Estudo de Ovos de Meloidogyne spp em Fezes Humanas - NewsLab
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Artigo<br />
<strong>Estudo</strong> <strong>de</strong> <strong>Ovos</strong> <strong>de</strong> <strong>Meloidogyne</strong> <strong>spp</strong><br />
<strong>em</strong> <strong>Fezes</strong> <strong>Humanas</strong><br />
Geny Aparecida Cantos 1 , Rosilene Linhares Dutra 2 , Nádia Salete Bene<strong>de</strong>t 3<br />
1- Prof(a) Dr(a) do Departamento <strong>de</strong> Análises Clínicas (ACL), Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, Brasil<br />
2 - Mestre e doutoranda, UFSC<br />
3- Aluna da disciplina Estágio Supervisionado – ACL - UFSC<br />
Resumo<br />
<strong>Meloidogyne</strong> <strong>spp</strong> é um n<strong>em</strong>atelminto <strong>de</strong> interesse agrícola,<br />
encontrado principalmente <strong>em</strong> nódulos radiculares,<br />
como batatinha, mandioca, beterraba, rabanete, nabo,<br />
batata-doce, sendo inofensivo para o ser humano. Pela<br />
ingestão <strong>de</strong> tais alimentos o hom<strong>em</strong> po<strong>de</strong> apresentar <strong>em</strong><br />
suas fezes ovos <strong>de</strong>ste helminto, os quais po<strong>de</strong>m ser confundidos<br />
com ovos <strong>de</strong> Ancilostomi<strong>de</strong>os e Trichostrongylus <strong>spp</strong>,<br />
os quais são parasitas do hom<strong>em</strong>. Esses três parasitas têm<br />
a morfologia do ovo s<strong>em</strong>elhante entre si. Para diferenciar<br />
os ovos <strong>de</strong>stes helmintos nas fezes humanas, <strong>de</strong>ve-se levar<br />
<strong>em</strong> conta o tamanho, a forma e a presença ou não <strong>de</strong><br />
estruturas internas, sendo que os ovos <strong>de</strong> <strong>Meloidogyne</strong> <strong>spp</strong><br />
apresentam entre outras características, como diferenciação<br />
marcante, a ausência <strong>de</strong> um espaço claro entre a<br />
mórula e a m<strong>em</strong>brana. Assim, este trabalho teve como<br />
objetivo consi<strong>de</strong>rar as principais características do n<strong>em</strong>atoda<br />
<strong>Meloidogyne</strong> <strong>spp</strong> e também apresentar as principais<br />
diferenças dos ovos <strong>de</strong>sses três parasitas.<br />
Palavras-chaves: <strong>Meloidogyne</strong> <strong>spp</strong>, Trichostrongylus<br />
<strong>spp</strong> e Ancilostomí<strong>de</strong>os<br />
Summary<br />
<strong>Meloidogyne</strong> <strong>spp</strong> is a n<strong>em</strong>ato<strong>de</strong> of agricultural<br />
importance, mostly found in roots, such as: potato,<br />
manioc, beat, radish, turnip or sweet potato. It is<br />
harmless to human beings. By ingesting such food<br />
people may present eggs of this n<strong>em</strong>ato<strong>de</strong> in their<br />
feces. Yet, these may be mistaken for hookworms and<br />
Trichostrongylus <strong>spp</strong> eggs, worms which parasite<br />
men. All three of the parasites have similar egg morphology.<br />
In or<strong>de</strong>r to differentiate the n<strong>em</strong>ato<strong>de</strong> eggs<br />
in human feces the size, the shape and presence of<br />
internal structures must be taken into account eggs<br />
of <strong>Meloidogyne</strong> <strong>spp</strong> present the lack of a clear space<br />
between the morula and the m<strong>em</strong>brane as a distinctive<br />
feature. Thus this paper’s main objective was<br />
to consi<strong>de</strong>r distinct features of the n<strong>em</strong>atoda <strong>Meloidogyne</strong><br />
<strong>spp</strong> and the main differences in the eggs of<br />
the three parasites.<br />
Keywords: <strong>Meloidogyne</strong> <strong>spp</strong>, Trichostrongylus<br />
<strong>spp</strong> and Hookworms<br />
Introdução<br />
M<br />
eloidogyne <strong>spp</strong> é um n<strong>em</strong>atelminto<br />
