práticas recomendadas na assistência ao parto normal pela oms

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Trabalho 620 PRÁTICAS RECOMENDADAS NA ASSISTÊNCIA AO PARTO NORMAL PELA OMS: ANÁLISE DESCRITIVA DE UM SERVIÇO NO SUL DO BRASIL BEST PRACTICES IN ASSISTANCE TO NORMAL DELIVERY BY WHO: DESCRIPTIVE ANALYSIS OF A SERVICE IN THE SOUTH OF THE BRAZIL MEJORES PRÁCTICAS EN LA ASISTENCIA AL PARTO NORMAL POR LA OMS: ANÁLISIS DESCRIPTIVO DE UN SERVICIO EN EL SUR DEL BRASIL Bruna Goulart Gonçalves – Enfermeira. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, da Universidade Federal do Rio Grande – FURG. Bolsista CAPES. Integrante do Grupo de Pesquisa Viver Mulher. Endereço: Rua 24 de maio, 419. Centro. Rio Grande/RS. CEP: 96200-006. E-mail: brunaggoncalves@gmail.com Nalú Pereira da Costa Kerber – Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, da Universidade Federal do Rio Grande – FURG. Líder do Grupo de Pesquisa Viver Mulher. Endereço: Rua João Manoel, 173. Cidade Nova. Rio Grande/RS. CEP: 96211-060. E-mail: nalu@vetorial.net Josefine Busanello - Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Doutoranda do Programa de Pós- Graduação em Enfermagem, da Universidade Federal do Rio Grande - FURG. Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA. Integrante do Grupo de Pesquisa Viver Mulher. Endereço: Rua Dr. Maia, 1921. Uruguaiana/RS. Centro. CEP: 97510160. E-mail: josefinebusanello@hotmail.com Lulie Rosane Odeh Susin – Médica. Docente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde e Faculdade de Medicina, da Universidade Federal do Rio Grande – FURG. Endereço: Rua José de Carvalho Estima, 79. Bairro Jardim do Sol. Rio Grande. CEP 96216-070. E-mail: susin@mikrus.com.br Vanessa Franco de Carvalho - Enfermeira. Mestranda em Enfermagem do Programa de Pós- Graduação em Enfermagem, da Universidade Federal do Rio Grande. Bolsista CAPES. Integrante do Grupo de Pesquisa Viver Mulher. Endereço: Rua Bento Gonçalves, 494, apto. 301. Cidade Nova. Rio Grande/RS. CEP: 96211-070. E-mail: va_carvalho@yahoo.com.br CATEGORIA DO ARTIGO: PESQUISA. 5576

Trabalho 620<br />

PRÁTICAS RECOMENDADAS NA ASSISTÊNCIA AO PARTO NORMAL PELA<br />

OMS: ANÁLISE DESCRITIVA DE UM SERVIÇO NO SUL DO BRASIL<br />

BEST PRACTICES IN ASSISTANCE TO NORMAL DELIVERY BY WHO:<br />

DESCRIPTIVE ANALYSIS OF A SERVICE IN THE SOUTH OF THE BRAZIL<br />

MEJORES PRÁCTICAS EN LA ASISTENCIA AL PARTO NORMAL POR LA OMS:<br />

ANÁLISIS DESCRIPTIVO DE UN SERVICIO EN EL SUR DEL BRASIL<br />

Bru<strong>na</strong> Goulart Gonçalves – Enfermeira. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em<br />

Enfermagem, da Universidade Federal do Rio Grande – FURG. Bolsista CAPES. Integrante<br />

do Grupo de Pesquisa Viver Mulher. Endereço: Rua 24 de maio, 419. Centro. Rio Grande/RS.<br />

CEP: 96200-006. E-mail: bru<strong>na</strong>ggoncalves@gmail.com<br />

Nalú Pereira da Costa Kerber – Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente do Programa<br />

de Pós-Graduação em Enfermagem, da Universidade Federal do Rio Grande – FURG. Líder<br />

do Grupo de Pesquisa Viver Mulher. Endereço: Rua João Manoel, 173. Cidade Nova. Rio<br />

Grande/RS. CEP: 96211-060. E-mail: <strong>na</strong>lu@vetorial.net<br />

Josefine Busanello - Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Doutoranda do Programa de Pós-<br />

Graduação em Enfermagem, da Universidade Federal do Rio Grande - FURG. Docente do<br />

Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA. Integrante do<br />

Grupo de Pesquisa Viver Mulher. Endereço: Rua Dr. Maia, 1921. Uruguaia<strong>na</strong>/RS. Centro.<br />

CEP: 97510160. E-mail: josefinebusanello@hotmail.com<br />

Lulie Rosane Odeh Susin – Médica. Docente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da<br />

Saúde e Faculdade de Medici<strong>na</strong>, da Universidade Federal do Rio Grande – FURG. Endereço:<br />

Rua José de Carvalho Estima, 79. Bairro Jardim do Sol. Rio Grande. CEP 96216-070. E-mail:<br />

susin@mikrus.com.br<br />

Vanessa Franco de Carvalho - Enfermeira. Mestranda em Enfermagem do Programa de Pós-<br />

Graduação em Enfermagem, da Universidade Federal do Rio Grande. Bolsista CAPES.<br />

Integrante do Grupo de Pesquisa Viver Mulher. Endereço: Rua Bento Gonçalves, 494, apto.<br />

