<br />

lacuna enorme na ciência nacional.<br />

Professor Titular do Departamento de<br />

Prótese da Faculdade de Odontologia<br />

de Bauru, José Valdes Conti era consultor<br />

da Revista <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> na área<br />

de prótese odontológica.<br />

José Valdes Conti.<br />

Dedicado e inteiramente envolvido<br />

com a pesquisa científica, o professor integrava o corpo<br />

docente da graduação e da pós-graduação da FOB sendo<br />

responsável pela disciplina de Dentaduras Completas.<br />

Reconhecido pelo trabalho na especialidade que abraçou,<br />

o professor recebeu o diploma e a medalha “Luís<br />

César Pannain“, concedida anualmente pelo Sindicato dos<br />

Odontologistas do Estado de São Paulo (SOESP), além<br />

de outras diversas honrarias decorrentes de sua atuação<br />

na Odontologia nacional. Em 1990, passou a ocupar a<br />

vice-reitoria da Faculdade de Odontologia de Bauru, da<br />

Universidade de São Paulo, permanecendo no cargo por<br />

quatro anos. Conjugando o envolvimento em diversos cargos<br />

administrativos, comissões e atividades acadêmicas da<br />

FOB-USP, o professor Conti também foi coordenador de<br />

cursos de especialização, mestrado e doutorado<br />

promovidos pela Universidade e<br />

pela FUNBEO (Fundação Bauruense de<br />

Estudos Odontológicos).<br />

Historicamente envolvido com as atividades<br />

de associação de classe, foi também<br />

Conselheiro e diretor de entidades<br />

como a APCD e o Conselho Regional de<br />

Odontologia de São Paulo. Recentemente,<br />

exerceu o cargo de Coordenador da área<br />

de Saúde e Diretor da Faculdade de Odontologia da UNIP,<br />

Campus Bauru.<br />

Sua passagem pela Faculdade de Odontologia de Bauru<br />

funde-se com a história da instituição, tendo um papel<br />

decisivo para transformar a FOB num centro de referência<br />

para a Odontologia e para o ensino nacional. Os passos de<br />

José Valdes influenciaram seu filho Paulo César R. Conti,<br />

que atuando na área da Disfunção Temporomandibular<br />

colabora com a difusão do rigor e da qualidade na pesquisa<br />

científica brasileira.<br />

As contribuições e o apoio de José Valdes Conti à Revista<br />

<strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> ficarão perpetuados com admiração e<br />

orgulho, simbolizando a dedicação e o empenho desse profissional<br />

para as próximas gerações.<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 29 Maringá, v. 9, n. 1, p. 28-29, jan./fev. 2004


A c o n t e c i m e n t o s<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 30 Maringá, v. 9, n. 1, p. 28-29, jan./fev. 2004


P o n t o d e V i s t a<br />

Por que se preocupar com a higienização<br />

dos aparelhos<br />

Maria Fernanda MARTINS-ORTIZ*; Patrícia Zambonato FREITAS*; Paulo NELSON-FILHO**; Alberto CONSOLARO***<br />

No filme “Procurando Nemo”, o Cirurgião-<br />

Dentista passa o dedo dentro do aquário sujo e<br />

depois o limpa no guardanapo do paciente. Ao<br />

mesmo tempo que acintoso, é triste constatar a<br />

imagem internacional estigmatizada do Cirurgião-Dentista<br />

como um profissional pouco preocupado<br />

com a higiene.<br />

Foi com muita satisfação que tomamos conhecimento<br />

das recentes discussões geradas no<br />

meio ortodôntico a respeito da higienização dos<br />

aparelhos fixos dentomucosuportados e das pesquisas<br />

realizadas sobre o assunto em alguns centros<br />

de estudo.<br />

Na Nota Prévia publicada no v. 8, n. 6, desta<br />

revista atentamos para o acúmulo de colônias<br />

bacterianas e fúngicas na superfície acrílica de<br />

um aparelho expansor tipo Haas, advindo da dificuldade<br />

de higienização do paciente. Considerando<br />

este acúmulo como foco, em potencial, de<br />

infecção, sugerimos que fossem realizados procedimentos<br />

de higienização adicionais para uma<br />

melhor limpeza da superfície acrílica. Em outras<br />

palavras, chamamos a atenção para a necessidade<br />

da adoção de protocolos de limpeza destes aparelhos.<br />

No número seguinte, o Dr. Câmara respondeu-nos<br />

oferecendo, de forma detalhada, um protocolo<br />

semanal de higienização simples, adotado<br />

A<br />

Figura 1A, B – Contaminação microbiana de escovas de dente (de Nelson-Filho, 2003).<br />

B<br />

* Mestres em Ortodontia e Doutorandas em Patologia Bucal na FOB - USP.<br />

** Professor Livre Docente e Chefe do Departamento de Clínica Infantil, Odontologia Preventiva e Social da FORP-USP<br />

*** Professor Titular e Chefe do Departamento de Estomatologia da FOB-USP<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 30 Maringá, v. 9, n. 1, p. 30-32, jan./fev. 2004


MARTINS-ORTIZ, M. F.; FREITAS, P. Z.; NELSON-FILHO, P.; CONSOLARO, A.<br />

com sucesso em sua clínica. Sugeriu, ainda, que<br />

este protocolo com a utilização de fio dental seja<br />

testado metodologicamente, comprovando a sua<br />

eficácia clínica.<br />

Surpreendemo-nos ao constatar a grande<br />

apreensão dos ortodontistas a respeito do assunto,<br />

visto que os aparelhos dentomucossuportados<br />

fixos, como por exemplo os expansores tipo Haas,<br />

são amplamente utilizados.<br />

A observação clínica do acúmulo exagerado<br />

de resíduos e a realização do exame citopatólógico<br />

para evidenciar a presença de bactérias e<br />

fungos na superfície do aparelho ocorreram-nos<br />

por serendipidade. Em diversas teses orientadas<br />

por Nelson-Filho 1-8 na Disciplina de Odontopediatria<br />

da Faculdade de Odontologia de Ribeirão<br />

Preto-USP, em conjunto com a Faculdade de Ciências<br />

Farmacêuticas de Ribeirão Preto – USP,<br />

demonstrou-se a presença de grande número de<br />

colônias bacterianas (biofilmes microbianos) sobre<br />

as cerdas de escovas de dente (Fig. 1A, B) e<br />

chupetas (Fig. 2A, B), após uma única utilização,<br />

incluindo-se a tese de Livre-Docência defendida<br />

em novembro passado.<br />

Os resultados destas teses são realmente muito<br />

importantes, destacando um problema antes igno-<br />

rado. As ilustrações contidas nos trabalhos são tão<br />

impressionantes, que mães totalmente leigas em<br />

Odontologia ficam tão alarmadas que começam a<br />

realizar a desinfecção das chupetas após o uso, por<br />

meio de fervura ou uso de agentes antimicrobianos<br />

sob a forma de spray, em função do alto nível<br />

de contaminação bacteriana observado. Da mesma<br />

forma alarmante é a contaminação bacteriana de<br />

escovas de dente submetidas a procedimentos rotineiros<br />

de lavagem e armazenamento, evidenciando<br />

a necessidade da realização de procedimentos<br />

para sua desinfecção, diariamente. Estes estudos<br />

avaliam, inclusive, a eficácia do uso de dentifrícios<br />

contendo substâncias antimicrobianas e da utilização<br />

diária de produtos químicos auxiliares, sob<br />

a forma de spray, e sua eficácia na desinfecção de<br />

chupetas e escovas.<br />

Com estas pesquisas é impossível não indagar<br />

a respeito dos aparelhos ortodônticos e da retenção<br />

adicional que proporcionam. À luz da microscopia<br />

de varredura, o acrílico constitui uma<br />

verdadeira esponja, com inúmeras porosidades<br />

que possibilitam grande retenção de resíduos e<br />

microrganismos. Não é a toa que mesmo os aparelhos<br />

contensores removíveis adquirem coloração<br />

esbranquiçada com o uso. Imaginem o que<br />

A<br />

Figura 2A, B – Contaminação microbiana de chupetas (de Louvain, 2002).<br />

B<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 31 Maringá, v. 9, n. 1, p. 30-32, jan./fev. 2004


Por que se preocupar com a higienização dos aparelhos<br />

ocorre quando não é possível uma higienização<br />

adequada!<br />

Nesta linha de pesquisa, Nelson-Filho, orientados<br />

e sua equipe, juntamente com a disciplina de<br />

Patologia da Faculdade de Odontologia de Bauru<br />

– USP, vêm elaborando projetos de pesquisa para<br />

avaliar, também, a contaminação da superfície<br />

de aparelhos acrílicos fixos e removíveis, e o que<br />

pode ser feito para reduzi-la.<br />

Na atual era da Promoção de Saúde e da Biossegurança,<br />

o rigor com a manutenção da saúde<br />

bucal dos pacientes, durante o tratamento ortodôntico,<br />

torna-se ainda mais necessário na clínica<br />

diária. Recebemos no consultório não apenas<br />

pacientes adolescentes perfeitamente saudáveis,<br />

mas também cardiopatas, transplantados, imunodeprimidos,<br />

diabéticos e pacientes com outros<br />

tipos de alteração em nível médico, que requerem<br />

cuidados adicionais, com a possibilidade de<br />

bacteremias e infecções indesejáveis.<br />

Ao ouvir afirmações como: Sempre utilizamos<br />

os aparelhos dentomucossuportados desta<br />

forma e nunca tivemos problemas! Devemos<br />

lembrar que nunca houve uma análise metodológica<br />

a respeito das conseqüências sistêmicas<br />

da utilização destes aparelhos, pois na verdade,<br />

sequer valoriza-se, registra-se ou mensura-se a<br />

maior ocorrência primária ou recorrente de gripes,<br />

resfriados, candidoses, irritações na mucosa,<br />

amidalites e outras infecções oportunistas durante<br />

o tratamento.<br />

Uma leitura rápida da Nota Prévia pode até<br />

sugerir equivocadamente que a nossa observação<br />

represente uma contra-indicação do aparelho expansor<br />

Haas. Na realidade apontamos apenas a<br />

existência de um problema: o difícil controle de<br />

acúmulos de bactérias e fungos na superfície de<br />

aparelhos acrílicos constitui um foco de infecção<br />

intrabucal iatrogênico e não pode ser ignorado.<br />

Trata-se de um assunto que merece atenção e<br />

contribuições como a do Dr. Câmara, pesquisas e<br />

publicações como as realizadas na USP de Ribeirão<br />

Preto, buscando soluções simples para a melhora<br />

da saúde bucal e sistêmica dos pacientes.<br />

Referências<br />

1. LOUVAIN, M. C. Chupetas: avaliação da contaminação microbiana<br />

e eficácia de diferentes métodos de desinfecção. 2002.<br />

121 f. Dissertação (Mestrado em Odontotopediatria)-Faculdade<br />

de Odontologia de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo,<br />

Ribeirão Preto., 2002.<br />

2. ISPER, A. R. Avaliação da formação do biofilme nas cerdas de<br />

escovas dentais, em função do dentifrício utilizado, com ou<br />

sem triclosan: técnica de cultura microbiológica e microscopia<br />

eletrônica de varredura. 2002. 103 f. Dissertação (Mestrado em<br />

Odontopediatria)- Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto,<br />

Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2002.<br />

3. BARBOSA, B. M. C. Avaliação da contaminação microbiana<br />

e eficácia de agentes antimicrobianos na desinfecção de<br />

escovas dentais de pacientes portadores de necessidades<br />

especiais. 2003. 131 f. Dissertação (Mestrado em Odontopediatria)-Faculdade<br />

de Odontologia de Ribeirão Preto, Universidade<br />

de São Paulo, Ribeirão Preto, 2003.<br />

4. MACARI, S. Eficácia de soluções antimicrobianas, na forma de<br />

spray, para desinfecção de escovas dentais de crianças. 2002.<br />

98 f. Dissertação (Mestrado em Odontopediatria)- Faculdade<br />

de Odontologia de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo,<br />

Ribeirão Preto, 2002.<br />

5. NELSON-FILHO, P.; ISPER, A. R.; ASSED, S.; FARIA, G.; ITO, I. Y.<br />

Effect of triclosan dentifrice on toothbrush contamination. Pediatr<br />

Dent, Chicago, [In press].<br />

6. MACEDO, M. C. L.; MACARI, S.; NELSON FILHO, P.; SILVA, L.<br />

A. B.; ITO, I. Y. Biofilm evidentiation and evaluation of a pacifiers<br />

disinfection method. J Dent Res, Chicago, v.81, p. 204 - 204,<br />

2002.<br />

7. NELSON FILHO, P.; MACARI, S.; FARIA, G.; ASSED, S.; ITO, I. Y.<br />

Microbial contamination of toothbrushes and their decontamination.<br />

Pediatr Dent, Chicago, v. 22, p. 381-384, 2000.<br />

8. NELSON FILHO, P. Eficácia de diferentes soluções na desinfecção<br />

de escovas dentais de crianças de 24 a 48 meses: estudo<br />

clínico randomizado (cultura microbiana de MEV) e teste de<br />

difusão em ágar. 2003. 132 f. (Tese de Livre-Docência)-Faculdade<br />

de Odontologia de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo,<br />

Ribeirão Preto, 2003.<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 32 Maringá, v. 9, n. 1, p. 30-32, jan./fev. 2004


