28.01.2015 Views

Elastografia - Sociedade Brasileira de Hepatologia

Elastografia - Sociedade Brasileira de Hepatologia

Elastografia - Sociedade Brasileira de Hepatologia

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Programa <strong>de</strong> Educação Médica Continuada<br />

<strong>Elastografia</strong><br />

hepática transitória<br />

<strong>Socieda<strong>de</strong></strong><br />

<strong>Brasileira</strong><br />

realização<br />

socieda<strong>de</strong> brasileira<br />

<strong>de</strong> hepatologia<br />

apoio<br />

FE<strong>de</strong>ração brasileira <strong>de</strong><br />

gastroenterologia<br />

<strong>de</strong><br />

<strong>Hepatologia</strong>


Editorial<br />

Henrique Sérgio<br />

Moraes Coelho<br />

Presi<strong>de</strong>nte<br />

A <strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Hepatologia</strong> tem como um <strong>de</strong> seus objetivos<br />

primordiais a promoção <strong>de</strong> Educação Médica Continuada <strong>de</strong> elevada qualida<strong>de</strong><br />

científica. Neste projeto ela se propõe a fazê-lo através <strong>de</strong> discussão <strong>de</strong> casos<br />

clínicos, entrevistas e revisões <strong>de</strong> atualização sobre temas fundamentais em<br />

<strong>Hepatologia</strong>, abordados por renomados especialistas da área.<br />

A Zambon participa <strong>de</strong>sta iniciativa, levando à classe médica a melhor<br />

mensagem técnico-científica, com a realização da <strong>Socieda<strong>de</strong></strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Hepatologia</strong>.<br />

Nesta edição o médico terá a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atualizar seus conhecimentos<br />

através da informação mais precisa e atual sobre um importante problema:<br />

<strong>Elastografia</strong> hepática transitória.<br />

Editores científicos<br />

ALBERTO QUEIROZ FARIAS<br />

Professor-Doutor do Departamento <strong>de</strong> Gastroenterologia da Faculda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Medicina da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sao Paulo (USP) Coor<strong>de</strong>nador Clinico<br />

do Programa <strong>de</strong> Transplante Hepatico do Hospital das Clinicas da USP.<br />

Luciana Lofêgo Gonçalves<br />

Doutora em Gastroenterologia pela Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

São Paulo (FMUSP). Professora do Departamento <strong>de</strong> Clínica Médica da Escola<br />

Superior <strong>de</strong> Ciências da Santa Casa <strong>de</strong> Misericórdia <strong>de</strong> Vitória (EMESCAM).<br />

realização:<br />

socieda<strong>de</strong> brasileira<br />

<strong>de</strong> hepatologia<br />

apoio:<br />

FE<strong>de</strong>ração brasileira <strong>de</strong><br />

gastroenterologia<br />

Cortesia:<br />

Atha Comunicação e Editora - Criação e Coor<strong>de</strong>nação editorial<br />

1atha@uol.com.br


<strong>Elastografia</strong> hepática transitória<br />

Ana Carolina Cardoso 1 , Cláudio <strong>de</strong> Figueiredo-Men<strong>de</strong>s 2 , Roberto J. Carvalho-Filho 3<br />

1- Serviço <strong>de</strong> <strong>Hepatologia</strong>, Hospital Universitário Clementino Fraga Filho – Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

2- Serviço <strong>de</strong> <strong>Hepatologia</strong>, Santa Casa da Misericórdia do Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

3- Setor <strong>de</strong> Hepatites, Disciplina <strong>de</strong> Gastroenterologia, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Introdução<br />

A alta prevalência das hepatopatias, sejam elas <strong>de</strong> etiologia viral ou<br />

não, torna a a<strong>de</strong>quada avaliação das alterações histopatológicas extremamente<br />

importante para a <strong>de</strong>finição da conduta terapêutica dos<br />

pacientes. Em todo o mundo, a biópsia hepática persiste como instrumento<br />

primordial no diagnóstico e <strong>de</strong>terminação da gravida<strong>de</strong> das<br />

doenças hepáticas crônicas 1 . No contexto das infecções crônicas pelos<br />

vírus das hepatites B (HBV) e C (HCV), a avaliação da extensão da<br />

fibrose hepática po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada como a principal contribuição<br />

da biópsia hepática. No entanto, a biópsia também fornece diversas<br />

outras informações relevantes, tais como a presença e gradação<br />

da ativida<strong>de</strong> necroinflamatória, alterações <strong>de</strong>generativas, esteatose<br />

hepática e sobrecarga <strong>de</strong> ferro. Estes e outros achados permitem<br />

inferir sobre a dinâmica do processo <strong>de</strong> fibrogênese (lesão antiga<br />

ou <strong>de</strong> caráter progressivo) e possibilitam a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> fatores<br />

associados à doença <strong>de</strong> base que po<strong>de</strong>m alterar a evolução da doença<br />

ou a resposta ao tratamento antiviral.<br />

Porém, por ser um método invasivo, a biópsia hepática po<strong>de</strong> se associar<br />

com complicações bem documentadas em estudos retrospectivos<br />

e prospectivos 2-5 . Além disso, a análise histopatológica do<br />

tecido hepático é sistematicamente sujeita a variabilida<strong>de</strong>s intra e<br />

interobservador, influenciadas fortemente pela qualida<strong>de</strong> do fragmento<br />

(diâmetro e comprimento; número <strong>de</strong> espaços-porta) e pela<br />

experiência do patologista 6-10 .<br />

Devido às limitações da biópsia hepática, diversos marcadores não<br />

invasivos têm sido propostos com o intuito <strong>de</strong> estimar a extensão<br />

da fibrose em portadores <strong>de</strong> hepatopatias crônicas, principalmente<br />

nas hepatites crônicas C e B 11,12 . Basicamente, existem três tipos <strong>de</strong><br />

exames não invasivos <strong>de</strong> fibrose hepática: marcadores séricos diretos<br />

(que refletem modificações na síntese e/ou <strong>de</strong>gradação da matriz<br />

extracelular); marcadores séricos indiretos (que refletem alterações<br />

funcionais e/ou estruturais do fígado); e exames <strong>de</strong> imagem. Os métodos<br />

convencionais <strong>de</strong> imagem como a ultrassonografia, a tomografia<br />

computadorizada e a ressonância magnética possuem alta especificida<strong>de</strong><br />

para o diagnóstico <strong>de</strong> cirrose hepática, mas exibem baixa<br />

sensibilida<strong>de</strong> para a i<strong>de</strong>ntificação dos estádios iniciais <strong>de</strong> fibrose 13-15 .<br />

A elastografia hepática transitória (EHT) foi proposta para avaliar a<br />

elasticida<strong>de</strong> tissular em pacientes com doenças hepáticas crônicas<br />

e estimar o grau <strong>de</strong> fibrose 16 . O FibroScan ® (Echosens, França) foi o<br />

primeiro dispositivo <strong>de</strong>senvolvido para medir a elasticida<strong>de</strong> hepática<br />

como alternativa à biópsia. Na França, tanto o FibroScan ® quanto o FibroTest<br />

