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vi seminário sobre pragas, doenças e plantas daninhas do ... - IAC

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A qualidade química da água deve também ser analisada em função da quantidade de outros<br />

íons que a compõem e que não são constituintes da dureza. Íons como Fe +3 e Al +3 por exemplo,<br />

podem reagir com o agrotóxico reduzin<strong>do</strong> sua eficácia. No entanto, a tal interferência é influenciada<br />

pela tecnologia empregada na pulverização, não existin<strong>do</strong> uma concentração alta ou baixa fixa para<br />

tais íons. Para uma mesma concentração, quanto menor for o volume de água utiliza<strong>do</strong> por área<br />

para a distribuição de uma mesma <strong>do</strong>se de agrotóxico, menor será a interferência destes <strong>sobre</strong> o<br />

princípio ativo. Assim, na aplicação de 1,0 L.ha -1 de um determina<strong>do</strong> produto, espera-se uma<br />

interferência muito menor da qualidade da água na aplicação aérea, onde se utiliza 30 L ha -1 de<br />

água, <strong>do</strong> que na aplicação com um pulveriza<strong>do</strong>r de barras, utilizan<strong>do</strong>-se 300 L.ha -1 . Deve-se sempre<br />

consultar o representante técnico <strong>do</strong> produto a ser utiliza<strong>do</strong> ou um Engenheiro Agrônomo competente<br />

para se certificar da adequação <strong>do</strong>s níveis destes ao produto e à tecnologia de aplicação a serem<br />

emprega<strong>do</strong>s. Quan<strong>do</strong> forem incompatíveis, agentes sequestrantes, que quelatizam e inativam estes<br />

íons na água de pulverização, estão disponíveis no merca<strong>do</strong> e podem ser utiliza<strong>do</strong>s como forma a<br />

tornar a água adequada a aplicação.<br />

Por fim, o pH da água de aplicação deverá ser analisa<strong>do</strong> na propriedade apenas como indica<strong>do</strong>r<br />

de possíveis alterações nas características químicas da água. Caso apenas o pH esteja altera<strong>do</strong>,<br />

estan<strong>do</strong> as demais características inalteradas, muito raramente se observará interferência na eficácia<br />

<strong>do</strong> produto aplica<strong>do</strong>. Aliás, diversos trabalhos científicos buscan<strong>do</strong>-se comprovar a interferência <strong>do</strong><br />

pH <strong>sobre</strong> formulações de agrotóxicos têm se mostra<strong>do</strong> infrutíferos. O pH importante, e que pode<br />

interferir na qualidade <strong>do</strong>s agrotóxicos, é o da calda, e <strong>vi</strong>a de regra está associa<strong>do</strong> a incompatibilidade<br />

entre produtos, como ver-se-á mais adiante. Apesar disso, hoje é muito comum ver-se no campo<br />

tabelas conten<strong>do</strong> o pH ideal de ação para diferentes princípios ativos bem como a <strong>vi</strong>da média <strong>do</strong>s<br />

produtos em diferentes pH’s. O que todas elas tem em comum é: “Ninguém sabe quem as elaborou<br />

ou a fonte de onde foram tiradas”, assim, quem atesta a confiabilidade das mesmas Algumas até<br />

mostram os nomes de algumas universidades ou órgãos de extensão internacionais, sem no entanto<br />

apresentar qualquer referência que permita ao usuário buscar as informações originais, não se<br />

constituin<strong>do</strong> portanto em referências confiáveis. A baixa interferência <strong>do</strong> pH é até de certa forma<br />

e<strong>vi</strong>dente até mesmo para o próprio agricultor. Consideremos por exemplo o benomyl, ou seu nome<br />

comercial mais conheci<strong>do</strong>, o Benlate, que ficou no merca<strong>do</strong> seguramente por mais de 20 anos e<br />

saiu recentemente por razões toxicológicas e não de eficácia. Tal produto, que já estava no merca<strong>do</strong><br />

bem antes de começar a se pensar em pH, e que foi aplica<strong>do</strong> nas mais diferentes formas e condições,<br />

tem segun<strong>do</strong> tais tabelas, uma <strong>vi</strong>da média de 12 minutos a pH 7, que é o pH da água pura. É no<br />

mínimo utopia acreditar que um produto com esta <strong>vi</strong>da média pudesse permanecer tanto tempo no<br />

merca<strong>do</strong> sem trazer sérias e freqüentes conseqüências à empresa que o comercializava. O que<br />

dizer também <strong>do</strong> dicofol, acaricida ainda hoje comercializa<strong>do</strong> por diferentes empresas e também no<br />

merca<strong>do</strong> a mais de 20 anos, que tem uma <strong>vi</strong>da média de 15 minutos neste mesmo pH Além disso,<br />

a água possui um poder tampão, que é a capacidade de manter o pH, muito baixo. Consideran<strong>do</strong>-se<br />

que as empresas gastam milhões de dólares até a colocação de um agrotóxico no merca<strong>do</strong> e que o<br />

mesmo pode ter que ser retira<strong>do</strong> rapidamente em função de uma degradação inde<strong>vi</strong>da em função <strong>do</strong><br />

pH, proporcionan<strong>do</strong> sérios prejuízos, qual a razão lógica para que corram tal risco no lugar de adicionar<br />

um tamponante à formulação e assim garantir a estabilidade <strong>do</strong> princípio ativo Dessa forma, não há<br />

razão qualquer que sustente a necessidade de uma correção pré<strong>vi</strong>a <strong>do</strong> pH antes de se colocar o<br />

produto no tanque bem como para se acreditar que o pH da água foi o principal responsável pela<br />

ineficácia de um determina<strong>do</strong> agrotóxico. Via de regra, quem tem problemas com Ph deve procurar<br />

onde está o problema. Qualquer necessidade da adição de adjuvantes à calda, seja ele um corretor<br />

de pH, um sequestrante ou mesmo um espalhante deverá ser orienta<strong>do</strong> pelo representante técnico<br />

<strong>do</strong> produto a ser utiliza<strong>do</strong> ou por um Engenheiro Agrônomo competente.<br />

Documentos, <strong>IAC</strong>, Campinas, 79, 2007<br />

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