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M NITOR DE MÍDIA - DIAGNÓSTICOS - Monitorando

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Edição 95 - 18/08/2006<br />

Quando a imprensa vira pauta<br />

Madrugada de domingo, 13 de agosto. O jornalista César Tralli interrompe,<br />

em plantão, o Supercine na Globo e anuncia a libertação do auxiliar técnico da<br />

emissora Alexandre Calado, seqüestrado na manhã do dia anterior. Tralli então<br />

anuncia a exibição do conteúdo de um DVD em troca da libertação com vida do<br />

repórter Guilherme Portanova, levado junto com Calado. Enquanto a rede de<br />

televisão cedia às condições dos integrantes do PCC, o restante da imprensa nacional<br />

também entrou no caso.<br />

Não foi diferente nos principais jornais catarinenses, que acompanharam o<br />

envolvido por sua proeminência. Alguns buscaram contextualizar com a atuação<br />

de Portanova aqui mesmo em Santa Catarina. Outros esqueceram de uma boa<br />

revisão no material apresentado. Este Monitor de Mídia acompanhou a repercussão<br />

catarinense desde a segunda-feira, 14/08, quando o caso apareceu nos jornais.<br />

Somente em casos de grande repercussão que a imprensa é notícia. Ainda<br />

mais neste, quando o alvo foi o repórter da Rede Globo de televisão. Não é somente<br />

quando os níveis de violência do país aumentam que os jornalistas são alvos. Por<br />

serem uma ligação direta e próxima ao poder, os profissionais da imprensa acabam<br />

sendo usados para atender interesses diversos.<br />

Entre muitos artigos e editoriais evocando o caso de Tim Lopes (evento com<br />

desfecho mais drástico, a morte do jornalista), os periódicos não deram uma linha<br />

ao caso de seqüestro de dois repórteres da Fox News, ocorrido no dia 14/08 no<br />

Oriente Médio. Mesmo com a distância do caso, os seqüestrados também fazem<br />

parte da categoria. Isso abre a questão: quando a imprensa vira pauta<br />

Agência substitui reportagem<br />

Com pouco desdobramento e atenção ao caso, A Notícia publicou editorial no<br />

dia 14/08 sob o título “Seqüestro em São Paulo”. O texto focou o seqüestro do<br />

jornalista Guilherme Portanova, “supostamente produzido pelo PCC”, além de<br />

levantar a bandeira em defesa da imprensa. Para isso, o periódico relembrou o caso<br />

de Tim Lopes, para ligar o “novo episódio grave”, e conclui “seria uma ilusão<br />

imaginar que a imprensa escapasse incólume”.<br />

Na mesma edição, com a cartola “seqüestro”, o AN publicou matéria do caso.<br />

Devido ao horário de fechamento, o jornal noticiou “TV Globo aguarda a volta de<br />

repórter”, sendo que Portanova já havia sido libertado durante a madrugada. Com<br />

uma descrição superficial do caso, constava no texto: “a emissora atendeu a uma<br />

reinvincação dos criminosos nesta madrugada”.<br />

O detalhe era que a Rede Globo exibiu o conteúdo do DVD no sábado à noite,<br />

enquanto a afirmação do jornal foi publicada na segunda-feira de manhã. Além<br />

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M <strong>NITOR</strong> <strong>DE</strong> <strong>MÍDIA</strong> - <strong>DIAGNÓSTICOS</strong>

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