A r t i g o I n é d i t o<br />

Avaliação clínica de diferentes anti-sépticos bucais<br />

na redução do grau de gengivite em pacientes<br />

portadores de aparelho ortodôntico fixo<br />

Aline Cavalcanti da COSTA*, Bianca Coelho FERNANDES**, Priscila Prosini da FONTE***,<br />

Estela Santos GUSMÃO****, Rosênes Lima dos SANTOS*****, Renata Cimões Jovino SILVEIRA******<br />

Resumo<br />

Com o objetivo de avaliar a efetividade de três diferentes tipos de tratamento para redução<br />

de gengivite, em portadores de aparelhos ortodônticos fixos, foram avaliados 31 pacientes<br />

da Clínica de Especialização de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Pernambuco -<br />

FOP-UPE. Os pacientes apresentavam diferentes graus de gengivite (leve, moderada e severa),<br />

sendo utilizado o índice gengival 16 para análise clínica da gengiva. Foram divididos em três<br />

grupos com diferentes tipos de tratamento: controle mecânico, controle mecânico-químico<br />

com Listerine ou controle mecânico-químico com Periogard. Todos os pacientes receberam<br />

orientações específicas e motivação para os tratamentos, sendo reexaminados após 30 dias.<br />

Os resultados demonstraram que os tratamentos reduziram os diferentes graus de gengivite,<br />

sem diferença estatisticamente significante entre eles. Concluiu-se que os tratamentos foram<br />

igualmente eficientes no controle da saúde gengival, durante o período experimental.<br />

Palavras-chave: Gengivite. Aparelho ortodôntico fixo. Diagnóstico periodontal.<br />

Introdução<br />

Com o desenvolvimento rápido da Ortodontia<br />

no contexto geral da Odontologia, tanto no<br />

aspecto técnico, como na parte de materiais utilizados,<br />

verifica-se que pouca ênfase tem sido dada<br />

a respeito da ocorrência de problemas periodontais,<br />

e principalmente, à manutenção da higiene<br />

bucal nos pacientes em tratamento com aparelho<br />

fixo. Para Cavezzi Júnior et al. 5 , na Ortodontia, a<br />

placa bacteriana ganha maiores proporções, pois<br />

o aparato instalado dificulta a habilidade do paciente<br />

em remover efetivamente a placa através<br />

dos meios mecânicos convencionais, favorecendo<br />

o desenvolvimento da gengivite.<br />

Ao longo dos anos, as pesquisas têm comprovado<br />

a eficácia do tratamento mecânico no<br />

controle do biofilme dental. Entretanto, em situações<br />

específicas, a importância de associar a este<br />

tratamento alguma substância química que tenha<br />

substantividade e não produza nenhum dano,<br />

* Professora Substituta de Periodontia na UFPE.<br />

** Cirurgia-Dentista Graduada pela FOP/UPE.<br />

*** Especialista em Ortodontia pela UFPE, Doutora em Dentística/Endodontia pela FOP/UPE, Professora do Curso de<br />

Especialização em Ortodontia na FOP/UPE.<br />

**** Doutora em Periodontia pela USP/SP, Profª Adjunta da Disciplina de Periodontia na FOP/UPE, Coordenadora do Curso<br />

de Especialização em Periodontia na EAP-PE.<br />

***** Doutora em Dentística/Endodontia pela FOP/UPE, Professora Adjunta de Clínica Odontológica na UFPB.<br />

****** Doutoranda em Saúde Coletiva pela FOP/UPE.<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 33 Maringá, v. 9, n. 1, p. 33-38, jan./fev. 2004


Avaliação clínica de diferentes anti-sépticos bucais na redução do grau de gengivite em pacientes portadores de aparelho ortodôntico fixo<br />

Silness (1963) for clinic analysis of gingiva. Had been divided into three groups with different types of treatment:<br />

mechanical control, mechanical chemical control with Listerine or mechanical chemical with Periogard.<br />

All patients received training specific and motivation for treatment, had been revise after 30 days. The results<br />

showed that the treatments reduced the gingivitis different levels, without any statistical significance difference<br />

between them. Concluded that the treatments had equally efficient for controlling the gingival health, during<br />

the orthodontics treatment.<br />

Key words: Gingivitis. Fixed orthodontic appliance. Periodontal diagnostic.<br />

Referências<br />

1. ALVES, M. S. C. F.; MEDEIROS, H. C. S.; PINHO, A. L. S. Efeitos<br />

clínicos e residuais da clorexidina a 0,12% na placa bacteriana.<br />

Revista Saúde, Natal, v. 12, n. 2, p. 31-36, jul./dez. 1998.<br />

2. ANDERSON, S. R. et al. Clinical effects of chlorhexidine mouthwashes<br />

on patients undergoing orthodontic treatment. Am J Orthod<br />

Dentofacial Orthop, St. Louis, v.111, no. 6, p.606-611, June 1997.<br />

3. BERTHOLD, T. B.; MONTEIRO, K. R. Higiene oral em pacientes<br />

ortodônticos. R Odonto Ciência, Porto Alegre, v. 8, n. 16,<br />

p. 33-43, 1993.<br />

4. CARVALHO, M. D. et al. Participação da periodontia no tratamento<br />

ortodôntico. Revista Periodontia, São Paulo, v. 9, n.1,<br />

p. 36-41, jan./jun. 2000.<br />

5. CAVEZZI JÚNIOR, O. et al. Efeito de bochechos de clorexidina na<br />

saúde gengival em pacientes portadores de aparelhos ortodônticos.<br />

Revista Periodontia, São Paulo, v. 5, n. 1, jan./jun. 1996<br />

6. COUTO, J. L.; COUTO, R. S.; DUARTE, C. A. Motivação do<br />

paciente- avaliação dos recursos didáticos de motivação para<br />

prevenção da cárie e doença periodontal. Revista RGO, Porto<br />

Alegre, v. 40, n. 2, p.143-159, mar./abr.1992.<br />

7. DE PAOLA, L.G. et al. Chemotherapeutic inhibition of supragingival<br />

dental plaque and gingivitis development. J Clin<br />

Periodontol, Copenhagen, v.16, p. 311-315, 1989<br />

8. FISCHER, R. G. Controle mecânico e químico do biofilme dental.<br />

In: TUNEN, U. R.; RAPP, G. E. Atualização em periodontia<br />

e implantodontia. São Paulo: Artes médicas, 1999. p.3-15.<br />

9. GARIB, D. G. et al. Efeito do uso do gluconato de clorexidina<br />

e do cloreto de cetilpiridínio, em bochechos, como meio<br />

complementar. Ortodontia, São Paulo, v. 30, n. 2, p. 22-30,<br />

maio/ago 1997.<br />

10. GHERSEL, E. L. A. et al. Higiene bucal em ortodontia. J Bras<br />

Ortodon Ortop Facial, Curitiba, ano 6, n. 31, p. 25-29,<br />

jan./fev. 2001.<br />

11. GIORGI, S. M; DE MICHELI, G. Agentes químicos no controle<br />

da placa bacteriana. Revista APCD, São Paulo, v. 46, n. 5,<br />

p. 857-859, set./out. 1992. (Resumo das conclusões do Congresso<br />

da American Academy of Periodontology-A.A.P., 1989).<br />

12. GRECO, A. J. T.; TOLEDO, B. E. C.; GABRIELLI, F. Contribuição<br />

para o estudo da influência dos aparelhos ortodônticos fixos<br />

sobre o estado de higiene oral e condições gengivais. R Fac Farm<br />

Odontol Araraquara, Araraquara, v. 8, n. 1, p. 1-6, jan./jun. 1974.<br />

13. GROMATZKY, A. et al. Efeito de bochechos de clorexidina na<br />

saúde gengival em paciente portadores de aparelho ortodôntico.<br />

Disponível em: . Acesso em: 22 abr. 2001.<br />

14. LAMSTER, I. B. et al. Efeito do Listerine anti-séptico sobre<br />

a redução da placa e gengivite existentes. Clin Prev Dent,<br />

Philadelphia, v. 5, p. 12-16, 1983.<br />

15. LASCALA, C. E.; FALTIN JUNIOR, K. Aspectos preventivos em<br />

ortodontia. In: LASCALA, N. T. Prevenção na clínica odontológica:<br />

promoção de saúde bucal. São Paulo: Artes médicas,<br />

1997. p.103-118.<br />

16. LÖE, H.; SILNESS, J. Periodontal disease in pregnancy. I Prevalence<br />

and severity. Acta Odontol Scand, Stockholm, v. 21,<br />

p. 533-551, 1963.<br />

17. MATTINGLY, J. A. et al. Enhancement of Streptococcus mutans<br />

colonization by direct bonded orthodontic appliances. J Dent<br />

Res, Chicago, v. 62, no. 12, p. 1209-1211, Dec. 1983.<br />

18. MENDONÇA, S. T.; GARDUCCI, M. G. Higiene bucal: comparação<br />

entre escova convencional e escova específica para<br />

pacientes em tratamento ortodôntico com aparelho fixo.<br />

Ortodontia, São Paulo, v. 29, n.1, p. 65-75, jan./abr. 1996.<br />

19. NEVES, S. S. B.; CRUZ, R. A. Aplicação de método de higiene<br />

bucal em pacientes portadores de aparelho ortodôntico. R Bras<br />

Odontol, Rio de Janeiro, v. 44, n. 4, p. 2-8, jul./ago. 1987.<br />

20. OLIVEIRA, D. C. et al. Redução do indice de placa com Listerine.<br />

RGO, Porto Alegre, v. 46, n. 2, p.101-108, abr./jun. 1998.<br />

21. PIZAN, A. et al. Estudo comparativo de escovas dentais (convencionais<br />

e especiais) em pacientes com aparelho ortodôntico.<br />

Soc Paul Ortod, São Paulo, v. 25, n. 3, p. 39-43, set./dez.<br />

1992.<br />

22. SILVA FILHO, O. G. S. et al. Programa supervisionado de motivação<br />

e instrução de higiene e fisioterapia bucal em crianças<br />

com aparelho ortodôntico. R Odontol Univ São Paulo, v. 4.<br />

n.1, p.11-19, jan./maio 1990.<br />

23. SPENCE, W. J. A. Clinical and histologic study of the pathology<br />

of the gingival during orthodontic therapy. Northw Univ Bull<br />

Dent Res, Evanston, v.15, no.12, p.12-15, Dec.1955.<br />

24. ZACHRISSON, B.U. Cause and prevention of injuries to teeth<br />

and supporting structures during orthodontic treatment. Am J<br />

Orthod, St. Louis, v. 69, no.3, p. 285-300, Mar. 1976.<br />

Endereço para correspondência<br />

Aline Cavalcanti da Costa<br />

Rua Franklin Távora, 481-A, apto. 502<br />

Campo Grande - Recife-PE. Brasil.<br />

CEP: 52040-050 - e-mail: rcimoes@bol.com.br<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 38 Maringá, v. 9, n. 1, p. 33-38, jan./fev. 2004