pertencente à classe<br />
N<strong>em</strong>atoda e como tal é vermiforme<br />
(n<strong>em</strong>a=fio; eidos= forma),<br />
apresentando aparelho digestivo<br />
completo e ausência <strong>de</strong> epitélio no<br />
pseudoceloma (cavida<strong>de</strong> do corpo).<br />
Está inserido na subclasse Secernentea<br />
(com presença <strong>de</strong> flasmí<strong>de</strong>os,<br />
que são <strong>de</strong>pressões sensoriais<br />
localizadas na porção posterior<br />
do helminto), na or<strong>de</strong>m Tylenchida<br />
(<strong>de</strong> interesse agrícola), na superfamília<br />
Tylenchoi<strong>de</strong>a; na família Hetero<strong>de</strong>ridae<br />
e no gênero <strong>Meloidogyne</strong><br />
(Fraga, 1984). As espécies<br />
<strong>de</strong>sse gênero são as causadoras <strong>de</strong><br />
uma afecção conhecida como “anguilolose<br />
da raiz” ou “n<strong>em</strong>atodos <strong>de</strong><br />
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nódulos radiculares”, sendo encontrados<br />
<strong>em</strong> mais <strong>de</strong> 1000 varieda<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> plantas, e mais comumente<br />
nas agalhas <strong>de</strong> raízes como tomate,<br />
pimentão, beringela, tabaco,<br />
soja, erva-mate, olivas e algodão,<br />
tornando limitante a cultura <strong>de</strong>ssas<br />
plantas (Barnes & Olive, 1995).<br />
Muitas são as espécies do gênero<br />
<strong>Meloidogyne</strong> <strong>de</strong>scritas, sendo<br />
que as mais importantes são:<br />
<strong>Meloidogyne</strong> arenaria, <strong>Meloidogyne</strong><br />
javanica, <strong>Meloidogyne</strong> incognita<br />
e <strong>Meloidogyne</strong> artiellas.<br />
Embora essas espécies difer<strong>em</strong><br />
<strong>em</strong> suas relações com os hóspe<strong>de</strong>s,<br />
morfologicamente as diferenças<br />
observadas entre as mesmas<br />
são vagas. Para a i<strong>de</strong>ntificação<br />
<strong>de</strong>ssas espécies muitas<br />
técnicas têm sido utilizadas, <strong>de</strong>stacando-se<br />
as análises <strong>de</strong> proteínas<br />
codificadas <strong>de</strong> estruturas<br />
cuticulares <strong>de</strong> tais n<strong>em</strong>atodos<br />
(De Giorgi et.al.,1996; Jaubert<br />
et.al., 2002); os anticorpos monoclonais<br />
específicos contra antígenos<br />
<strong>de</strong> glândulas <strong>de</strong> fêmeas<br />
adultas <strong>de</strong> <strong>Meloidogyne</strong> e também<br />
contra proteínas essenciais<br />
envolvidas na patogênese <strong>de</strong>ste<br />
n<strong>em</strong>atodo (Rosso et.al., 1996);<br />
os marcadores genéticos, cujas<br />
seqüências <strong>de</strong> DNA são amplificadas<br />
pela reação <strong>em</strong> ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />
polimerase (Castagnone et.al.,<br />
1994; Chacon et.al., 1994) e a<br />
diversida<strong>de</strong> da estrutura mitocondrial<br />
do parasito, utilizando<br />
técnicas eletroforéticas <strong>de</strong> alta<br />
resolução (Huggal et.al.,1994).<br />
Morfologia e Ciclo Biológico<br />
Tanto o macho como a fêmea<br />
apresentam cor branca leitosa e<br />
têm aspecto vermiforme. Os machos<br />
possu<strong>em</strong> a forma típica <strong>de</strong> fio<br />
e po<strong>de</strong>m medir 1,5 mm <strong>de</strong> comprimento<br />
com um ou dois testículos,<br />
com seus correspon<strong>de</strong>ntes espículos<br />
ou pênis, praticamente terminais<br />
<strong>em</strong> sua típica cauda arredondada<br />
que carec<strong>em</strong> totalmente <strong>de</strong><br />
bursas. Quando adultos, vão à busca<br />
das fêmeas ou muitas vezes se<br />
dirig<strong>em</strong> diretamente ao solo. Assim,<br />
é comum encontrar os machos <strong>de</strong><br />
<strong>Meloidogyne</strong> <strong>spp</strong> livres no solo ou<br />