® ou a biópsia hepática po<strong>de</strong>m ser usados para avaliação inicial<br />

dos pacientes com hepatite crônica C, com ou sem comorbida<strong>de</strong>s 17 .<br />

Princípios da elastografia hepática transitória<br />

A EHT avaliada pelo FibroScan ® é um método não invasivo e indolor<br />

para medir a elasticida<strong>de</strong> hepática. O dispositivo é baseado na elastografia<br />

transitória unidimensional, técnica que utiliza ondas elásticas<br />

(50Hz) e ultrassons <strong>de</strong> baixa frequência. O aparelho é composto por<br />

uma sonda, um sistema <strong>de</strong> ultrassom acoplado e uma central eletrônica<br />

<strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> dados. A sonda produz vibrações <strong>de</strong> leve<br />

amplitu<strong>de</strong> e baixa frequência que são transmitidas pelo transdutor<br />

ao tecido hepático, através do qual elas se propagam. Ao mesmo<br />

tempo, o sistema <strong>de</strong> ultrassom emite pulsos que permitem acompanhar<br />

e medir a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação das ondas no interior<br />

do parênquima. Este transdutor possui frequência superior àquela<br />

utilizada nas ultrassonografias habituais (3,5MHz). O FibroScan ® está<br />

calibrado para avaliar o parênquima hepático a 25-65mm da pele,<br />

com um volume <strong>de</strong> 1 x 2cm. Isto equivale a aproximadamente 1/500<br />

do volume hepático, uma extensão significativamente maior do que<br />

a <strong>de</strong> um fragmento obtido através da biópsia hepática (1/50.000).<br />

A velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação da onda <strong>de</strong> ultrassom está diretamente<br />

relacionada à elasticida<strong>de</strong>, ou seja, quanto mais endurecido o tecido,<br />

mais rápida é a propagação das vibrações. Logo, quanto maior o<br />

resultado em quilopascals (kPa), maior o grau <strong>de</strong> fibrose do parênquima<br />

hepático.<br />

As medidas são feitas aproximadamente no mesmo espaço intercostal<br />

em que é feita a biópsia hepática. A interseção entre a linha<br />

axilar média e uma linha transversal e paralela aos rebordos costais,<br />

ao nível do apêndice xifoi<strong>de</strong>, serve <strong>de</strong> ponto <strong>de</strong> referência. O paciente<br />

<strong>de</strong>ve permanecer em <strong>de</strong>cúbito dorsal, com o braço direito em abdução<br />

máxima. Não é necessário jejum ou exames laboratoriais prévios.<br />

O operador, assistido pela imagem ecográfica que surge na tela do<br />

aparelho, localiza uma área <strong>de</strong> fígado livre <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s estruturas<br />

vasculares e ósseas. Uma vez <strong>de</strong>finida a área a ser avaliada, inicia-se<br />

a aquisição dos valores. As aquisições incorretas são automaticamente<br />

<strong>de</strong>scartadas pelo software, ocorrendo o mesmo se a pressão do<br />

transdutor na pele for <strong>de</strong>masiadamente intensa.<br />

Os valores do FibroScan ® po<strong>de</strong>m variar <strong>de</strong> 2,5 a 75,0kPa estando os<br />

resultados imediatamente disponíveis para o operador. O valor final é<br />

a mediana das aquisições válidas, que é consi<strong>de</strong>rada como representativa<br />

da elasticida<strong>de</strong> hepática. A taxa <strong>de</strong> sucesso do exame (TdR) é<br />

calculada pelo número <strong>de</strong> medidas válidas dividido pelo numero total<br />

<strong>de</strong> aquisições. Em geral, a TdR reflete a dificulda<strong>de</strong> para a realização<br />

do procedimento. Para um exame <strong>de</strong> EHT ser consi<strong>de</strong>rado válido,<br />

são necessárias 10 aquisições corretas. No serviço <strong>de</strong> hepatologia<br />

do Hôpital Beaujon (Clichy, França), somente exames com TdR maior<br />

que 60% são consi<strong>de</strong>rados a<strong>de</strong>quados, embora este parâmetro não<br />

3


4<br />

tenha mostrado acurácia para o diagnóstico <strong>de</strong> fibrose hepática em<br />

estudo <strong>de</strong> Lucidarme et al. 18 . Outro parâmetro importante é o intervalo<br />

interquartil (IQR), que reflete a variabilida<strong>de</strong> das medidas, o qual<br />

não <strong>de</strong>ve exce<strong>de</strong>r 20 a 30% do valor final da mediana. Os valores <strong>de</strong><br />

IQR inferiores a 21% estão associados à maior acurácia do exame<br />

para o diagnóstico <strong>de</strong> fibrose, especialmente em pacientes com infecção<br />

pelo vírus da hepatite C (HCV) e escore > F3 <strong>de</strong> METAVIR 18 .<br />

O resultado da EHT <strong>de</strong>ve ser avaliado por um especialista e <strong>de</strong>ve ser<br />

sempre interpretado em conjunto com aspectos clínicos e laboratoriais<br />

<strong>de</strong> cada paciente.<br />

Valores <strong>de</strong> referência para a elastografia hepática<br />

transitória<br />

Quatro estudos avaliaram a EHT em indivíduos saudáveis 19-22 . Ao<br />

todo, 979 indivíduos foram analisados nesses estudos, com média<br />

<strong>de</strong> EHT variando entre 4,8 e 5,5kPa. A ida<strong>de</strong> não parece influenciar<br />

significativamente a EHT, mas o impacto do gênero e da obesida<strong>de</strong><br />

sobre a elasticida<strong>de</strong> hepática ainda é controverso. Três estudos mostraram<br />

valores <strong>de</strong> EHT mais elevados em homens em comparação<br />

às mulheres, embora a relevância clínica <strong>de</strong>sta diferença seja questionável<br />

(em média, 0,6kPa). Com relação à obesida<strong>de</strong>, os estudos<br />

<strong>de</strong> Corpechot et al. e Sirli et al. não verificaram influência significativa<br />

do índice <strong>de</strong> massa corporal (IMC) sobre a EHT 19,22 . Por outro lado,<br />

Roulot et al., ao analisarem a EHT em 429 sujeitos sem indícios<br />

<strong>de</strong> doença hepática, observaram médias <strong>de</strong> 5,44 ± 0,11kPa e <strong>de</strong><br />

6,23 ± 0,20kPa em indivíduos com IMC < 25kg/m 2 e > 30kg/m 2 ,<br />

respectivamente, após ajustes em função da ida<strong>de</strong>, gênero, níveis <strong>de</strong><br />

aminotransferases e ferritinemia 20 . Contudo, esta correlação não foi<br />

linear, visto que os indivíduos com IMC entre 25 e 30kg/m 2 apresentaram<br />

média <strong>de</strong> EHT inferior àqueles com IMC < 25kg/m 2 . Além<br />

disso, em um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> regressão logística incluindo ida<strong>de</strong>, gênero,<br />

