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M NITOR DE MÍDIA - DIAGNÓSTICOS - Monitorando

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Edição 29 – 01/04/2003<br />

Conflito mostra que falta um<br />

padrão de cobertura<br />

Os primeiros dez dias de conflito no Iraque demonstram nas páginas dos<br />

jornais que as empresas de comunicação ainda não investiram suficientemente para<br />

ter um perfil para coberturas de fôlego como esta. Não há um padrão nítido do que<br />

é importante informar. Não há um entendimento pleno do real interesse do leitor<br />

local em consumir estas informações.<br />

Com isso, os pequenos jornais – como é o caso dos três diários mais lidos em<br />

Santa Catarina – reproduzem um jornalismo que não tem a cara do seu leitorado,<br />

que se distancia da realidade regional e que pouco ou nada acrescenta do que<br />

mostra a TV e a internet. Assim, o jornalismo oferecido fica a reboque das agências<br />

internacionais, a apuração das informações torna-se praticamente impossível e o<br />

relato se mostra duro, tacanho. Correspondentes são espécimes raros, analistas<br />

não são convidados a escrever e a opinar sobre os movimentos no front e mesmo<br />

matérias com a repercussão local são deixadas de lado.<br />

É evidente que não se pode exigir que os jornais daqui – que juntos diariamente<br />

não somam 100 mil exemplares – ofereçam uma cobertura como a dos grandes<br />

jornais. Entretanto, uma análise de onze edições (de 16 a 27/3) aponta para alguns<br />

deslizes que podem muito bem ser contornados com criatividade e nitidez de<br />

critérios de edição.<br />

137<br />

Cobertura abrangente, mas sem assinaturas<br />

A Notícia passou a destinar mais espaço ao conflito a partir do dia 18, dois<br />

antes da invasão. O diário de Joinville dedica duas páginas em média por edição<br />

para a cobertura, e a partir da sexta-feira, 21, modifica o layout das páginas da<br />

editoria Mundo, adotando selo especial para o assunto e calhas laterais, por onde<br />

escorrem pequenas notas informativas. A imensa maioria – ou senão a totalidade –<br />

dos textos vêm de agências de notícias, preferencialmente da Associated France<br />

Press. A exceção ocorre em 23 de março, quando textos da Associated Press entram<br />

nas páginas do jornal catarinense.<br />

De um modo geral, a cobertura oferecida pelo AN é abrangente, aprofundada<br />

e com uma nítida preocupação de trazer todos os principais fatos que circundam o<br />

confronto no Iraque. As fotos também vêm das agências noticiosas internacionais<br />

(AFP) e dão a carga dramática que ilustra o acontecimento. Entretanto, se as páginas<br />

de A Notícia são bem editadas, falta a elas personalidade, assinatura, originalidade.<br />

Isto é: todos os textos têm um perfil seco nas narrativas, diretos nos relatos e frios<br />

na descrição dos fatos. Não há textos assinados. Não há vestígios de repórteres. O<br />

jornal também não conta com correspondentes especiais, enviados para Bagdá e<br />

arredores. O leitor recebe as informações que se mostram quase protocolares,<br />

burocráticas, rígidas. Uma única exceção foi detectada em 24 de março – “Vida<br />

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