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OBA - Lançamento de Foguetes

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e o programa espacial brasileiro


Todos os satélites atualmente<br />

entram em órbita carregados por<br />

um foguete ou no compartimento<br />

<strong>de</strong> carga <strong>de</strong> um ônibus espacial.


Para a maioria dos lançamentos <strong>de</strong> satélite, um foguete <strong>de</strong><br />

lançamento programado é apontado diretamente para cima. Isso<br />

permite ao foguete alcançar a parte mais espessa da atmosfera<br />

mais rapidamente, minimizando o consumo <strong>de</strong> combustível.


Se atirarmos um objeto para cima, na<br />

vertical, observamos que esse objeto<br />

à medida que vai subindo. per<strong>de</strong><br />

velocida<strong>de</strong> até atingir o seu ponto<br />

mais elevado, para <strong>de</strong>pois cair à<br />

velocida<strong>de</strong> crescente até chegar ao<br />

solo.


Se atirarmos com mais<br />

força, fazendo com que sua<br />

velocida<strong>de</strong> seja maior,<br />

evi<strong>de</strong>ntemente que<br />

alcançará uma altura maior.


Po<strong>de</strong>mos intuir daí que, se<br />

conseguíssemos lançar com<br />

muito mais força, po<strong>de</strong>ríamos<br />

lançar o objeto <strong>de</strong> tal forma que<br />

ele já não voltaria mais.


Como a energia mecânica se conserva, temos:<br />

E<br />

i<br />

mec<br />

E<br />

f<br />

mec<br />

E<br />

c<br />

E<br />

p<br />

inicial<br />

E<br />

c<br />

E<br />

p<br />

final<br />

No início, a nave está em solo, portanto sua energia potencial é<br />

ZERO joule. No fim (ponto mais alto), a velocida<strong>de</strong> da nave é 0<br />

m/s, portanto a energia cinética é ZERO joules. Assim:<br />

E<br />

c<br />

inicial<br />

2<br />

v<br />

m<br />

2<br />

E<br />

p<br />

mgh<br />

final<br />

Como vemos, a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escape <strong>de</strong> um<br />

corpo não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da massa (m) <strong>de</strong>sse<br />

corpo.<br />

2<br />

v<br />

2<br />

v<br />

2<br />

v<br />

2<br />

GM<br />

R<br />

2<br />

R<br />

GM<br />

R<br />

2GM<br />

R


v<br />

Terra<br />

2GM<br />

R<br />

T<br />

v<br />

Terra<br />

2<br />

-11<br />

6,67x10 6,0x10<br />

6<br />

6,4x10<br />

24<br />

11,3<br />

10<br />

3<br />

m<br />

/ s<br />

A velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escape não é a mesma em todos os corpos<br />

celestes.<br />

Cada um <strong>de</strong>les tem a sua própria velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escape.


Após o foguete ter sido lançado, o seu mecanismo <strong>de</strong> controle usa o sistema<br />

<strong>de</strong> orientação inercial para calcular os ajustes necessários nos bocais do<br />

foguete e incliná-lo em direção a um curso <strong>de</strong>scrito no plano <strong>de</strong> vôo.


O centro <strong>de</strong> pressão é um ponto on<strong>de</strong> atua a resultante das forcas aerodinâmicas as quais o foguete esta sujeito.<br />

Um foguete precisa ser controlado muito precisamente para inserir um<br />

satélite <strong>de</strong>ntro da órbita <strong>de</strong>sejada. O Sistema <strong>de</strong> orientação inercial<br />

(IGS), <strong>de</strong>ntro do foguete, torna possível este controle.


O IGS <strong>de</strong>termina a exata localização e orientação do foguete, medindo<br />

precisamente todas as acelerações que ele experimenta, usando giroscópios e<br />

acelerômetros.


O giroscópio consiste essencialmente em uma roda livre, ou<br />

varias rodas, para girar em qualquer direção e com uma<br />

proprieda<strong>de</strong>: opõe-se a qualquer tentativa <strong>de</strong> mudar sua direção<br />

original. Exemplo facilmente observável é que, ao girar a roda <strong>de</strong><br />

uma bicicleta no ar e tentar mudar a direção <strong>de</strong> seu eixo<br />

bruscamente, percebe-se uma enorme reação.