IMC e níveis <strong>de</strong> AST, ALT, GGT e <strong>de</strong> ferritina, a presença <strong>de</strong> síndrome<br />

metabólica foi i<strong>de</strong>ntificada como a única variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

associada a maiores valores <strong>de</strong> EHT. De modo semelhante, Colombo<br />

et al. observaram associação positiva entre EHT e esteatose ao<br />

exame ultrassonográfico, <strong>de</strong> forma in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do IMC 21 . Assim,<br />

estudos adicionais são necessários para <strong>de</strong>finir o impacto real da<br />

síndrome metabólica e da esteatose hepática sobre a medida da EHT.<br />

Limitações, reprodutibilida<strong>de</strong> e contraindicações<br />

Os índices <strong>de</strong> insucesso do FibroScan ® variam em torno <strong>de</strong> 5%. Nesses<br />

casos, os resultados da EHT não são válidos ou interpretáveis<br />

e não <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados para avaliação dos pacientes. São<br />

variadas as causas <strong>de</strong> insucesso do exame, a saber:<br />

1) IQR > 30% (conforme discutido anteriormente).<br />

2) Elastogramas ina<strong>de</strong>quados. O elastograma é a representação<br />

gráfica dos sinais ultrassonográficos obtidos pela sonda. Existem<br />

<strong>de</strong>terminados padrões <strong>de</strong> elastograma que caracterizam uma propagação<br />

errônea das vibrações (ondas A, ondas E e ondas anguladas).<br />

Em geral, a presença <strong>de</strong> tais padrões indica a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

superestimação da EHT.<br />

3) Número insuficiente <strong>de</strong> medidas válidas. Ainda que os motivos não<br />

sejam totalmente conhecidos, este fenômeno ocorre principalmente<br />

em pacientes obesos, especialmente naqueles acometidos por<br />

obesida<strong>de</strong> centrípeta. Todavia, isso também po<strong>de</strong> ser observado em<br />

indivíduos com espaços intercostais estreitos.<br />

4) Experiência do operador. Castéra et al., em estudo <strong>de</strong> 2010, ao<br />

avaliarem mais <strong>de</strong> 13.000 elastografias, verificaram que operadores<br />

com menos <strong>de</strong> 500 exames apresentaram taxa <strong>de</strong> insucesso superior<br />

aos com mais <strong>de</strong> 500 exames realizados (30,5% vs. 15,6%,<br />

respectivamente) 23 .<br />

Foucher et al. realizaram 2.114 avaliações <strong>de</strong> EHT, com insucesso<br />

na aferição da mesma em 96 casos (4,5%) 24 . Nesse estudo, o insucesso<br />

na medida da EHT não foi associado ao operador, ao gênero<br />

do paciente ou ao valor das aminotransferases. Em análise multivariada,<br />

a presença <strong>de</strong> IMC > 28kg/m 2 foi o único fator associado<br />

com o insucesso do exame (odds ratio = 10,0; IC95% 5,7-17,9; P =<br />

0,001). Kettaneh et al. confirmaram uma maior taxa <strong>de</strong> insucesso<br />

em sujeitos com IMC elevado 25 . Uma nova sonda que permite alcance<br />

mais profundo, entre 35 e 75mm da pele (sonda XL), foi <strong>de</strong>senvolvida<br />

para melhor avaliação <strong>de</strong> pacientes com sobrepeso ou obesida<strong>de</strong>. Em<br />

recente estudo <strong>de</strong> Myers et al., o uso da sonda XL reduziu as taxas<br />

<strong>de</strong> insucesso em pacientes obesos, contudo, valores <strong>de</strong> cutoff mais<br />

baixos serão necessários nesses casos, concluíram os autores 26 .<br />

Por outro lado, um IMC < 19kg/m 2 também po<strong>de</strong> ser associado<br />

com discordância entre FibroScan ® e biópsia hepática em pacientes<br />

com HCV 27 . Além da influência do IMC, o estudo <strong>de</strong> Kettaneh et al.<br />

mostrou que a taxa <strong>de</strong> sucesso do FibroScan ® diminui com a ida<strong>de</strong> e<br />

é menor quando o examinador é inexperiente 25 . Apesar da medida da<br />

elasticida<strong>de</strong> ser possivelmente mais difícil no idoso, o FibroScan ® se<br />

mostra uma ferramenta interessante para o diagnóstico <strong>de</strong> fibrose<br />

hepática neste grupo 28 .<br />

O FibroScan ® é um exame reprodutível, com elevada concordância<br />

intra e interobservador 29 . O gênero e a ida<strong>de</strong> do paciente e a etiologia<br />

ou a gravida<strong>de</strong> da hepatopatia não parecem afetar a reprodutibilida<strong>de</strong><br />

do método, cujo coeficiente <strong>de</strong> concordância interobservador foi estimado<br />

em 0,980 (IC95% 0,977-0,987). Porém, a reprodutibilida<strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong> ser reduzida na presença <strong>de</strong> IMC ≥ 25kg/m 2 , esteatose em ≥<br />

25% dos hepatócitos, estádio <strong>de</strong> fibrose hepática < 2 (METAVIR) e<br />

em indivíduos com espaços intercostais estreitos 29 .<br />

No momento, o FibroScan ® é contraindicado em gestantes, uma vez<br />

que não existem estudos que comprovem a segurança do exame neste<br />

contexto. Além disso, não é recomendável realizar o procedimento<br />

em pacientes com ascite, pois esta prejudica a transmissão da onda<br />

elástica, impossibilitando a realização das medidas.<br />

Aplicações da elastografia hepática transitória na<br />

hepatite crônica C<br />

Embora a EHT tenha sido avaliada em diversas hepatopatias crônicas<br />

não virais 30-33 , tanto em adultos quanto em crianças 34 , ela foi<br />

inicialmente proposta e posteriormente validada em portadores <strong>de</strong><br />

hepatite crônica C 16,35-38 .<br />

Vários estudos mostraram correlação positiva significativa entre<br />

a EHT e o grau <strong>de</strong> fibrose hepática avaliado tanto pelo escore <strong>de</strong><br />

METAVIR 35-37 quanto por análise morfométrica computadorizada 38 .<br />

Castéra et al. compararam o <strong>de</strong>sempenho da EHT, do FibroTest ® e<br />

da relação AST/plaquetas (APRI) em 183 pacientes 35 As AUROCs<br />

do FibroScan ® , do FibroTest ® e do APRI para o diagnóstico <strong>de</strong> fibrose<br />

significativa (F ≥ 2) foram <strong>de</strong> 0,83, 0,85 e 0,78; e, para estimar a<br />

presença <strong>de</strong> cirrose hepática (F4), as AUROCs foram, respectivamente,<br />

0,95, 0,87 e 0,83. Assim, po<strong>de</strong>-se concluir que o APRI obteve<br />

<strong>de</strong>sempenho discretamente inferior ao do FibroScan ® e ao do Fibro-<br />

