My title - Departamento de Matemática da Universidade do Minho
My title - Departamento de Matemática da Universidade do Minho
My title - Departamento de Matemática da Universidade do Minho
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
5 ÓRBITAS REGULARES E PERTURBAÇÕES 31<br />
5 Órbitas regulares e perturbações<br />
5.1 Teoremas <strong>de</strong> ponto fixo “topológicos”<br />
Encontrar os pontos periódicos <strong>de</strong> uma transformação f, o seja os pontos fixos <strong>da</strong>s itera<strong>da</strong>s f n , é<br />
tu<strong>do</strong> menos que trivial. Pensem só no caso <strong>de</strong> um polinómio f <strong>de</strong> grau k > 1 <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> na reta real.<br />
A itera<strong>da</strong> f n é um polinómio <strong>de</strong> grau nk, e resolver a equação f n (x) = x não é fácil ...<br />
Em dimensão um, conexos e convexos coinci<strong>de</strong>m e são chama<strong>do</strong>s intervalos. Este “milagre” é<br />
responsavel <strong>de</strong> <strong>do</strong>is critérios muito simples para provar a existência <strong>de</strong> pontos fixos em <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s<br />
intervalos <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> uma transformação contínua f : I → R. Numa linguagem sugestiva, dizem<br />
que se uma transformação restringe ou estica um intervalo compacto J ⊂ I, então fixa pelo menos<br />
um ponto <strong>de</strong>ste intervalo. Formalmente,<br />
Teorema <strong>de</strong> ponto fixo. Seja f : I → R uma transformação contínua <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> num intervalo<br />
I ⊂ R.<br />
i) Se J ⊂ I é um intervalo compacto tal que f (J) ⊂ J, então f tem um ponto fixo em J.<br />
ii) Se J ⊂ I é um intervalo compacto tal que J ⊂ f(J), então f tem um ponto fixo em J.<br />
A prova é uma aplicação elementar <strong>do</strong> teorema <strong>de</strong> Bolzano à função f − id. É instructivo<br />
procurar <strong>de</strong>monstrações mais abstratas. Observe que, se f não tivesse pontos fixos em J, então<br />
x ↦→ f (x) − x<br />
|f (x) − x|<br />
seria uma aplicação contínua <strong>de</strong> um intervalo (J no caso i) ou um subintervalo <strong>de</strong> J no caso ii))<br />
sobre o espaço <strong>de</strong>sconexo {−1, 1} ...<br />
Outros teorema <strong>de</strong> ponto fixo. Em dimensão maior, o análogo <strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> i) é o ”teorema<br />
<strong>de</strong> ponto fixo <strong>de</strong> Brouwer”: uma transformação contínua f : B n → B n <strong>da</strong> bola fecha<strong>da</strong> B n =<br />
{x ∈ R n t.q. |x| ≤ 1} ⊂ R n tem um ponto fixo. O “absur<strong>do</strong>” que produz a <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong>ste<br />
resulta<strong>do</strong> não é tão trivial como no caso <strong>do</strong> intervalo, e utiliza i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> topologia algébrica: não é<br />
possível <strong>de</strong>formar <strong>de</strong> maneira contínua a bola B n até obter a esfera S n−1 = ∂B n . A generalização<br />
em dimensão infinita é o teorema <strong>de</strong> ponto fixo <strong>de</strong> Shau<strong>de</strong>r-Tychonov: uma transformação contínua<br />
f : K → K <strong>de</strong> um subconjunto compacto e convexo K <strong>de</strong> um espaço <strong>de</strong> Banach (ou <strong>de</strong> um espaço<br />
vetorial topológico localmente convexo) tem um ponto fixo.<br />
5.2 Bacia <strong>de</strong> atração<br />
Limite <strong>de</strong> trajetórias convergentes. Se a trajetória <strong>de</strong> x é uma sucessão convergente, o seu<br />
limite é um ponto fixo. De fato, se f n (x) → p, a continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> f implica que<br />
( )<br />
f (p) = f lim f n (x) = lim f n+1 (x) = p .<br />
n→∞ n→∞<br />
Bacia <strong>de</strong> atração. Seja p um ponto fixo <strong>de</strong> f : X → X. A bacia <strong>de</strong> atração, ou conjunto estável,<br />
<strong>de</strong> p é o conjunto <strong>do</strong>s pontos cuja trajetória é assimptótica a p, i.e.<br />
{<br />
}<br />
W s (p) = x ∈ X t.q. lim f n (x) = p<br />
n→∞<br />
A unici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> limite <strong>de</strong> uma sucessão convergente num espaço métrico implica que os conjuntos<br />
estáveis <strong>de</strong> <strong>do</strong>is pontos fixos diferentes são disjuntos.<br />
Execícios.<br />
• Seja f : R → R a transformação linear <strong>da</strong> reta <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> por x ↦→ λx. Estu<strong>de</strong> a bacia <strong>de</strong><br />
atração <strong>do</strong> ponto fixo 0 ao variar o parâmetro λ.