mesmo encrustrados nas massas<br />
<strong>de</strong> ovos. Logo após a fecundação,<br />
o macho morre, sendo um parasito<br />
se<strong>de</strong>ntário unicamente durante seu<br />
<strong>de</strong>senvolvimento larvar.<br />
As fêmeas têm mais aspecto globoso,<br />
piriforme, medindo aproximadamente<br />
0,8 mm <strong>de</strong> comprimento,<br />
contendo dois ovários e uma vulva<br />
subterminal. Viv<strong>em</strong> normalmente<br />
<strong>de</strong>ntro das raízes <strong>de</strong> tubérculos suculentos,<br />
sendo que após a fecundação<br />
(para alguns autores a reprodução<br />
po<strong>de</strong> ser do tipo paternogenética),<br />
ela secreta, através <strong>de</strong><br />
sua vulva, uma substância gelatinosa<br />
e, <strong>em</strong> seguida, <strong>de</strong>posita seus<br />
ovos (200 a 500 e até mais <strong>de</strong><br />
1000), que se mantêm unidos, protegidos<br />
por uma capa protetora.<br />
Após a eclosão dos ovos as larvas<br />
vão rapidamente <strong>em</strong> busca <strong>de</strong> uma<br />
raiz, pois caso contrário, morrerão<br />
<strong>em</strong> poucas horas. Nessas raízes elas<br />
começam a alimentar-se imediatamente<br />
no primeiro ponto no qual<br />
entram <strong>em</strong> contacto, para recuperar-se<br />
do esforço realizado. Logo,<br />
com o seu estilete (estrutura oca,<br />
usada para penetrar nas raízes e<br />
alimentar-se das células das plantas),<br />
vão realizando um orifício com<br />
o qual consegu<strong>em</strong> finalmente introduzir-se.<br />
Após as larvas penetrar<strong>em</strong><br />
<strong>em</strong> seu sítio <strong>de</strong>finitivo, elas<br />
continuam alimentando-se vorazmente<br />
dos sucos vegetais e passam<br />
logo por dois estádios, nos<br />
quais a alimentação passa a cumprir<br />
um papel secundário. Em seu<br />
segundo estádio larvar, elas me<strong>de</strong>m<br />
<strong>de</strong> 0.4 a 0.5 mm <strong>de</strong> comprimento.<br />
No fim do terceiro e no início do<br />
quarto estádio larvar, as fêmeas começam<br />
a tomar sua forma <strong>de</strong> limão<br />
(Fraga, 1986). As fêmeas, alcançando<br />
seu estado adulto, logo após a<br />
fecundação, faz<strong>em</strong> a ovoposição.<br />
Normalmente permanec<strong>em</strong> no mesmo<br />
sítio <strong>em</strong> que se <strong>de</strong>senvolveram.<br />
A fêmea é um parasito se<strong>de</strong>ntário<br />
<strong>em</strong> todo seu <strong>de</strong>senvolvimento larvário<br />
e durante toda sua vida adulta.<br />
Em algumas ocasiões, t<strong>em</strong>-se<br />
encontrado os machos da mesma<br />
forma que as fêmeas, porém durante<br />
um período mais curto (Barnes &<br />
Olive, 1995).<br />
O período <strong>de</strong> incubação, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />
penetração da larva à <strong>de</strong>posição dos<br />
ovos pela fêmea, é <strong>de</strong> aproximadamente<br />
20 a 30 dias (Fraga, 1984).<br />
Os climas quentes e os solos lev<strong>em</strong>ente<br />
úmidos favorec<strong>em</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
e a fusão <strong>de</strong>stas espécies,<br />
porém o excesso <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> as<br />
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Figura 1. <strong>Ovos</strong> <strong>de</strong> <strong>Meloidogyne</strong> <strong>spp</strong>, mostrando formas ovói<strong>de</strong>s, casca fina, hialina,<br />
corpúsculos refringentes <strong>de</strong> forma oval e arredondados, localizados entre a casca e a<br />
mórula, se ass<strong>em</strong>elham a gotas <strong>de</strong> gordura (400x).<br />
Figura 2. <strong>Ovos</strong> <strong>de</strong> Ancilostomí<strong>de</strong>os <strong>em</strong> fezes recent<strong>em</strong>ente <strong>em</strong>itidas, po<strong>de</strong>ndo ser encontrados<br />