Um acelerômetro nada mais é que um instrumento capaz <strong>de</strong><br />

medir a aceleração sobre objetos.


Encha um copo até a meta<strong>de</strong> e coloque-o sobre um objeto móvel, um skate ou<br />

algo parecido. Ao empurrá-lo para frente, uma das laterais do copo fica mais<br />

cheia que a outra <strong>de</strong>vido à aceleração, se você pu<strong>de</strong>r calcular o ângulo <strong>de</strong><br />

inclinação da água, é possível <strong>de</strong>terminar a força aplicada.


Na maioria dos casos, o plano <strong>de</strong> vôo exige que o foguete siga<br />

em direção leste, porque a Terra, também girando nesse sentido,<br />

proporciona ao veículo um impulso livre.


A intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse impulso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

rotação da Terra no local <strong>de</strong> lançamento.<br />

O impulso é maior no equador, on<strong>de</strong> a distância ao<br />

redor da Terra é maior e a rotação mais rápida.


Qual a intensida<strong>de</strong> do impulso <strong>de</strong> um lançamento<br />

equatorial<br />

Para fazer uma ligeira estimativa, po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>terminar a<br />

circunferência da Terra multiplicando seu diâmetro por<br />

(3,1416).<br />

perímetro da circunferência = 2<br />

R<br />

O diâmetro da Terra (2R) é <strong>de</strong> aproximadamente 12.753 km.<br />

Multiplicando por<br />

temos uma circunferência <strong>de</strong> mais ou menos<br />

40.065 km.


Para percorrer essa distância em 24 horas, um<br />

ponto na Terra <strong>de</strong>ve mover-se a 1.669 km/h.


Um lançamento do Cabo Canaveral na Flórida não fornece um<br />

impulso tão gran<strong>de</strong> a partir da velocida<strong>de</strong> rotacional da Terra.


Uma das instalações <strong>de</strong> lançamento do Centro Espacial Kennedy,<br />

o Complexo <strong>de</strong> Lançamento 39-A, está localizado a<br />

28°36 29,7014 <strong>de</strong> latitu<strong>de</strong> norte. A velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rotação da<br />

Terra naquele lugar é <strong>de</strong> quase 1.440 km/h.


A diferença <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> na superfície da Terra entre o equador<br />

e o Centro Espacial Kennedy, é, então, <strong>de</strong> aproximadamente<br />

229 km/h.


Observação: a Terra, na verda<strong>de</strong>, é achatada nos pólos e mais<br />

larga em torno do centro; por esta razão, nossa estimativa da<br />

circunferência da Terra é um pouco menor.


Consi<strong>de</strong>rando que os foguetes po<strong>de</strong>m viajar a milhares <strong>de</strong><br />

quilômetros por hora, você talvez imagine porque uma diferença<br />

<strong>de</strong> apenas 229 km/h fosse importar. A resposta é que os<br />

foguetes, com sua carga e combustível, são muito pesados.


A <strong>de</strong>colagem do ônibus<br />

espacial En<strong>de</strong>avour em<br />

11 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2000,<br />

por exemplo, com a<br />

Missão <strong>de</strong> topografia<br />

por radar <strong>de</strong>mandou o<br />

lançamento <strong>de</strong> uma<br />

massa total <strong>de</strong><br />

2.050.447 kg.


É necessária uma quantida<strong>de</strong> enorme <strong>de</strong> energia para acelerar<br />

tal massa a 229 km/h, e também, uma quantida<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

combustível. Lançamentos a partir do equador fazem uma<br />

significativa diferença.


A primeira base <strong>de</strong> lançamentos <strong>de</strong> foguetes do Brasil, foi criada em<br />

1965. Está localizado na Rota do Sol, no município <strong>de</strong> Parnamirim, a<br />

12km <strong>de</strong> Natal, capital do Rio Gran<strong>de</strong> do Norte.