301. Cidade Nova. Rio Grande/RS. CEP: 96211-070. E-mail: va_carvalho@yahoo.com.br<br />

CATEGORIA DO ARTIGO: PESQUISA.<br />

5576


Trabalho 620<br />

PRÁTICAS RECOMENDADAS NA ASSISTÊNCIA AO PARTO NORMAL PELA<br />

OMS: ANÁLISE DESCRITIVA DE UM SERVIÇO NO SUL DO BRASIL<br />

Resumo: Este estudo teve como objetivo avaliar se as práticas <strong>recomendadas</strong> pelo Ministério da Saúde (MS) em<br />

relação <strong>ao</strong> <strong>parto</strong> <strong>normal</strong> são desenvolvidas no Hospital Universitário (HU) de Rio Grande – RS, a partir do relato<br />

das puérperas adolescentes que são assistidas no Centro obstétrico (CO). Foi utilizado o banco de dados da<br />

pesquisa intitulada “Atenção Humanizada <strong>ao</strong> Parto de Adolescentes”, a partir de 269 entrevistas com parturientes<br />

de 10 a 19 anos, usuárias do SUS, assistidas em trabalho de <strong>parto</strong> no CO do HU, no período de julho de 2008 a<br />

outubro de 2009. As práticas que não estão sendo desenvolvidas são as referentes à: permissão da presença de<br />

um acompanhante e da oferta de fluídos orais durante o trabalho de <strong>parto</strong> e <strong>parto</strong>. Em relação à privacidade,<br />

utilização de métodos não farmacológicos e não invasivos de alívio da dor durante o trabalho de <strong>parto</strong>, incentivo<br />

<strong>ao</strong> contato precoce pele à pele entre a mãe e o bebê e <strong>ao</strong> início precoce do aleitamento materno, foi possível<br />

identificar índices entre 50% a 80% de efetivação dessas práticas, o que ainda não pode ser considerado<br />

satisfatório. Apesar de existirem documentos legais do MS para a realização de uma assistência de qualidade e<br />

humanizada à saúde da mulher, percebe-se que estes não estão sendo colocados em prática, padronizados no<br />

trabalho.<br />

PALAVRAS CHAVE: gravidez <strong>na</strong> adolescência; <strong>parto</strong> humanizado; saúde da mulher.<br />

Abstract: This study aimed to evaluate whether the practices recommended by the Ministry of Health (MS) in<br />

relation to vagi<strong>na</strong>l delivery are developed at the University Hospital of Rio Grande (HU) - RS, based on reports<br />

of adolescent mothers assisted in the obstetric center (CO). We used the database of survey entitled "Humane<br />

Treatment of Adolescent Childbirth”, from interviews with 269 preg<strong>na</strong>nt women 10-19 years, users of public<br />

health, assisted in labor in the CO of HU, from July 2008 to October 2009. The practices are not being developed<br />

are those related to: permission of the presence of an escort and supply of oral fluid during labor and delivery.<br />

Regarding privacy, use of non-pharmacological methods and noninvasive pain relief during labor, encouraging<br />

early skin to skin between the mother and baby and the early initiation of breastfeeding, it was possible to<br />

identify rates between 50% 80% of those effective practices, they still can not be considered satisfactory.<br />

Although there are legal documents of the MS to perform a humanized and quality care to women's health, one<br />

realizes that these are not being put into practice, standardized in work.<br />

Key words: preg<strong>na</strong>ncy in adolescence; humanizing delivery; women´s health.<br />

Resumen: Este estudio tuvo como objetivo evaluar si las prácticas <strong>recomendadas</strong> por el Ministerio de Salud<br />

(MS) en relación con el <strong>parto</strong> vagi<strong>na</strong>l se desarrollan en el Hospital Universitario de Río Grande - RS, con base en<br />

los informes de las madres adolescentes atendidas. Se utilizó la base de datos de la encuesta titulada "Integridad<br />

Perso<strong>na</strong>l del Adolescente del <strong>parto</strong>”, a partir de entrevistas con 269 mujeres de 10-19 años, usuarias del sistema<br />

de salud pública, de julio de 2008 a octubre de 2009. Las prácticas que no están siendo desarrollados son las<br />

relacio<strong>na</strong>das con: el permiso de la presencia de u<strong>na</strong> escolta y el suministro de líquidos por vía oral durante el<br />

<strong>parto</strong> y el <strong>parto</strong>. Respecto a la privacidad, el uso de métodos no farmacológicos y el alivio del dolor no invasivo<br />

durante el trabajo, contacto piel la piel entre la madre y el bebé en etapas tempra<strong>na</strong>s y el inicio temprano de la<br />

lactancia mater<strong>na</strong>, con tasas entre el 50% a 80% de realización, no se puede considerarse satisfactoria. A pesar<br />

de que hay documentos legales del MS para realizar u<strong>na</strong> atención humanizada y de calidad para la salud de la<br />

mujer, estos no se están poniendo en práctica.<br />

Palabras clave: embarazo en adolescência; <strong>parto</strong> humanizado; salud de la mujer.<br />

5577


Trabalho 620<br />

INTRODUÇÃO<br />

No fi<strong>na</strong>l da década de 1990, no Brasil, <strong>na</strong> busca por uma melhor assistência para a<br />

mulher no ciclo gravídico-puerperal, o conceito de humanização passou a fundamentar o<br />

Programa de Humanização no Pré-<strong>na</strong>tal e Nascimento – PHPN (1) , culmi<strong>na</strong>ndo com a Política<br />

Nacio<strong>na</strong>l de Humanização – PNH (2) .<br />

Em 2005, foi instituída a Política Nacio<strong>na</strong>l de Atenção Obstétrica e Neo<strong>na</strong>tal que<br />

determi<strong>na</strong>, em relação <strong>ao</strong> <strong>parto</strong>, as seguintes ações e procedimentos: Acolher e exami<strong>na</strong>r a<br />

parturiente; Chamar a gestante pelo nome e identificar os profissio<strong>na</strong>is de saúde responsáveis<br />

pelo atendimento; Escutar a mulher e seus/suas acompanhantes, esclarecendo dúvidas e<br />

informando sobre o que vai ser feito e compartilhando as decisões sobre as condutas a serem<br />

tomadas; Desenvolver atividades educativas visando à preparação das gestantes para o <strong>parto</strong>,<br />

amamentação do Recém-Nascido (RN) e contracepção pós-<strong>parto</strong>; Garantir a visita do pai ou<br />

de familiares sem restrição de horário; Garantir o direito a acompanhante durante o pré-<strong>parto</strong>,<br />