Test ® , não havendo diferença entre estes dois últimos testes. A EHT<br />

mostrou <strong>de</strong>sempenho diagnóstico semelhante para predizer o grau<br />

<strong>de</strong> fibrose quando este foi avaliado através <strong>de</strong> morfometria computadorizada,<br />

com AUROCs <strong>de</strong> 0,88 e 0,90 para i<strong>de</strong>ntificar F ≥ 2 e F4,<br />

respectivamente 38 . Esses dois estudos utilizaram pontos <strong>de</strong> corte<br />

similares para discriminar pacientes com fibrose significativa (7,1kPa


para ambos) e cirrose (12,5kPa no primeiro estudo e 11,6kPa no<br />

segundo). Por outro lado, os estudos <strong>de</strong> Ziol et al. 36 e <strong>de</strong> Arena<br />

et al. 37 empregaram pontos <strong>de</strong> corte um pouco mais elevados para<br />

ambos os grupos (8,7 e 7,8kPa para F ≥ 2 e 14,5 e 14,8kPa para<br />

F4). Os resultados <strong>de</strong>sses estudos são <strong>de</strong>scritos na tabela 1, e os<br />

pontos <strong>de</strong> corte para a estimativa do grau <strong>de</strong> fibrose em portadores<br />

<strong>de</strong> HCV são mostrados na figura 1. Em resumo, a EHT possui uma<br />

acurácia elevada para predizer a presença <strong>de</strong> cirrose hepática, com<br />

áreas sob a curva (AUROCs) variando entre 0,90 e 0,98. Entretanto,<br />

existe sobreposição dos valores nos pacientes com estadiamento<br />

igual ou inferior a F2, o que diminui o po<strong>de</strong>r discriminativo da EHT<br />

neste subgrupo (AUROCs 0,79-0,91).<br />

Tabela 1. Desempenho diagnóstico da elastografia hepática transitória na hepatite<br />

crônica C.<br />

n F Prev Cutoff<br />

(kPa)<br />

AUROC S E RV+ RV-<br />

Castéra<br />

F≥2 74% 7,1 0,83 67% 89% 6,09 0,37<br />

et al., 2005 183 35 F4 25% 12,5 0,95 97% 91% 9,66 0,14<br />

Ziol et al.,<br />

2005 36 251<br />

F≥2 65% 8,7 0,79 56% 91% 6,63 0,48<br />

F4 19% 14,5 0,97 86% 96% 23,05 0,14<br />

Arena<br />

F≥2 56% 7,8 0,91 83% 82% 4,58 0,20<br />

et al., 2008 150 37 F4 19% 14,8 0,98 94% 92% 11,27 0,07<br />

Nitta<br />

F≥2 60% 7,1 0,88 81% 80% 4,10 0,24<br />

et al., 2009 165 38 F4 15% 11,6 0,90 92% 78% 4,20 0,11<br />

F, grau <strong>de</strong> fibrose hepática pela classificação <strong>de</strong> METAVIR. Prev, prevalência. AUROC, área<br />

sob a curva ROC. S, sensibilida<strong>de</strong>. E, especificida<strong>de</strong>. RV+, razão <strong>de</strong> verossimilhança para teste<br />

positivo. RV-, razão <strong>de</strong> verossimilhança para teste negativo.<br />

obtenção <strong>de</strong> resposta virológica sustentada (RVS) 47 . Todavia, em<br />

estudo realizado por nosso grupo com 114 pacientes com fibrose<br />

avançada (F3/F4), indivíduos com RVS apresentaram valores <strong>de</strong> EHT<br />

mais baixos do que os não respon<strong>de</strong>dores durante o seguimento<br />

após tratamento combinado, com um aumento progressivo <strong>de</strong>sta<br />

diferença ao longo do tempo 48 .<br />

A EHT foi igualmente analisada em populações especiais <strong>de</strong> portadores<br />

<strong>de</strong> hepatite crônica C, tais como coinfecção HCV-HIV 49,50 e<br />

hepatite crônica C pós-transplante 45,51-53 , com acurácias equivalentes<br />

aos pacientes habituais.<br />

Aplicações da elastografia hepática transitória na<br />

hepatite crônica B<br />

Em contraste com o observado em relação à hepatite crônica C,<br />

existem poucos estudos com metodologia a<strong>de</strong>quada sobre a acurácia<br />

da EHT em portadores <strong>de</strong> hepatite B crônica 54-57 . Os resultados<br />

<strong>de</strong>stes estudos são mostrados na tabela 2 e os pontos <strong>de</strong> corte para<br />

a estimativa do grau <strong>de</strong> fibrose em portadores <strong>de</strong> HBV são indicados<br />

na figura 2. Em um estudo multicêntrico francês, Marcellin et al.<br />

Avaliaram, prospectivamente, 173 pacientes e observaram AUROCs<br />

<strong>de</strong> 0,81 (IC95% 0,73-0,86) para F ≥ 2 e <strong>de</strong> 0,93 (IC95% 0,82-0,98)<br />

para F ≥ 3 57 . Maximizando a soma <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> e especificida<strong>de</strong>,<br />

os pontos <strong>de</strong> corte da EHT para predizer a presença <strong>de</strong> fibrose significativa<br />

(F ≥ 2) e <strong>de</strong> cirrose (F4) foram 7,2kPa e 11,0kPa, respectivamente.<br />

Coco et al. 54 utilizaram, para predizer F ≥ 2, 8,3kPa como<br />

ponto <strong>de</strong> corte, valor próximo ao usado por Marcellin et al 57 . Nos<br />

diversos estudos, os pontos <strong>de</strong> corte para estimar a presença <strong>de</strong> F4<br />

variam significativamente (entre 9,0kPa e 14,0kPa). Esta divergência<br />

po<strong>de</strong> ser explicada, pelo menos parcialmente, pela interferência na<br />

medida da EHT exercida por um padrão macronodular <strong>de</strong> cirrose e<br />

pela flutuação da ativida<strong>de</strong> necroinflamatória hepática (muitas vezes<br />

Tabela 2. Desempenho diagnóstico da elastografia hepática transitória na hepatite<br />

crônica B.<br />

n F Prev Cutoff<br />

(kPa)<br />

AUROC S E RV+ RV-<br />

Figura 1. Pontos <strong>de</strong> corte para a estimativa do grau <strong>de</strong> fibrose em portadores <strong>de</strong><br />

hepatite crônica C.<br />

Além da estimativa do grau <strong>de</strong> fibrose hepática, a EHT também é<br />

significativamente associada à existência <strong>de</strong> hipertensão portal e ao<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompensação hepática 39,40 . Em um estudo<br />

francês, os pontos <strong>de</strong> corte <strong>de</strong> 27,5kPa, 37,5kPa, 49,1kPa, 53,7kPa<br />

e 62,7kPa exibiram valor preditivo negativo superior a 90% para a<br />

presença <strong>de</strong> varizes esofagogástricas graus II e III, escore <strong>de</strong> Child-<br />