Nela se concentram operações <strong>de</strong> lançamento <strong>de</strong><br />

foguetes <strong>de</strong> pequeno e <strong>de</strong> médio porte.


O Nike Apache, foi o<br />

primeiro foguete a<br />

ser lançado <strong>de</strong>sta<br />

base, em <strong>de</strong>zembro<br />

<strong>de</strong> 1965 e era um<br />

foguete <strong>de</strong><br />

sondagem <strong>de</strong><br />

fabricação dos EUA.


Nesta base já foram lançados mais <strong>de</strong> 400 foguetes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os<br />

pequenos foguetes <strong>de</strong> sondagem meteorológica do tipo Loki, até<br />

veículos <strong>de</strong> alta performance da classe Castor-Lance, <strong>de</strong> quatro<br />

estágios.


Segunda base <strong>de</strong> lançamentos <strong>de</strong> foguetes do Brasil, foi criada em 1989<br />

no município <strong>de</strong> Alcântara a 408 km <strong>de</strong> São Luísno estado do<br />

Maranhão.


A base é consi<strong>de</strong>rada uma das melhores<br />

do mundo pela sua localização<br />

geográfica.<br />

Proximida<strong>de</strong> da base com a linha do equador (2°18 latitu<strong>de</strong> sul): a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

rotação da Terra na altura do equador, auxilia o impulso dos lançadores e assim<br />

favorece a economia do propelente utilizado nos foguetes.<br />

Disposição da península <strong>de</strong> Alcântara: permite lançamentos em todos os tipos <strong>de</strong><br />

órbita, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as equatoriais (em faixas horizontais) às polares (em faixas verticais), e a<br />

segurança das áreas <strong>de</strong> impacto do mar que foguetes <strong>de</strong> vários estágios necessitam<br />

ter.<br />

Área do Centro: a baixa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica possibilita a existência <strong>de</strong> diversos<br />

sítios para foguetes diferentes.<br />

Condições climáticas: o clima estável, o regime <strong>de</strong> chuvas bem <strong>de</strong>finido e os ventos<br />

em limites aceitáveis tornam possível o lançamento <strong>de</strong> foguetes em praticamente<br />

todos os meses do ano.


O CLA <strong>de</strong>stina-se a realizar missões <strong>de</strong> lançamentos <strong>de</strong> satélites e sedia<br />

os testes do Veículo Lançador <strong>de</strong> Satélites (VLS).


Uma vez que um foguete atinge ar extremamente rarefeito, o seu<br />

sistema <strong>de</strong> navegação <strong>de</strong>tona pequenos foguetes, somente o<br />

necessário para alinhar o veículo na posição horizontal.


O satélite é então liberado. Neste momento, os foguetes são<br />

acionados mais uma vez, para garantir que haja uma separação<br />

entre o veículo <strong>de</strong> lançamento e o próprio satélite.


é a velocida<strong>de</strong> necessária para<br />

alcançar o equilíbrio entre a atração<br />

da gravida<strong>de</strong>, ocorrida sobre o<br />

satélite, e a inércia do seu<br />

movimento (a tendência <strong>de</strong> continuar<br />

se movendo).<br />

Esta é <strong>de</strong> aproximadamente<br />

27.359 km/h a uma altitu<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

242 km.


Os planetas <strong>de</strong>screvem órbitas elípticas<br />

em torno do Sol, que ocupa um dos<br />

focos da elipse <strong>de</strong>scrita.


O segmento imaginário que une<br />

o centro do Sol e o centro do planeta<br />

varre áreas iguais em intervalos <strong>de</strong><br />

tempo iguais.<br />

A1 = A2


O ponto da órbita mais próximo ao Sol é chamado <strong>de</strong><br />

periélio.<br />

O ponto mais afastado do Sol é <strong>de</strong>nominado afélio.


2<br />

3<br />

O quadrado do período <strong>de</strong><br />

revolução <strong>de</strong> cada planeta<br />

é proporcional ao cubo<br />

da distância média do<br />

planeta ao Sol.<br />

Sendo T o período do planeta, isto é, o intervalo <strong>de</strong> tempo para ele dar<br />

uma volta completa em torno do Sol, e r a medida do semi-eixo maior <strong>de</strong><br />

sua órbita (<strong>de</strong>nominado raio médio).<br />

A constante <strong>de</strong> proporcionalida<strong>de</strong> K só <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da massa do Sol.