A r t i g o I n é d i t o<br />

Avaliação in vitro da força de adesão de materiais<br />

de colagem em Ortodontia: Ensaios<br />

Mecânicos de Cisalhamento<br />

Daniel Ianni Filho*, Tânia Bose Cambuy da Silva**, Alexandre Henrique de Melo Simplício***,<br />

Leonor de Castro Monteiro Loffredo****, Roberto Parisi Ribeiro*****<br />

Resumo<br />

Com a finalidade de embasar cientificamente os ortodontistas na escolha do material de<br />

colagem de acessórios ortodônticos, este trabalho avaliou in vitro a força de adesão de diversos<br />

materiais de colagem, atualmente disponíveis, por meio de ensaios mecânicos de cisalhamento,<br />

conforme norma ISO/TR11405. Embora todos os materiais testados tenham apresentado força<br />

de adesão clinicamente adequada, o adesivo hidrofílico Ortho Solo (Ormco) proporcionou<br />

força de adesão significativamente maior quando comparado aos demais.<br />

Palavras-chave: Material colagem ortodôntica. Cisalhamento. Força adesão.<br />

Introdução<br />

Desde o início do século XX, quando Edward<br />

Angle patenteou várias invenções, incluindo<br />

bráquetes e a Técnica do Arco de Canto, vários<br />

avanços tecnológicos têm contribuído para o<br />

aperfeiçoamento e a melhora da qualidade técnica<br />

dos acessórios ortodônticos. Uma vez disponíveis<br />

bons acessórios, um outro aspecto torna-se<br />

fundamental para a sua utilização: a fixação aos<br />

dentes de modo clinicamente eficaz.<br />

Historicamente, a estratégia inicial de fixação<br />

dos acessórios ortodônticos à coroa dentária foi a<br />

utilização do aparelho fixo com bandas em todos<br />

os dentes. Segundo Zachrisson 16 , muitas eram as<br />

desvantagens desse procedimento: a dificuldade<br />

de higienização, a complexidade e a morosidade<br />

de sua execução clínica, o comprometimento da<br />

estética, entre outras. Assim, a técnica de colagem<br />

direta dos acessórios ortodônticos foi um avanço<br />

imprescindível para o desenvolvimento, simplificação<br />

e expansão da Ortodontia.<br />

O condicionamento ácido do esmalte dentário,<br />

introduzido por Buonocore 3 , foi o passo decisivo<br />

para o aperfeiçoamento das técnicas de fixação<br />

direta dos acessórios ortodônticos aos dentes,<br />

com muitas vantagens, tendo em vista a sua<br />

simplicidade, a diminuição do tempo de cadeira,<br />

a melhora da estética e segundo Boyd 2 , a menor<br />

agressão ao periodonto.<br />

Nesse sentido, as pesquisas buscam desenvol-<br />

* Mestre em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia Araraquara - UNESP; Coordenador do Centro de Cursos e<br />

Pesquisas Odontológicas Alpha Smile – Campinas SP<br />

** Aluna de Pós-Graduação na Área de Reabilitação Oral (Nível Doutorado) da Faculdade de Odontologia de Ribeirão<br />

Preto, USP<br />

*** Mestre e Doutor em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia Araraquara - UNESP<br />

**** Professora do Departamento de Odontologia Social Bioestatística da Faculdade de Odontologia Araraquara - UNESP<br />

***** Aluno do curso de aperfeiçoamento em Ortodontia do Alpha Smile Centro de Cursos de Pesquisas Odontológicas<br />

– Campinas SP<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 39 Maringá, v. 9, n. 1, p. 39-48, jan./fev. 2004


IANNI FILHO, D.; SILVA, T. B. C. S.; SIMPLÍCIO, A. H. M.; LOFFREDO, L. C. M.; RIBEIRO, R. P.<br />

resina com esse padrão de polimerização.<br />

O Grupo 5 - Super Bond-Ortho Source<br />

(264,79 N / 18,2 MPa), apesar de possuir o mesmo<br />

mecanismo de polimerização, foi estatisticamente<br />

superior ao Grupo 6, demonstrando uma<br />

grande variabilidade nessa forma de polimerização.<br />

Os grupos 1 (Transbond 258,56 N / 19,9<br />

MPa) e 3 (Enlight 258,70 N / 19,6 MPa) apresentaram<br />

valores de força de adesão equivalentes<br />

ao Grupo 5 e compatíveis aos resultados observados<br />

em outros estudos que avaliaram resinas<br />

fotoativadas 1,10,15 .<br />

O grupo 4, Ortho Solo associada Enlight<br />

(366,34 N / 27,7 MPa), apresentou força de adesão<br />

maior que todos os demais grupos. Comprovando<br />

que o adesivo hidrofílico Ortho Solo (Ormco)<br />

aumentou significantemente a resistência ao<br />

cisalhamento, uma vez que o uso da resina Enligth<br />

com seu adesivo convencional (Grupo 3) produziu<br />

valores menores que quando associada ao<br />

citado adesivo. O adesivo Ortho Solo possui algumas<br />

características que podem justificar tal desempenho:<br />

não sofre influência de contaminações<br />

por umidade e apresenta cargas inorgânicas na sua<br />

composição com 25% de sílica. Tais propriedades<br />

representam um avanço desta nova geração de<br />

adesivos hidrofílicos, já que as principais causas<br />

de insucesso das colagens são: contaminação do<br />

esmalte condicionado por saliva ou água e interferências<br />

oclusais.<br />

Vale ressaltar que todos os materiais avaliados<br />

apresentaram força de adesão adequada para uso clínico,<br />

acima dos valores mínimos preconizados por<br />

Reynolds 11 , como sendo entre 6 e 8 MPa. Entretanto,<br />

são sempre necessários estudos clínicos a longo prazo<br />

para fortalecer com evidências científicas a eficiências<br />

de tais materiais. Cada profissional deve selecionar<br />

os materiais de colagem ortodôntica sempre<br />

analisando, de forma crítica, suas composições, propriedades<br />

de trabalho e fundamentação científica.<br />

ConCLusão<br />

Com base nos resultados obtidos e de acordo<br />

com a metodologia utilizada, concluímos:<br />

• Todos os materiais testados apresentaram força<br />

de adesão adequada para uso clínico;<br />

• O uso de um adesivo hidrofílico de última geração<br />

(Ortho Solo - Ormco) proporcionou um aumento<br />

significativo da força de adesão, quando comparado<br />

aos demais materiais analisados.<br />

Agradecimento<br />

Pesquisa realizada e financiada pelo Alpha Smile<br />

Centro de Cursos e Pesquisas Odontológicas.<br />

Enviado em: Dezembro de 2002<br />

Revisado e aceito: Abril de 2003<br />

Shear bond strength - in vitro - evaluation of different orthodontics adhesives<br />

Abstract<br />

In order to scientifically obscure the orthodontists choice of bonding material in orthodontic accessories, this<br />

work evaluates in vitro, the bonding strength of several different adhesive materials, commonly available on<br />

the market, by means of mechanical shear tests, in accordance with the norm ISO/TR11405. Although, all the<br />

materials tested showed clinically adequate adhesive strength, may it be noted that the hydrophilic Ortho Solo<br />

(Ormco) showed a significantly stronger bonding strength when compared to the others.<br />

Key words: Orthodontic bonding. <strong>Dental</strong> materials. Shear bond strenght.<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 47 Maringá, v. 9, n. 1, p. 39-48, jan./fev. 2004


Avaliação in vitro da força de adesão de materiais de colagem em Ortodontia: Ensaios Mecânicos de Cisalhamento<br />

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(Doutorado em Ortodontia)-Faculdade de Odontologia de<br />

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techniques. St Louis: Mosby, 1994. cap. 10, p. 542-626.<br />

Endereço para correspondência<br />

Daniel Ianni Filho - Rua Embiruçu, 250 Alphaville – Alpha Smile Centro de Cursos e Pesquisas Campinas (SP)<br />

CEP: 13098-320 - recadodaniel@terra.com.br<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 48 Maringá, v. 9, n. 1, p. 39-48, jan./fev. 2004


A r t i g o I n é d i t o<br />

O uso do índice PAR na avaliação do padrão<br />

dos tratamentos ortodônticos realizados<br />

na Clínica de Ortodontia da Universidade<br />

do Estado do Rio de Janeiro<br />

José Augusto Mendes Miguel*, Anderson de Albuquerque Calheiros**<br />

Resumo<br />

A variação dos critérios utilizados por diferentes profissionais torna difícil a comparação entre<br />

os resultados do tratamento ortodôntico, especialmente para fins de pesquisa. O índice PAR<br />

(Peer Assessment Rating), criado na Inglaterra em 1987, parece suprir essa carência, tendo<br />

validade e reprodutibilidade comprovadas em diversos trabalhos publicados. Ele é usado para<br />

se analisar quantitativamente a má oclusão e o resultado do tratamento. No presente estudo,<br />

o índice PAR foi aplicado em modelos iniciais e finais de 212 pacientes consecutivos tratados<br />

na Clínica de Ortodontia da UERJ, com o objetivo de avaliar os resultados desses tratamentos.<br />

Através da comparação entre o valor inicial do índice com o obtido ao final da intervenção<br />

ortodôntica, avaliou-se o grau de sucesso alcançado. Os resultados demonstram que mais de<br />

95% dos casos apresentaram excelente resultado final, com redução acima de 70% nos valores<br />

do índice PAR. Além disso, observou-se também que os casos que possuíam um alto valor<br />

inicial de PAR, mostraram uma maior quantidade de melhora.<br />

Palavras-chave: Resultados de tratamentos. Índices oclusais. Índice PAR.<br />

Introdução<br />

De maneira geral, ao analisarmos tanto a literatura<br />

assim como as apresentações em eventos<br />

científicos, observamos que, os casos ortodônticos<br />

de sucesso são relatados com maior freqüência e<br />

ênfase do que os de fracasso. Porém, as análises<br />

críticas das falhas ocorridas são extremamente<br />

importantes para se identificar e corrigir o erro 10 .<br />

O hábito do profissional de analisar o resultado<br />

da sua própria intervenção pode ser um excelente<br />

meio de auto-aprendizado, contribuindo assim<br />

para a melhora da qualidade dos futuros tratamentos.<br />

Infelizmente, a variação dos critérios usados<br />

por diferentes ortodontistas torna difícil a comparação<br />

entre resultados 11 . No campo das pesquisas,<br />

a necessidade de medidas padronizadas e acuradas<br />

é mais crítica ainda. O uso de critérios precisos<br />

é essencial, requerendo um método quantitativo<br />

objetivo de medida de má oclusão e eficácia do<br />

tratamento 4,12 .<br />

Nos últimos anos tem-se observado um<br />

interesse mundial, principalmente nos países<br />

* Professor Assistente de Ortodontia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Especialista em Ortodontia e Mestre<br />

em Odontopediatria UERJ; Doutorando em Odontologia (UFRJ).<br />

** Especialista e Mestrando em Ortodontia/ Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ.<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 49 Maringá, v. 9, n. 1, p. 49-58, jan./fev. 2004


