análise da percepção corporal e sexual de mulheres ...

Trabalho 324
Quanto às mulheres que formam o grupo de nível sócio econômico médio alto, a
cirurgia de histerectomia pode lhes gerar uma maior preocupação devido a retirada dos
órgãos internos reprodutivos e influenciar negativamente na concepção de feminilidade
e na própria auto afirmação. Uma vez que, para elas, em consonância com Muraro
(1983), o próprio corpo tem o objetivo e função de identidade constituído pelos cuidados
clínicos e estéticos.
O fator social e cultural das mulheres histerectomizadas, de acordo com Muraro
(1983), podem causar estas sensações no período pré – operatório. Após a cirurgia,
tais percepções não interferem em suas concepções e conceitos acerca das mudanças
do próprio corpo.
Tratando da questão da idade das mulheres que precisam ser submetidas à
cirurgia de histerectomia, associada ao nível sócio econômico, tem – se de acordo com
dados do Ministério da Saúde (BRASIL, 2006), e também dos estudos realizados por
Muraro (1983), que a necessidade cirúrgica atinge principalmente mulheres entre trinta
e quarenta e cinco anos independente da classe social. O que pode ocorrer é o
diagnóstico precoce nas mulheres mais favorecidas financeiramente e culturalmente
devido a maior frequência a consultas e exames ginecológicos.
Alguns autores acreditam que fatores emocionais possam estar relacionados ao
procedimento cirúrgico adotado. Apesar de citarem que a retirada do útero não traz
grandes conseqüências para as mulheres, acreditam que a histerectomia com remoção
dos ovários, poderia desencadear em muitas mulheres histerectomizadas sintomas
depressivos devido a falta de hormônio (NAUGHTON; MACBB, 1997).
Em relação ao estado emocional das pacientes histerectomizadas o pré –
operatório atua diretamente sobre suas reações, tanto durante a cirurgia quanto no pós
– operatório.
Segundo Cosmo e Carvalho (2000), acredita – se que a hospitalização, pode
causar o sentimento de ruptura na vida diária, implicar em uma série de sentimentos de
desconforto, principalmente no ambiente hospitalar.
Para Romano (1998), as principais fontes de ansiedade no período pré –
operatório são: separação da casa, da família, de suas coisas principalmente; ser
forçado a assumir o papel de doente e antecipar questões diretamente relacionadas
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