Um corpo qualquer atrai outro exercendo sobre ele uma<br />

força gravitacional, dirigida ao longo da linha reta<br />

imaginária que une os dois corpos. O valor da força é<br />

diretamente proporcional às massas dos dois corpos e é<br />

inversamente proporcional ao quadrado da distância<br />

entre os corpos.


As forças aparecem aos pares: se um corpo atrai outro, é também<br />

atraído pelo outro.<br />

Exemplo: a Terra atrai um satélite e o<br />

satélite atrai a Terra com uma força <strong>de</strong><br />

mesma intensida<strong>de</strong>, mesma direção e<br />

sentido contrário.


2<br />

Gé uma constante, M é a massa do primeiro corpo,<br />

m é a massa do segundo corpo e d é a distância<br />

entre os centros dos dois corpos.<br />

A constante Gé a mesma em todo o universo<br />

chamando-se, por isso, constante <strong>de</strong> gravitação<br />

universal e tem o valor <strong>de</strong><br />

6 ,7 x10<br />

11<br />

Nm<br />

Kg<br />

2<br />

2


Quanto maior for o impulso com o qual atiramos uma pedra, menos encurvada<br />

será sua trajetória. Po<strong>de</strong>mos imaginar que a pedra seja atirada com tanta violência<br />

que o encurvamento da trajetória seja exatamente igual à curvatura da superfície da<br />

Terra, que é praticamente esférica.


Nesse caso, a pedra nunca<br />

atingiria a superfície porque à<br />

medida que sua trajetória se<br />

encurvasse, a superfície da Terra<br />

se encurvaria da mesma maneira.<br />

Seria como se tivéssemos atirado<br />

a pedra além do horizonte.<br />

Se o ar não a retardasse, a pedra<br />

percorreria uma órbita em torno<br />

da Terra como um satélite.


Não havendo resistência do ar, a única força na pedra é a força <strong>de</strong> atração<br />

pelo planeta.<br />

Esta força atua como resultante centrípeta, não alterando o valor da<br />

velocida<strong>de</strong> em módulo e garantindo o Movimento Curvilíneo.<br />

F<br />

raio<br />

raio<br />

GM<br />

raio<br />

R<br />

GMm<br />

2<br />

GMm<br />

2<br />

c<br />

v<br />

ma<br />

2<br />

mv<br />

c<br />

2<br />

raio<br />

A distância na fórmula <strong>de</strong><br />

Newton é o raio da órbita.<br />

A aceleração centrípeta<br />

po<strong>de</strong> ser calculada<br />

dividindo-se a velocida<strong>de</strong><br />

constante da pedra em<br />

torno da órbita pelo raio da<br />

órbita.


GM<br />

raio<br />

v<br />

2<br />

É <strong>de</strong>sta maneira que calculamos a<br />

velocida<strong>de</strong> orbital do satélite.<br />

6,67 10<br />

6370<br />

11<br />

5,98 10<br />

3<br />

242 10<br />

24<br />

v<br />

2<br />

No exemplo dado anteriormente, para<br />

uma altitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> 242 km, ao efetuarmos<br />

este cálculo obtemos a velocida<strong>de</strong><br />

aproximada <strong>de</strong> 27.359 km/h.<br />

Dados:<br />

G = 6, 67 x 10 -11 N . m 2 /kg 2<br />

R T = 6370 km<br />

M T = 5, 98 x 10 24 kg


GM<br />

raio<br />

v<br />

2<br />

A velocida<strong>de</strong> orbital <strong>de</strong> um satélite <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

da sua altitu<strong>de</strong> em relação à Terra. Quanto<br />

mais próximo da Terra, mais rápida a<br />

velocida<strong>de</strong> orbital precisa ser.<br />

6,67 10<br />

6370<br />

11<br />

5,98 10<br />

3<br />

242 10<br />

24<br />

v<br />

2<br />

É importante lembrar que <strong>de</strong>vemos somar o raio da Terra à altitu<strong>de</strong> e que esta<br />

distância <strong>de</strong>ve estar em metros. Assim obteremos a velocida<strong>de</strong> da órbita em<br />

metros por segundo. Basta multiplicarmos este valor por 3,6 para obtermos a<br />

velocida<strong>de</strong> em km/h.