Miguel, J. A. M.; Calheiro, A. A.<br />

vez que o número de vagas, diante da quantidade<br />

de pacientes que procuram o serviço, é pequeno<br />

e que os recursos financeiros são escassos, talvez a<br />

relação risco/benefício possa ser usada como um<br />

dos critérios para a seleção dos casos a receberem<br />

o tratamento ortodôntico.<br />

ConCLUSão<br />

1) Os pacientes tratados desde o início do curso,<br />

em 1980, até o primeiro semestre de<br />

1999, apresentavam uma homogeneidade<br />

em relação ao grau inicial da má oclusão,<br />

bem como a qualidade dos tratamentos<br />

executados, indicando que o período de<br />

tempo não apresentou influência no padrão<br />

de tratamento.<br />

2) A média percentual de redução do índice<br />

PAR foi de 87,7%, enquanto que a quantidade<br />

de casos que puderam ser classificados<br />

como “grande melhora” representou 56,6%<br />

da amostra estudada. Esses dados sugerem<br />

um alto padrão de qualidade nos tratamentos<br />

realizados na Clínica de Ortodontia da<br />

Faculdade de Odontologia da Universidade<br />

do Estado do Rio de Janeiro.<br />

3) Foi constatada a existência de relação entre a<br />

quantidade inicial de má oclusão, e o grau de<br />

melhora ao final do tratamento (quantidade<br />

de redução do índice). Os casos mais graves<br />

inicialmente (Par inicial de 35 a 53) apresentaram<br />

uma média de redução do índice igual<br />

91,8%, contra uma diminuição de 84,9% naqueles<br />

casos que originalmente apresentavam<br />

uma má oclusão menos severa.<br />

Enviado em: Setembro de 2002<br />

Revisado e aceito: Novembro de 2002<br />

The use of PAR index in assessing the outcome of the orthodontics treatments of<br />

the Orthodontic Clinic of Rio de Janeiro State University<br />

Abstract<br />

The great diversity of criterias used by different clinicians unables the comparison of orthodontic treatment<br />

results, mainly if research is involved. The PAR index (Peer Assessment Rating), elaborated in England in 1987,<br />

seems to supply this deficiency, and its validity and reproducebility have been proved in several published<br />

papers. It is used to quantify the malocclusion and the result of the treatment. In the present study, the PAR<br />

index was applied in initial and final study models of two-hundred and twelve consecutive patients treated<br />

in the Orthodontic Clinic of Rio de Janeiro State University, with the aim of evaluating the results of these<br />

treatments. By comparing the initial score of the index to the one obtained by the end of treatment, the level<br />

of succes was evaluated. The results showed that more than 95% of the cases had an excellent final result, with<br />

a reduction over 70% in the values of the PAR index, and the cases with a high initial PAR score showed a<br />

greater improvement.<br />

Key words: Treatment outcome. Occlusal indices. PAR index.<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 57 Maringá, v. 9, n. 1, p. 49-58, jan./fev. 2004


O uso do índice PAR na avaliação do padrão dos tratamentos ortodônticos realizados na Clínica de Ortodontia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.<br />

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13. TAYLOR, P. J et al. Factors associated with the standard and<br />

duration of orthodontic treatment. Br J Orthod, London, v. 23,<br />

no. 4, p. 335-341, Nov. 1996.<br />

Endereço para correspondência<br />

Anderson A. Calheiros - Rua Mem de Sá, 19 - Salas 706/707 - Icaraí - Niterói - RJ<br />

Cep: 24220-261 - e-mail: andorto@uol.com.br<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 58 Maringá, v. 9, n. 1, p. 49-58, jan./fev. 2004


A r t i g o I n é d i t o<br />

Padrão cefalométrico de brasileiros, leucodermas,<br />

portadores de oclusão “normal”*<br />

Olício Paulo da Silva**, Antônio Geraldo de Oliveira***, José Norberto de Oliveira****,<br />

Léo Anísio de Souza*****, Eliana de Souza Oliveira da Silva******<br />

Resumo<br />

Realizou-se um estudo cefalométrico radiográfico a partir de uma amostragem de 20 telerradiografias<br />

cefalométricas, tomadas em norma lateral, de 20 jovens brasileiros (13 do gênero<br />

feminino e 7 do gênero masculino), da cidade de Porto Ferreira-SP, filhos de brasileiros, descendentes<br />

de italianos, portugueses, espanhóis e alemães, com idade média de 17,42 anos,<br />

portadores de oclusão “normal”, com perfis aceitáveis e que nunca se haviam submetido a tratamento<br />

ortodôntico. Selecionaram-se 20 jovens (correspondente a 1,497% de 1336 examinados<br />

clinicamente) para a tomada de telerradiografias cefalométricas. Sobre estas, traçaram-se<br />

“cefalogramas” e analisaram-se variáveis cefalométricas utilizadas no Curso de Especialização<br />

em Ortodontia e Ortopedia Facial da Universidade de Alfenas-MG, com os seguintes propósitos:<br />

1) determinar os valores médios de normalidade para brasileiros leucodermas; 2) verificar<br />

se existe diferença entre os valores médios das variáveis utilizadas, para cada gênero. Após estudo<br />

estatístico das variáveis cefalométricas, face aos resultados e segundo a metodologia empregada:<br />

1) determinaram-se os valores médios de normalidade para brasileiros leucodermas;<br />

2) evidenciou-se dimorfismo de gênero entre as médias das seguintes variáveis cefalométricas:<br />

NAP, ANB, SND, ABI, SNOcl, SNGoGn, 1.NB, P-NB, Co-A, Co-Gn e AFAI.<br />

Palavras-chave: Cefalometria. Oclusão normal. Brasileiros. Leucodermas.<br />

Introdução<br />

A cefalometria radiográfica ocupa um lugar<br />

de destaque entre os elementos necessários para a<br />

composição de uma documentação ortodôntica e,<br />

quando usada criteriosamente, auxilia o ortodontista<br />

na elaboração de um diagnóstico correto e na<br />

planificação do tratamento com mais segurança 40 .<br />

Esta técnica de obtenção de telerradiografias, com<br />

a cabeça do paciente sempre fixa, numa mesma<br />

posição, surgiu após o desenvolvimento do cefalostato<br />

4,14 e permite a realização de mensurações<br />

dos diversos elementos anatômicos do crânio e face<br />

* Resumo da monografia apresentada ao Curso de Especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial da Universidade<br />

de Alfenas como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista<br />

** Graduado pela Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas-MG (EFOA). Especialista em Ortodontia e Ortopedia<br />

Facial pela Universidade de Alfenas-MG (UNIFENAS).<br />

*** Mestre em Ortodontia (FOB-USP); Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial da<br />

ABO-Varginha-MG. Professor dos Cursos de Especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial da UNIFENAS e da<br />

UNILAVRAS.<br />

**** Mestre em Ortodontia (FOB-USP); Professor dos Cursos de Especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial da<br />

UNIFENAS, da UNILAVRAS e da ABO-Varginha-MG.<br />

***** Mestre e Doutor em Ortodontia (UNESP-Araraquara); Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia e<br />

Ortopedia Facial da UNIFENAS.<br />

****** Graduada pela Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas-MG (EFOA). Especialista em Endodontia pela UNIARARAS.<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 59 Maringá, v. 9, n. 1, p. 59-78, jan./fev. 2004


SILVA, O. P.; OLIVEIRA, A. G.; OLIVEIRA, J. N.; SOUZA, L. A.; SILVA, E. S. O.<br />

presente amostra.<br />

- Co-A, Co-Gn e AFAI: Não se levaram em<br />

consideração as diferenças estatísticas sugestivas de<br />

dimorfismo genérico encontradas para os valores<br />

médios destas variáveis, uma vez que as mesmas<br />

referem-se a dimensões de estruturas anatômicas<br />

faciais que geralmente apresentam menores dimensões<br />

nos jovens do gênero feminino e isto pode<br />

ter induzido a uma “falsa” sugestão de dimorfismo<br />

genérico. Comparando-se os valores encontrados<br />

para Co-A, Co-Gn e AFAI no presente trabalho<br />

(Quadro 7), com os valores propostos por McNamara<br />

23 , nota-se que a relação geométrica entre estas<br />

variáveis apresenta-se com valores muito próximos<br />

aos de McNamara 23 , sendo apenas levemente superiores<br />

aos propostos por este autor.<br />

CONCLUSão<br />

Face aos resultados obtidos e segundo a metodologia<br />

utilizada, conclui-se que:<br />

1) os valores cefalométricos médios de normalidade,<br />

para jovens brasileiros leucodermas com<br />

oclusão normal, são:<br />

• NAP: 1,98º ; WITS: -1,20mm; SNA: 84,78º;<br />

SNB: 82,66º; SNB: 2,15º; SND: 79,81º;<br />

• ABS: 62,12º; ABI: 24,38º; FMA: 23,44º; SNOcl:<br />

12,34º; SNGoGn: 28,71º; Eixo Y: 56,95º;<br />

• 1.NA: 23,01º; 1-NA: 5,61mm; 1.NB: 24,94º; 1-<br />

NB: 5,36mm; Linha I: -1,94mm; IMPA: 91,52º;<br />

P-NB: 2,55mm;<br />

• H.NB: 8,46º; H-Nariz: 8,65mm; S-Ls: -1,38mm;<br />

S-Li: -0,42mm; ANL: 108,33º;<br />

• Nperp-A: 2,03mm; Nperp-P: 2,34mm; Co-<br />

A: 95,45mm; Co-Gn: 125,95mm; AFAI:<br />

69,19mm.<br />

2) Existe diferença estatisticamente significativa<br />

sugerindo dimorfismo de gênero entre os<br />

valores médios das seguintes variáveis cefalométricas:<br />

Enviado em: Janeiro de 2002<br />

Revisado e aceito: Julho de 2002<br />

Cephalometrics Patterns for Brazilians, Caucasians, with Normal Occlusion<br />

Abstract<br />

It was realized a cephalometric study from a sample of 20 roentgenografic cephalometric of 20 subjects (13-<br />

female gender and 7-male gender), from Porto Ferreira-SP, brazilians sons, italian, portuguese, spanish and<br />

germany descendants, average age 17,42 years, all bearing “normal” occlusion with acceptable profiles and that<br />

never had been submited to on orthodontic treatment. It was selected 20 subjects (correspondent to 1,497%<br />

from of total of 1336 individuais clinically examined) marking out “cephalograms” upon the roentgenografic<br />

cephalometric and it was analyzed cephalometric magnitudes used in the Course of Orthodontics and Dentofacial<br />

Orthopedics from Alfenas University, with the following purposes: 1) to determine the average values<br />

of normallity to brazilians caucasians; 2) to check if there are differences between the average values to the<br />

magnitudes used, for each sex. After the statistics study of the cephalometrics magnitudes, according to the<br />

results and that was done: 1) it was determined the average values of normallity to brazilians caucasians; 2) It<br />

was observed gender dimorfism between the average values of the following magnitudes: NAP; ANB; SND;<br />

ABI; SNOcl; SNGoGn; 1.NB; P-NB; Co-A; Co-Gn and AFAI.<br />

Key words: Cephalometrics. Normal occlusion. Brazilians. Caucasians.<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 77 Maringá, v. 9, n. 1, p. 59-78, jan./fev. 2004


Padrão cefalométrico de brasileiros, leucodermas, portadores de oclusão “normal”<br />

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das análises de Tweed, Steiner, Interlandi e Vigorito.<br />

Ortodontia, São Paulo, v. 12, n. 3, p. 163-182, set./dez. 1979.<br />

Endereço para correspondência<br />

Olício Paulo da Silva<br />

Rua São Sebastião, 351 - Centro<br />

Porto Ferreira - SP. Brasil.<br />

Cep: 13660-000 - rios1@siteplanet.com.br<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 78 Maringá, v. 9, n. 1, p. 59-78, jan./fev. 2004


