My title - Departamento de Matemática da Universidade do Minho
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3 SISTEMAS DINÂMICOS TOPOLÓGICOS, DEFINIÇÕES BÁSICAS 17<br />
3.2 Trajetórias e órbitas<br />
Trajetórias. Estamos interessa<strong>do</strong>s no comportamento assimptótico <strong>da</strong> “história” <strong>de</strong> um ponto<br />
x ∈ X, a sequência <strong>de</strong> pontos<br />
x ↦→ f(x) ↦→ f 2 (x) ↦→ f 3 (x) ↦→ ...<br />
A i<strong>de</strong>ia é que, se X é o espaço <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> um sistema físico, e se o sistema está no esta<strong>do</strong> x<br />
no tempo 0, então o sistema estará no esta<strong>do</strong> f (x) no tempo 1, no esta<strong>do</strong> f 2 (x) = f (f (x)) no<br />
tempo 2, etc...<br />
A trajetória <strong>de</strong> x ∈ X é a sucessão (x n ) n∈N0<br />
, a função que, <strong>da</strong><strong>da</strong> a “condição inicial” x 0 = x,<br />
associa a ca<strong>da</strong> tempo n ≥ 0 o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> sistema x n = f n (x) no tempo n. Observe que a trajetória<br />
<strong>do</strong> ponto x é a solução <strong>da</strong> equação recursiva (ou equação às diferenças <strong>de</strong> primeira or<strong>de</strong>m)<br />
como condição inicial x 0 = x.<br />
x n+1 = f (x n )<br />
Órbitas.<br />
A órbita <strong>de</strong> x ∈ X é a imagem <strong>da</strong> sua trajetória, ou seja o conjunto<br />
O + f (x) = {f n (x)} n∈N0<br />
É costume abusar <strong>da</strong> linguagem e utilizar indistintamente as palavras “trajetória” e “órbita”, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
que seja claro o contexto e o significa<strong>do</strong> <strong>da</strong> frase.<br />
Em geral, um ponto x po<strong>de</strong> ter mais <strong>de</strong> uma pré-imagem, e portanto o seu passa<strong>do</strong> não é único.<br />
A gran<strong>de</strong> órbita <strong>do</strong> ponto x é o conjunto<br />
GO f (x) = {x ′ ∈ X t.q. ∃ n, m ≥ 0 t.q. f n (x ′ ) = f m (x)}<br />
ou seja o conjunto <strong>do</strong>s pontos que têm eventualmente a mesma história futura <strong>de</strong> x.<br />
Observe que “estar na mesma gran<strong>de</strong> órbita” é uma relação <strong>de</strong> equivalência. Vale a pena dizer<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> já que o espaço quociente, dito espaço <strong>da</strong>s órbitas, po<strong>de</strong> ser complica<strong>do</strong>, se as trajetórias<br />
forem pouco regulares. Por exemplo, se f admite uma órbita <strong>de</strong>nsa, então a topologia quociente<br />
no espaço <strong>da</strong>s órbitas é a topologia trivial! Isto mostra que o espaço <strong>da</strong>s órbitas, em quanto espaço<br />
topológico, po<strong>de</strong> não conter muita informação acerca <strong>do</strong> sistema dinâmico.<br />
Se f é invertível, também é útil <strong>de</strong>finir a órbita completa (que <strong>de</strong> fato coinci<strong>de</strong> com a gran<strong>de</strong><br />
órbita)<br />
O f (x) = {f n (x)} n∈Z<br />
a história passa<strong>da</strong> e futura <strong>de</strong> x. A relação “estar na mesma órbita completa” é uma relação <strong>de</strong><br />
equivalência, e portanto X é uma reunião disjunta <strong>de</strong> órbitas completas.<br />
3.3 Órbitas periódicas<br />
Pontos fixos.<br />
As órbitas mais simples são os pontos fixos <strong>de</strong> f, os pontos p ∈ X tais que<br />
f(p) = p .<br />
Se X é um espaço linear, os pontos fixos são soluções <strong>da</strong> equação f(x) − x = 0.<br />
Órbitas periódicas. A seguir, as órbitas periódicas. O ponto p ∈ X é dito periódico <strong>de</strong> perío<strong>do</strong><br />
n ≥ 1 se f n (p) = p e se n é o menor <strong>do</strong>s tempos k ≥ 1 tais que f k (p) = p. Assim, a órbita <strong>do</strong><br />
ponto periódico p é um conjunto finito<br />
{<br />
p, f (p) , f 2 (p) , ..., f n−1 (p) }<br />
<strong>de</strong> pontos que são permuta<strong>do</strong>s pela transformação f.<br />
Um ponto x po<strong>de</strong> ter órbita finita sem ser periódico: po<strong>de</strong> acontecer que existe k ≥ 1 tal que<br />
f k (x) é um ponto periódico. Tais pontos, que “caem” numa órbita periódica passa<strong>do</strong> um tempo<br />
positivo, são ditos pré-periódicos.