GM<br />

raio<br />

GM<br />

r<br />

v<br />

2<br />

S<br />

t<br />

2<br />

Como a velocida<strong>de</strong> orbital é constante,<br />

po<strong>de</strong> ser calculada dividindo-se o<br />

<strong>de</strong>slocamento pelo intervalo <strong>de</strong> tempo<br />

necessário para completar a volta.<br />

GM<br />

r<br />

T<br />

2<br />

GM<br />

r<br />

3<br />

2<br />

T<br />

4<br />

2<br />

2<br />

r<br />

2<br />

O <strong>de</strong>slocamento S é o perímetro da<br />

circunferência que po<strong>de</strong> ser calculado<br />

por 2 r.<br />

Isolando em um lado da igualda<strong>de</strong> o<br />

quadrado do período dividido pelo<br />

cubo do raio, encontramos a constante<br />

3ª lei <strong>de</strong> Kepler.<br />

T<br />

2<br />

4<br />

2<br />

r<br />

3<br />

GM


Uma órbita é consi<strong>de</strong>rada geoestacionária quando é circular<br />

e se processa exatamente sobre o equador da Terra.<br />

Sua rotação acompanha exatamente a rotação da Terra.


Desta forma para um observador que estiver situado<br />

sobre a superfície, verá que um satélite pertencente a<br />

uma órbita geoestacionária, permanece sempre na<br />

mesma posição.


Éo caso da maioria dos satélites artificiais <strong>de</strong> comunicações e <strong>de</strong> televisão que ficam<br />

em órbitas geoestacionárias a fim <strong>de</strong> permanecerem sempre sobre a mesma posição<br />

aparente e <strong>de</strong>sta forma sempre po<strong>de</strong>r receber e transmitir dados para uma mesma<br />

região o tempo todo. Assim uma antena terrestre po<strong>de</strong> permanecer fixa apontando<br />

sempre uma dada direção do céu, sem necessitar ser redirecionada periódicamente.


Para que um satélite permaneça sempre sobre um <strong>de</strong>terminado<br />

ponto da superfície da Terra, ele <strong>de</strong>ve orbitar sempre a uma<br />

distancia fixa <strong>de</strong> 35.786 km acima do nível do mar, no plano do<br />

equador da Terra. Isso in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da massa do satélite.


F resultante<br />

= F centripeta<br />

Observe que a massa do satélite, m sat<br />

, aparece em cada lado da igualda<strong>de</strong>, indicando<br />

que po<strong>de</strong>m ser canceladas.<br />

a g<br />

= a c<br />

Isso significa que um satélite em órbita geoestacionária não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua massa.<br />

G.<br />

M t<br />

2<br />

v<br />

2<br />

R R


Como a velocida<strong>de</strong> escalar v é igual à velocida<strong>de</strong> angular<br />

v =<br />

R<br />

multiplicada pelo raio:<br />

Temos<br />

G.<br />

M<br />

2<br />

R<br />

G.<br />

M<br />

2<br />

R<br />

G.<br />

M<br />

t<br />

t<br />

t<br />

2<br />

2<br />

. R<br />

R<br />

. R<br />

. R<br />

3<br />

2<br />

Isolamos o raio na conta pois queremos saber a distância na qual ocorre a<br />

órbita geoestacionária<br />

R<br />

G M<br />

3 .<br />

t<br />

2


O segredo está em calcular a velocida<strong>de</strong> angular do satélite, utilizando como<br />

t o tempo <strong>de</strong> rotação da Terra (aproximadamente 24 horas)<br />

2 3,14<br />

86164<br />

2<br />

t<br />

7,29<br />

10<br />

5<br />

rad<br />

/<br />

s<br />

OBS.: O tempo que se leva para completar uma revolução <strong>de</strong> um dia si<strong>de</strong>ral, vale:<br />