-Pugh B ou C, episódio prévio <strong>de</strong> ascite, carcinoma hepatocelular e<br />

hemorragia digestiva, respectivamente 39 . Especificamente com relação<br />

à hipertensão portal, diversos estudos <strong>de</strong>monstraram correlação<br />

positiva entre a EHT e o gradiente <strong>de</strong> pressão portal e observaram<br />

associação entre EHT elevada e a presença <strong>de</strong> varizes esofagogástricas<br />

41-46 . Apesar <strong>de</strong>stes resultados promissores, a EHT ainda é insuficientemente<br />

acurada para substituir o rastreamento endoscópico<br />

<strong>de</strong> varizes em cirróticos.<br />

O acompanhamento da evolução da fibrose hepática após a terapia<br />

antiviral é outra aplicação potencial do FibroScan ® . Vergniol et al.<br />

evi<strong>de</strong>nciaram uma redução significativa da EHT em indivíduos tratados<br />

com interferon peguilado e ribavirina, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da<br />

Coco et al.,<br />

2007 54 228<br />

Kim et al.,<br />

2009 55 130<br />

Chan et al.,<br />

2009 56 161<br />

Marcellin et<br />

al., 2009 57 173<br />

F≥2 32% 8,3 0,93 85% 91% 9,16 0,16<br />

F4 20% 14,0 0,96 78% 98% 43,50 0,22<br />

F≥2 - - - - - - -<br />

F4 51% 10,1 0,84 76% 81% 4,00 0,30<br />

F≥2 - - - - - - -<br />

F4 25% 9,0 0,93 98% 75% 3,92 0,03<br />

F≥2 50% 7,2 0,81 70% 83% 4,10 0,36<br />

F4 8% 11,0 0,93 93% 87% 7,20 0,08<br />

F, grau <strong>de</strong> fibrose hepática pela classificação <strong>de</strong> METAVIR. Prev, prevalência. AUROC, área<br />

sob a curva ROC. S, sensibilida<strong>de</strong>. E, especificida<strong>de</strong>. RV+, razão <strong>de</strong> verossimilhança para teste<br />

positivo. RV-, razão <strong>de</strong> verossimilhança para teste negativo.<br />

Figura 2. Pontos <strong>de</strong> corte para a estimativa do grau <strong>de</strong> fibrose em portadores <strong>de</strong><br />

hepatite crônica B.<br />

5


expressa por exacerbações na ativida<strong>de</strong> das aminotransferases),<br />

características frequentemente encontradas na hepatite B crônica.<br />

Cardoso et al. mostraram, em 565 pacientes, que a performance<br />

da EHT em pacientes com hepatite B e C é similar em portadores<br />

<strong>de</strong> fibrose significativa, avançada e cirrose. Nesse mesmo estudo,<br />

os valores <strong>de</strong> cutoff ajustados para o nível <strong>de</strong> ALT não aumentarem<br />

o <strong>de</strong>sempenho da EHT para estimar a presença <strong>de</strong> fibrose nos pacientes<br />

com hepatite crônica B 58 .<br />

Aplicações da elastografia hepática transitória na<br />

Esteatose<br />

Recentemente, um programa para <strong>de</strong>tecção e quantificação da<br />

esteatose hepática foi <strong>de</strong>senvolvido. O CAP (Controlled Attenuation<br />

Parameter) é uma ferramenta baseada no FibroScan ® . Poucos estudos<br />

foram <strong>de</strong>senvolvidos até o momento, porém os mesmos têm<br />

mostrado boa acurácia para <strong>de</strong>tecção e quantificação <strong>de</strong> esteatose.<br />

Esse novo método tem sido capaz <strong>de</strong> diagnosticar níveis tão baixos<br />

como 5% <strong>de</strong> esteatose. Percentuais mais elevados <strong>de</strong> esteatose po<strong>de</strong>m<br />

ser <strong>de</strong>terminados a partir <strong>de</strong> diferentes pontos <strong>de</strong> corte. Dessa<br />

forma, o CAP po<strong>de</strong> ser utilizado, por exemplo, na avaliação e no<br />

acompanhamento do tratamento <strong>de</strong> portadores <strong>de</strong> esteatose 59-61 .<br />

Conclusões<br />

A avaliação da EHT através do FibroScan ® constitui um avanço importante<br />

no manejo das hepatopatias crônicas, notadamente nos<br />

portadores <strong>de</strong> hepatites virais B e C. Nesses indivíduos, a análise da<br />

EHT, juntamente com parâmetros clínicos e laboratoriais, fornece<br />

dados relevantes sobre a gravida<strong>de</strong> e o prognóstico da doença hepática,<br />

além <strong>de</strong> permitir o acompanhamento não invasivo da evolução<br />

da fibrose hepática antes e após a terapia antiviral. O CAP mostra-se<br />

uma interessante ferramenta para a avaliação da esteatose hepática,<br />

porém seu papel na <strong>de</strong>tecção da esteatohepatite <strong>de</strong>verá ser<br />

avaliado em futuros estudos. Nessas situações, a interpretação dos<br />

resultados dos estudos vindouros <strong>de</strong>verá ser feita à luz <strong>de</strong> critérios<br />

mínimos <strong>de</strong> rigor metodológico, procedimento fundamental para a<br />

extrapolação <strong>de</strong> suas conclusões para diferentes contextos.<br />

6<br />

Referências<br />

1. Rockey DC, Caldwell SH, Goodman ZD, Nelson RC, Smith AD; American<br />

Association for the Study of Liver Diseases. Liver biopsy. Hepatology. 2009<br />

Mar;49(3):1017-44.<br />

2. Piccinino F, Sagnelli E, Pasquale G, Giusti G. Complications following percutaneous<br />

liver biopsy. A multicentre retrospective study on 68,276 biopsies.<br />

J Hepatol. 1986;2(2):165-73.<br />

3. McGill DB, Rakela J, Zinsmeister AR, Ott BJ. A 21-year experience with major<br />

hemorrhage after percutaneous liver biopsy. Gastroenterology. 1990<br />

Nov;99(5):1396-400.<br />

4. Cadranel JF, Rufat P, Degos F. Practices of liver biopsy in France: results<br />

of a prospective nationwi<strong>de</strong> survey. For the Group of Epi<strong>de</strong>miology of the<br />

French Association for the Study of the Liver (AFEF). Hepatology. 2000<br />

Sep;32(3):477-81.<br />

5. Actis GC, Olivero A, Lagget M, Pellicano R, Smedile A, Rizzetto M. The<br />

practice of percutaneous liver biopsy in a gastrohepatology day hospital: a<br />

retrospective study on 835 biopsies. Dig Dis Sci. 2007 Oct;52(10):2576-9.<br />

6. The French METAVIR Cooperative Study Group. Intraobserver and interobserver<br />

variations in liver biopsy interpretation in patients with chronic<br />

hepatitis C. Hepatology. 1994 Jul;20(1 Pt 1):15-20.<br />

7. Regev A, Berho M, Jeffers LJ, Milikowski C, Molina EG, Pyrsopoulos NT,<br />

Feng ZZ, Reddy KR, Schiff ER. Sampling error and intraobserver variation<br />

in liver biopsy in patients with chronic HCV infection. Am J Gastroenterol.<br />