A r t i g o I n é d i t o<br />

Estudo cefalométrico comparativo entre crianças<br />

respiradoras bucais e nasais nos<br />

diferentes tipos faciais*<br />

Murilo Sérgio P. Bizetto**, Hiroshi Maruo***, Roberto Hideo Shimizu****, Odilon Guariza Filho*****<br />

Resumo<br />

Muitos estudos correlacionam a respiração bucal com alterações dentofaciais e associam este<br />

modo respiratório com crianças que apresentam faces alongadas e estreitamento do arco maxilar.<br />

Os objetivos deste trabalho foram avaliar e comparar cefalometricamente as eventuais<br />

diferenças entre algumas grandezas que caracterizam os tipos faciais no sentido vertical em<br />

crianças na respiração bucal e nasal. Foram utilizadas 95 telerradiografias em norma lateral<br />

de crianças com faixa etária variando de 6,1 a 8,2 anos, com oclusão normal, ou má oclusão<br />

Classe I de Angle. A amostra foi dividida em 3 diferentes grupos faciais e cada grupo subdividido<br />

de acordo com o modo respiratório. Os resultados mostraram que no grupo 1, ou de face<br />

curta, não houve diferença estatisticamente significativa entre os subgrupos. Nos grupos 2 e<br />

3, a variável AFA (altura facial anterior), foi a única que mostrou diferença estatisticamente<br />

significativa em função do modo respiratório, sendo que no grupo 3, ou com a face longa, esta<br />

diferença foi maior. Com estes resultados concluiu-se que em uma amostra de crianças com<br />

oclusão normal ou má oclusão Classe I de Angle, as que possuem respiração bucal e face longa,<br />

representam aumento na variável altura facial anterior.<br />

Palavras-chave: Cefalometria. Respiração bucal. Tipo Facial.<br />

Introdução<br />

O desvio do modo respiratório nasal para bucal e<br />

suas influências no crescimento e desenvolvimento<br />

dentofacial aparecem na literatura ortodôntica<br />

desde o início do século, nos trabalhos de Whitehead<br />

e Lond 32 , Bryant 3 , McConachie 17 , Morrison<br />

19 , Johnson 11 .<br />

Subtelny 25 investigou o significado do tecido<br />

adenoideano na prática da Ortodontia e observou<br />

que existe um certo grau de insegurança para<br />

afirmar qual a influência da respiração bucal no<br />

desenvolvimento dentofacial.<br />

Segundo Watson, Warren e Fischer 31 , a maioria<br />

dos autores acreditava que a obstrução nasal resultava<br />

em respiração bucal e consideravam também,<br />

que o ângulo ANB era seguro para classificar esqueleticamente<br />

os indivíduos, porém a resistência<br />

nasal e o modo respiratório eram independentes<br />

*Resumo da Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Odontologia - Mestrado em Ortodontia da PUC-PR.<br />

** Especialista em Ortodontia pela APCD – Central SP e Mestre em Ortodontia pela PUCPR. Professor do Curso de Ortodontia<br />

da EAP-ABO Ponta Grossa, Pr.<br />

*** Mestre e Doutor em Ortodontia pela UNICAMP – Piracicaba. Professor Titular do Programa de Pós graduação em<br />

Odontologia – Ortodontia da PUC-PR e Professor do Curso de Ortodontia da EAP-ABO Ponta Grossa, Pr.<br />

**** Mestre em Ortodontia pela USP-SP e Professor do Programa de Pós-Graduação em Odontologia – PUC-PR.<br />

***** Mestre e Doutor em Ortodontia pela UNESP – Araraquara e Professor do Programa de Pós-Graduação em Ortodontia PUC-PR.<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 79 Maringá, v. 9, n. 1, p. 79-87, jan./fev. 2004


Estudo cefalométrico comparativo entre crianças respiradoras bucais e nasais nos diferentes tipos faciais<br />

neste estudo, também demonstraram que os valores<br />

médios para a variável altura facial anterior,<br />

foi aumentada em crianças com respiração bucal,<br />

porém apenas nos tipos faciais médio e longo.<br />

Considerando a obstrução nasal crônica devido<br />

à hipertrofia de adenóide, Quinn 22 e Subtelny<br />

26 recomendavam a remoção cirúrgica, afirmando<br />

que este procedimento estabeleceria um<br />

guia correto de crescimento e desenvolvimento.<br />

Da mesma forma, Linder-Aronson, Woodside e<br />

Lundströn 14 concluíram que existe uma associação<br />

entre adenoidectomia, alteração do modo<br />

respiratório e o estabelecimento de um crescimento<br />

mandibular mais horizontal, sendo esta<br />

observação feita apenas em crianças do sexo feminino.<br />

Em contrapartida, Klein 13 não recomendava<br />

cirurgia das vias aéreas superiores tão logo<br />

fossem observadas crianças com postura de lábios<br />

entreabertos.<br />

Considerando a característica transversal desta<br />

pesquisa, a dificuldade no diagnóstico do modo respiratório<br />

e a comparação desta amostra com outros<br />

trabalhos, é importante não atribuir que apenas a<br />

respiração bucal em crianças pertencentes a um<br />

determinado tipo facial tenha alterações significativas<br />

em suas dimensões crâniofaciais no sentido<br />

vertical. No entanto, este trabalho permite sugerir<br />

que quanto mais vertical a face de um indivíduo,<br />

a influência da respiração bucal no incremento da<br />

altura facial anterior, é proporcionalmente maior.<br />

Por esta razão, o reconhecimento precoce de um<br />

fator agravante nas desarmonias dentofaciais, deve<br />

ser motivo de recomendação médica especializada,<br />

incluindo-a nos objetivos de tratamento.<br />

ConCLUSÕES<br />

Após a análise e discussão dos resultados obtidos<br />

nesta pesquisa pode-se concluir que:<br />

1) No grupo com tipo facial curto, não existem<br />

diferenças cefalométricas verticais<br />

significativas, entre as crianças respiradoras<br />

bucais e nasais;<br />

2) Nos grupos com tipo facial médio e longo, a<br />

variável altura facial anterior está aumentada<br />

no subgrupo de respiradores bucais, sendo<br />

que nas faces longas esta diferença é maior;<br />

3) Nas crianças com respiração nasal, a variável<br />

Sn.Gn, não apresentou diferença estatisticamente<br />

significativa entre os três tipos faciais;<br />

4) Nas crianças com respiração bucal, aquelas<br />

que possuem a face longa, apresentaram<br />

alteração e mais influência nas variáveis<br />

Sn.Gn, AFA e AFP, em comparação aquelas<br />

com face média e curta;<br />

5) Para verificar a influência da respiração bucal<br />

nas alterações de crescimento nos diferentes<br />

tipos faciais, devem ser propostos<br />

estudos longitudinais.<br />

Enviado em: Junho de 2002<br />

Revisado e aceito: Agosto de 2003<br />

Vertical cephalometric comparative study between children with bucal and nasal<br />

respiration in the different facial types<br />

Abstract<br />

Many studies correlate mouth breathing and dentofacial alterations, as well as associate long<br />

face children with maxilar arch narrowing. The aim of this work was to evaluate and to compare<br />

any cephalometric differences between some vertical measurements in mouth and nasal<br />

breathing children. 95 lateral cephalometric radiographs of 6,1 to 8,2 year-old normal occlusion<br />

or Angle Class I malocclusion children were studied. The sample was divided in 3 facial<br />

groups and each group was subdivided in accordance with breathing mode. The results show<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 86 Maringá, v. 9, n. 1, p. 79-87, jan./fev. 2004


Bizetto, M. S. P.; Maruo, H.; Shimizu, R. H.; Guariza Filho, O.<br />

that, in group 1 (or short face group), there were no statistically significant differences between<br />

the subgroups. In groups 2 and 3, Anterior Facial Height (AFH) measurement was the only<br />

one which showed statistically significant difference because of breathing mode; and, mainly,<br />

in group 3 (or long face group), this difference was greater. It is possible to conclude with this<br />

results that, in a sample of normal occlusion or Angle Class I malocclusion children, the mouth<br />

breathing and long face owe an increased AFH.<br />

Key words: Cephalometric. Oral breathing. Facial type.<br />

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Endereço para correspondência<br />

Murilo Sérgio P. Bizetto<br />

Rua XV de Novembro, 512 - Edifício Boulevard Center<br />

3º Andar - Ponta Grossa - Pr. Brasil.<br />

Cep: 84010-020 - e-mail: shimizu@rla01.pucpr.br<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 87 Maringá, v. 9, n. 1, p. 79-87, jan./fev. 2004


A r t i g o I n é d i t o<br />

Estudo morfofuncional do segmento medial,<br />

porção superior, do músculo orbicular da boca<br />

em crianças com má oclusão de Classe II, divisão<br />

1 de Angle e com modos respiratórios<br />

predominantemente nasal ou bucal*<br />

Felipe Fronza**, Romeu Valério Kowalski***, Roberto Hideo Shimizu****, Douver Michelon*****,<br />

Orlando Motohiro Tanaka******<br />

Resumo<br />

A respiração bucal crônica pode ser definida como uma respiração habitual pela boca, ao invés<br />

de ser realizada pelo nariz, devido à elevada resistência nasal, acarretando adaptações de tecidos<br />

moles e estruturas esqueléticas adjacentes no sentido de manter suficientemente aberto o espaço<br />

faringiano, o que resulta em modificações na posição postural da mandíbula, dando margem ao<br />

surgimento da má oclusão. No presente estudo foi realizada uma avaliação morfofuncional da<br />

região medial superior do músculo orbicular da boca, investigando possíveis correlações com a<br />

respiração bucal. A amostra consistiu de 50 crianças entre seis e nove anos de idade, brasileiras,<br />

leucodermas, sendo 25 do gênero feminino e 25 do gênero masculino, com má oclusão de Classe<br />

II, divisão 1 de Angle 1 e modos respiratórios predominantemente nasal ou bucal. A forma do lábio<br />

superior foi estudada em telerradiografias de perfil, utilizando-se mensurações lineares representativas<br />

da altura e da espessura do mesmo. A avaliação funcional consistiu na análise eletromiográfica,<br />

realizada durante a situação de repouso e em mais 21 movimentos lábio-mandibulares, por<br />

meio de eletrodos de superfície. Os dados coletados foram submetidos à estatística descritiva, teste<br />

t (Student) para amostras independentes e teste F para duas variâncias. Os resultados revelaram<br />

que não houve diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos estudados em relação<br />

à forma do lábio superior, assim como para a função, não havendo correlação entre a morfologia e<br />

comportamento funcional da região medial, porção superior, do músculo orbicular da boca para<br />

toda a amostra avaliada, independentemente do modo respiratório.<br />

Palavras-chave: Respiração bucal. Lábio superior. Músculo orbicular da boca. Má oclusão. Eletromiografia.<br />

* Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Odontologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, como parte dos requisitos para a<br />

obtenção do Grau de Mestre em Odontologia, Área de Concentração em Ortodontia (dezembro de 2001).<br />

** Mestre em Odontologia – Ortodontia – PUCPR. Professor das disciplinas de Ortodontia e Odontopediatria UNOESC.<br />

*** Mestre em Odontologia – Ortodontia – PUCPR.<br />

**** Doutor em Ortodontia – UNESP Araraquara. Professor da disciplina de Ortodontia – PUCPR e UTP. Professor do<br />

programa de Pós-Graduação em Odontologia – Ortodontia – PUCPR.<br />

***** Doutor em Ortodontia – UNICAMP. Professor do programa de Pós-Graduação em Odontologia UFPEL.<br />

****** Doutor em Ortodontia – UFRJ. Professor da disciplina de Ortodontia – PUCPR. Professor do programa de<br />

Pós-Graduação em Odontologia – Ortodontia – PUCPR.<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 88 Maringá, v. 9, n. 1, p. 88-102, jan./fev. 2004