86164 segundos.<br />

R<br />

3<br />

G.<br />

M<br />

2<br />

t<br />

R<br />

3<br />

6,67<br />

10<br />

11<br />

7,29<br />

5,97<br />

10<br />

5 2<br />

10<br />

24<br />

42164<br />

km


Subtraindo o raio da Terra do valor encontrado, temos:<br />

Altitu<strong>de</strong>: 42.164 - 6.378 = 35.786 km


Exemplo: (ITA-91) Um satélite artificial geo-estacionário permanece acima <strong>de</strong> um<br />

mesmo ponto da superfície da Terra em uma órbita <strong>de</strong> raio R. Usando um valor<br />

<strong>de</strong> RT = 6400 km para o raio da Terra e g = 9,8 m/s² , a razão R/RT é<br />

aproximadamente igual a:<br />

R<br />

3<br />

Como<br />

g<br />

G.<br />

M<br />

G.<br />

M<br />

G.<br />

M<br />

superfície<br />

t<br />

t<br />

Então<br />

2<br />

t<br />

9,8<br />

G.<br />

M<br />

2<br />

R<br />

4,01<br />

e<br />

t<br />

R<br />

t<br />

2<br />

t<br />

10<br />

10<br />

9,8<br />

9,8<br />

2.<br />

86400<br />

7,3<br />

6400000<br />

2<br />

10<br />

5<br />

rad / s<br />

R<br />

3<br />

4,01<br />

7,3<br />

10<br />

10<br />

10<br />

5<br />

2<br />

42164<br />

km<br />

R<br />

R<br />

t<br />

42164<br />

6400<br />

6,6


A primeira ativida<strong>de</strong> espacial no Brasil ocorreu em 1956, quando<br />

os Americanos instalaram e operaram por 4 anos uma estação,<br />

em Fernando <strong>de</strong> Noronha, para rastreio <strong>de</strong> foguetes lançados do<br />

Cabo Canaveral.


Algum tempo <strong>de</strong>pois, dois alunos do ITA construíram uma<br />

estação para a recepção <strong>de</strong> sinais <strong>de</strong> satélites, capturando sinais<br />

do satélite russo Sputinik e do americano Explorer I.


A primeira iniciativa<br />

do Brasil em relação<br />

a tecnologia espacial<br />

foi em 3 <strong>de</strong> Agosto<br />

<strong>de</strong> 1961, com a<br />

criação do Grupo <strong>de</strong><br />

Organização da<br />

Comissão Nacional<br />

<strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s<br />

Espaciais<br />

(GOCNAE), que foi<br />

instalada em uma<br />

sala emprestada no<br />

CTA, e alguns anos<br />

<strong>de</strong>pois se instalou<br />

<strong>de</strong>finitivamente<br />

naquele Centro.


Em 1964, foi criado o Grupo<br />

Executivo <strong>de</strong> Trabalhos <strong>de</strong> Estudos<br />

<strong>de</strong> Projetos Espaciais (GETEPE),<br />

subordinado ao Comando da<br />

Aeronáutica. Esse foi o Grupo que<br />

criou os primeiros objetivos a serem<br />

alcançados pelo Brasil no ramo<br />

espacial.


Esses objetivos eram tímidos, mas lógicos para um país em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento e sem dinheiro, como o Brasil. Eles se<br />

resumiam a acabar com a <strong>de</strong>pendência estrangeira para<br />

lançamento <strong>de</strong> foguetes meteorológicos. O Brasil não fabricava<br />

esses foguetes e, também, não tinha instalações em seu vasto<br />

território para realizar esses lançamentos.


Os objetivos traçados buscavam<br />

criar uma base para lançamento <strong>de</strong><br />

foguetes <strong>de</strong> sondagem no Brasil,<br />

estabelecer programas para<br />

foguetes <strong>de</strong> sondagem em parceria<br />

com os estrangeiros (não havia<br />

condições, na época, <strong>de</strong> uma<br />

empreitada 100% nacional) e, por<br />

fim, incentivar a indústria privada<br />

brasileira a investir em projetos e<br />

pesquisas espaciais.


