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M NITOR DE MÍDIA - DIAGNÓSTICOS - Monitorando

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O Diário Catarinense apresenta, em média, 6,25 matérias policiais por dia,<br />

no mesmo período analisado. A maioria das matérias mais parece relatório baseado<br />

em boletim de ocorrência e depoimento de policiais e delegados. Nenhuma edição<br />

analisada estampou foto de vítima, suspeito ou acusado.<br />

A Página Quatro do DC, por dois dias (25 e 29 de julho) traz reportagens<br />

bem completas sobre a criminalidade na Grande Florianópolis. São duas páginas<br />

explorando o tema, suas causas, conseqüências e possíveis soluções. No dia 25,<br />

“Quem será a próxima vítima” ouve vítimas da violência urbana, cidadãos comuns<br />

assustados, delegados responsáveis por investigações, presidente da OAB falando<br />

sobre a Comissão de Direitos Humanos da instituição e o secretário estadual de<br />

Segurança Pública. Um padre e um deputado estadual propõem soluções baseados<br />

em pesquisas e estatísticas apresentadas. No dia 29, a reportagem da Página Quatro,<br />

“Região registra o 100º assassinato”, trata do índice de homicídios na região.<br />

Moradores, testemunhas e policiais completam com depoimentos as estatísticas<br />

alarmantes. Candidatos ao governo de Santa Catarina expõem suas propostas para<br />

combater a violência.<br />

No diário da capital, a manchete é policial apenas no dia 25 de julho: “Dobra<br />

Número de Assassinatos”. No dia seguinte, a capa estampa foto de um carro<br />

destruído em acidente com caminhão. Sem apelo sensacionalista, nada de corpos<br />

sangrando como chamariz de banca. E isto seria possível, já que o acidente vitimou<br />

fatalmente um casal e seus dois filhos.<br />

O Jornal de Santa Catarina publicou nesse período, em média, seis matérias<br />

diárias. A capa, nenhuma vez, tem manchete policial. No dia 26 de julho, a mesma<br />

foto que ilustra a capa do DC aparece na capa do Jornal de Santa Catarina.<br />

Apenas duas fotos com rostos identificáveis foram publicadas: uma da filha<br />

da Vera Fischer (em 25 de julho) e outra de Luiz Lopes Vieira, funcionário da<br />

Assembléia Legislativa acusado de pedofilia (em 29 de julho). O JSC apresenta<br />

uma particularidade. A editoria Geral sempre tem matérias de cunho policial. No<br />

dia 25 de julho, por exemplo, “Bebê encontrado vivo em lixeira de hospital” não<br />

ganha espaço na editoria Polícia. Matérias sobre acidentes de trânsito e violência,<br />

regra geral são assunto para as páginas de Geral. Das edições analisadas por este<br />

MO<strong>NITOR</strong>, apenas uma matéria, “Fórum vai combater crimes no Litoral”, do dia<br />

25 de julho, é mais aprofundada, ouvindo várias fontes, ainda que estas sejam<br />

exclusivamente oficiais. Na maior parte das vezes as matérias mais parecem boletins<br />

de ocorrência.<br />

31 de julho a 5 de agosto - Show de B.O.<br />

Por que utilizar tantas fontes oficiais Onde está a fala dos lesados, ou até<br />

mesmo dos supostos criminosos (Quando possível). Para dar um exemplo concreto,<br />

o DC, em matéria do dia 3 de agosto, sobre o caso do “Seu Chico” conta que segundo<br />

a polícia a família da vítima ficou triste porque o suspeito não foi preso. Seria<br />

fundamental que o jornal fosse atrás da família da vítima, fizesse entrevistas a fim<br />

de dar uma nova perspectiva sobre a matéria. O tom oficial encontrado nas matérias<br />

policiais é algo a ser contestado, pois não é um modelo, mas sim fruto de<br />

conveniência, porque para o jornalista é mais fácil falar com o policial do que ir<br />

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M <strong>NITOR</strong> <strong>DE</strong> <strong>MÍDIA</strong> - <strong>DIAGNÓSTICOS</strong>

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