2002 Oct;97(10):2614-8.<br />

8. Bedossa P, Dargère D, Paradis V. Sampling variability of liver fibrosis in<br />

chronic hepatitis C. Hepatology. 2003 Dec;38(6):1449-57.<br />

9. Colloredo G, Guido M, Sonzogni A, Leandro G. Impact of liver biopsy size on<br />

histological evaluation of chronic viral hepatitis: the smaller the sample, the<br />

mil<strong>de</strong>r the disease. J Hepatol. 2003 Aug;39(2):239-44.<br />

10. Rousselet MC, Michalak S, Dupré F, Croué A, Bedossa P, Saint-André JP,<br />

Calès P; Hepatitis Network 49. Sources of variability in histological scoring<br />

of chronic viral hepatitis. Hepatology. 2005 Feb;41(2):257-64.<br />

11. Manning DS, Afdhal NH. Diagnosis and quantitation of fibrosis. Gastroenterology.<br />

2008 May;134(6):1670-81.<br />

12. Guha IN, Rosenberg WM. Noninvasive assessment of liver fibrosis:<br />

serum markers, imaging, and other modalities. Clin Liver Dis. 2008<br />

Nov;12(4):883-900.<br />

13. Harbin WP, Robert NJ, Ferrucci JT Jr. Diagnosis of cirrhosis based on<br />

regional changes in hepatic morphology: a radiological and pathological<br />

analysis. Radiology. 1980 May;135(2):273-83.<br />

14. Hess CF, Schmiedl U, Koelbel G, Knecht R, Kurtz B. Diagnosis of liver cirrhosis<br />

with US: receiver-operating characteristic analysis of multidimensional<br />

caudate lobe in<strong>de</strong>xes. Radiology. 1989 May;171(2):349-51.<br />

15. Honda H, Onitsuka H, Masuda K, Nishitani H, Nakata H, Watanabe K.<br />

Chronic liver disease: value of volumetry of liver and spleen with computed<br />

tomography. Radiat Med. 1990 Nov-Dec;8(6):222-6.<br />

16. Sandrin L, Fourquet B, Hasquenoph JM, Yon S, Fournier C, Mal F, Christidis<br />

C, Ziol M, Poulet B, Kazemi F, Beaugrand M, Palau R. Transient elastography:<br />

a new noninvasive method for assessment of hepatic fibrosis.<br />

Ultrasound Med Biol. 2003 Dec;29(12):1705-13.<br />

17. Fontaine H, Petitprez K, Roudot-Thoraval F, Trinchet JC; Association<br />

francaise pour l’etu<strong>de</strong> du foie; Club <strong>de</strong> reflexion <strong>de</strong>s cabinets et groupes<br />

d’hepato-gastro-enterologue; College national <strong>de</strong>s generalistes enseignants;<br />

Groupe francophone d’hepatologie gastro-enterologie et nutrition<br />

pediatriques; Societe francaise <strong>de</strong> biologie clinique; Societe francaise <strong>de</strong><br />

radiologie; Societe nationale francaise <strong>de</strong> gastro-enterologie. Gui<strong>de</strong>lines<br />

for the diagnosis of uncomplicated cirrhosis. Gastroenterol Clin Biol. 2007<br />

May;31(5):504-9.<br />

18. Lucidarme D, Foucher J, Le Bail B, Vergniol J, Castera L, Duburque C, Forzy<br />

G, Filoche B, Couzigou P, <strong>de</strong> Lédinghen V. Factors of accuracy of transient<br />

elastography (fibroscan) for the diagnosis of liver fibrosis in chronic hepatitis<br />

C. Hepatology. 2009 Apr;49(4):1083-9.<br />

19. Corpechot C, El Naggar A, Poupon R. Gen<strong>de</strong>r and liver: is the liver stiffness<br />

weaker in weaker sex Hepatology. 2006 Aug;44(2):513-4.<br />

20. Roulot D, Czernichow S, Le Clésiau H, Costes JL, Vergnaud AC, Beaugrand<br />

M. Liver stiffness values in apparently healthy subjects: influence of gen<strong>de</strong>r<br />

and metabolic syndrome. J Hepatol. 2008 Apr;48(4):606-13.<br />

21. Colombo S, Belloli L, Buonocore M, Jamoletti C, Zaccanelli M, Badia E, Del<br />

Poggio P. Liver stiffness values in the normal population: a study in voluntary<br />

blood donors [abstract]. Hepatology. 2008;48(Suppl 1):995A.<br />

22. Sirli R, Sporea I, Tudora A, Deleanu A, Popescu A. Transient elastographic<br />

evaluation of subjects without known hepatic pathology: does age change<br />

the liver stiffness J Gastrointestin Liver Dis. 2009 Mar;18(1):57-60.<br />

23. Castéra L, Foucher J, Bernard PH et al. Pitfalls of liver stiffness measurement:<br />

a 5-year prospective study of 13,369 examinations. Hepatology.<br />

2010 Mar;51(3):828-35.<br />

24. Foucher J, Castéra L, Bernard PH, Adhoute X, Laharie D, Bertet J, Couzigou<br />

P, <strong>de</strong> Lédinghen V. Prevalence and factors associated with failure<br />

of liver stiffness measurement using FibroScan in a prospective study of<br />

2114 examinations. Eur J Gastroenterol Hepatol. 2006 Apr;18(4):411-2.<br />

25. Kettaneh A, Marcellin P, Douvin C, Poupon R, Ziol M, Beaugrand M, <strong>de</strong><br />

Lédinghen V. Features associated with success rate and performance of<br />

FibroScan measurements for the diagnosis of cirrhosis in HCV patients:<br />

a prospective study of 935 patients. J Hepatol. 2007 Apr;46(4):628-34.<br />

26. Myers RP, Pomier-Layrargues G, Kirsch R, Pollett A, Duarte-Rojo A, Wong<br />

D, Beaton M, Levstik M, Crotty P, Elkashab M. Feasibility and diagnostic<br />

performance of the FibroScan XL probe for liver stiffness measurement<br />

in overweight and obese patients. Hepatology. 2012 Jan;55(1):199-208.<br />

27. <strong>de</strong> Lédinghen V, Vergniol J. Transient elastography (FibroScan). Gastroenterol<br />

Clin Biol. 2008 Sep;32(6 Suppl 1):58-67.<br />

28. Salles N, Dussarat P, Foucher J, Villars S, <strong>de</strong> Lédinghen V. Non-invasive<br />

evaluation of liver fibrosis by transient elastography and biochemical markers<br />

in el<strong>de</strong>rly inpatients. Gastroenterol Clin Biol. 2009 Feb;33(2):126-32.<br />

