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My title - Departamento de Matemática da Universidade do Minho

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9 TRANSVERSALIDADE E BIFURCAÇÕES 61<br />

9 Transversali<strong>da</strong><strong>de</strong> e bifurcações<br />

9.1 Transversali<strong>da</strong><strong>de</strong> e persistência <strong>do</strong>s pontos fixos<br />

Transversali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Sejam f : I → R uma transformação <strong>de</strong> classe C 1 <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> num intervalo<br />

I ⊂ R, e p um ponto fixo <strong>de</strong> f. Se f ′ (p) ≠ 1, então o ponto fixo p é “isola<strong>do</strong>”, ou seja, é o único<br />

ponto fixo <strong>de</strong> f numa vizinhança B <strong>de</strong> p. De fato, um ponto fixo é uma solução <strong>da</strong> equação<br />

F (x) = f (x) − x = 0<br />

Se f ′ (p) ≠ 1 então F ′ (p) ≠ 0. O teorema <strong>da</strong> função inversa diz então que F é invertível numa<br />

vizinhança B <strong>de</strong> p, e isso implica que p é o único zero <strong>de</strong> F em B. Os pontos fixos que satisfazem<br />

a condição f ′ (p) ≠ 1 são ditos transversais, porque a tagente ao gráfico graph (f) =<br />

{(x, y) t.q. y = f (x)} <strong>de</strong> f em p é transversal ao gráfico <strong>da</strong> função i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>, a reta {(x, y) t.q. y = x}.<br />

Peristência. A condição f ′ (p) ≠ 1 é uma condição aberta, e isto faz suspeitar que também seja<br />

estável por pequenas perturbações <strong>de</strong> f.<br />

Teorema Sejam f : I → R uma transformação <strong>de</strong> classe C 1 , e p um ponto fixo transversal <strong>de</strong> f.<br />

To<strong>da</strong> transformação g : I → R suficientemente C 1 -próxima <strong>de</strong> f tem um, e um único, ponto fixo,<br />

também transversal, numa vizinhança <strong>de</strong> p.<br />

<strong>de</strong>m. Seja g = f − h uma perturbação <strong>de</strong> f, com ‖h‖ C 1 < δ. Um ponto fixo <strong>de</strong> g é uma solução<br />

<strong>da</strong> equação g (x) − x = 0, ou seja <strong>da</strong> equação<br />

F (x) = h (x)<br />

on<strong>de</strong> <strong>de</strong>finimos F (x) = f (x) − x. Sabemos que F é invertível numa vizinhança B ′ <strong>de</strong> p, logo um<br />

ponto fixo <strong>de</strong> g em B ′ é uma solução <strong>de</strong> x = ( F −1 ◦ h ) (x), ou seja um ponto fixo <strong>de</strong> F −1 ◦ h. A<br />

estratégia é provar que F −1 ◦h é uma contração numa vizinhança <strong>de</strong> p. Se a vizinhança B = B r (p)<br />

é suficientemente pequena, a inversa <strong>de</strong> F tem <strong>de</strong>riva<strong>da</strong> limita<strong>da</strong>, por exemplo ∣ ( F −1) ∣<br />

′ ∣∣ (x) < λ<br />

em F (B). Se δ é suficientemente pequeno, a <strong>de</strong>riva<strong>da</strong> ∣ ( F −1 ◦ h ) ∣<br />

′ ∣∣ (x) < λ · δ é uniformemente<br />

< 1 em B, e portanto F −1 ◦ h tem boas chances <strong>de</strong> ser uma contração. O que falta verificar é<br />

que a imagem ( F −1 ◦ h ) (B) seja conti<strong>da</strong> em B. Ora, <strong>da</strong><strong>do</strong> x ∈ B, a <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> triângulo, o<br />

teorema <strong>do</strong> valor médio e a regra <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia, implicam que<br />

d (( F −1 ◦ h ) (x) , p ) ≤ d ( F −1 (h (x)) , F −1 h (p) ) + d ( F −1 (h (p)) , p )<br />

≤ d ( F −1 (h (x)) , F −1 h (p) ) + d ( F −1 (h (p)) , F −1 (0) )<br />

≤<br />

λ · δ · r + λ · δ<br />

(on<strong>de</strong> utilizamos o fato <strong>de</strong> que p é um ponto fixo <strong>de</strong> f) e esta quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> é < r se δ é suficientemente<br />

pequeno. O princípio <strong>da</strong>s contrações enfim implica que um ponto fixo p ′ ∈ B <strong>de</strong> g existe e é único.<br />

A <strong>de</strong>riva<strong>da</strong> <strong>de</strong> g neste ponto está δ-próxima <strong>da</strong> <strong>de</strong>riva<strong>da</strong> <strong>de</strong> f em p, e isto implica a transversali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> p ′ se δ é pequeno.<br />

Exercícios.<br />

• Seja f : R → R uma transformação <strong>de</strong> classe C 1 , e seja p um ponto periódico <strong>de</strong> perío<strong>do</strong> n<br />

tal que (f n ) ′ (p) ≠ 1. To<strong>da</strong> transformação g suficientemente C 1 -próxima <strong>de</strong> f tem um ponto<br />

periódico <strong>de</strong> perío<strong>do</strong> n próximo <strong>de</strong> p. (Repita a <strong>de</strong>monstração anterior com f n em vez <strong>de</strong> f)<br />

• Sejam f : V → R n uma transformação <strong>de</strong> classe C 1 <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> num aberto V ⊂ R n , e p um<br />

ponto fixo <strong>de</strong> f. A transversali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> p se traduz na condição <strong>de</strong> que o opera<strong>do</strong>r f ′ (p) não<br />

tenha 1 como autovalor. Prove que se o opera<strong>do</strong>r f ′ (p) não tem 1 como autovalor, então o<br />

ponto fixo p é ”isola<strong>do</strong>”, existe uma vizinhança B <strong>de</strong> x tal que x é o único ponto fixo <strong>de</strong> f<br />

em B. Enuncie e prove um resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> ”persistência” análogo ao caso <strong>da</strong> reta.

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