ovos com quatro, oito, ou mais blastômeros e <strong>de</strong>pois uma massa germinativa (400x).<br />
Figura 3. <strong>Ovos</strong> Trichostrongylus <strong>spp</strong> <strong>em</strong> fezes recent<strong>em</strong>ente <strong>em</strong>itidas (400x).<br />
prejudicam. O ciclo completo se<br />
cumpre <strong>em</strong> aproximadamente 30 a<br />
45 dias. Em nosso meio, e <strong>em</strong> condições<br />
normais, po<strong>de</strong>-se calcular <strong>de</strong><br />
3 a 5 ciclos por ano (Fraga, 1986).<br />
Patologia<br />
O parasita é inofensivo para o<br />
ser humano, porém causa danos<br />
para a planta que estiver parasitando.<br />
O mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição<br />
do vegetal parasitado ocorre da<br />
seguinte maneira: inicia-se na parte<br />
superior da planta com mudança<br />
<strong>de</strong> coloração, amarelamento e<br />
ressecamento, começando pelos<br />
bordos, ocasionando lentidão no<br />
crescimento e <strong>de</strong>caimento geral da<br />
planta. Em alguns casos a planta<br />
morre, porém mesmo que isso não<br />
aconteça, sua produção é praticamente<br />
nula. Na raiz aparec<strong>em</strong> agalhas<br />
provocadas pelos n<strong>em</strong>atói<strong>de</strong>s<br />
que viv<strong>em</strong> <strong>em</strong> seu interior e <strong>de</strong>bilitam<br />
a planta, dificultando a circulação<br />
da seiva na mesma.<br />
A planta gasta energia <strong>em</strong> suplantar<br />
as raízes atacadas e o <strong>de</strong>bilitamento<br />
geral se acentua. As<br />
necroses, produzidas nos locais<br />
on<strong>de</strong> houve penetração dos n<strong>em</strong>atói<strong>de</strong>s,<br />
constitu<strong>em</strong> um fator importante<br />
no <strong>de</strong>caimento dos vegetais<br />
atacados (Fraga, 1986).<br />
Diagnóstico diferencial <strong>de</strong> alguns<br />
n<strong>em</strong>atói<strong>de</strong>s parasitas do<br />
hom<strong>em</strong> e sua comparação com<br />
<strong>Meloidogyne</strong> <strong>spp</strong><br />
Os ovos <strong>de</strong> <strong>Meloidogyne</strong> <strong>spp</strong><br />
po<strong>de</strong>m ser encontrados nos vegetais<br />
parasitados e encontram-se<br />
pouco unidos ou formando massas<br />
compactas, como se foss<strong>em</strong> verda<strong>de</strong>iros<br />
sacos, <strong>em</strong> forma <strong>de</strong> pêra<br />
e, algumas vezes, <strong>em</strong> forma <strong>de</strong><br />
esfera. Po<strong>de</strong>m aparecer <strong>em</strong> fezes<br />
humanas pela ingestão <strong>de</strong> plantas<br />
como batatinha, mandioca, beterraba,<br />
rabanete, nabo, batata-doce,<br />
po<strong>de</strong>ndo ser confundidos com os<br />
ovos <strong>de</strong> Trichostrongylus <strong>spp</strong> e Ancilostomí<strong>de</strong>os.<br />
Esses três parasitas<br />
têm a morfologia do ovo s<strong>em</strong>elhante<br />
entre si. Para diferenciar os ovos<br />
<strong>de</strong>stes helmintos nas fezes humanas,<br />
<strong>de</strong>ve-se levar <strong>em</strong> conta o tamanho,<br />
a forma e a presença ou<br />
não <strong>de</strong> estruturas internas.<br />
Os ovos <strong>de</strong> <strong>Meloidogyne</strong> <strong>spp</strong> são<br />
brancos, têm o formato ovói<strong>de</strong> ou<br />
elipsói<strong>de</strong> medindo <strong>de</strong> 82 a 120 µm<br />
<strong>de</strong> comprimento por 24 a 43 µm <strong>de</strong><br />
largura. Possu<strong>em</strong> casca fina hialina,<br />
com extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>s arredondadas,<br />
po<strong>de</strong>ndo apresentar um dos lados<br />
ligeiramente achatados ou côncavos<br />
(Pessoa & Martins, 1988). Po<strong>de</strong>m<br />
apresentar corpúsculos refringentes<br />
<strong>em</strong> seu interior, localizados<br />
