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My title - Departamento de Matemática da Universidade do Minho

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12 TRANSITIVIDADE E ÓRBITAS DENSAS 79<br />

Homeomorfismos transitivos. Existe uma noção mais fraca <strong>de</strong> transitivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, que só é significativa<br />

para as transformações invertíveis. Um homeomorfismo f : X → X é um homeomorfismo<br />

(topologicamente) transitivo se verifica uma <strong>da</strong>s condições equivalentes:<br />

i) para ca<strong>da</strong> <strong>do</strong>is abertos não vazios U, V ⊂ X existe um tempo n ∈ Z tal que f n (U) ∩ V ≠ ∅,<br />

ii) existe um ponto x ∈ X tal que O f (x) = X,<br />

iii) existe um conjunto residual <strong>de</strong> pontos x ∈ X tais que O f (x) = X.<br />

As implicações iii) ⇒ ii) ⇒ i) são obvias, pois, se a órbita completa <strong>de</strong> x é <strong>de</strong>nsa, passa pelo<br />

menos uma vez por to<strong>do</strong>s os abertos não vazios <strong>de</strong> X. Para provar que i) ⇒ iii), a primeira<br />

observação é que a condição i) é equivalente a dizer que a órbita ∪ n∈Z f n (V ) <strong>de</strong> to<strong>do</strong> aberto não<br />

vazio V é <strong>de</strong>nsa em X. Agora, seja (U i ) i∈N uma base enumerável <strong>da</strong> topologia <strong>de</strong> X . A família <strong>do</strong>s<br />

∪ n∈Z f n (U i ) é uma família <strong>de</strong> abertos <strong>de</strong>nsos. A sua interseção enumerável R = ∩ i∈N ∪ n∈Z f n (U i )<br />

é um conjunto residual, e um ponto x ∈ R tem uma trajetória completa que passa pelo menos uma<br />

vez por ca<strong>da</strong> um <strong>do</strong>s abertos U i , i.e. O f (x) = X.<br />

Observe que f : X → X é um homeomorfismo transitivo sse f −1 é um homeomorfismo transitivo.<br />

Um homeomorfismo transitivo po<strong>de</strong> não ser +transitivo, e, aliás, po<strong>de</strong> até não ter pontos<br />

recorrentes e ter conjunto não-errante vazio, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que X não seja compacto!<br />

(transitivo ⇔ “dinamicamente conexo”) Mais interessante é observar que um homeomorfismo<br />

f : X → X é um homeomorfismo transitivo sse X não contém uma reunião disjunta <strong>de</strong> <strong>do</strong>is<br />

subconjuntos abertos invariantes e não vazios. A implicação ⇒ é trivial. Para provar a implicação<br />

⇐ , observe que, se U, V ⊂ X são <strong>do</strong>is abertos não vazios, então ∪ n∈Z f n (U) e ∪ n∈Z f n (V ) são<br />

abertos, invariantes e não vazios. Se não forem disjuntos, existem n, m ∈ Z tais que f n (U) ∩<br />

f m (V ) ≠ ∅, o que implica f n−m (U) ∩ V ≠ ∅.<br />

(transitivo ⇒ as funções contínuas invariantes são triviais) Se f : X → X é um homeomorfismo<br />

transitivo, então to<strong>da</strong> função contínua ϕ : X → R invariante é constante. De fato, se ϕ não é<br />

constante, então assume pelo menos <strong>do</strong>is valores, a < b. Logo existe c = (a + b) /2 tal que {ϕ < c}<br />

e {ϕ > c} são invariantes, abertos, disjuntos, e não vazios, mas isto contradiz o resulta<strong>do</strong> anterior.<br />

Exercícios.<br />

• Prove as implicações iii) ⇒ ii) ⇒ i) na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> “transformação +transitiva”.<br />

• Prove que, se f : X → X é +transitiva, então NW f = X.<br />

• Prove que se f : X → X é +transitiva, então o conjunto Rec f<br />

residual.<br />

<strong>do</strong>s pontos recorrentes é<br />

• Prove as implicações iii) ⇒ ii) ⇒ i) na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> “homeomorfismo transitivo”.<br />

• Prove que um homeomorfismo f : X → X é transitivo sse X não contém uma reunião<br />

disjunta <strong>de</strong> <strong>do</strong>is subconjuntos abertos invariantes e não vazios.<br />

• Prove que, se f : X → X é um homeomorfismo transitivo, então to<strong>da</strong> função contínua<br />

ϕ : X → R invariante é constante.<br />

• Dê exemplos <strong>de</strong> homeomorfismos f : X → X que sejam transitivos mas que não sejam<br />

+transitivos.<br />

Desafios.<br />

• (transitivo e NW f = X ⇔ +transitivo) Mostre que um homeomorfismo f : X → X<br />

é +transitivo sse é um homeomorfismo transitivo e o seu conjunto não-errante é X. A<br />

implicação ⇐ é imediata ...<br />

• Po<strong>de</strong> acontecer que uma transformação f : X → X seja topologicamente +transitiva mas<br />

tenha uma itera<strong>da</strong> f n , com n > 1, que não é topologicamente +transitiva. Um exemplo<br />

trivial é uma permutação <strong>de</strong> um espaço finito, pois alguma itera<strong>da</strong> é a i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>. Em geral,<br />

se X é compacto, o que acontece é o seguinte: existe uma cobertura X = X 1 ∪ X 2 ∪ ... ∪ X k ,<br />

on<strong>de</strong> k é um inteiro que divi<strong>de</strong> n e os X i são subconjuntos compactos com interseções X i ∩X j

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