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M NITOR DE MÍDIA - DIAGNÓSTICOS - Monitorando

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Edição 31 – 29/04/2003<br />

Farra-do-boi tem tratamento morno<br />

nos jornais<br />

Mesmo proibida há seis anos, a farra-do-boi ainda é realizada em várias<br />

regiões do litoral catarinense. Como não poderia deixar de ser, equipes de jornalistas<br />

e da Polícia Militar ficam à espreita das movimentações dos farristas na Semana<br />

Santa, época em que a tradição é resgatada. Neste ano, as prisões dos fora-da-lei e<br />

as apreensões dos animais voltaram às páginas da imprensa nacional, já que o<br />

evento alcançou dimensões que extrapolam as fronteiras estaduais.<br />

Muito mais próximo das ocorrências e da polêmica que o assunto causa, os<br />

jornais catarinenses apenas se limitaram a uma cobertura factual, bem concentrada<br />

nos registros. Houve pouco aprofundamento nas matérias, com um ou outro resgate<br />

histórico recente. Por outro lado, os textos estavam impregnados de um tom<br />

alarmista, ressaltando a violência dos participantes da farra e a insegurança de<br />

quem é contrária a ela.<br />

De maneira geral, os três maiores jornais locais parecem ter-se cansado de<br />

cobrir um assunto que sempre se repete há anos. A correria atrás dos animais, os<br />

protestos dos ambientalistas, a advertência de que a prática é ilegal, tudo isso já<br />

foi exaustivamente tratado pelos meios de comunicação nos últimos tempos. Na<br />

leitura dos jornais, a sensação que fica é a de que a cobertura ficou burocrática,<br />

sem criatividade, apenas para atender a um compromisso do calendário jornalístico.<br />

Leitor se posiciona; jornal, não<br />

Observado o espaço dado para a farra-do-boi nas páginas de opinião dos<br />

jornais catarinenses, este MO<strong>NITOR</strong> <strong>DE</strong> <strong>MÍDIA</strong> analisou edições no período de 1º<br />

a 21 de abril.<br />

No Diário Catarinense, o assunto foi bastante tratado na seção de cartas. Nas<br />

18 edições analisadas, foram publicadas 17 cartas sobre o assunto, a maior parte<br />

com declarações que expressavam indignação. Exemplos não faltam. Uma carta<br />

publicada no dia 7 traz: “A farra deixou (há muito) de ser cultura para tornar-se a<br />

mais vergonhosa característica do folclore da Ilha”. Dois dias depois, pode-se ler:<br />

“É inadmissível que ainda haja pessoas se divertindo com a farra do boi. Maltratar<br />

um animal e gozar com isso os transforma em seres nojentos”. Na edição do dia 13:<br />

“Para a crueldade não há justificativa. A farra do boi é uma tradição negativa, de<br />

violência e desrespeito à vida”, e, mais adiante: “É preciso que o Ministério Público<br />

tome providências urgentes no sentido de evitar a realização das cruéis farras do<br />

boi”.<br />

Enquanto os leitores tomavam posição, editoriais e artigos deixavam o assunto<br />

de lado. Uma exceção ocorreu em artigo publicado no dia 18. Intitulado “O crime<br />

da farra”, defendia que “explorar a irracionalidade animal é mais barato e rentável<br />

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M <strong>NITOR</strong> <strong>DE</strong> <strong>MÍDIA</strong> - <strong>DIAGNÓSTICOS</strong>

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