<strong>parto</strong> e pós-<strong>parto</strong>, segundo demanda da mulher; Garantir o apoio diagnóstico necessário;<br />

Garantir os medicamentos essenciais para o atendimento das situações normais e das<br />

principais intercorrências; Acompanhar as mulheres em trabalho de <strong>parto</strong> com monitoramento<br />

e promoção do bem-estar físico e emocio<strong>na</strong>l da mulher; Realizar <strong>parto</strong>s normais e cirúrgicos e<br />

atender às intercorrências obstétricas e neo<strong>na</strong>tais; e Prestar assistência qualificada e<br />

humanizada à mulher no pré-<strong>parto</strong> e <strong>parto</strong> (3) .<br />

Nesse contexto, humanizar o <strong>parto</strong>, também é dar o direito a privacidade, <strong>ao</strong><br />

acompanhante de sua escolha, à alimentação, à liberdade de movimentação, evitando posições<br />

de repousos, à escolha da posição de <strong>parto</strong>. Além disso, esse modelo de atenção preconiza o<br />

mínimo de intervenção possível, <strong>na</strong> assistência <strong>ao</strong> <strong>parto</strong>, como preconiza a Organização<br />

Mundial de Saúde (OMS) (4) , evitando-se enteroclisma (lavagem intesti<strong>na</strong>l), raspagem dos<br />

pêlos pubianos, acesso venoso, uso de ocitoci<strong>na</strong> para acelerar o <strong>parto</strong>, episiotomia de roti<strong>na</strong> e<br />

a separação precoce entre mãe e recém <strong>na</strong>scido. No caso de necessidade de alguma<br />

intervenção, esta deve ficar bem clara à cliente da sua real necessidade.<br />

Estas práticas referidas anteriormente fazem parte de uma classificação elaborada <strong>pela</strong><br />

OMS, de acordo com a sua utilidade, eficácia e ausência de efeitos prejudiciais, embasada <strong>na</strong>s<br />

novas evidências científicas, atualmente disponíveis e que foram assumidas como referência<br />

para a atenção obstétrica pelo Ministério da Saúde Brasileiro.<br />

Essa classificação divide as práticas no <strong>parto</strong> <strong>normal</strong> em quatro categorias: Práticas no<br />

<strong>parto</strong> <strong>normal</strong> demonstradamente úteis e que devem ser estimuladas; Práticas no <strong>parto</strong> <strong>normal</strong><br />

5578


Trabalho 620<br />

claramente prejudiciais ou ineficazes e que devem ser elimi<strong>na</strong>das; Práticas no <strong>parto</strong> <strong>normal</strong><br />

em que não existem evidências para apoiar sua recomendação e devem ser utilizadas com<br />

cautela até que novas pesquisas esclareçam a questão; e Práticas no <strong>parto</strong> <strong>normal</strong><br />

freqüentemente utilizadas de modo i<strong>na</strong>dequado (2) .<br />

Entendemos que há necessidade de ser desenvolvido um maior número de estudos<br />

acerca dessas práticas, de forma a colaborar com a humanização da assistência preconizada e<br />

desejada pelo MS.<br />

Ao adentrar nessa temática, nos propusemos a estudar um grupo particularmente<br />

vulnerável que se apresenta de forma expressiva <strong>na</strong>s unidades de atendimento obstétrico, as<br />

adolescentes. Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) demonstram os elevados índices de<br />

inter<strong>na</strong>ções para o atendimento obstétrico nessa faixa etária. No total, as hospitalizações por<br />

gravidez, <strong>parto</strong> e puerpério de adolescentes correspondem a 37% dos atendimentos<br />

obstétricos (2) .<br />

No Hospital Universitário (HU), da Universidade Federal do Rio Grande (FURG),<br />

cenário onde foi desenvolvido o presente estudo, no período de julho de 2008 a outubro de<br />

2009, foram atendidas pelo SUS, 269 adolescentes em processo de parturição, revelando um<br />

índice elevado de atendimento a esse público.<br />

A maioria dos estudos voltados para a gestação, <strong>parto</strong> e puerpério <strong>na</strong> adolescência,<br />

abordam ape<strong>na</strong>s os riscos físicos, psicológicos e sociais dessas condições <strong>na</strong> vida dos<br />

adolescentes, sem enfatizar os aspectos relacio<strong>na</strong>dos com a assistência no ciclo gravídicopuerperal<br />

das adolescentes.<br />

Um estudo desenvolvido (5) visando avaliar a questão da humanização do <strong>parto</strong> <strong>na</strong><br />

perspectiva da adolescente, evidenciou o cumprimento de normas e roti<strong>na</strong>s em demasia, o que<br />

fez com que as adolescentes se sentissem agredidas e submissas <strong>ao</strong>s procedimentos. Além<br />

disso, quando os procedimentos não foram explicados previamente, constituíram-se como<br />

uma agressão para as adolescentes, sendo seus corpos vistos e manipulados como objetos.<br />

As expectativas das adolescentes acerca da atenção recebida são relacio<strong>na</strong>das às suas<br />

necessidades afetivas e de aprendizado <strong>pela</strong>s orientações. Essas expectativas podem ser<br />

sa<strong>na</strong>das <strong>pela</strong> enfermeira, percebendo o cuidado de enfermagem com enfoque holístico (6) .<br />

Em vista das considerações apresentadas até o momento e, tendo em vista o elevado<br />

índice de atendimento de adolescentes nos Centros Obstétricos (CO) e a importância dos<br />

investimentos do Ministério da Saúde (MS) para tor<strong>na</strong>r a assistência mais segura e<br />

qualificada, com a implementação do PHPN, destaca-se a relevância do presente estudo que<br />

enfoca a realidade da assistência pública de saúde às adolescentes durante o <strong>parto</strong>. Ademais,<br />

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Trabalho 620<br />

considera-se a importância da sensibilização dos trabalhadores da saúde, em especial da<br />

enfermagem, atuantes nesse campo de assistência, para efetivação da Política de<br />

