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Prometeu Candeeiro - História - imagem e narrativas

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História, <strong>imagem</strong> e <strong>narrativas</strong><br />

N o 12, abril/2011 - ISSN 1808-9895 - http://www.historia<strong>imagem</strong>.com.br<br />

Deste modo, como afirmado acima, já havia alguns indícios de tais idéias nas<br />

epopéias, não que oponha o que foi dito, mas isso apenas confirma a nossa idéia, pois as<br />

idéias são continuidade/descontinuidade de pensamentos anteriores, pois “(...) a epopéia<br />

homérica não é mais do que um prelúdio à objetivação do trágico na obra de arte, ainda que<br />

seja um prelúdio muito importante (...)”. (LESKY, 2006).<br />

Assim, de Homero á esquilo vemos o emergir do mito, não mais para divertir o<br />

público através de suas alegorias, mas com vários propósitos que foram ganhando novas<br />

significações ao longo do tempo. De tal modo que já vemos, segundo esse autor, alguns<br />

indícios em epopéias como as de Homero, porém tais idéias só tornam-se digeríveis apenas no<br />

período posterior com a instituição da pólis.<br />

Deste modo, as tragédias foram o espaço que a pólis criou, antes da época dos sofistas,<br />

para deliberar sobre vários assuntos, inclusive a religião, fato que precedeu, dando elementos<br />

para as teorias sofistas, dentre elas as atéias da época posterior. Como o fato do poeta<br />

Diágoras de Melos, ter sido considerado o ateu mais proeminente do século V, por ter sido<br />

acusado, assim como Ésquilo anteriormente, de revelar os mistérios de Elêusis; fato que<br />

desencadeou a instituição de um decreto de perseguição que ocasionou uma série de<br />

julgamentos que ocorreram ao longo de 415. (BURKERT, 1993).<br />

Conclusão<br />

Ésquilo foi nesse sentido, de pioneiro na crítica aos deuses através dos dramas,<br />

precursor, de acordo com sua narração do mito de <strong>Prometeu</strong>, dos questionamentos da<br />

filosofia, que percorreu mais longo caminho alcançando uma crítica direta ao sagrado, a ponto<br />

de tais personagens (filósofos) serem rotulados de ateus. Porém temos que esclarecer,<br />

conforme ressalta Burkert, que em nenhum momento o grego se desvinculou totalmente do<br />

sagrado. Mas foi com a instituição da pólis que o homem sem deixar de ser totalmente<br />

“crente” passa a questionar os deuses, pois: “É bem antes da criação da teologia filosófica, a<br />

tragédia grega refletiu em termos os homens mortais poderiam conviver e dialogar com os<br />

Deuses imortais, de modo a contornar os impasses e impossibilidades desse convívio e a<br />

preservar-se deles.” (BURKERT, 1993).<br />

Como toda obra, <strong>Prometeu</strong> ganhou a cada período uma nova significação, ora<br />

confundido com Jesus que deu sua vida pela humanidade, ora com personagens modernos<br />

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