Em 1965, foi inaugurado, próximo a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Natal-RN, o Centro<br />

<strong>de</strong> Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI). O seu primeiro<br />

lançamento foi um Foguete Americano Nike-Apache.


Na década <strong>de</strong> 60, foi iniciado o <strong>de</strong>senvolvimento dos foguetes <strong>de</strong><br />

sondagem brasileiros, chamados <strong>de</strong> Série SONDA, que em sua<br />

totalida<strong>de</strong> foi composta <strong>de</strong> 4 mo<strong>de</strong>los.


O primeiro foguete brasileiro foi o<br />

SONDA I.<br />

Era um foguete <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 3,9 m<br />

<strong>de</strong> altura e pesava apenas 59Kg.<br />

Tinha dois estágios e seu apogeu<br />

era <strong>de</strong> 65Km.<br />

Parte dos componentes foram<br />

encomendados à Avibras, e por<br />

ser o primeiro projeto do país,<br />

muitas tecnologias tiveram que<br />

ser pesquisadas aqui. A principal<br />

<strong>de</strong>las foi a produção <strong>de</strong> tubos <strong>de</strong><br />

alumínio sem costura, conseguida<br />

com a ajuda da empresa<br />

Termomecânica, <strong>de</strong> São Paulo.


Essa tecnologia não foi aplicada apenas aos foguetes SONDA. Esse composto<br />

nacional era muito mais barato que o importado.<br />

Só com a substituição <strong>de</strong> importações <strong>de</strong>sse composto, o Brasil economizou<br />

cerca <strong>de</strong> 1 milhão <strong>de</strong> dólares mensais. Estima-se que só essa economia<br />

representou todo o gasto do programa espacial Brasileiro até 1992. Foram<br />

lançados 225 SONDA I <strong>de</strong>ntre 1967 e 1977.


O SONDA II tinha 4,1 m <strong>de</strong><br />

altura e foi construído em<br />

várias versões. A atual tem<br />

310 kg <strong>de</strong> massa, apogeu<br />

entre 50 e 100km e po<strong>de</strong> levar<br />

uma carga <strong>de</strong> 20 a 70kg.


O SONDA III, foi <strong>de</strong>senvolvido a<br />

partir <strong>de</strong> 1971.<br />

Composto <strong>de</strong> 2 estágios, sendo o<br />

segundo uma modificação do<br />

SONDA II.<br />

Tinha características e <strong>de</strong>sempenho<br />

muito superior ao anterior. Sua<br />

massa chegava a 1570 kg, tinha 8<br />

m <strong>de</strong> altura e seu apogeu alcançava<br />

500 km, po<strong>de</strong>ndo levar até 150kg <strong>de</strong><br />

carga útil. Foram realizados até hoje<br />

31 lançamentos.


Em 1971, a Comissão Brasileira <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s Espaciais<br />

(C<strong>OBA</strong>E) foi criada com o objetivo <strong>de</strong> assessorar o Presi<strong>de</strong>nte da<br />

República na consecução da Política Nacional <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong>s<br />

Espaciais. Esse processo <strong>de</strong>u origem ao atual Instituto Nacional<br />

<strong>de</strong> Pesquisas Espaciais (INPE).


O SONDA IV tinha 2 estágios<br />

e mais que o dobro <strong>de</strong> peças<br />

mecânicas que o seu<br />

antecessor. Tinha 7 toneladas<br />

<strong>de</strong> massa e exigiu um gran<strong>de</strong><br />

esforço tecnológico. Foi o<br />

primeiro (e único) foguete da<br />

série SONDA a ter um<br />

sistema <strong>de</strong> controle <strong>de</strong><br />

direção, através <strong>de</strong> um<br />

sistema <strong>de</strong> gases.