Humanização do Parto.<br />

Acredita-se que os serviços de saúde e, particularmente, os enfermeiros, <strong>pela</strong> sua<br />

formação humanística precisam garantir uma assistência de qualidade, desenvolvida de<br />

acordo com as características individuais das gestantes e com ênfase <strong>na</strong> humanização da<br />

assistência <strong>ao</strong> <strong>parto</strong> e <strong>na</strong>scimento. Essa assistência individualizada é essencial para tor<strong>na</strong>r o<br />

momento do trabalho de <strong>parto</strong> e <strong>parto</strong> humanizado. As enfermeiras, <strong>ao</strong> acompanhar e orientar<br />

a parturiente, precisam respeitar a fisiologia do <strong>parto</strong> e do <strong>na</strong>scimento, e a <strong>na</strong>tureza da própria<br />

mulher, fazendo com que intervenções desnecessárias sejam elimi<strong>na</strong>das (7) .<br />

Diante dessas considerações, o presente estudo tem como objetivo avaliar se as<br />

práticas <strong>recomendadas</strong> pelo Ministério da Saúde em relação <strong>ao</strong> <strong>parto</strong> <strong>normal</strong> são<br />

desenvolvidas no Hospital Universitário de Rio Grande – RS, a partir do relato das puérperas<br />

adolescentes que são assistidas no Centro obstétrico.<br />

METODOLOGIA<br />

O presente estudo ∗ apresenta abordagem quantitativa, caracteriza-se como sendo<br />

exploratório, de caráter avaliativo, o qual pode ser realizado de três formas, de acordo com o<br />

objetivo de investigação: avaliação de estrutura, avaliação de resultado e/ou avaliação de<br />

processo (8) .<br />

Este estudo está voltado para a avaliação de processo, por meio da qual são<br />

investigadas as atividades envolvendo trabalhadores de saúde e pacientes, com base em<br />

padrões aceitos. O processo abrange todas as atividades desenvolvidas entre os profissio<strong>na</strong>is<br />

de saúde e os pacientes, e que é sobre essas relações que se obtêm os resultados da assistência<br />

e as bases para a valoração da qualidade (8) .<br />

No contexto do presente estudo, tudo o que diz respeito à assistência à paciente pode<br />

ser considerado como processo. Isto está totalmente de acordo com o objetivo proposto, que<br />

busca avaliar as práticas para o <strong>parto</strong> <strong>normal</strong> <strong>recomendadas</strong> pelo MS.<br />

∗ Recorte de uma macro pesquisa intitulada “Atenção Humanizada <strong>ao</strong> Parto de Adolescentes”, fi<strong>na</strong>nciada pelo<br />

CNPq, edital MCT/CNPq/MS-SCTIE-DECIT/CT- Saúde 22/2007 - Saúde da Mulher, processo 551217/2007-3,<br />

que tem o objetivo inicial de a<strong>na</strong>lisar a concepção de puérperas adolescentes sobre a humanização da assistência<br />

<strong>ao</strong> <strong>parto</strong> e puerpério imediato<br />

5580


Trabalho 620<br />

O contexto investigativo do presente estudo foi o Centro Obstétrico (CO) de um<br />

Hospital Universitário (HU) situado no extremo sul do Brasil. Os sujeitos foram 269<br />

adolescentes, de 10 a 19 anos, usuárias do SUS, que foram assistidas em trabalho de <strong>parto</strong> no<br />

CO do HU investigado, no período de julho de 2008 a outubro de 2009, mesmo que,<br />

posteriormente, tenham sido submetidas a <strong>parto</strong> cirúrgico. Somente foram excluídas como<br />

sujeitas as adolescentes que tiveram a fi<strong>na</strong>lização de seu <strong>parto</strong> em feto morto.<br />

As entrevistas com os sujeitos só foram realizadas após o seu esclarecimento acerca<br />

dos objetivos, procedimentos utilizados <strong>na</strong> pesquisa, sua liberdade de se recusar a participar<br />

ou retirar seu consentimento, a garantia do sigilo e da privacidade quanto <strong>ao</strong>s dados<br />

confidenciados <strong>na</strong> pesquisa e o consentimento livre e esclarecido das adolescentes e seus<br />

responsáveis legais.<br />

A coleta dos dados foi realizada por intermédio de entrevistas individuais com as<br />

adolescentes, com o questio<strong>na</strong>mento sobre a realização das seguintes práticas <strong>recomendadas</strong><br />

pelo MS: permitir e respeitar o desejo da mulher de ter um acompanhante da família ou amigo<br />

durante o trabalho de <strong>parto</strong> e o <strong>parto</strong>, dando-lhe segurança e apoio; encorajar as posturas<br />

verticais de <strong>parto</strong> e evitar a posição de litotomia (supino com as per<strong>na</strong>s levantadas); orientar e<br />

oferecer métodos não farmacológicos e não-invasivos de alívio da dor durante o trabalho de<br />

<strong>parto</strong>, tais como: massagem, banho morno e técnica de relaxamento; ofertar fluídos orais<br />

durante o trabalho de <strong>parto</strong> e o <strong>parto</strong>; permitir o contato precoce pele à pele entre a mãe e o<br />

bebê e o início precoce do aleitamento materno.<br />

As entrevistas foram realizadas enquanto a adolescente ainda estava inter<strong>na</strong>da <strong>na</strong><br />

Unidade de Inter<strong>na</strong>ção Obstétrica, após as primeiras 24 horas pós-<strong>parto</strong>. Foram conduzidas<br />

em um período de trinta minutos à uma hora, gravadas, com o consentimento dos sujeitos e,<br />

posteriormente, transcritas.<br />

Os coletadores de dados foram Acadêmicos de Enfermagem, os quais passaram por<br />

um processo de seleção e trei<strong>na</strong>mento, que consistia <strong>na</strong> leitura do questionário e manual de<br />

instruções, dramatização das entrevistas e entrevistas acompanhadas pelos pesquisadores.<br />

