Relatório sobre a Situação da População Mundial 2012
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Planejamento familiar e<br />
bem-estar <strong>da</strong>s crianças<br />
A melhoria nos serviços de saúde reprodutiva<br />
influencia a saúde <strong>da</strong> criança de várias maneiras.<br />
Primeiramente, o emprego de serviços de<br />
planejamento familiar para a redução no número<br />
de gravidezes e um melhor espaçamento entre<br />
os partos criam excedentes positivos, porque<br />
mulheres mais saudáveis dão à luz filhos mais<br />
saudáveis, e mulheres mais saudáveis também<br />
têm mais recursos para investir no bem-estar de<br />
seus filhos (Alderman et al., 2001).<br />
Impacto na saúde e <strong>sobre</strong>vivência do<br />
recém-nascido e <strong>da</strong> criança<br />
Muitas pesquisas internacionais apontaram uma<br />
relação positiva entre planejamento familiar e<br />
<strong>sobre</strong>vivência <strong>da</strong> criança: as usuárias de programas<br />
de planejamento familiar e seus filhos têm menos<br />
probabili<strong>da</strong>de de correr risco de mortali<strong>da</strong>de<br />
(Bongaarts, 1987). As relações, porém, não podem<br />
ser interpreta<strong>da</strong>s como causais devido a fatores<br />
de confusão, tais como duração e intensi<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />
amamentação materna, prematuri<strong>da</strong>de e efeitos<br />
biológicos, comportamentais, ambientais, socioeconômicos<br />
ou de atendimento à saúde que até agora<br />
jamento familiar estão associados a menores índices<br />
de mortali<strong>da</strong>de infantil, bem como a menores taxas<br />
de fecundi<strong>da</strong>de entre mulheres de áreas urbanas<br />
t<br />
Workshop de<br />
planejamento familiar,<br />
na Costa Rica.<br />
© UNFPA/Álvaro Monge.<br />
são inespecíficos, mas que se sabe serem causadores<br />
(Rosenzweig e Schultz, 1982). Nas Filipinas, a<br />
de grandes diferenças em mortali<strong>da</strong>de infantil entre<br />
disponibili<strong>da</strong>de de um programa de planejamento<br />
famílias. Pesquisa recente controla<strong>da</strong> para muitos<br />
familiar teve efeitos diretos na saúde <strong>da</strong>s crianças<br />
desses fatores, porém, apontou que intervalos entre<br />
(Rosenzweig e Wolpin, 1986). O melhor acesso à<br />
nascimentos podem reduzir a mortali<strong>da</strong>de neonatal,<br />
saúde reprodutiva gerou melhorias no espaçamen-<br />
a infantil e a pediátrica (Rustein, 2005). Resultados<br />
to entre gravidezes e na redução do número de<br />
dessa pesquisa levaram à conclusão de que um inter-<br />
gravidezes de risco em Bangladesh, e tudo somado<br />
valo de apenas três a cinco anos entre nascimentos<br />
contribuiu para a redução <strong>da</strong> mortali<strong>da</strong>de pediátrica<br />
pode prevenir em até 46% a mortali<strong>da</strong>de infantil<br />
e aumento <strong>da</strong> <strong>sobre</strong>vivência <strong>da</strong> criança (Phillips et<br />
nos países em desenvolvimento.<br />
al., 1998; Muhuri e Preston, 1991; Muhuri, 1995;<br />
Evidências trazi<strong>da</strong>s a partir de programas espe-<br />
Muhuri, 1996; Joshi e Schultz, 2007). Impacto<br />
cíficos de países confirmam esse achado. Pesquisa<br />
semelhante foi observado em programa realizado<br />
realiza<strong>da</strong> na Colômbia, por exemplo, ilustra que a<br />
em Navrongo, em Gana (Binka, Nazzar e Phillips,<br />
disponibili<strong>da</strong>de local de clínicas e leitos hospitalares<br />
1995; Pence et al., 2001; Phillips et al., 2006;<br />
e o aumento dos investimentos per capita, em plane-<br />
Pence, Nyarko e Phillips, 2007).<br />
RELATÓRIO SOBRE A SITUAÇÃO DA POPULAÇÃO MUNDIAL <strong>2012</strong><br />
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