Fronza, F.; Kowalski, R. V.; Shimizu, R. H.; Michelon, D.; Tanaka, O. M.<br />

Morfofunctional study of the medial superior region of the orbicular muscle of<br />

the mouth in children with Angle Class II, division 1 and with respiratory manner<br />

predominantly nasal or buccal<br />

Abstract<br />

The chronicle buccal breathing is defined as a habitual breathing by the mouth, instead of accomplished by the<br />

nose, due to the elevated nasal resistance, carrying soft tissues and adjacent skeletal structures adaptations in<br />

the sense of keeping the pharynx space sufficiently open. These adaptations results in modifications in the postural<br />

position of the jaw, making change to the appearance of the malocclusion. We present a study where was<br />

accomplished a morfofuntional evaluation of the medial superior region of the orbicular muscle of the mouth,<br />

investigating possible correlations with the buccal breathing. The sample consisted of 50 brazilian children, six<br />

to nine years old, 25 boys and 25 girls, with Angle Class II, division 1 malocclusion and respiratory mode predominantly<br />

nasal or buccal. The superior lip form was studied by means of lineal height and thickness of profile<br />

radiography. The functional evaluation consisted on eletromiographyc analysis of the orbicular muscle of the<br />

mouth, accomplished during the repose situation and in more 21 lip-mandibular actions, by means of surface<br />

electrodes. The collected data were submitted to the descriptive statistics, test t (Student) for independent<br />

samples and test F for two variances. The results pointed that there was no statistically significant difference<br />

among both groups studied regarding superior lip form, as well as for the function, and there is no correlation<br />

among morphology and functional behavior of the medial superior region of the orbicular muscle of the mouth<br />

for this evaluated sample, regardless of the respiratory way.<br />

Key words: Mouth breathing. Upper lip. Orbicular muscle. Malocclusion. Electromiography.<br />

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Endereço para correspondência<br />

Felipe Fronza - Caixa postal 394 - Joaçaba, SC. Brasil.<br />

CEP 89600-000. e-mail: fronza@ortodontista.com.br<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 102 Maringá, v. 9, n. 1, p. 88-102, jan./fev. 2004


A r t i g o I n é d i t o<br />

A acuidade do Video Imaging na predição das<br />

mudanças no perfil de pacientes submetidos à<br />

cirurgia ortognática*<br />

Alexandre Trindade Simões da MOTTA**, Carlos Alexandre Leopoldo da CÂMARA***,<br />

Cátia Cardoso Abdo QUINTÃO****, Marco Antonio de Oliveira ALMEIDA*****<br />

Resumo<br />

O objetivo deste estudo foi avaliar a acuidade de um programa de Video Imaging (Prescription<br />

Planner/Portrait, versão 4.5) na predição do perfil facial de 13 pacientes submetidos a<br />

diferentes tipos de cirurgia ortognática. Foram utilizadas radiografias e fotografias de perfil<br />

pré-cirúrgicas e pós-tratamento na obtenção das imagens de perfil. As imagens predictivas<br />

obtidas a partir das modificações cefalométricas reais foram comparadas com as imagens<br />

finais por 20 ortodontistas, levando-se em conta seis variáveis: perfil total, nariz, lábio superior,<br />

lábio inferior, mento e região cervical. Um questionário, com barras graduadas em<br />

grau crescente de semelhança, foi utilizado para a quantificação da precisão da predição.<br />

As marcações foram transformadas em notas de 0 a 100. Foram obtidas médias e desviospadrão<br />

das notas das variáveis de cada paciente e da soma das notas das variáveis de todos<br />

os pacientes. As médias totais variaram de 42,63 a 61,53. O nariz foi a variável de melhor<br />

predição, enquanto o lábio inferior foi a região que apresentou a menor média total. Foi realizada<br />

uma análise individual dos casos, relacionando-se o tipo de procedimento cirúrgico<br />

às características da predição, simulando a aplicação clínica do programa. Foram destacados<br />

fatores que influenciam a predição de cada região, como: tipo de cirurgia realizada, magnitude<br />

da movimentação esquelética, emprego de procedimentos de manipulação dos tecidos<br />

moles, padronização fotográfica e radiográfica, e alterações pós-cirúrgicas, como mudanças<br />

de peso. A qualidade da predição do perfil final pelo programa utilizado foi considerada apenas<br />

razoável, com alguns casos apresentando deficiências importantes. Desta forma, este não<br />

seria indicado para um planejamento preciso do tratamento, mas sim para a apresentação<br />

do caso ao paciente.<br />

Palavras-chave: Predição. Video imaging. Cirurgia ortognática.<br />

* Resumo da monografia apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro como parte dos<br />

requisitos para obtenção do título de Especialista em Ortodontia.<br />

** Especialista e Mestrando em Ortodontia (UERJ).<br />

*** Especialista em Ortodontia (UERJ).<br />

**** Mestra e Doutora em Ortodontia (UFRJ). Professora Adjunta da Disciplina de Ortodontia da UERJ.<br />

***** Professor Titular da Disciplina de Ortodontia da UERJ.<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 103 Maringá, v. 9, n. 1, p. 103-112, jan./fev. 2004


MOTTA, A. T. S.; CÂMARA, C. A. L.; QUINTÃO, C. C. A.; ALMEIDA, M. A. O.<br />

A diferença de cor, brilho ou contraste entre os<br />

perfis do mesmo paciente é outro fator de extrema<br />

importância na análise, podendo provocar diferenças<br />

notáveis, como no paciente 2 (Fig. 2.2). Isto<br />

pode ocorrer por uma diferença real na cor da pele<br />

do paciente em diferentes épocas de obtenção das<br />

imagens, ou por erros na padronização das tomadas<br />

fotográficas, como distância, iluminação e uso de<br />

diferentes máquinas. Segundo Guess e Solzer 5 ,<br />

variáveis adicionais como a posição da cabeça nas<br />

tomadas radiográficas e fotográficas podem ser<br />

complicadas pela posição inter-labial, postura da<br />

cabeça e pela angulação da câmera e do paciente.<br />

Alguns recursos de melhorias de imagens estão<br />

disponíveis na maioria dos programas de video<br />

imaging, mas não foram utilizados neste estudo<br />

para que se evitasse a presença de variáveis adicionais,<br />

o que poderia prejudicar a padronização<br />

do experimento. Na prática clínica, entretanto, o<br />

profissional tem a opção de realizar alterações no<br />

contorno das imagens predictivas baseando-se em<br />

sua experiência profissional, superando, de certa<br />

forma, algumas deficiências do programa.<br />

De acordo com os resultados obtidos neste<br />

trabalho, pode-se considerar que a qualidade da<br />

predição do perfil final pelo programa utilizado foi<br />

apenas razoável, onde as médias totais variaram de<br />

42,63 a 61,53, com alguns casos apresentando deficiências<br />

importantes.<br />

A predição computadorizada é influenciada<br />

por diversos fatores, onde se destacam: tipo de<br />

cirurgia realizada, magnitude da movimentação<br />

esquelética, emprego de procedimentos de manipulação<br />

dos tecidos moles, padronização fotográfica<br />

e radiográfica e alterações pós-cirúrgicas, como<br />

mudanças de peso.<br />

Apesar do video imaging ser uma boa referência<br />

na determinação dos objetivos do tratamento,<br />

nenhuma predição pode ser totalmente precisa<br />

em um caso cirúrgico. Complicações cirúrgicas,<br />

estruturas anatômicas, fisiologia, mudanças de<br />

peso e a saúde do paciente podem afetar o resultado.<br />

Entretanto, a apresentação de uma imagem<br />

do próprio paciente parece ser mais realista do<br />

que a apresentação de um caso de outro paciente<br />

já tratado, e mais bem entendida que apenas radiografias,<br />

traçados e modelos 7,11 .<br />

Conhecendo as limitações deste programa de<br />

video imaging e usando sua experiência clínica<br />

para, se necessário, aprimorar a predição computadorizada,<br />

o clínico pode encontrar vantagens<br />

na utilização deste na apresentação do caso ao<br />

paciente.<br />

CONCLUSÕES<br />

A partir dos resultados obtidos neste trabalho,<br />

chegou-se às seguintes conclusões:<br />

1) A variável de melhor predição foi o nariz,<br />

seguida pela região cervical, lábio superior,<br />

mento, perfil total e lábio inferior.<br />

2) Tendo em vista a grande variação na acuidade<br />

das predições, não seria seguro utilizar<br />

este programa para um planejamento preciso<br />

do tratamento orto-cirúrgico.<br />

Enviado em: Setembro de 2002<br />

Revisado e aceito: Maio de 2003<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 111 Maringá, v. 9, n. 1, p. 103-112, jan./fev. 2004


A acuidade do video imaging na predição das mudanças no perfil de pacientes submetidos à cirurgia ortognática<br />

The accuracy of video imaging on the prediction of orthognatic patients profile<br />

Abstract<br />

The aim of this study was to evaluate the accuracy of a video imaging software (Prescription Planner/Portrait,<br />

version 4.5) in predicting the soft tissue profile of 13 patients who underwent different types of orthognatic<br />

surgery. Preoperative and posttreatment lateral cephalograms and photographs were used to produce profile<br />

images. Predicted and final profiles obtained from real cephalometric changes were compared by 20 orthodontists,<br />

assessing six variables: complete profile, nose, upper lip, lower lip, chin and cervical region. A questionary<br />

with a graduated line increasing in similarity was used to quantify the precision of the prediction, obtaining<br />

grades from 0 to 100. Means and standard deviations were obtained from the grades of each patient variables<br />

and of the sum of all the patients grades. Total means varied between 42.63 to 61.53. Nose was the variable of<br />

best prediction and lower lip was the variable of worst prediction. An individual analysis, relating the type of<br />

orthognatic surgery to the prediction characteristics, simulated the clinical use of the software. Factors related<br />

to the prediction of each region were indicated, as: type of surgery, amount of osseous displacement, use of<br />

soft tissue manipulating procedures, radiographic and photographic standardization, and postsurgical changes,<br />

like weight loss. The accuracy of the predictions was considered just reasonable, with some cases presenting<br />

important deficiencies. Therefore, this program is not indicated for an accurate planning treatment, but for the<br />

presentation of the case.<br />

Key words: Prediction. Video imaging. Orthognatic surgery.<br />

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665, Dec. 1997.<br />

Endereço para correspondência<br />

Alexandre Trindade Simões da Motta - Rua Des. João Claudino de Oliveira e Cruz, 50/1507 Barra da Tijuca<br />

Rio de Janeiro/RJ Brasil. CEP: 22793-070 - alenani@rjnet.com.br<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 112 Maringá, v. 9, n. 1, p. 103-112, jan./fev. 2004


A r t i g o d e D i v u l g a ç ã o<br />

Fios Ortodônticos: propriedades mecânicas<br />

relevantes e aplicação clínica<br />

Marco Abdo Gravina*, Alexandre Trindade Simões da Motta**, Marco Antonio de Oliveira Almeida***,<br />

Cátia Cardoso Abdo Quintão****<br />

Resumo<br />

Apesar do pequeno número de ligas utilizadas para a confecção de fios ortodônticos, existem<br />

várias marcas comercialmente disponíveis, dificultando o profissional na escolha do material<br />

mais adequado e de menor custo. As grandes empresas de fabricação investem em propagandas<br />

a respeito de fios chamados “superiores” (níquel-titânio com efeito memória de forma e<br />

níquel-titânio superelástico) e alegam que os mesmos fornecem melhor desempenho devido<br />

às suas propriedades mecânicas mais apropriadas. Para que o profissional possa escolher o fio<br />

ortodôntico mais apropriado, a compreensão das propriedades do material se faz necessária.<br />