Inicialmente, foi utilizado o programa EPInfo 6.0 como instrumento de organização<br />

dos dados coletados. Para facilitar a análise, os dados foram inseridos no Programa Stata e,<br />

posteriormente, foi efetuada uma análise descritiva, onde foi possível agrupar os achados, de<br />

forma numérica, possibilitando a apresentação destes tanto em números absolutos como em<br />

percentuais.<br />

Para o tratamento dos estudos avaliativos, estes devem ser comparados com as<br />

normatizações acerca do assunto enfocado (8) . Assim, a análise do presente estudo foi<br />

5581


Trabalho 620<br />

desenvolvida com intuito de avaliar "um conjunto complexo de procedimentos materiais e<br />

imateriais, realizados por diferentes agentes articulados e hierarquizados de diversas formas e<br />

que respondem a distintos tipos e articulações de necessidades" (9) .<br />

De forma a contemplar os aspectos éticos concernentes às pesquisas envolvendo seres<br />

humanos, o presente estudo obteve a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da<br />

Universidade Federal do Rio Grande (CEPAS), sob o número 31/2008.<br />

RESULTADOS<br />

Antes de adentrar às práticas faz-se necessário dar visibilidade <strong>ao</strong> tipo de <strong>parto</strong> que<br />

teve predomínio entre as adolescentes entrevistadas, despontando o <strong>parto</strong> vagi<strong>na</strong>l com 58,7%<br />

e o <strong>parto</strong> cesáreo 41,3%.<br />

Os dados estão apresentados <strong>na</strong> Tabela 1 e <strong>na</strong> continuidade, será realizada a análise<br />

descritiva dos resultados.<br />

Tabela 1 – Práticas realizadas em um Centro Obstétrico de um HU. (n=269) Rio<br />

Grande, RS. Julho de 2008 a outubro de 2009<br />

% n<br />

Respeito à intimidade e privacidade<br />

Sim 84% 226<br />

Não 8,2% 22<br />

Em parte 7,8% 21<br />

Alimentação e/ou ingesta de líquidos<br />

Sim 12,6% 34<br />

Não 87,4% 235<br />

Posição do <strong>parto</strong> (nos vagi<strong>na</strong>is)<br />

Litotomia 98,1% 155<br />

Cócoras 1,2% 2<br />

Na cama 0,6% 1<br />

Outro 0% 0<br />

Presença do acompanhante<br />

Sim 5,6% 15<br />

Não 94,4% 254<br />

Orientações sobre relaxamento<br />

Sim 56,5% 152<br />

Não 43,5% 117<br />

Contato precoce mãe e recém-<strong>na</strong>scido<br />

Sim 64,3% 173<br />

Não 35,7% 96<br />

Incentivo à amamentação no CO ou sala de recuperação*<br />

Sim 61,2% 164<br />

Não 38,8% 104<br />

*Uma das adolescentes não soube responder à questão<br />

5582


Trabalho 620<br />

De acordo com a Tabela 1, algumas práticas consideradas úteis e que são<br />

<strong>recomendadas</strong> pelo MS no atendimento <strong>ao</strong> <strong>parto</strong>, estão sendo realizadas no CO em estudo. No<br />

que se refere <strong>ao</strong> contato precoce entre mãe e recém-<strong>na</strong>scido, mais de 60% das adolescentes<br />

afirmaram que receberam o recém-<strong>na</strong>scido logo após o <strong>parto</strong> e foram incentivadas a<br />

amamentar no CO ou <strong>na</strong> sala de recuperação. Além de 84% das adolescentes sentirem que sua<br />

privacidade e intimidade foram mantidas.<br />

Em relação às orientações sobre o relaxamento no período pré-<strong>parto</strong>, a maioria das<br />

adolescentes afirmou que receberam estas informações no CO. Dentre as técnicas de<br />

relaxamento destacadas estão: realizar técnicas de respiração, manter decúbito lateral<br />

esquerdo, realizar banho morno, força no momento certo para ajudar <strong>na</strong> hora do <strong>parto</strong> e<br />

deambular. No que se refere a esta última forma de relaxamento, algumas adolescentes<br />

referiram que receberam orientação para evitar a deambulação, de preferência, manter<br />

restrição <strong>ao</strong> leito.<br />

Ainda em relação à Tabela 1, evidencia-se que algumas das práticas benéficas,<br />

<strong>recomendadas</strong> pelo MS, não estão sendo desenvolvidas no atendimento à parturiente<br />

adolescente. No que se refere à presença de um acompanhante, percebe-se que não há o<br />

respeito a esse direito de acordo com o depoimento de mais de 90% das adolescentes. A<br />

posição predomi<strong>na</strong>nte para o <strong>parto</strong> vagi<strong>na</strong>l é a litotomia, sendo que a maioria das adolescentes<br />

referiu não ter ingerido nenhum tipo de alimento ou líquido durante a permanência no CO.<br />

DISCUSSAO<br />

Este estudo apontou um número considerável de cesaria<strong>na</strong>s, representando mais do<br />

que o dobro do padrão inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l recomendado <strong>pela</strong> Organização Mundial de Saúde, que é<br />

de 10 a 15%. Esta recomendação da OMS está fundamentada nos indicativos de riscos<br />

relacio<strong>na</strong>dos à interferência cirúrgica no <strong>parto</strong>, que pode afetar a saúde da mulher no<br />

puerpério, no seu futuro obstétrico e no sucesso do aleitamento materno (10) .<br />

Segundo informações do Anuário Estatístico de Saúde do Brasil, em 2001, a<br />

ocorrência de <strong>parto</strong>s cesárea ultrapassou as recomendações do MS, ocorrendo cerca de 38%<br />

de <strong>parto</strong>s cesárea e 50,75% de <strong>parto</strong>s normais em todo o Brasil. Ao ser considerado as<br />

diferentes Regiões, a incidência de cesáreas varia de 25,65% <strong>na</strong> Região Nordeste para 45,95%<br />

