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M NITOR DE MÍDIA - DIAGNÓSTICOS - Monitorando

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Os tiros continuam soando, as notícias não ganham a dimensão que têm, o<br />

leitor não tem o contexto que cerca os fatos e o jornalismo fica, cada vez mais,<br />

declaratório, oficial, sem um padrão crítico de cobertura. O Iraque é aqui, e as<br />

vítimas estão espalhadas com jornais nas mãos.<br />

Editoriais são raros, mas discurso é alarmista<br />

Manuais de redação como os da Folha de S.Paulo e de O Estado de S. Paulo<br />

definem editorial como “o texto que apresenta a opinião do jornal”, o espaço onde<br />

as empresas jornalísticas manifestam seus pontos de vista. Analisando as edições<br />

das primeiras semanas de abril, percebe-se que os jornais catarinenses pouco tratam<br />

da curva ascendente de crimes no Estado. Mas quando o fazem, o tom é geralmente<br />

agressivo, alarmista e de cobrança das autoridades competentes.<br />

De 1º a 10 de abril, Diário Catarinense e Jornal de Santa Catarina trouxeram<br />

sete editoriais sobre a guerra no Iraque. O concorrente de Joinville, A Notícia, nem<br />

mencionou o conflito. A “guerra urbana” teve pouco espaço nas páginas de opinião,<br />

mas quando apareceu causou alarde. Nos jornais do grupo RBS, foram publicados<br />

dois editoriais: no dia 1º - “A resposta do Estado” - e no dia 11 - “Segurança como<br />

prioridade”. O primeiro afirma que “se o Estado não agir imediatamente (...) logo o<br />

Brasil estará vivendo dias de terror como aqueles que constituem a rotina de nações<br />

como a Colômbia”.<br />

No dia 11, DC e JSC defendem que “de nada adianta perder mais tempo<br />

perquirindo as causas sociais e econômicas que formaram o caldo cultural no qual<br />

a criminalidade prosperou” e, mais adiante, “a prioridade é o restabelecimento da<br />

segurança e da paz em nossas cidades do medo”.<br />

Outros artigos opinativos se somam ao debate. O DC publica no dia 2 “O juiz<br />

sem rosto” e o Santa, na edição conjunta de 5 e 6, “Crime, cultura e educação”. A<br />

Notícia não publicou nenhum artigo relativo ao tema durante o período, mas trouxe<br />

dois editoriais. “Jornal algum pode noticiar ainda que a segurança pública passou<br />

a ser uma preocupação secundária dos brasileiros”, foi o que trouxe o editorial<br />

intitulado “Esperanças e realidade” no dia 1º. Não se aprofunda no assunto, já que<br />

este é apenas um dos muitos problemas apontados. No dia 10, o diário de Joinville<br />

publica “Jovens infratores”, quando traz que “tais locais (as unidades de recuperação<br />

de jovens infratores) se resume apenas à punição dos jovens, contribuindo para<br />

que, assim que a liberdade for reconquistada, tenham em mente apenas a<br />

criminalidade como caminho a ser trilhado”. Mais adiante afirma que “infratores<br />

precisam ser punidos com severidade, independente da idade e das condições que<br />

os levaram ao ato infracional”.<br />

Chamem o revisor!<br />

As empresas jornalísticas se atualizaram tecnologicamente, mas ainda não<br />

perceberam que existem serviços que só podem ser feitos por seres humanos. Um<br />

deles é a revisão dos originais antes de irem para as rotativas. Softwares de revisão<br />

ortográfica deixam escapar uma série de equívocos. Em A Notícia, dois exemplos<br />

flagrantes. Veja o título da matéria no alto da página A7 na edição de 4 de abril:<br />

“Frente vai precionar núcleo de poder”. Seis dias depois, na coluna de Ricardinho<br />

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M <strong>NITOR</strong> <strong>DE</strong> <strong>MÍDIA</strong> - <strong>DIAGNÓSTICOS</strong>

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