vi seminário sobre pragas, doenças e plantas daninhas do ... - IAC
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associar aos produtos químicos adiciona<strong>do</strong>s ao tanque, inativan<strong>do</strong>-os ou reduzin<strong>do</strong> sua eficácia.<br />
Entretanto, quan<strong>do</strong> se pensa nesta inativação, nem sempre as conclusões podem ser baseadas<br />
diretamente em trabalhos de pesquisa desenvol<strong>vi</strong><strong>do</strong>s no exterior. Um exemplo clássico disso é a<br />
inativação <strong>do</strong> glifosate pela argila, no solo ou na solução de aplicação. Já em 1974, Rieck et al<br />
mostraram que a adição de 1% de argila montmorilonita, bastante reativa e encontrada basicamente<br />
em países de clima frio, à solução de aplicação reduz a fitotoxicidade <strong>do</strong> glifosate em 80 a 90% mas<br />
que esta fitotoxicidade não é influenciada pela adição de 1% de argila caolinita, menos reativa e<br />
encontrada em países de clima tropical. Ramos & Durigan (1998), no Brasil, encontraram que soluções<br />
construídas com até 10 g L -1 de um solo da região de Jaboticabal – SP conten<strong>do</strong> 56% de argila e 3% de<br />
matéria orgânica não interferiram na eficácia de diferentes herbicidas, entre eles o glifosate, quan<strong>do</strong><br />
aplica<strong>do</strong>s em pós-emergência das <strong>plantas</strong> <strong>daninhas</strong> (40 a 60 cm de altura) utilizan<strong>do</strong>-se 300 L.ha -1 de<br />
calda. Assim, a análise de tais interferências deve adquirir um caráter até mesmo regional, uma vez<br />
que a utilização de águas captadas em reservatórios abertos, onde a quantidade de sóli<strong>do</strong>s em suspensão<br />
é dependente de fatores como chuvas por exemplo, pode ser possível sem que haja necessariamente<br />
uma interferência negativa <strong>sobre</strong> o produto utiliza<strong>do</strong>, amplian<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> útil de pulverizações.<br />
Outro fator a ser observa<strong>do</strong> é a qualidade química da água, que pode ser analisada de várias<br />
formas. Uma delas, e que tem grande interferência <strong>sobre</strong> a eficácia <strong>do</strong>s agrotóxicos, é a “Dureza”. A<br />
dureza da água é definida como a concentração de cátions alcalino-terrosos (Ca +2 , Mg +2 , Sr +2 e<br />
Ba +2 ) presentes na água, expressa na forma de ppm de CaCO 3 , representa<strong>do</strong>s normalmente por<br />
Ca +2 e Mg +2 origina<strong>do</strong>s de carbonatos, bicarbonatos, cloretos e sulfatos. A dureza, que pode ser<br />
classificada de acor<strong>do</strong> com a Tabela 1, é capaz de interferir negativamente na qualidade de calda de<br />
um agrotóxico em função destes, nas suas formulações, utilizarem adjuvantes que são responsáveis<br />
pela sua emulsificação (óleos) ou dispersão (pós) na água, denomina<strong>do</strong>s de tensoativos. Tais<br />
adjuvantes são sensíveis a dureza pois atuam no equilíbrio de cargas que envolvem o ingrediente<br />
ativo, equilíbrio este que é altera<strong>do</strong> pela água dura. Um grupo específico de tensoativos, os aniônicos,<br />
que são geralmente sais orgânicos de Na + e K + , reagem com os cátions Ca +2 e Mg +2 presentes na<br />
água dura, forman<strong>do</strong> compostos insolúveis, reduzin<strong>do</strong> assim a quantidade de tensoativo na solução<br />
e causan<strong>do</strong> grande desequilíbrio de cargas, ocasionan<strong>do</strong> a floculação ou precipitação <strong>do</strong>s componentes<br />
da formulação, poden<strong>do</strong> causar uma baixa eficácia e a obstrução de filtros e pontas de pulverização.<br />
Felizmente as águas brasileiras, salvo algumas exceções, são brandas ou muito brandas, não<br />
ocasionan<strong>do</strong> problemas a aplicação de agrotóxicos.<br />
TABELA 1. Formas de classificação da dureza da água<br />
Classe<br />
Muito Branda<br />
Branda<br />
Semi Dura<br />
Dura<br />
Muito Dura<br />
Fonte: Conceição, 2003<br />
Ppm de CaCO3<br />
< 71,2<br />
71,2 – 142,4<br />
142,4 – 320,4<br />
320,4 – 534,0<br />
> 534,0<br />
Graus de Dureza ( o d)<br />
< 4<br />
4 – 8<br />
8 – 18<br />
18 – 30<br />
> 30<br />
Documentos, <strong>IAC</strong>, Campinas, 79, 2007<br />
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