<strong>na</strong> Região Sudeste, ocorrendo em menores proporções <strong>na</strong>s Regiões Norte e Nordeste (11) . O<br />

5583


Trabalho 620<br />

contexto de estudo caracteriza-se como Hospital Amigo da Criança e, um dos requisitos para<br />

o credenciamento para tal é apresentar taxa de cesaria<strong>na</strong> menor ou igual a 40%.<br />

Adentrando no campo das práticas <strong>recomendadas</strong> pelo MS e que estão sendo<br />

efetivadas no local estudado, salienta-se a estimulação <strong>ao</strong> contato precoce do recém-<strong>na</strong>scido<br />

com a mãe. Um estudo desenvolvido em um hospital de Ribeirão Preto, comprovou que o<br />

medo de que aconteça algo com o recém-<strong>na</strong>scido ou que esse não seja saudável cessou assim<br />

que as puérperas tiveram o primeiro contato com seu filho, onde surgiram os sentimentos de<br />

felicidade, emoção e alívio (12) .<br />

No entanto, é preciso salientar que os índices encontrados no local de estudo ainda não<br />

podem ser considerados satisfatórios, tanto quanto o incentivo à amamentação, apesar deste<br />

local apresentar um índice acima do encontrado em algumas instituições, como no caso<br />

demonstrado em estudo realizado <strong>na</strong> cidade do Rio de Janeiro, em que a incidência do<br />

aleitamento materno <strong>na</strong> primeira hora de vida ficou abaixo dos 38,9% (13) .<br />

Um aspecto que pode justificar o alto índice de adolescentes que não amamentaram<br />

seus filhos <strong>na</strong> primeira meia hora pós-<strong>parto</strong> relacio<strong>na</strong>-se com o fato do cenário do presente<br />

estudo ser referência para gestação de alto risco. A necessidade de Unidade de Terapia<br />

Intensiva (UTI) neo<strong>na</strong>tal, comum para os recém-<strong>na</strong>scidos de gestantes de alto risco, leva a<br />

separação do recém-<strong>na</strong>scido da sua mãe e da sua família, sendo um fator dificultador para a<br />

amamentação.<br />

Em relação <strong>ao</strong> contato precoce entre mãe e bebê, uma revisão sistemática recente<br />

identificou diversos benefícios deste como: maior duração da amamentação, tendência<br />

mater<strong>na</strong> em demonstrar afeto <strong>ao</strong> bebê, além dos bebês amamentados precocemente chorarem<br />

por menos tempo (14) . Apesar de ser uma prática comprovadamente benéfica, simples e sem<br />

custos, de acordo com uma pesquisa encontrada (15) , ainda é pouco utilizada, si<strong>na</strong>lizando que<br />

para isso é necessário uma mudança de postura profissio<strong>na</strong>l, com valorização da humanização<br />

do cuidado.<br />

O contato precoce está diretamente relacio<strong>na</strong>do <strong>ao</strong> sucesso do aleitamento materno, o<br />

qual deve ser iniciado <strong>na</strong> primeira meia hora após o <strong>na</strong>scimento (16) . Com a fi<strong>na</strong>lidade de<br />

auxiliar nesse processo, o MS preconiza a utilização, nos CO’s, de salas que incluam espaço<br />

para o pré-<strong>parto</strong>, <strong>parto</strong> e puerpério, com o intuito de que todos os procedimentos de recepção<br />

<strong>ao</strong> bebê sejam efetuados no mesmo local, onde reúne as melhores condições de conforto e <strong>ao</strong><br />

mesmo tempo de segurança tanto para o binômio mãe e filho, quanto para os profissio<strong>na</strong>is de<br />

saúde. Além disso, busca aprimorar o conceito de humanização do <strong>parto</strong>, focando sua atenção<br />

<strong>na</strong> paciente e <strong>na</strong> interdiscipli<strong>na</strong>ridade (11) .<br />

5584


Trabalho 620<br />

Entretanto, é importante que o bebê vá para os braços da mãe e que fique aconchegado<br />

no seio dela mesmo que ele não mame, pois é importante estar em contato com a pele dela,<br />

sentindo seu cheiro, o cheiro do colostro no seio, que estabeleça contato visual, que ouça sua<br />

voz e que seja acariciado por ela (17) . Esse é considerado um ambiente ótimo para sua<br />

adaptação à vida extra-uteri<strong>na</strong> e para a adaptação da mulher à maternidade.<br />

O recém-<strong>na</strong>scido permanece acordado e alerta por cerca de seis horas após o<br />

<strong>na</strong>scimento e, dessa forma, o contato com o seio materno <strong>na</strong> sala de <strong>parto</strong> desencadeia o<br />

mecanismo de lactação de forma mais rápida. Após esse período de seis horas, o lactente entra<br />

em sono reparador, por cerca de doze horas, o que o impede de sugar a mama, gerando maior<br />

ansiedade para a mãe e dificuldades no processo de lactação (18) . Outro fator que mostra a<br />

importância de ser incentivado o aleitamento o mais precocemente possível, é o fato de estar<br />

atrelado à prevenção da hipoglicemia no recém-<strong>na</strong>scido, além de fazer com que o vínculo<br />

entre mãe e filho seja intenso, propiciando a mãe prazer com a amamentação. Outra vantagem<br />

é que o leite humano possui propriedades imunológicas, ajuda <strong>na</strong> maturação gastrointesti<strong>na</strong>l e<br />

protege contra infecções (19) .<br />

Refletindo sobre outra das práticas, <strong>ao</strong> observar os resultados sobre a posição<br />

predomi<strong>na</strong>nte para o <strong>parto</strong> vagi<strong>na</strong>l, a litotomia aparece quase como totalidade, o que pode<br />

caracterizar que a mulher não foi estimulada a experimentar outras posições ou que não tinha<br />

informações suficientes que lhe possibilitassem uma opção nesse sentido.<br />

A OMS recomenda que as parturientes devem ser estimuladas a adotar posições não<br />

supi<strong>na</strong>s durante o trabalho de <strong>parto</strong> e <strong>parto</strong>, pois estas estão associadas à redução do tempo do<br />

segundo período do <strong>parto</strong>, redução da necessidade de <strong>parto</strong>s assistidos, de episiotomias, da<br />

sensação dolorosa <strong>na</strong> fase expulsiva e das alterações da frequência cardíaca fetal (20) .<br />

