27.3.2010 FEIRA EM ESTUGARDA, ALEMANHA - Câmara Brasil ...

27.3.2010 FEIRA EM ESTUGARDA, ALEMANHA - Câmara Brasil ... 27.3.2010 FEIRA EM ESTUGARDA, ALEMANHA - Câmara Brasil ...

ahkpoa.com.br
from ahkpoa.com.br More from this publisher
12.11.2012 Views

Quem bebe vinho tem boa aparência, é inteligente, sexy e saudável A vitivinicultura em Baden Württemberg tem longa tradição e remonta aos tempos da colonização pelos romanos. Hoje, o Estado detém 25% da área de videiras da Alemanha, ocupando o segundo lugar, atrás apenas da Renânia-Palatinado: A mais tradicional uva do Estado é a Trollinger - da qual se faz a bebida ‘nacional’ dos suábios. Lemberger é a mais fina casta de vinho tinto produzida na região de Württemberg. No verão, muitos apreciam uma taça de Riesling, a mais importante uva branca da redondeza. A região de Baden é conhecida como ‘a terra dos vinhos burgundos’, pois mais da metade dos vinhos Spätburgunder são produzidos ali, o que torna a região um dos mais importantes centros produtores desse tipo de vinho no mundo. Além disso, também são muito significativos os burgundos claros, como os cinza e brancos (Grauer Burgunder e Weißer Burgunder). Mas, no conjunto, os vinhos, tanto 22 - Baden-Württemberg de Baden como de Württemberg, esbanjam qualidade. Com esse argumento, os vinicultores dessas regiões querem convencer os consumidores brasileiros e tornar seus vinhos tão conhecidos como as marcas da indústria automobilística do Estado, como Audi, Mercedes e Porsche. Exportação para o Brasil No início de 2008, 16 empresas do ramo vinícola criaram um escritório de exportações com a finalidade de contribuir para a exportação dos produtos de pequenas e médias vinícolas. Michael Dilewski ocupa desde 1º de agosto de 2008 o cargo de Director International Key Accounting no Escritório de Exportação de Vinhos do Estado de Baden- Württemberg. Ao lado de sua colaboradora brasileira, Fabiana Cherubim, pretende dedicar-se ao mercado brasileiro. Confira, a seguir, uma entrevista com o executivo: Baden-Württemberg é reconhecido no Brasil por seus produtos de alta qualidade, especialmente nos ramos de máquinas e automóveis. Agora, o Estado quer exportar vinhos para o Brasil. Por que justamente o Brasil? Michael Dilewski: Baden-Württemberg desempenha um relevante papel nas relações econômicas com o Brasil, país que sempre será o mais importante parceiro comercial e um importante mercado futuro para o nosso Estado na América Latina. Analisamos o mercado e acreditamos que o mercado brasileiro de vinhos possui enorme potencial de vendas. Além disso, o consumo individual de vinhos no Brasil tem se desenvolvido e a renda média per capita também tem subido. Michael Dilewski e Fabiana Cherubim Mas o senhor já sabe que o brasileiro bebe mais cerveja que vinho, não é? Michael Dilewski: Sim, claro, mas provavelmente também o Brasil seguirá a tendência observada na Alemanha e em outros países europeus, onde se bebe cada vez mais vinho em vez de cerveja. Beber vinho está em alta. Mais e mais, o vinho vai deixar de ser um artigo de luxo no Brasil para tornar-se um artigo de consumo de amplas camadas da população. Além disso, vinho não é apenas saboroso, é saudável também. Isso me interessa. Por que o senhor afirma isso? Michael Dilewski: Há muito tempo o vinho serve como estimulante. Além disso, seu consumo moderado contribui para a revitalização de energias desgastadas e estimula o corpo e o espírito. O ex-triatleta alemão, Jürgen Zäck, aquele que atingiu a segunda melhor marca mundial de ironman de todos os tempos, apreciava o uso moderado do vinho. Theodor Heuss, primeiro Presidente da Alemanha, que, por sinal, provinha da região vinícola de Brackenheim em nosso Estado, certa vez disse: “Escrever um bom