29. Fraquelli M, Rigamonti C, Casazza G, Conte D, Donato MF, Ronchi G, Co-


lombo M. Reproducibility of transient elastography in the evaluation of liver<br />

fibrosis in patients with chronic liver disease. Gut. 2007 Jul;56(7):968-73.<br />

30. Adhoute X, Foucher J, Laharie D, Terrebonne E, Vergniol J, Castéra L,<br />

Lovato B, Chanteloup E, Merrouche W, Couzigou P, <strong>de</strong> Lédinghen V. Diagnosis<br />

of liver fibrosis using FibroScan and other noninvasive methods in<br />

patients with hemochromatosis: a prospective study. Gastroenterol Clin<br />

Biol. 2008 Feb;32(2):180-7.<br />

31. Yoneda M, Yoneda M, Mawatari H, Fujita K, Endo H, Iida H, Nozaki Y,<br />

Yonemitsu K, Higurashi T, Takahashi H, Kobayashi N, Kirikoshi H, Abe Y,<br />

Inamori M, Kubota K, Saito S, Tamano M, Hiraishi H, Maeyama S, Yamaguchi<br />

N, Togo S, Nakajima A. Noninvasive assessment of liver fibrosis by<br />

measurement of stiffness in patients with nonalcoholic fatty liver disease<br />

(NAFLD). Dig Liver Dis. 2008 May;40(5):371-8.<br />

32. Corpechot C, El Naggar A, Poujol-Robert A, Ziol M, Wendum D, Chazouillères<br />

O, <strong>de</strong> Lédinghen V, Dhumeaux D, Marcellin P, Beaugrand M, Poupon<br />

R. Assessment of biliary fibrosis by transient elastography in patients with<br />

PBC and PSC. Hepatology. 2006 May;43(5):1118-24.<br />

33. Gómez-Dominguez E, Mendoza J, García-Buey L, Trapero M, Gisbert JP,<br />

Jones EA, Moreno-Otero R. Transient elastography to assess hepatic fibrosis<br />

in primary biliary cirrhosis. Aliment Pharmacol Ther. 2008 Mar<br />

1;27(5):441-7.<br />

34. <strong>de</strong> Lédinghen V, Le Bail B, Rebouissoux L, Fournier C, Foucher J, Miette V,<br />

Castéra L, Sandrin L, Merrouche W, Lavrand F, Lamireau T. Liver stiffness<br />

measurement in children using FibroScan: feasibility study and comparison<br />

with Fibrotest, aspartate transaminase to platelets ratio in<strong>de</strong>x, and liver<br />

biopsy. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2007 Oct;45(4):443-50.<br />

35. Castéra L, Vergniol J, Foucher J, Le Bail B, Chanteloup E, Haaser M, Darriet<br />

M, Couzigou P, De Lédinghen V. Prospective comparison of transient elastography,<br />

Fibrotest, APRI, and liver biopsy for the assessment of fibrosis in<br />

chronic hepatitis C. Gastroenterology. 2005 Feb;128(2):343-50.<br />

36. Ziol M, Handra-Luca A, Kettaneh A, Christidis C, Mal F, Kazemi F, <strong>de</strong> Lédinghen<br />

V, Marcellin P, Dhumeaux D, Trinchet JC, Beaugrand M. Noninvasive<br />

assessment of liver fibrosis by measurement of stiffness in patients with<br />

chronic hepatitis C. Hepatology. 2005 Jan;41(1):48-54.<br />

37. Arena U, Vizzutti F, Abral<strong>de</strong>s JG, Corti G, Stasi C, Moscarella S, Milani S,<br />

Lorefice E, Petrarca A, Romanelli RG, Laffi G, Bosch J, Marra F, Pinzani M.<br />

Reliability of transient elastography for the diagnosis of advanced fibrosis<br />

in chronic hepatitis C. Gut. 2008 Sep;57(9):1288-93.<br />

38. Nitta Y, Kawabe N, Hashimoto S, Harata M, Komura N, Kobayashi K, Arima<br />

Y, Shimazaki H, Nakano T, Murao M, Ichino N, Osakabe K, Aoki H, Hosoe Y,<br />

Sugiyama H, Nishikawa T, Yoshioka K. Liver stiffness measured by transient<br />

elastography correlates with fibrosis area in liver biopsy in patients with<br />

chronic hepatitis C. Hepatol Res. 2009 Jul;39(7):675-84.<br />

39. Foucher J, Chanteloup E, Vergniol J, Castéra L, Le Bail B, Adhoute X,<br />

Bertet J, Couzigou P, <strong>de</strong> Lédinghen V. Diagnosis of cirrhosis by transient<br />

elastography (FibroScan): a prospective study. Gut. 2006 Mar;55(3):403-8.<br />

40. Masuzaki R, Tateishi R, Yoshida H, Goto E, Sato T, Ohki T, Imamura J, Goto<br />

T, Kanai F, Kato N, Ikeda H, Shiina S, Kawabe T, Omata M. Prospective<br />

risk assessment for hepatocellular carcinoma <strong>de</strong>velopment in patients<br />

with chronic hepatitis C by transient elastography. Hepatology. 2009<br />

Jun;49(6):1954-61.<br />

41. Castéra L, Le Bail B, Roudot-Thoraval F, Bernard PH, Foucher J, Merrouche<br />

W, Couzigou P, <strong>de</strong> Lédinghen V. Early <strong>de</strong>tection in routine clinical practice<br />

of cirrhosis and oesophageal varices in chronic hepatitis C: comparison<br />

of transient elastography (FibroScan) with standard laboratory tests and<br />

non-invasive scores. J Hepatol. 2009 Jan;50(1):59-68.<br />

42. Vizzutti F, Arena U, Romanelli RG, Rega L, Foschi M, Colagran<strong>de</strong> S, Petrarca<br />

A, Moscarella S, Belli G, Zignego AL, Marra F, Laffi G, Pinzani M. Liver<br />

stiffness measurement predicts severe portal hypertension in patients with<br />

HCV-related cirrhosis. Hepatology. 2007 May;45(5):1290-7.<br />

43. Bureau C, Metivier S, Peron JM, Selves J, Robic MA, Gourraud PA, Rouquet<br />

O, Dupuis E, Alric L, Vinel JP. Transient elastography accurately predicts<br />

presence of significant portal hypertension in patients with chronic liver<br />

disease. Aliment Pharmacol Ther. 2008 Jun;27(12):1261-8.<br />

44. Kazemi F, Kettaneh A, N’kontchou G, Pinto E, Ganne-Carrie N, Trinchet<br />

JC, Beaugrand M. Liver stiffness measurement selects patients with<br />

cirrhosis at risk of bearing large oesophageal varices. J Hepatol. 2006<br />

Aug;45(2):230-5.<br />

45. Carrión JA, Navasa M, Bosch J, Bruguera M, Gilabert R, Forns X. Transient<br />

elastography for diagnosis of advanced fibrosis and portal hypertension<br />

in patients with hepatitis C recurrence after liver transplantation. Liver<br />

Transpl. 2006 Dec;12(12):1791-8.<br />

46. Lemoine M, Katsahian S, Ziol M, Nahon P, Ganne-Carrie N, Kazemi F,<br />

Grando-Lemaire V, Trinchet JC, Beaugrand M. Liver stiffness measurement<br />

as a predictive tool of clinically significant portal hypertension in patients<br />