Na história da parturição no Brasil no século XIX, tradicio<strong>na</strong>lmente os <strong>parto</strong>s eram<br />

<strong>normal</strong>mente realizados de cócoras (verticalmente) (21) . Foi sob a influência da escola<br />

obstétrica francesa, liderada por François Mauriceau, que o <strong>parto</strong> em decúbito horizontal foi<br />

introduzido, pois facilitava as intervenções médicas, como o uso do fórceps, por exemplo. Na<br />

nossa sociedade, condicio<strong>na</strong>-se as mulheres a ter seu <strong>parto</strong> em litotomia, porém, deveria ser<br />

permitida e estimulada a posição que lhe seja mais cômoda, que, <strong>normal</strong>mente é a posição<br />

vertical. Em um dos estudos (22) a<strong>na</strong>lisados, houve a comprovação de que 76% das mulheres<br />

tiveram seu <strong>parto</strong> em litotomia, o que pode ter sido ocasio<strong>na</strong>do <strong>pela</strong> falta de disponibilidade<br />

de camas de <strong>parto</strong> adequadas e/ou <strong>pela</strong> preferência dos médicos.<br />

De acordo com os resultados obtidos em um estudo (23) , foi encontrado diferença no<br />

período de expulsão no grupo que teve o <strong>parto</strong> em posição sentada, em relação <strong>ao</strong> grupo que<br />

5585


Trabalho 620<br />

teve o <strong>parto</strong> em posição de litotomia. As contrações uteri<strong>na</strong>s foram mais eficazes, de maior<br />

duração e menos dolorosas, de acordo com o observado pelos obstetras e comentado <strong>pela</strong>s<br />

pacientes.<br />

Talvez, então, haja a necessidade dos trabalhadores atuantes no local de estudo<br />

iniciarem um processo de reflexão, para uma possível alteração <strong>na</strong> padronização do tipo de<br />

<strong>parto</strong> adotado como rotineiro <strong>na</strong> instituição.<br />

Já, em relação às orientações quanto às formas de relaxamento, neste estudo, a técnica<br />

de respiração despontou como a mais incentivada pelos trabalhadores, o que coadu<strong>na</strong> com as<br />

orientações do MS e OMS. A OMS recomenda o uso de métodos não farmacológicos de<br />

alívio da dor que, além de proporcio<strong>na</strong>r conforto à parturiente, evita que o processo<br />

fisiológico do <strong>parto</strong> seja influenciado por substâncias farmacológicas (4) .<br />

As técnicas de respiração e relaxamento propostas para assistência imediata às<br />

parturientes exigem a participação ativa da mulher e intervenção direta do enfermeiro. Essas<br />

técnicas proporcio<strong>na</strong>m às parturientes “sensações de aumento da tolerância à dor,<br />

encorajamento e vigor para vivenciar o processo de parturição e manutenção de<br />

comportamentos psicoemocio<strong>na</strong>is positivos” (24) .<br />

Os achados desta pesquisa são corroborados por outro estudo (25) , que investigou com<br />

as mulheres, após o <strong>parto</strong>, os fatores que teriam contribuído para amenizar os incômodos<br />

deste, despontando o ensino da respiração em primeiro lugar.<br />

A abordagem psicoprofilática não remove ou diminui a intensidade da dor, mas<br />

promove um baixo nível de ansiedade <strong>na</strong> parturição, por relaxar o corpo e a mente, sendo útil<br />

no manejo da dor tanto física como mental. A técnica respiratória diafragmática, realizada de<br />

forma lenta e profunda, é uma forma alter<strong>na</strong>tiva potencial para o controle da dor durante o<br />

trabalho de <strong>parto</strong> e proporcio<strong>na</strong> bem-estar (26, 27) .<br />

Outra prática considerada pelo MS como extremamente útil no <strong>parto</strong> <strong>normal</strong> é o<br />

direito à presença de um acompanhante de escolha da parturiente durante o trabalho de <strong>parto</strong> e<br />

<strong>parto</strong>. Além disso, <strong>ao</strong> se considerar a especificidade das parturientes adolescentes, o direito à<br />

presença do acompanhante está assegurado por legislação específica no Estatuto da Criança e<br />

Adolescente (ECA).<br />

Ao a<strong>na</strong>lisar os dados desse estudo foi possível identificar que ape<strong>na</strong>s quinze<br />

adolescentes tiveram a oportunidade de ter um acompanhante com elas no centro obstétrico.<br />

O CO do hospital em questão não possui infra-estrutura física que favoreça a privacidade das<br />

clientes e nem para receber acompanhantes. As limitações do espaço físico são fatores que<br />

dificultam a implantação dessas roti<strong>na</strong>s.<br />

5586


Trabalho 620<br />

A i<strong>na</strong>dequação do espaço físico no CO inviabiliza a adoção de práticas úteis para o<br />

<strong>parto</strong> vagi<strong>na</strong>l, como o respeito <strong>ao</strong> direito da mulher à privacidade no momento do <strong>parto</strong> e a<br />

liberdade de posição e movimentação (15) .<br />

O aspecto da possibilidade da presença de um acompanhante de escolha da mulher<br />

durante o pré-<strong>parto</strong>, <strong>parto</strong> e pós-<strong>parto</strong> é assegurado através da Lei 11.108/200. As evidências<br />

científicas mostram que a presença do acompanhante contribui para a melhoria dos<br />

indicadores de saúde e do bem-estar da mãe e do recém <strong>na</strong>scido (28) . É a melhor “tecnologia”<br />

disponível para um <strong>parto</strong> bem-sucedido; mulheres que tiveram suporte emocio<strong>na</strong>l contínuo<br />

durante o trabalho de <strong>parto</strong> e no <strong>parto</strong>, tiveram menor probabilidade de receber a<strong>na</strong>lgesia, de<br />

ter <strong>parto</strong> operatório, e relataram maior satisfação com a experiência do <strong>parto</strong> (29) .<br />