Após definição e comparação das propriedades mecânicas, através de revisão da literatura,<br />

conclui-se que para a fase inicial de alinhamento e nivelamento, arcos de níquel-titânio superelásticos<br />

ou termoativados e arcos multifilamentados devam ser os fios de escolha. Para os<br />

estágios intermediários do tratamento ortodôntico, os fios de beta-titânio devem ser as ligas<br />

de eleição. Para os estágios de finalização as ligas de aço inoxidável convencionais constituem<br />

a opção mais viável. Sugere-se, ainda, que apesar da “superioridade” das novas ligas de níqueltitânio<br />

ter sido demonstrada, experimentalmente, clinicamente esses fios possuem comportamento<br />

semelhante às ligas de aço multifilamentado em casos de apinhamentos não muito<br />

severos.<br />

Palavras-chave: Fios Ortodônticos. Propriedades Mecânicas. Superelasticidade. Efeito memória de forma.<br />

Introdução e Revisão de literatura<br />

O alinhamento e nivelamento de slots de<br />

braquetes constituem a fase clínica preliminar<br />

mais importante de qualquer procedimento ortodôntico<br />

com aparelhagem fixa 19 . Tem-se aceito<br />

em Ortodontia o princípio de que forças leves e<br />

contínuas seriam desejáveis para a obtenção de<br />

movimento fisiológico e controlado dos dentes<br />

e estruturas adjacentes. Os fios ortodônticos de<br />

alinhamento e nivelamento iniciais devem ser capazes<br />

de gerar tais forças e para isso precisam ser<br />

flexíveis e transmitir forças leves em uma faixa<br />

de ativação ampla. Para esse propósito, foi sugerida<br />

uma variedade de fios de aço multifilamentados<br />

ou fios de níquel-titânio (NiTi) superelásticos<br />

que oferecem uma curva força-flexão com<br />

um patamar definido e uma faixa de ativação<br />

maior 16 .<br />

* Especialista e Mestrando (Ortodontia) U.E.R.J.<br />

** Especialista e Mestrando (Ortodontia) U.E.R.J.<br />

*** Mestre (Ortodontia) U.F.R.J. Livre docente (Ortodontia) U.E.R.J. Professor Titular (Ortodontia) U.E.R.J.<br />

**** Mestra e Doutora (Ortodontia) U.F.R.J. Professora Adjunta da Disciplina de Ortodontia da U.E.R.J. Professora do Curso<br />

de Especialização em Ortodontia U.F.J.F.<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 113 Maringá, v. 9, n. 1, p. 113-128, jan./fev. 2004


Fios Ortodônticos: propriedades mecânicas relevantes e aplicação clínica<br />

A fabricação do aparelho pré-ajustado requer<br />

um planejamento antes da colocação dos braquetes<br />

aos dentes. O momento mais indicado para este<br />

planejamento é durante a formulação do plano de<br />

tratamento juntamente com toda a documentação<br />

ortodôntica do paciente. Movimentos dentários individuais<br />

devem ser determinados para se atingir os<br />

objetivos do tratamento, portanto, a individualização<br />

de inclinação, torque, rotação e altura para cada<br />

braquete deve ser realizada tanto nos procedimentos<br />

de colagem direta quanto indireta.<br />

É óbvio que a ciência de fabricação dos atuais<br />

aparelhos pré-ajustados não resolvem todas estas<br />

variações anatômicas e biológicas nem as deficiências<br />

mecânicas. Ainda é necessário que os ortodontistas<br />

usem sua capacidade e senso artístico para<br />

realizar dobras de 1ª, 2ª e 3ª ordem nos arcos a fim<br />

de produzir determinados movimentos dentários.<br />

Entretanto, a quantidade de dobras é substancialmente<br />

inferior àquelas realizadas nos aparelhos que<br />

utilizam braquetes não pré-torqueados e não préangulados.<br />

Enviado em: Maio de 2002<br />

Revisado e aceito: Novembro de 2002<br />

Orthodontic Wires: mechanical properties and clinical applicability<br />

Abstract<br />

Although there is a small number of alloys used for orthodontic wire production, many brands are shown,<br />

which difficults the choice for the wire that best fits the situation and costs less. Marketing over the considered<br />

“superior” wires (shape memory and superelastic nickel-titanium) highlight their best results regarded to their<br />

mechanical properties. In order to choose the proper wire, it is important for the orthodontist to understand<br />

the material properties. Based on definition and comparison of mechanical properties, through literature review,<br />

it was concluded that, for aligning and leveling phases, superelastic or thermoactivated nickel-titanium<br />

and multistranded wires should be the chooser ones. For intermediate treatment phase, beta-titanium wires<br />

should be elected. For finishing steps, conventional stainless steel wires would be a good option. It is still suggested<br />

that, though the new nickel-titanium wires have shown better results in laboratorial tests, they are similar<br />

to the multistranded ones clinically compared which are less expensive.<br />

Key words: Orthodontic wires. Mechanical properties. Superelasticity. Shape memory effect.<br />

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Endereço para correspondência<br />

Marco Abdo Gravina - Av. Barão do Rio Branco, 2595 - Salas 1203/1204 - Juiz de Fora – MG. Brasil.<br />

Cep: 36016-311 - email: cquintão@artnet.com.br<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 128 Maringá, v. 9, n. 1, p. 113-128, jan./fev. 2004


A r t i g o d e D i v u l g a ç ã o<br />

Transposição dentária<br />

Tatiana Banzatto KREIA*, Orlando TANAKA**<br />

Resumo<br />

Foi realizada uma breve revisão bibliográfica, abordando os tipos de transposições dentárias e<br />

ilustrada com três casos clínicos. Um deles apresenta a agenesia de incisivos laterais superiores<br />

e transposição completa do canino e foi tratado ortodonticamente com a movimentação do<br />

mesmo para o seu local, na linha de oclusão.<br />

Palavras-chave: Transposição Dentária. Tratamento Ortodôntico.<br />

Introdução<br />

Transposição é uma alteração que ocorre no<br />

posicionamento dentário, envolvendo dois dentes.<br />

Pode ser uni ou bilateral, envolver qualquer dente<br />

permanente na arcada superior ou inferior, afetar<br />

ambos os gêneros e, com maior incidência, na<br />

maxila 13 . Geralmente é acompanhada de agenesia<br />

de incisivos laterais ou apresenta-se com morfologia<br />

conóide 4,10 . A arcada dentária superior pode<br />

apresentar 5 tipos de transposições ao passo que<br />

a mandíbula apresenta 1 ou 2 tipos. Este trabalho<br />

tem por objetivo relatar as formas de transposição<br />

e suas respectivas condutas clínicas, ilustrando-as<br />

com casos clínicos.<br />

FundAMENTOS TEÓRICOS<br />

Como a transposição dentária é de ocorrência<br />

rara, há poucos artigos abordando o assunto. As<br />

poucas citações caracterizam-se pela descrição de<br />

um único caso ou por uma pequena coleta de dados,<br />

sem que haja a preocupação por diferenciar<br />

os tipos, buscar a etiologia ou elaborar as condutas<br />

clínicas.<br />

A transposição dentária é uma anomalia ocasionada<br />

pela inversão na posição de dois dentes,<br />

adjacentes ou não, particularmente pela troca de<br />

suas raízes ou pelo desenvolvimento ou irrupção<br />

de um dente em uma posição normalmente ocupada<br />

por outro não adjacente 6 . Assim sendo, ela<br />

é uma forma rara e extrema de irrupção ectópica<br />

na qual um dente permanente se desenvolve e<br />

irrompe em uma posição ocupada normalmente<br />

por outro permanente 9 . Para evitar confusões,<br />

usa-se o termo irrupção ectópica para se referir a<br />

um trajeto de irrupção anormal, “tomado” por um<br />

dente; e transposição, para uma troca na posição<br />

de 2 dentes adjacentes, no mesmo quadrante da<br />

arcada dentária 11,12 .<br />

A transposição pode acontecer tanto na maxila<br />

como na mandíbula 2 e a primeira é a mais afetada<br />

7,8,9,10,11,12 . Pode ainda, ser uni (Fig. 2A, 2B) ou<br />

bilateral (Fig. 1A). A unilateral tem uma incidência<br />

maior, afetando ambos os gêneros 2,8,9,10,11,12 , e<br />

segundo Peck, Peck e Kataja 7 , o feminino é o mais<br />

afetado, com a proporção de um homem para três<br />

mulheres, enquanto Shapira e Kuftinec 9,10,11,12 ,<br />

afirmam que ocorre igualmente em ambos os gêneros.<br />

* Graduanda do Curso de Odontologia da PUCPR. Bolsista do PIBIC – CNPq.<br />

** Doutor em Ortodontia – UFRJ. Professor Titular – Curso de Odontologia – CCBS – PUCPR. Professor do Curso de<br />

Mestrado e Especialização em Ortodontia – CCBS – PUCPR.<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 129 Maringá, v. 9, n. 1, p. 129-136, jan./fev. 2004


Transposição dentária<br />

Em resumo, recomenda-se analisar a amplitude<br />

não só do dente transposto, mas também os<br />

posicionamentos dos dentes adjacentes e dos<br />

antagonistas, aplicando, principalmente, o (B)bom<br />

senso como parte integrante dos vocábulos A,<br />

B, C e D, isto é, (A)aparelho; (C)cooperação<br />

e (D)diagnóstico, na busca dos objetivos do<br />

tratamento ortodôntico 14 .<br />

CONCLUSÕES<br />

1) A transposição é multifatorial e tem a sua<br />

principal ocorrência na maxila e com um maior<br />

envolvimento dos caninos;<br />

2) Os casos de transposição requerem uma inter-relação<br />

entre ortodontista, cirurgião, endodontista<br />

e o paciente.<br />

Enviado em: Agosto de 2001<br />

Revisado e aceito: Março de 2002<br />

Tooth transposition<br />

Abstract<br />

A brief literature review was performed focusing tooth transposition and illustrated with three cases. One<br />

presenting congenitally missing maxillary lateral incisor with maxillary canine in complete transposition was<br />

treated moving the canine into the real position in the occlusion line.<br />

Key words: Tooth Transposition. Orthodontic Treatment.<br />

Referências<br />

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Endereço para correspondência<br />

Tatiana Banzatto Kreia<br />

Rua Prof. Leonardo Cobbe, 195<br />

Curitiba – PR. Brasil.<br />

CEP: 82220-050 – e-mail: tatibk@terra.com.br<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 136 Maringá, v. 9, n. 1, p. 129-136, jan./fev. 2004


A r t i g o d e D i v u l g a ç ã o<br />

Tratamento orto-cirúrgico de paciente com<br />

acentuada displasia esquelética de Classe III<br />

Márcio Alexandre Cardoso*, Jonas CAPELLI JR.**, Paulo José Medeiros***<br />

Resumo<br />

A má oclusão de Classe III é caracterizada por uma discrepância esquelética ântero-posterior,<br />

acompanhada ou não por alterações verticais, mas geralmente envolvendo também alterações<br />

transversais das bases ósseas. Apesar da baixa incidência na maioria das populações, o estudo<br />

deste tipo de desarmonia esquelética é motivado por suas marcantes características de expressão.<br />

Geralmente o aspecto facial dos indivíduos acometidos é afetado significativamente,<br />

sendo esta desarmonia, associada às alterações funcionais mastigatórias, um dos principais<br />

motivos para o interesse dos pacientes em procurar o tratamento para este tipo de má oclusão.<br />

Porém, algumas características específicas deste problema, dificultam seu tratamento durante<br />

a fase de crescimento, uma vez que fatores intrínsecos do crescimento mandibular são dificilmente<br />

controlados ou previsíveis de modo satisfatório. A realização de compensações dentárias<br />

ou camuflagem ortodôntica através de extrações é procedimento que produz resultados<br />

limitados, podendo comprometer a qualidade do tratamento após sua finalização. A associação<br />

da terapêutica ortodôntica à cirurgia ortognática, quando bem diagnosticada, planejada e conduzida,<br />

pode auxiliar na obtenção de melhores resultados do ponto de vista estético, oclusal<br />

e funcional.<br />

Palavras-chave: Ortodontia. Má oclusão de Classe III. Cirurgia Ortognática.<br />