Devido às características do SONDA IV, o seu propulsor tinha<br />

que ser mais avançado que os <strong>de</strong>mais anteriormente usados. Um<br />

dos requerimentos <strong>de</strong>sse propulsor era que fosse feito <strong>de</strong> um tipo<br />

especial <strong>de</strong> aço com uma enorme resistência, cerca <strong>de</strong> 200<br />

kgf/mm², algo que requeria um avanço tecnológico no tratamento<br />

do aço comum. Chamado <strong>de</strong> Programa 300M (o nome do aço<br />

ultra-resistente) ele contou com a participação <strong>de</strong> três empresas<br />

que já vinham dando contribuições ao Programa Espacial:<br />

Acesita, Usiminas e Eletrometal.


Atestando a qualida<strong>de</strong> do aço, o mesmo foi selecionado pela<br />

BOEING para equipar os trens <strong>de</strong> pouso <strong>de</strong> seus jatos 747. Ou<br />

seja, não só o país economizou ao comprar um composto mais<br />

barato aqui, como também lucrou ao po<strong>de</strong>r vendê-lo ao exterior.


Após o SONDA IV, o país já<br />

havia <strong>de</strong>senvolvido uma gran<strong>de</strong><br />

parte da tecnologia espacial<br />

para construção <strong>de</strong> seu VLS-1.<br />

Os estudos, feitos pelo INPE e o<br />

CTA/IAE, revelaram o programa<br />

<strong>de</strong> envergadura máxima<br />

chamado <strong>de</strong> Missão Completa<br />

Espacial Brasileira (MCEB).


Em termos gerais o MCEB vislumbra o lançamento <strong>de</strong> satélites<br />

brasileiros, a partir <strong>de</strong> veículos lançadores brasileiros,<br />

estabelecidos em uma base igualmente brasileira. Dentro do<br />

MCEB, i<strong>de</strong>alizado em 1979, caberia ao INPE o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

dos satélites enquanto ao CTA seria <strong>de</strong>stinada a missão <strong>de</strong><br />

construir os lançadores e a base <strong>de</strong> lançamento.


Após uma série <strong>de</strong> estudos<br />

chegou-se a configuração<br />

atual do VLS, com quatro<br />

propulsores distribuídos ao<br />

redor <strong>de</strong> um corpo central.<br />

Essa configuração é usada<br />

internacionalmente em<br />

lançadores consagrados<br />

como o Ariane V, Próton SL,<br />

Longa Marcha 2E e Delta II.


Infelizmente o VLS não<br />

teve sucesso até o<br />

momento. Foram feitos<br />

três testes com o mesmo,<br />

em 1997, 1999 e 2003.<br />

No último um <strong>de</strong>sastre<br />

ocorreu: o VLS-1 V03<br />

explodiu na plataforma <strong>de</strong><br />

lançamento 3 dias antes<br />

da missão, jogando pelos<br />

ares toda a plataforma e<br />

ceifando a vida <strong>de</strong> 21<br />

técnicos e engenheiros,<br />

na maior tragédia <strong>de</strong> todo<br />

o Programa Espacial<br />

Brasileiro.


É notório que todos os países do mundo que <strong>de</strong>têm a tecnologia<br />

espacial já sofreram episódios parecidos, infelizmente o Brasil<br />

não foi a exceção.


No final <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2005, foi anunciado pelo Governo<br />

Brasileiro um audacioso plano <strong>de</strong> US$ 700 milhões para<br />

literalmente impulsionar o Programa Espacial Brasileiro.


O chamado Programa Cruzeiro do Sul prevê o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

até 2022 <strong>de</strong> 5 tipos <strong>de</strong> veículos lançadores <strong>de</strong> satélites no país.<br />

Em 2022 se comemoram 200 anos da In<strong>de</strong>pendência do Brasil e,<br />

pelo plano, o Brasil estará apto a lançar um satélite<br />

geoestacionário a partir <strong>de</strong> um lançador nacional <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte.


A família <strong>de</strong> 5 veículos<br />

lançadores será composta<br />

pelos foguetes: Alfa, Beta,<br />

Gama, Delta e Epsilon. Os<br />

nomes são em referência<br />

às cinco estrelas da<br />

constelação Cruzeiro do<br />

Sul.


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