discurso me leva o tempo de degustar uma garrafa.” Mas proponho que levemos mais em consideração as palavras do conhecido apreciador de vinhos Hugh Johnson, que assim se expressou: “Quem bebe vinho tem boa aparência, é inteligente, sexy e saudável”. De momento, vinhos alemães não gozam de boa reputação no Brasil. Que resposta o senhor acha que um brasileiro vai lhe dar, se lhe perguntar a respeito de vinhos alemães? Michael Dilewski: Doce e barato, colocado na prateleira mais baixa da loja. Parabéns, Sr. Dilewski, a avaliação é perfeita. Mas, o senhor acha que pode mudar isso? Michael Dilewski: É óbvio, pois, caso contrário, poderíamos ficar em casa ou tentar a conquista de outros mercados. Até 1995, a Alemanha ainda era o maior fornecedor de vinhos estrangeiros ao Brasil. De momento, a participação alemã não chega a 0,5% do mercado brasileiro e, provavelmente, não está entre os dez maiores fornecedores. Mas gostamos de desafios e apostamos tudo na tentativa de melhorar a reputação dos vinhos alemães. É claro que isso não vai acontecer da noite para o dia e, demanda uma estratégia. Richard Drautz (quarta pessoa à esquerda), Vice-Ministro da Economia de Baden- Württemberg, com importadores brasileiros na Feira ProWein em Düsselforf. Os alemães são conhecidos por serem bons estrategistas. O senhor quer se valer do armador e do capitão da seleção alemã de futebol como garotos-propaganda? Michael Dilewski: A ideia até que não é má! Eu chegaria a cogitar outros nomes, como Gisele Bündchen, Dunga ou Giovane Elber. Mas, naturalmente, para obter sucesso no mercado brasileiro é necessário muito mais. Os pontos-chave da nossa estratégia são: o estabelecimento de vínculos comerciais com importadores dinâmicos e engajados e o desenvolvimento de modernos produtos de marca com diferentes preços, tanto para o comércio varejista de alimentos, como para o comércio especializado e para a gastronomia, pois o mais importante é o consumidor final. O senhor pode nos revelar mais sobre isso? Já estabeleceu contato com importadores e quando e onde poderemos degustar o vinho de Baden- Württemberg? Michael Dilewski: Importadores como Stuttgart Artigos Finos, de Blumenau, Santar, de São Paulo, e Del Maipo, de Brasília, estão muito interessados em nossos vinhos ou, até mesmo, já os revendem. Também estamos em negociação com a cadeia de supermercados Pão de Açúcar, de São Paulo, apenas para mencionar alguns. De 5 a 7 de maio de 2009 participaremos da feira internacional ExpoVinis, em São Paulo. Somos o único representante da Alemanha nesse importante evento e, naturalmente, ali vocês poderão experimentar os nossos vinhos. Depois da feira, ainda ofereceremos a importadores, público especializado e à imprensa, no Rio, em Brasília e em Blumenau, jantares especiais para degustação de vinhos. Tanto na feira, como em nossas promoções nas cidades mencionadas, apresentaremos diversos vinhos de nossa recém-criada marca Dyade52. Mas queremos apresentar esses vinhos junto com conhecidos degustadores brasileiros, como Carlos Cabral, Daniel Braga e Cyro Torres Júnior. Dyade52, o que significa e por que foi desenvolvida uma marca própria? Michael Dilewski: Quero explicar-lhe isso por meio de um exemplo. Quando na Alemanha mencionamos o Brasil, logo nos vêm à mente as imagens da paisagem do Rio, o carnaval, o Pão de Açúcar, a praia de Copacabana, caipirinha, samba e futebol. Além disso, associamos o Brasil a bom-humor, muito sol e alegria contagiante. Mas, naturalmente, sei que o Brasil é muito mais que isso e que tem muito mais a oferecer. Assim é também com os vinhos alemães: existem outros, além dos doces e baratos. Baden-Württemberg - 23