Introdução<br />

A má oclusão de Classe III é definida por uma série<br />

de características que envolvem alterações de<br />

ordem esquelética (excesso ântero-posterior da<br />

mandíbula, deficiência ântero-posterior da maxila<br />

ou a combinação de ambos), dentária (protrusão<br />

dos incisivos superiores e retrusão dos incisivos<br />

inferiores) e alterações geralmente expressivas do<br />

perfil (perfil côncavo) 10 .<br />

Apesar da baixa incidência quando comparada<br />

às outras más oclusões 15 , a intensidade com que<br />

geralmente se apresenta e a falta de previsibilidade,<br />

apresentada pelos métodos de intervenção<br />

precoce disponíveis, conduz em muitos casos, a<br />

necessidade de realização de tratamento orto-cirúrgico,<br />

para que o caso seja concluído de forma<br />

adequada.<br />

A conduta de casos abordados através da Or-<br />

* Especialista e Mestrando em Ortodontia pela FO/UERJ. Professor Convidado do Curso de Especialização em Ortodontia<br />

da FO/UFSC.<br />

** Livre-Docente em Ortodontia pela FO-UERJ. Professor Adjunto de Ortodontia da FO-UERJ e FO-UNESA.<br />

*** Doutor, Mestre e Especialista em Cirurgia Buco-maxilo-facial. Pós-Graduado em Cirurgia Buco-maxilo-facial University<br />

of Texas, Dallas, EUA. Professor Titular Cirurgia Bucal FO-UFRJ. Chefe do Serviço de Cirurgia Buco-maxilo-facial HU-<br />

UERJ.<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 137 Maringá, v. 9, n. 1, p. 137-144, jan./fev. 2004


CARDOSO, M. A.; CAPELLI JR., J.; MEDEIROS, P. J.<br />

ou outros, que possam alterar significativamente<br />

o planejamento, o preparo ortodôntico do arco<br />

inferior é realizado sem extrações. Pequenas<br />

discrepâncias do arco inferior são corrigidas<br />

durante o processo de remoção das compensações<br />

apresentadas pelos incisivos 9 . Este fato pode ser<br />

observado no caso relatado neste trabalho.<br />

A ausência de problemas no arco superior, como<br />

discrepância negativa acentuada, atresia maxilar,<br />

projeção acentuada dos incisivos superiores ou<br />

de alterações localizadas conduziu ao preparo<br />

do mesmo sem extrações. Estas particularidades<br />

propiciaram a conclusão do tratamento em um<br />

período relativamente curto.<br />

O procedimento cirúrgico combinado, através<br />

de avanço maxilar e recuo mandibular foi<br />

escolhido tendo em vista, principalmente, a<br />

estabilidade pós-operatória do procedimento.<br />

A realização de grandes movimentações em somente<br />

uma das arcadas, como por exemplo, recuos<br />

mandibulares de grande extensão, são mais<br />

instáveis 13 . A escolha da fixação maxilar rígida<br />

também contribui para a estabilidade do procedimento<br />

14 . A técnica de osteotomia vertical<br />

para o recuo mandibular foi escolhida por ser<br />

um procedimento tecnicamente mais simples,<br />

rápido e estável quando comparado com outras<br />

técnicas utilizadas com este objetivo 11,12,13 . Porém<br />

esta técnica exige a realização de bloqueio<br />

maxilo-mandibular rígido por um período de 3<br />

semanas, pois a fixação rígida não pode ser aplicada<br />

nesta técnica 12,13 .<br />

Apesar da Ortodontia dispor de vários tipos de<br />

abordagens para o tratamento da má oclusão de<br />

Classe III, algumas características específicas deste<br />

problema, dificultam ou inviabilizam seu tratamento<br />

durante a fase de crescimento, uma vez que<br />

fatores intrínsecos do crescimento mandibular são<br />

dificilmente controlados ou previsíveis de modo<br />

satisfatório. Já a realização de compensações dentárias<br />

e a camuflagem ortodôntica através de extrações<br />

produzem resultados limitados tanto no ponto<br />

de vista oclusal quanto estético, comprometendo a<br />

qualidade do tratamento. A associação da terapêutica<br />

ortodôntica à Cirurgia Ortognática leva à obtenção<br />

de resultados mais satisfatórios do ponto de<br />

vista estético, oclusal e funcional, principalmente<br />

para os casos de displasia esquelética de Classe III.<br />

Enviado em: Dezembro de 2002<br />

Revisado e aceito: Abril de 2003<br />

Orthodontic-surgical treatment of severe skeletal Class III malocclusion<br />

Abstract<br />

Class III malocclusion is characterized by anteroposterior skeletal discrepancy, with or without vertical changes,<br />

but usually involving transverse problems. Although it has a low incidence in most of the population,<br />

a study of this sort of skeletal disharmony is motivated by its marked expression. Facial aspects of accessed<br />

individual is usually significantly changed, and this fact, associated with altered mastigatory function, are the<br />

principal reasons that motivate patients to look for treatment to solve this kind of malocclusion. Some specific<br />

characteristics of this problem makes its treatment more difficult during growth, once intrinsical mandibular<br />

growth factors are difficult to control or to fully preview. <strong>Dental</strong> compensation or camouflage produce limited<br />

results, compromising quality at the end of treatment. Association between orthodontic approach and orthognatic<br />

surgery, when correctly diagnosed, indicated and conducted can obtain better results regarding function,<br />

occlusion and esthetics.<br />

Key words: Orthodontics. Class III malocclusion. Orthognatic Surgery.<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 143 Maringá, v. 9, n. 1, p. 137-144, jan./fev. 2004


Tratamento orto-cirúrgico de paciente com acentuada displasia esquelética de Classe III<br />

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Endereço para correspondência<br />

Márcio Alexandre Cardoso<br />

Universidade do Estado do Rio de Janeiro – Faculdade de Odontologia - Pós-Graduação em Ortodontia<br />

Boulevard 28 de Setembro, 157/230 – Clínica de Ortodontia - Bairro Vila Isabel<br />

Rio de Janeiro, RJ. Brasil.<br />

CEP 20551-030 - e-mail: marcio@ccs.ufsc.br<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 144 Maringá, v. 9, n. 1, p. 137-144, jan./fev. 2004


T ó p i c o E s p e c i a l<br />

Qual é a quantidade mínima de<br />

periodonto de inserção necessária para<br />

realizar movimentos ortodônticos<br />

Julia F. de Harfin*<br />

Resumo<br />

Os últimos avanços no campo da biologia celular e sua inter-relação com a biologia periodontal<br />

nos abrem um novo caminho no tratamento de pacientes adultos que procuram os serviços ortodônticos<br />

para solucionar problemas estéticos e/ou funcionais e que por sua vez apresentam uma<br />

moderada ou severa perda de inserção. Vários casos clínicos confirmam que é possível realizar<br />

movimentos ortodônticos nesses pacientes, sempre que se realize um contínuo monitoramento<br />

periodontal antes, durante e depois do tratamento ortodôntico.<br />

Palavras-chave: Periodonto de inserção. Tratamento em adultos. Movimentação ortodôntica.<br />

Introdução<br />

Na atualidade, uma grande porcentagem de<br />

nossos pacientes é adulto e aproximadamente<br />

30% ou mais deles apresentam uma moderada<br />

ou severa enfermidade periodontal. Portanto,<br />

o conhecimento da enfermidade periodontal é<br />

parte fundamental no curriculum vitae de todo<br />

ortodontista que atenda pacientes adultos (e<br />

não tanto) na sua clínica diária. Estes pacientes<br />

necessitam tratamento específico para evitar<br />

não só um problema estético mas também funcional<br />

que se associa à perda de dentes devido a<br />

esta enfermidade.<br />

O diagnóstico correto da enfermidade periodontal<br />

e seu encaminhamento ao periodontista é<br />

uma responsabilidade ética de todo profissional<br />

que trata desses pacientes.<br />

Há alguns anos, pensar em realizar algum tipo<br />

de tratamento ortodôntico nesses pacientes era<br />

considerado uma utopia, especialmente se a perda<br />

óssea fosse maior que 50%.<br />

Devemos reconhecer que há grandes diferenças<br />

no diagnóstico, prognóstico, planos de tratamento<br />

e planos de contenção, quando tratamos<br />

crianças ou adultos 13,30,31,32 .<br />

Os atuais conhecimentos sobre a biologia periodontal<br />

e o controle dos fatores de risco permitem-nos,<br />

a longo prazo, alcançar resultados positivos<br />

neste grupo de pacientes.<br />

O conceito clássico de que a enfermidade periodontal<br />

era de progressão contínua e que sua<br />

severidade aumentava com a idade, foi superado<br />

por meio dos estudos de Socranski 42,43 , Lindhe e<br />

Nyman 26 , que demonstram ser uma enfermidade<br />

* Presidente da Associação Latino-americana de Ortodontia (ALADO), Professora Titular de Ortodontia e Diretora do<br />

Curso de Pós-graduação em Ortodontia na Universidade de Maimônides – Argentina.<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 145 Maringá, v. 9, n. 1, p. 145-157, jan./fev. 2004


Qual é a quantidade mínima de periodonto de inserção necessária para realizar movimentos ortodônticos<br />

CONCLUSÃO<br />

Como resumo, pode-se afirmar que não há dúvidas<br />

da importância que tem a correção da posição<br />

dentária e a manutenção e/ou a melhora da<br />

saúde periodontal.<br />

A avaliação dos resultados positivos obtidos<br />

nestes três casos clínicos nos indicam que o ortodontista<br />

não pode estar alheio a novos conhecimentos,<br />

tanto biológicos quanto relativos aos<br />

avanços tecnológicos, que melhoram, em grande<br />

parte, as possibilidades de que nossos pacientes<br />

mantenham um periodonto de inserção sadio ao<br />

longo de muitos anos, sobretudo se estes pacientes<br />

forem se submeter a um tratamento ortodôntico.<br />

Com aproximadamente trinta anos de experiência<br />

no tratamento desses pacientes podemos<br />

concluir que se pode realizar todo tipo de movimentação<br />

ortodôntica sempre que estivermos<br />

com um paciente que se apresente sadio, ainda<br />

que com o periodonto de inserção reduzido.<br />

Esta afirmação coincide com os trabalhos apresentado<br />

por vários autores 4,5,20,21,28-32,39,46,47,51,52 .<br />

O sucesso não é somente do ortodontista,<br />

mas também do trabalho interdisciplinar que<br />

se deve realizar com o periodontista, o protesista,<br />

o implantodontista, etc. O acompanhamento<br />

destes pacientes, a longo prazo, assim o<br />

demonstra.<br />

Enviado em: Janeiro de 2004<br />

Revisado e aceito: Janeiro de 2004<br />

What is the minimum amount of insertion periodontium needed to perform<br />

orthodontic movements<br />

Abstract<br />

The last advancements in the field of the cellular biology and its interrelation with periodontal biology open a<br />

new way in the treatment of adult patients who seek orthodontic services to solve esthetic and/ or functional<br />

problems and that present moderate or severe loss of insertion. Several clinical cases confirm that it is possible<br />

to perform orthodontic movements in these patients, as long as a continuous periodontal follow up is performed<br />

before, during and after the orthodontic treatment.<br />

Key words: Insertion periodontium. Adult treatment. Orthodontic movement<br />

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Endereço para correspondência<br />

Julia F. de Harfin<br />

jharfin@attglobal.net<br />

R <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial 157 Maringá, v. 9, n. 1, p. 145-157, jan./fev. 2004

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