Relatório sobre a Situação da População Mundial 2012
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mais elevadas taxas de prevalência contraceptiva, as menores taxas de fecundidade, de mortalidade materna e alguns dos melhores indicadores de saúde materna e infantil do mundo (Seneviratne e Rajapaksa, 2000). Algumas das evidências mais rigorosas do efeito do declínio da fecundidade para a melhora da saúde feminina vêm de Matlab, em Bangladesh, onde um programa de saúde materna e infantil de longo prazo incluiu a oferta domiciliar de contraceptivos, atendimento pré-natal, vacinação, kits de parto seguro e vários outros serviços de saúde para a mulher. Em 30 anos, o programa não apenas reduziu a fecundidade em cerca de 15% e gerou a melhoria nas taxas de mortalidade materna e infantil, como também causou vários efeitos adicionais para a saúde da mulher. Aquelas que se beneficiaram do programa, durante sua vida reprodutiva, apresentaram aumento de peso, de massa corporal e melhora da condição geral de saúde (Phillips et al., 1988; Muhuri e Preston, 1991; Muhuri, 1995; Muhuri, 1996; Ronsmans e Khlat, 1999; Chowdhury et al., 2007). Resultados de pesquisa demonstraram que o índice de massa corporal das mulheres que participaram do programa ultrapassou o patamar de 18,5, que é associado a menor risco de mortalidade (Organização Mundial da Saúde, 1995). Pesquisa recente defende que o aumento de um ponto no índice de massa corporal ao redor desse valor de 18,5 baixa o risco de morte em 17% (Joshi e Schultz, 2007). RELAÇÕES ENTRE SAÚDE REPRODUTIVA E RESULTADOS ECONÔMICOS Mulheres Menos nascimentos Menos partos de risco Menor risco de mortalidade Gravidez saudável Parto seguro Melhora da condição geral de saúde Aumento da expectativa de vida Lar Aumento da escolaridade Serviços de saúde reprodutiva Crianças Aumento da produtividade Aumento da renda Melhor saúde fetal Melhor saúde infantil Menos infecções na infância Vacinações Menor risco de mortalidade Melhoria cognitiva Menos riscos de doenças ao longo da vida Menor índice de dependência Aumento da participação na força de trabalho 76 CAPÍTULO 4: O IMPACTO SOCIAL E ECONÔMICO DO PLANEJAMENTO FAMILIAR
t Ensino comunitário em Caracas, Venezuela. © Panos/Dermot Tatlow. Os benefícios à saúde gerados pelo planejamento familiar são particularmente significativos para as mulheres mais jovens e para as adolescentes. Entre 15 e 19 anos, as jovens têm duas vezes mais probabilidade de ir a óbito por causas maternas que as mulheres mais adultas. Isto ocorre em consequência da imaturidade física e do maior risco de complicações, como a fístula obstétrica (Miller et al., 2005; Raj et al., 2009). Por prevenir a gravidez precoce, reduzir a gravidez de risco e os riscos de mortalidade prematura ou de morbidade a longo prazo, a melhoria do acesso ao planejamento familiar pode aumentar a longevidade, aumentar os horizontes de tempo para o retorno do investimento em capital humano e também possibilitar que as mulheres dediquem seu tempo a outras atividades econômicas. Resultados de pesquisa apontaram que as mulheres europeias e norte-americanas, que antes da transição demográfica dedicavam 70% de suas vidas adultas criando e educando filhos, passaram recentemente a despender cerca de 14% do tempo com essa atividade (Lee, 2003). Impacto na escolaridade Na Colômbia, a queda na fecundidade gerada pelo programa de planejamento familiar Profamilia foi associada a quase 0,15 mais anos de escolaridade (Miller, 2009). No Sri Lanka, a redução do risco de mortalidade materna entre 1946 e 1953 aumentou a expectativa de vida entre as mulheres em 1,5 ano (aproximadamente 4%); já o aumento da alfabetização feminina entre as coortes afetadas foi de 2,5%, sendo que os anos de escolaridade apresentaram um aumento de 4% (0,17 ano) (Jayachandran e Lleras-Muney, 2009). A escolha entre continuar na escola ou criar um filho é particularmente importante para as RELATÓRIO SOBRE A SITUAÇÃO DA POPULAÇÃO MUNDIAL 2012 77
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mais eleva<strong>da</strong>s taxas de prevalência contraceptiva,<br />
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materna e alguns dos melhores indicadores de<br />
saúde materna e infantil do mundo (Seneviratne<br />
e Rajapaksa, 2000).<br />
Algumas <strong>da</strong>s evidências mais rigorosas do efeito<br />
do declínio <strong>da</strong> fecundi<strong>da</strong>de para a melhora <strong>da</strong><br />
saúde feminina vêm de Matlab, em Bangladesh,<br />
onde um programa de saúde materna e infantil<br />
de longo prazo incluiu a oferta domiciliar de<br />
contraceptivos, atendimento pré-natal, vacinação,<br />
kits de parto seguro e vários outros serviços de<br />
saúde para a mulher. Em 30 anos, o programa<br />
não apenas reduziu a fecundi<strong>da</strong>de em cerca de<br />
15% e gerou a melhoria nas taxas de mortali<strong>da</strong>de<br />
materna e infantil, como também causou vários<br />
efeitos adicionais para a saúde <strong>da</strong> mulher. Aquelas<br />
que se beneficiaram do programa, durante sua<br />
vi<strong>da</strong> reprodutiva, apresentaram aumento de<br />
peso, de massa corporal e melhora <strong>da</strong> condição<br />
geral de saúde (Phillips et al., 1988; Muhuri e<br />
Preston, 1991; Muhuri, 1995; Muhuri, 1996;<br />
Ronsmans e Khlat, 1999; Chowdhury et al.,<br />
2007). Resultados de pesquisa demonstraram<br />
que o índice de massa corporal <strong>da</strong>s mulheres que<br />
participaram do programa ultrapassou o patamar<br />
de 18,5, que é associado a menor risco de mortali<strong>da</strong>de<br />
(Organização <strong>Mundial</strong> <strong>da</strong> Saúde, 1995).<br />
Pesquisa recente defende que o aumento de um<br />
ponto no índice de massa corporal ao redor desse<br />
valor de 18,5 baixa o risco de morte em 17%<br />
(Joshi e Schultz, 2007).<br />
RELAÇÕES ENTRE SAÚDE REPRODUTIVA E RESULTADOS ECONÔMICOS<br />
Mulheres<br />
Menos<br />
nascimentos<br />
Menos partos<br />
de risco<br />
Menor<br />
risco de<br />
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Gravidez<br />
saudável<br />
Parto<br />
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condição geral<br />
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Aumento <strong>da</strong><br />
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Lar<br />
Aumento<br />
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Crianças<br />
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Melhor<br />
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Melhor<br />
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Menos<br />
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Menor<br />
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Menos riscos<br />
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