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M NITOR DE MÍDIA - DIAGNÓSTICOS - Monitorando

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Edição 13 – 15/04/2002<br />

Jornais opinam pouco nos<br />

editoriais<br />

No começo da história da imprensa, os jornais eram de acentuado caráter<br />

opinativo, defendendo com clareza idéias, atitudes, ideologias. Neste contexto, os<br />

editoriais tinham um papel preponderante, pois marcavam as posições das empresas<br />

jornalísticas frente aos fatos da sociedade. Ao mesmo tempo em que apresentavam<br />

seus pontos de vista, os jornais se expunham ao crivo do leitor, estando suscetíveis<br />

tanto à aceitação quanto a repulsa popular. Com o tempo, os jornais sofreram<br />

mudanças drásticas nas suas estruturas e funcionamentos. O editorial, enquanto<br />

local de manifestação de opinião, não poderia escapar deste processo. Hoje, há<br />

mais ênfase no conteúdo informativo em detrimento do opinativo, fato que poderia<br />

se explicar pela influência do jornalismo norte-americano no Brasil e pela própria<br />

modernização das empresas.<br />

Atualmente, os manuais dos três principais jornais definem a natureza e a<br />

importância dos editoriais. De acordo com o Novo Manual de Redação da Folha de<br />

S.Paulo, o editorial é o texto que apresenta a opinião do jornal. Ele deve ser “ao<br />

mesmo tempo enfático e equilibrado, deve evitar ironia exagerada, a interrogação<br />

e a exclamação”, “deve apresentar com concisão a questão de que vai tratar,<br />

desenvolvendo os argumentos que o jornal defende, refutar as opiniões opostas e<br />

concluir condensando a posição adotada pela Folha” (p.70). Conforme o Manual de<br />

Redação e Estilo de O Estado de S.Paulo, “o jornal, como um todo, tem opiniões<br />

sobre os assuntos que publica e as expressa em editoriais” (p.204). O Manual de<br />

Redação e Estilo de O Globo aponta normas para a opinião: “Deve-se evitar, com<br />

exceção de momentos muito especiais, o comentário que apenas registra pasmo,<br />

admiração ou indignação. Esses sentimentos, principalmente a indignação ante o<br />

interesse público ofendido, são importantes, mas não bastam: precisam estar<br />

apoiados em fatos e acompanhados de argumentos lógicos que conduzam a uma<br />

conclusão concreta. (...) O editorial realmente útil suplementa a notícia com pesquisa<br />

e informação adicional. Sem isso, será difícil escapar de observações superficiais e<br />

conclusões padronizadas. A opinião pode ser manifestada de forma leve, irônica<br />

ou séria, seca, mas lhe é proibido ser pomposa ou solene. Alguns textos do jornal<br />

parecem usar roupa esporte, outros vestem terno e gravata. O editorial está quase<br />

sempre no segundo caso, mas não usa fraque, beca ou toga” (p.34).<br />

Entre os jornais analisados por este MO<strong>NITOR</strong> <strong>DE</strong> <strong>MÍDIA</strong>, o Diário<br />

Catarinense e o Jornal de Santa Catarina seguem um manual editado especialmente<br />

para orientar seus leitores e funcionários. Entretanto, o Manual de Ética, Redação<br />

e Estilo de Zero Hora não faz qualquer menção a como devem ser os editoriais do<br />

grupo. A Notícia não tem nenhum documento público que trate de normas editoriais,<br />

mas o disponibiliza aos seus jornalistas no sistema interno de computação.<br />

Nesta edição, analisamos 134 editoriais publicados em 28 dias, entre 16 de<br />

58<br />

M <strong>NITOR</strong> <strong>DE</strong> <strong>MÍDIA</strong> - <strong>DIAGNÓSTICOS</strong>

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