entre a casca e a mórula (Pardini<br />
et al., 1999-2000) (Figura 1), estrutura<br />
que quando presente é importante<br />
na diferenciação dos ovos<br />
<strong>de</strong> Trichostrongylus sp e dos anci-<br />
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lostomí<strong>de</strong>os. Muito característico,<br />
<strong>em</strong>bora não seja encontrando <strong>em</strong><br />
todos os ovos, é a presença <strong>em</strong> um<br />
dos pólos, <strong>de</strong> corpúsculos (arredondados<br />
ou ovalados ou irregulares e<br />
refringentes), que se ass<strong>em</strong>elham<br />
a gotas <strong>de</strong> gorduras situados entre<br />
a mórula e a casca (Pardine et al.,<br />
1999-2000) (Figura 1).<br />
O ovo <strong>de</strong> Trichostrongylus sp é<br />
s<strong>em</strong>elhante ao <strong>de</strong> Ancilostomí<strong>de</strong>o,<br />
diferenciando-se <strong>de</strong>ste pelo seu<br />
maior tamanho, extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong> menos<br />
romba e aspecto mais alongado<br />
(Pardini et al.,1999-2000) (Figura<br />
3). Os ovos <strong>de</strong> ancilostomí<strong>de</strong>o<br />
têm uma característica marcante:<br />
entre a casca e a célula-ovo<br />
há s<strong>em</strong>pre um espaço claro, que<br />
diminui à medida que avança a segmentação<br />
(Figura 2).<br />
Em relação ao verme adulto, a<br />
maior diferença entre os parasitas<br />
Trichostrongylus <strong>spp</strong> e Ancilostomí<strong>de</strong>os<br />
(tanto macho quanto fêmea)<br />
está na cápsula bucal, que é<br />
rudimentar para este parasita e<br />
b<strong>em</strong> <strong>de</strong>senvolvida nos ancilostomí<strong>de</strong>os<br />
e <strong>Meloidogyne</strong> <strong>spp</strong>. Esta diferença<br />
faz com que os Trichostrongylus<br />
<strong>spp</strong> fiqu<strong>em</strong> parcialmente<br />
enterrados na mucosa do duo<strong>de</strong>no<br />
e jejuno (meta<strong>de</strong> ou um terço<br />
do helminto) e os ancilostomí<strong>de</strong>os<br />
fiqu<strong>em</strong> firm<strong>em</strong>ente a<strong>de</strong>ridos<br />
à mucosa intestinal através da cápsula<br />
bucal b<strong>em</strong> <strong>de</strong>senvolvida (formadas<br />
<strong>de</strong> lâminas ou <strong>de</strong>ntes cortantes)<br />
(Cantos & Lima, 1997).<br />
Por outro lado, o verme adulto<br />
<strong>de</strong> <strong>Meloidogyne</strong> <strong>spp</strong> é b<strong>em</strong> diferente<br />
dos outros dois já citados acima,<br />
principalmente a fêmea que me<strong>de</strong><br />
0,8mm <strong>de</strong> comprimento e t<strong>em</strong> formato<br />
<strong>de</strong> limão ou pêra. O macho<br />
t<strong>em</strong> forma <strong>de</strong> fio, com 1,5mm <strong>de</strong><br />
comprimento, com cauda arredondada,<br />
porém a larva t<strong>em</strong> cauda<br />
pontiaguda.<br />
Conclusão<br />
Embora a presença <strong>de</strong> ovos <strong>de</strong><br />
<strong>Meloidogyne</strong> <strong>spp</strong> <strong>em</strong> fezes humana<br />
seja rara, a diferenciação <strong>de</strong><br />
diferentes n<strong>em</strong>atói<strong>de</strong>s que parasitam<br />
o hom<strong>em</strong> <strong>em</strong> estudo é <strong>de</strong><br />
suma importância porque impe<strong>de</strong><br />
que os pacientes sejam submetidos<br />
a tratamentos ina<strong>de</strong>quados,<br />
pois <strong>Meloidogyne</strong> <strong>spp</strong> não causa<br />
danos ao hom<strong>em</strong>.<br />
Correspondência para:<br />
Departamento <strong>de</strong> Análises Clínicas<br />
(ACL) da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong><br />
Santa Catarina (UFSC)<br />
Caixa Postal 476<br />
CEP: 88040-900. Florianópolis, SC<br />
E-mail:geny@ccs.ufsc.br<br />
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