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M NITOR DE MÍDIA - DIAGNÓSTICOS - Monitorando

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desaparecido passa a ser morto<br />

Tem mais: nos primeiros dias de divulgação dos suspeitos, ainda havia pouca<br />

certeza também das grafias de seus nomes. O JSC trouxe na primeira página foto<br />

do site do FBI dando como Usama Bin Laden, ao passo que em todo o resto da<br />

edição trazia Osama. Título do caderno especial de A Notícia do dia 21 traz: “Talibã<br />

abandona Ossama bin Laden”. DC escrevem “Taleban”, ao passo que o JSC, “Talibã”.<br />

No dia 13, até os créditos das fotos foram confundidos. Jornal de Santa<br />

Catarina e A Notícia reproduzem a mesma foto em suas primeiras páginas, mas<br />

cada um atribui a imagem a uma agência de notícias: o primeiro à Associated Press<br />

(AP), e o segundo, à France Presse (AFP).<br />

A pressa é inimiga<br />

Quinze dias se passaram e o mundo não acabou. Imediatamente após o choque<br />

dos aviões contra os prédios do World Trade Center (norte da América do Norte), ao<br />

sul da América do Sul, os jornais catarinenses lançaram-se a constatações<br />

precipitadas. O Diário Catarinense da quarta-feira, 12, trouxe no caderno especial<br />

matéria intitulada “Um dia jamais imaginado”: “De uma coisa todos temos certeza:<br />

os rumos da sociedade global sofreram drástica alteração...”. Do mesmo jeito, A<br />

Notícia de 13 de setembro, expôs logo no editorial: “A primeira constatação que se<br />

pode fazer, porém, é que muitas coisas – decisivas para uma grande parcela da<br />

humanidade – começaram a mudar desde a manhã de 11 de setembro”.<br />

O que foi anunciado com pressa, em meio à poeira dos fatos, com os dias<br />

ganhou outros rumos. Em A Notícia, o quadro “Quem são os Talibãs”, à página A11<br />

do dia 14, diz que “neste sistema Talibã é proibido assistir televisão ou filmes<br />

em vídeo, ouvir música não-religiosa, vestir-se à moda ocidental”, que “os<br />

assassinos são executados a tiros” e que “os homossexuais são enterrados sob<br />

montanhas de lama até morrerem”. Citar as fontes de onde os dados são tirados<br />

nunca é demais. Aos olhos ocidentais tais fatos podem parecer inaceitáveis, mas<br />

há que se respeitar o modo de vida dos afegãos, até porque nenhum jornalista foi lá<br />

conversar com uma pessoa da população para saber quais seus anseios, suas<br />

denúncias, sua maneira de viver. Na mesma data, o Diário traz na página 7 uma<br />

matéria intitulada “Depois de Pearl Harbor, o World Trade Center”. Um trecho: “A<br />

relação entre o ataque de ontem e uma guerra se dá pelo fato da suspeita de que<br />

este seja um ato praticado por árabes muçulmanos adeptos da ‘Guerra Santa’”. Na<br />

página 4, mais contundência: “E o fato ainda mais preocupante: várias ex-repúblicas<br />

soviéticas possuem imensas populações islâmicas”.<br />

Outras confusões referentes a religiões e a ideologias políticas também<br />

aparecem. A edição de 19 de setembro, do AN, página A2, traz o editorial “Brasil<br />

fora do terror”: “À exceção de escaramuças de guerrilhas nas décadas de 60 e 70,<br />

em reação ao regime militar então vigente, o Brasil jamais foi alvo de terroristas<br />

internacionais, ou de ‘exércitos de libertação’ semelhantes ao IRA na Irlanda ...<br />

ou ao ETA na Espanha”. Na matéria “América Latina não é mais a segunda opção<br />

para Bush”, no mesmo jornal mas em 14 de setembro, página A13, temos que “A<br />

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M <strong>NITOR</strong> <strong>DE</strong> <strong>MÍDIA</strong> - <strong>DIAGNÓSTICOS</strong>

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