A presença do acompanhante no <strong>parto</strong> é visto como algo positivo, tanto <strong>pela</strong>s<br />

parturientes como, também, pelo próprio acompanhante, trazendo experiências de conforto,<br />

segurança, sensação de competência e controle (30 - 33) .<br />

Alguns autores<br />

(34-36)<br />

referem que a presença de um acompanhante reduz<br />

significativamente o número de <strong>parto</strong> do tipo cesáreo, o tempo de duração do trabalho de<br />

<strong>parto</strong> e também a utilização de a<strong>na</strong>lgesia e ocitoci<strong>na</strong>.<br />

Desfavorecendo o CO como um cenário de humanização, em uma maternidade de<br />

Santa Catari<strong>na</strong>, foi evidenciado que a mulher era deixada sozinha em ambiente isolado. Medo,<br />

tensão, dor, frio, fome, solidão, fadiga e desamparo afetivo, foram sentimentos revelados<br />

<strong>pela</strong>s parturientes participantes desse estudo (37) .<br />

A participação do pai no <strong>na</strong>scimento do seu filho é um direito, um direito de cidadão,<br />

que ele exerce se assim o desejar (32) . Em contraposição, o isolamento e abandono da mulher<br />

no momento do <strong>parto</strong> são considerados uma manifestação de violência institucio<strong>na</strong>l e uma<br />

violação do direito humano.<br />

Outra prática que não está de acordo com as <strong>recomendadas</strong> pelo MS, e que foi<br />

encontrada como sendo padronizada neste estudo, é a prescrição de jejum. Essa roti<strong>na</strong><br />

instalada pode acarretar maior desconforto e ansiedade para as parturientes adolescentes, pois<br />

uma de suas necessidades básicas não é atendida.<br />

A proibição da ingestão de líquidos e alimentos durante o pré-<strong>parto</strong> está apoiada <strong>na</strong><br />

postura de alguns profissio<strong>na</strong>is que acreditam que é mais seguro para a paciente estar em<br />

jejum para o caso de ocorrer alguma situação de risco e necessidade de anestesia para a<br />

realização de intervenções cirúrgicas (38) .<br />

Em contrapartida, o MS afirma que a ingesta de líquidos em gestantes de baixo risco e<br />

em peque<strong>na</strong>s quantidades como chás, café, água, suco de frutas, não interfere no trabalho de<br />

5587


Trabalho 620<br />

<strong>parto</strong>. Esse período pode se prolongar por treze horas para as primíparas e oito horas para as<br />

multíparas, o que faz com que o gasto de energia seja elevado, trazendo possíveis<br />

desconfortos para a parturiente e riscos para o feto, <strong>pela</strong> redução dos níveis de glicemia. Por<br />

isso, a oferta hídrica e alimentar deve ser avaliada, de acordo com as condições e a evolução<br />

do trabalho de <strong>parto</strong>, sendo recomendada às gestantes de baixo risco, durante a fase ativa do<br />

trabalho de <strong>parto</strong> (3) .<br />

A prescrição de jejum para as parturientes, que se perpetua no local de estudo <strong>ao</strong> longo<br />

dos anos, deve ser repensada no sentido de uma adequação às recomendações do MS.<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Nesse estudo, a partir dos resultados obtidos do relato das adolescentes, foi possível<br />

realizar uma avaliação quanto à implementação das práticas <strong>recomendadas</strong> pelo MS para o<br />

<strong>parto</strong> <strong>normal</strong>. As práticas que não estão sendo desenvolvidas são as referentes à: permissão da<br />

presença de um acompanhante e da oferta de fluídos orais durante o trabalho de <strong>parto</strong> e <strong>parto</strong>.<br />

Em relação à utilização de métodos não farmacológicos e não invasivos de alívio da<br />

dor durante o trabalho de <strong>parto</strong>, incentivo <strong>ao</strong> contato precoce pele à pele entre a mãe e o bebê<br />

e <strong>ao</strong> início precoce do aleitamento materno, foi possível identificar índices medianos de<br />

efetivação dessas práticas, o que ainda não pode ser considerado satisfatório .<br />

O que chama a atenção é que, <strong>ao</strong> mesmo tempo em que existem documentos legais do<br />

MS para a realização de uma assistência de qualidade e humanizada à saúde da mulher,<br />

percebe-se que estes não estão sendo colocados em prática, padronizados no trabalho. E, por<br />

ser uma instituição de ensino, o local estudado deveria nortear-se por essas preconizações<br />

feitas pelo MS, pois toda a prática oferecida tende a ser reproduzida pelos acadêmicos que ali<br />

estão em processo de formação.<br />

Para que possamos constituir uma assistência ideal, como profissio<strong>na</strong>is de saúde de<br />

um CO, é necessária a atenção de uma equipe cuidadosa e atenta <strong>ao</strong> cuidado durante o<br />

trabalho de <strong>parto</strong> e <strong>parto</strong>. Estas características são imprescindíveis para uma assistência<br />

humanizada, e é nesse sentido que se cogita que há um longo caminho para chegar nessa<br />

assistência preconizada pelo hospital em estudo.<br />

Os resultados deste estudo podem contribuir para reflexão e debate entre os<br />

trabalhadores envolvidos no cuidado e gestores, apontando aspectos positivos e negativos,<br />

assim fundamentando possíveis transformações para colocar em prática a assistência <strong>ao</strong> <strong>parto</strong><br />

5588


Trabalho 620<br />

de forma humanizada. Deixa-se a sugestão de capacitar todos os trabalhadores da área de<br />

saúde, em conformidade com os aspectos preconizados pelo MS.<br />

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