Prometeu Candeeiro - História - imagem e narrativas
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História, <strong>imagem</strong> e <strong>narrativas</strong><br />
N o 12, abril/2011 - ISSN 1808-9895 - http://www.historia<strong>imagem</strong>.com.br<br />
Análise da tragédia 16<br />
O autor: Ésquilo 17<br />
Falar sobre a vida, ou o período em que Ésquilo, um dos mais importantes<br />
tragediógrafos (ao lado de Sófocles e Eurípedes), viveu não é fácil, devido a vários fatores,<br />
tais como: escassez e precariedade da documentação, a perda da maioria de suas obras,<br />
distância temporal, além da permanência de um imaginário mítico em torno do próprio autor,<br />
entre outros. Então o que nos propomos aqui é somente abordar algumas informações,<br />
necessárias para a compreensão de sua obra<br />
Nascido em Elêusis (525 a.c), filho do nobre proprietário de terras Euforion, faleceu<br />
na Sicília (456 a.c); é considerado atualmente autor de noventa dramas, dos quais somente<br />
sete foram integralmente conservados, os demais nos chegaram fragmentados 18 . Ele viu ainda<br />
garoto a passagem da tirania à República, que antes de fixar-se, deparou-se com várias<br />
tentativas de retomada do poder, conflitos sutilmente relatados em suas obras. Estes conflitos<br />
se deram até a organização de Clístenes, a partir da qual a Ática dividiu-se em dez phylal,<br />
rompendo com os laços de sangria da antiga organização; foi a partir desse organizador que os<br />
concursos trágicos tiveram a forma que nós conhecemos 19 .<br />
Influenciado pelo ambiente em que viveu até a instalação da democracia, onde o<br />
indivíduo seria apenas uma parte igualmente importante do outro, Ésquilo era homem quando<br />
o povo grego acreditou que a Ática estava sob proteção dos poderes dos deuses e acreditavam<br />
que:<br />
O que ameaçava a Grécia, no caso de uma submissão voluntária, não era uma cruel tirania,<br />
porque o regime persa em geral nunca exerceu contra os povos submetidos, nem era a<br />
destruição da vida econômica, já que precisamente esta não era das piores no grande império,<br />
mas tratava-se daquela liberdade que foi a única coisa que assegurou a vida espiritual dos<br />
gregos nas décadas seguintes. (ROMILLY, 2008).<br />
Parece ter começado a escrever tragédias com vinte e cinco anos, por volta de 500,<br />
porém sua primeira vitória teria ocorrido apenas em 484, entre as duas guerras médicas. Sua<br />
16 Utilizamos a obra de Ésquilo, Ca 525-456ª. A.c Tragédias / Ésquilo; Estudos e tradução Jaa Torrano – São<br />
Paulo: Illuminuras, 2009; assim usaremos apenas a referencia dos versos e página presente nessa obra<br />
17 De acordo com Jaeger, In: Paidéia: A formação do homem grego, 2001.<br />
18 Conforme dito anteriormente, aceitamos <strong>Prometeu</strong> como sendo de sua autoria. Então suas tragédias que<br />
permaneceram foram: Os Persas, As suplicantes, <strong>Prometeu</strong> Agrilhoado, Sete contra Tebas, Agamêmnon, As<br />
coéforas e As Euménides. Estas três últimas teriam feito parte da trilogia intitulada de A Oresteia, e os demais de<br />
outras trilogias perdidas, exceto a primeira, que não teria pertencido a nenhuma trilogia. (Romilly, 2008)<br />
19 Ésquilo aparece como inovador do gênero ao colocar atores onde só existia o coro. Ver: Romilly, 2008.<br />
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