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M NITOR DE MÍDIA - DIAGNÓSTICOS - Monitorando

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Edição 33 – 01/06/2003<br />

Quatro exemplos de fiscalização do<br />

poder<br />

Qual deve ser o papel da imprensa nos dias de hoje Jornais podem ditar a<br />

agenda social Até onde a mídia pode intervir nos fatos do cotidiano Essas questões<br />

cercam as redações e traduzem um pouco da preocupação daqueles que estão de<br />

alguma forma envolvidos com os meios de comunicação: a mídia e o poder que ela<br />

exerce na sociedade contemporânea. Em Santa Catarina, este MO<strong>NITOR</strong> <strong>DE</strong> <strong>MÍDIA</strong><br />

observou nas últimas semanas quatro casos estampados nas páginas dos jornais<br />

que ilustram bem os movimentos da imprensa e seus comportamentos frente aos<br />

fatos.<br />

Ousadia e denúncia no Santa<br />

Além da mudança no projeto gráfico, a nova proposta editorial do Jornal de<br />

Santa Catarina passou a incluir a abordagem de temas polêmicos tratados de forma<br />

inusitada. É o que mostram matérias que renderam manchete nos dias 12 e 22 de<br />

maio.<br />

Em resposta ao assassinato de um jovem por esfaqueamento, em frente a um<br />

bar, em Blumenau, fato noticiado no dia 9, a capa da edição de 12 de maio trouxe,<br />

em manchete, a constatação: “Nada impede entrada de armas em casas noturnas”.<br />

Não se tratou de uma conclusão vã. O repórter Fiu Saldanha e o fotógrafo Gilberto<br />

Viegas, sem se identificarem como jornalistas, percorreram nove casas noturnas da<br />

cidade, estando o primeiro com uma arma de fogo.<br />

A matéria “Liberdade para andar armado na noite”, à página 4B, traz três<br />

fotos em cores de momentos em que o jornalista conversa ora com um segurança,<br />

ora com um policial, e tentando entrar na Rivage, uma das danceterias<br />

blumenauenses. Nas três imagens, a arma permanece à mostra às costas do repórter.<br />

Conforme relatado no texto, o Ministério Público foi avisado de antemão “da<br />

intenção de demonstrar a fragilidade na segurança dos locais” e “a arma, legalizada,<br />

estava descarregada”.<br />

A iniciativa de produzir uma matéria deste cunho ressalta o caráter<br />

investigativo da profissão e introduz um debate amplo sobre a segurança que deve<br />

haver em locais públicos de diversão. Apenas na Rivage, um detector de metais<br />

acusou a presença da arma, mas mesmo assim ninguém impediu sua entrada. É<br />

certamente de se supor que o mesmo não seria constatado — e de forma tão<br />

alarmante — se, ao invés da ousadia, o jornal preferisse entrevistar os proprietários<br />

de casas noturnas.<br />

A intenção rendeu respostas. O proprietário da Rivage disse que, se preciso,<br />

colocaria porta giratória (dessas de banco) na danceteria. Dando continuidade ao<br />

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