análise da percepção corporal e sexual de mulheres ...

Trabalho 324
momento da cirurgia de histerectomia, entre outros fatores; são inúmeras sensações
vivenciadas por pacientes pós procedimento cirúrgico. As sensações de insegurança e
vulnerabilidade são com freqüência uma avaliação realista da situação da paciente.
Desistir do controle do corpo é desconfortável para todas nós, porém terrível para as
mulheres que geralmente sentem tal insegurança. As pacientes também tendem a
perder sua independência econômica. A mulher que trabalha muito todos os dias
durante vários anos, tem medo de ficar parcial ou totalmente incapacitada por um
incerto período de tempo. A perda deste papel familiar, ainda que temporária, prejudica
suas sensações de inutilidade.
A paciente precisa ser tranqüilizada que ela ainda terá uma vagina e que poderá
ter relações sexuais depois de uma abstinência temporária pós- operatória, enquanto
os tecidos se cicatrizam. A informação de que a satisfação sexual e orgasmos originamse
da estimulação do clitóris, em vez do útero, tranqüiliza muitas mulheres. Muitas
percebem alguma mudança nas sensações sexuais depois da histerectomia, mas elas
variam em intensidade. Em alguns casos, a vagina é encurtada pela cirurgia, e isso
pode afetar a sensibilidade ou o conforto (BRUNNER e SUDDARTH, 2002).
Para as mulheres que não tem filhos, a perda do útero poderá causar um
impacto emocional maior, pois a falta de opção e a falta do órgão podem despertar
sentimentos de perda, de inutilidade, de destituição da condição feminina, isto porque
para muitas mulheres a feminilidade esta intimamente associada ao conceito de
conceber (ANGERAMI – CAMON, 1998).
Segundo Mead (1971), o conceito de feminilidade associado ao útero, parte de
um ponto histórico, onde há séculos tem sido construído vários significados em torno
dele, mas todos eles sempre dão relevância ao papel do mulher como reprodutora,
praticamente resumindo a razão da sua existência na maternidade.
Algumas pacientes ainda apresentam certo tipo de medo pré – operatório; o
medo da anestesia: ao mesmo tempo em que evita a dor da paciente, impede também
o exercício e controle sobre o próprio corpo, levando a paciente a assumir uma posição
passiva no processo. O próprio termo “submeter-se” a procedimento cirúrgico indica a
aceitação de um estado de dependência. O medo de que aconteça alguma coisa errada
no momento da cirurgia é lembrado pelo fato de que a paciente estará sob o efeito da
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