with compensated hepatitis C virus or alcohol-related cirrhosis. Aliment<br />

Pharmacol Ther. 2008 Nov 1;28(9):1102-10.<br />

47. Vergniol J, Foucher J, Castéra L, Bernard PH, Tournan R, Terrebonne<br />

E, Chanteloup E, Merrouche W, Couzigou P, <strong>de</strong> Lédinghen V. Changes of<br />

non-invasive markers and FibroScan values during HCV treatment. J Viral<br />

Hepat. 2009 Feb;16(2):132-40.<br />

48. Cardoso ACF, Stern C, Moucari R, Giuily N, Figueiredo-Men<strong>de</strong>s CG, Boyer<br />

N, Ripault MP, Castelnau C, Asselah T, Martinot-Peignoux M, Maylin S,<br />

Bedossa P, Marcellin P. Sustained virological response is associated with<br />

<strong>de</strong>crease in liver stiffness using FibroScan in patients with HCV related<br />

cirrhosis [abstract]. Hepatology. 2008 Oct;48(Suppl 1):427A.<br />

49. <strong>de</strong> Lédinghen V, Douvin C, Kettaneh A, Ziol M, Roulot D, Marcellin P, Dhumeaux<br />

D, Beaugrand M. Diagnosis of hepatic fibrosis and cirrhosis by<br />

transient elastography in HIV/hepatitis C virus-coinfected patients. J Acquir<br />

Immune Defic Syndr. 2006 Feb 1;41(2):175-9.<br />

50. Vergara S, Macías J, Rivero A, Gutiérrez-Valencia A, González-Serrano M,<br />

Merino D, Ríos MJ, García-García JA, Camacho A, López-Cortés L, Ruiz J,<br />

<strong>de</strong> la Torre J, Viciana P, Pineda JA; Grupo para el Estudio <strong>de</strong> las Hepatitis<br />

Viricas <strong>de</strong> la SAEI. The use of transient elastometry for assessing liver<br />

fibrosis in patients with HIV and hepatitis C virus coinfection. Clin Infect<br />

Dis. 2007 Oct 15;45(8):969-74.<br />

51. Rigamonti C, Donato MF, Fraquelli M, Agnelli F, Ronchi G, Casazza G, Rossi<br />

G, Colombo M. Transient elastography predicts fibrosis progression in<br />

patients with recurrent hepatitis C after liver transplantation. Gut. 2008<br />

Jun;57(6):821-7.<br />

52. Harada N, Soejima Y, Taketomi A, Yoshizumi T, Ikegami T, Yamashita Y,<br />

Itoh S, Kuroda Y, Maehara Y. Assessment of graft fibrosis by transient<br />

elastography in patients with recurrent hepatitis C after living donor liver<br />

transplantation. Transplantation. 2008 Jan 15;85(1):69-74.<br />

53. Corradi F, Piscaglia F, Flori S, D’Errico-Grigioni A, Vasuri F, Tamé MR, Andreone<br />

P, Boni P, Gianstefani A, Bolondi L; Bologna Liver Transplantation<br />

Group. Assessment of liver fibrosis in transplant recipients with recurrent<br />

HCV infection: usefulness of transient elastography. Dig Liver Dis. 2009<br />

Mar;41(3):217-25.<br />

54. Coco B, Oliveri F, Maina AM, Ciccorossi P, Sacco R, Colombatto P, Bonino<br />

F, Brunetto MR. Transient elastography: a new surrogate marker of liver<br />

fibrosis influenced by major changes of transaminases. J Viral Hepat. 2007<br />

May;14(5):360-9.<br />

55. Kim SU, Ahn SH, Park JY, Kang W, Kim do Y, Park YN, Chon CY, Han KH.<br />

Liver stiffness measurement in combination with noninvasive markers for<br />

the improved diagnosis of B-viral liver cirrhosis. J Clin Gastroenterol. 2009<br />

Mar;43(3):267-71.<br />

56. Chan HL, Wong GL, Choi PC, Chan AW, Chim AM, Yiu KK, Chan FK, Sung<br />

JJ, Wong VW. Alanine aminotransferase-based algorithms of liver stiffness<br />

measurement by transient elastography (Fibroscan) for liver fibrosis in<br />

chronic hepatitis B. J Viral Hepat. 2009 Jan;16(1):36-44.<br />

57. Marcellin P, Ziol M, Bedossa P, Douvin C, Poupon R, <strong>de</strong> Lédinghen V, Beaugrand<br />

M. Non-invasive assessment of liver fibrosis by stiffness measurement<br />

in patients with chronic hepatitis B. Liver Int. 2009 Feb;29(2):242-7.<br />

58. Cardoso AC, Carvalho-Filho RJ, Stern C, Dipumpo A, Giuily N, Ripault MP,<br />

Asselah T, Boyer N, Lada O, Castelnau C, Martinot-Peignoux M, Valla DC,<br />

Bedossa P, Marcellin P. Direct comparison of diagnostic performance of<br />

transient elastography in patients with chronic hepatitis B and chronic<br />

hepatitis C. Liver Int. 2012 Apr;32(4):612-21.<br />

59. Sasso M, Beaugrand M, <strong>de</strong> Ledinghen V, Douvin C, Marcellin P, Poupon<br />

R, Sandrin L, Miette V. Controlled attenuation parameter (CAP): a novel<br />

VCTE gui<strong>de</strong>d ultrasonic attenuation measurement for the evaluation of<br />

hepatic steatosis: preliminary study and validation in a cohort of patients<br />

with chronic liver disease from various causes. Ultrasound Med Biol. 2010<br />

Nov;36(11):1825-35. Epub 2010 Sep 27.<br />

60. Sasso M, Tengher-Barna I, Ziol M, Miette V, Fournier C, Sandrin L, Poupon<br />

R, Cardoso AC, Marcellin P, Douvin C, <strong>de</strong> Ledinghen V, Trinchet JC, Beaugrand<br />

M. Novel controlled attenuation parameter for noninvasive assessment<br />

of steatosis using Fibroscan( ® ): validation in chronic hepatitis C. J<br />

Viral Hepat. 2012 Apr;19(4):244-53.<br />

61. Cardoso AC, Sasso M, Miette V, Fournier C, Sandrin L, Beaugrand M, Douvin<br />

C, <strong>de</strong> Ledinghen V, Poupon R, Ziol M, Bedossa P, Marcellin P. Controlled<br />

attenuation parameter: a novel Fibroscan ® – based tool to <strong>de</strong>tect and<br />

quantify steatosis in chronic hepatitis B. AASLD 2010 [Abstract]


8<br />

203095 Ursacol/pecsbh3/junho/2012

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!