Quem bebe vinho tem boa aparência,<br />

é inteligente, sexy e saudável<br />

A vitivinicultura em Baden Württemberg<br />

tem longa tradição e remonta<br />

aos tempos da colonização<br />

pelos romanos. Hoje, o Estado detém<br />

25% da área de videiras da<br />

Alemanha, ocupando o segundo lugar,<br />

atrás apenas da Renânia-Palatinado:<br />

A mais tradicional uva do Estado é a<br />

Trollinger - da qual se faz a bebida<br />

‘nacional’ dos suábios. Lemberger é<br />

a mais fina casta de vinho tinto produzida<br />

na região de Württemberg.<br />

No verão, muitos apreciam uma<br />

taça de Riesling, a mais importante<br />

uva branca da redondeza.<br />

A região de Baden é conhecida<br />

como ‘a terra dos vinhos burgundos’,<br />

pois mais da metade dos vinhos<br />

Spätburgunder são produzidos<br />

ali, o que torna a região um dos<br />

mais importantes centros produtores<br />

desse tipo de vinho no mundo.<br />

Além disso, também são muito<br />

significativos os burgundos claros,<br />

como os cinza e brancos (Grauer<br />

Burgunder e Weißer Burgunder).<br />

Mas, no conjunto, os vinhos, tanto<br />

22 - Baden-Württemberg<br />

de Baden como de Württemberg,<br />

esbanjam qualidade. Com esse argumento,<br />

os vinicultores dessas<br />

regiões querem convencer os consumidores<br />

brasileiros e tornar seus<br />

vinhos tão conhecidos como as<br />

marcas da indústria automobilística<br />

do Estado, como Audi, Mercedes e<br />

Porsche.<br />

Exportação para o <strong>Brasil</strong><br />

No início de 2008, 16 empresas do<br />

ramo vinícola criaram um escritório<br />

de exportações com a finalidade de<br />

contribuir para a exportação dos<br />

produtos de pequenas e médias<br />

vinícolas.<br />

Michael Dilewski ocupa desde 1º<br />

de agosto de 2008 o cargo de<br />

Director International Key Accounting<br />

no Escritório de Exportação de<br />

Vinhos do Estado de Baden-<br />

Württemberg. Ao lado de sua colaboradora<br />

brasileira, Fabiana<br />

Cherubim, pretende dedicar-se ao<br />

mercado brasileiro. Confira, a<br />

seguir, uma entrevista com o<br />

executivo:<br />

Baden-Württemberg é reconhecido<br />

no <strong>Brasil</strong> por seus produtos de alta<br />

qualidade, especialmente nos ramos<br />

de máquinas e automóveis. Agora, o<br />

Estado quer exportar vinhos para o<br />

<strong>Brasil</strong>. Por que justamente o <strong>Brasil</strong>?<br />

Michael Dilewski: Baden-Württemberg<br />

desempenha um relevante<br />

papel nas relações econômicas com<br />

o <strong>Brasil</strong>, país que sempre será o<br />

mais importante parceiro comercial<br />

e um importante mercado futuro<br />

para o nosso Estado na<br />

América Latina. Analisamos o mercado<br />

e acreditamos que o mercado<br />

brasileiro de vinhos possui enorme<br />

potencial de vendas. Além disso, o<br />

consumo individual de vinhos no<br />

<strong>Brasil</strong> tem se desenvolvido e a renda<br />

média per capita também tem<br />

subido.<br />

Michael Dilewski e<br />

Fabiana Cherubim<br />

Mas o senhor já sabe que o brasileiro<br />

bebe mais cerveja que vinho, não é?<br />

Michael Dilewski: Sim, claro, mas<br />

provavelmente também o <strong>Brasil</strong><br />

seguirá a tendência observada na<br />

Alemanha e em outros países europeus,<br />

onde se bebe cada vez mais<br />

vinho em vez de cerveja. Beber<br />

vinho está em alta. Mais e mais, o<br />

vinho vai deixar de ser um artigo de<br />

luxo no <strong>Brasil</strong> para tornar-se um artigo<br />

de consumo de amplas camadas<br />

da população. Além disso, vinho<br />

não é apenas saboroso, é<br />

saudável também.<br />

Isso me interessa. Por que o senhor<br />

afirma isso?<br />

Michael Dilewski: Há muito tempo<br />

o vinho serve como estimulante.<br />

Além disso, seu consumo moderado<br />

contribui para a revitalização<br />

de energias desgastadas e estimula<br />

o corpo e o espírito. O ex-triatleta<br />

alemão, Jürgen Zäck, aquele que<br />

atingiu a segunda melhor marca<br />

mundial de ironman de todos os<br />

tempos, apreciava o uso moderado<br />

do vinho. Theodor Heuss, primeiro<br />

Presidente da Alemanha, que, por<br />

sinal, provinha da região vinícola de<br />

Brackenheim em nosso Estado,<br />

certa vez disse: “Escrever um bom

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!