Relatório sobre a Situação da População Mundial 2012
Relatório sobre a Situação da População Mundial 2012
Relatório sobre a Situação da População Mundial 2012
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Baixa quali<strong>da</strong>de como obstáculo ao<br />
uso do planejamento familiar<br />
Quando os serviços não são confiáveis ou prestados<br />
por profissionais treinados, ou quando<br />
não há uma ampla oferta de contraceptivos<br />
e informações, é possível que as pessoas com<br />
necessi<strong>da</strong>des não atendi<strong>da</strong>s optem por não se<br />
beneficiar do planejamento familiar e, consequentemente,<br />
tornem-se inabilita<strong>da</strong>s para<br />
exercer seu direito a ele.<br />
Os sistemas de saúde, em muitos países, lutam<br />
para enfrentar o desafio de administrar seus<br />
EXPANSÃO DO ACESSO ATRAVÉS DE SERVIÇOS<br />
LOCAIS E CULTURALMENTE ADEQUADOS NA<br />
REPÚBLICA POPULAR DEMOCRÁTICA DO LAOS<br />
A República Popular Democrática do Laos é um país de diversi<strong>da</strong>de cultural<br />
e étnica. Suas comuni<strong>da</strong>des indígenas, que falam quatro idiomas únicos, respondem<br />
por 40% <strong>da</strong> população total do país. A necessi<strong>da</strong>de não atendi<strong>da</strong> de<br />
planejamento familiar entre essas populações indígenas é significativa. Com o<br />
apoio do UNFPA, o Mother and Child Health Center (Centro de Saúde <strong>da</strong> Mãe e<br />
<strong>da</strong> Criança, em tradução livre), órgão do Ministério <strong>da</strong> Saúde, lançou em 2006<br />
uma iniciativa de oferta de serviços de planejamento familiar, culturalmente<br />
adequados e orientados ao cliente. O programa treinou moradores dos vilarejos<br />
para atuar como prestadores de serviços comunitários de planejamento<br />
familiar, trabalhando com adolescentes, jovens e casais em uniões formais.<br />
Nessas comuni<strong>da</strong>des, o uso de contracepção aumentou de 12% <strong>da</strong> população,<br />
em 2007, para 45%, em 2011.<br />
O TREINAMENTO DE FARMACÊUTICOS<br />
RESULTA NA OFERTA MAIS CONFIÁVEL DE<br />
CONTRACEPTIVOS NA MONGÓLIA<br />
A falta de treinamento especializado para farmacêuticos tinha sido uma limitação<br />
de grande importância para a confiabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> oferta de contraceptivos e<br />
outros insumos de saúde reprodutiva na Mongólia – até que o UNFPA iniciou<br />
sua colaboração com o Ministério <strong>da</strong> Saúde e a Facul<strong>da</strong>de de Farmácia <strong>da</strong><br />
Universi<strong>da</strong>de de Ciências <strong>da</strong> Saúde <strong>da</strong>quele país, revisando o currículo de treinamento<br />
para jovens farmacêuticos. Hoje, mais de 350 farmacêuticos formam-se<br />
anualmente com a capacitação necessária para administrar contraceptivos e<br />
aju<strong>da</strong>r a reduzir as necessi<strong>da</strong>des não atendi<strong>da</strong>s de planejamento familiar.<br />
recursos humanos eficazmente, assegurando a<br />
adequação <strong>da</strong> infraestrutura para a tarefa <strong>da</strong><br />
prestação de serviços e a garantia do suprimento<br />
de todos os tipos de materiais e equipamentos<br />
adequados. Os que vivem nas áreas rurais são<br />
especialmente vulneráveis às fragili<strong>da</strong>des dos sistemas<br />
de saúde que podem deixá-los aquém do<br />
alcance de serviços disponíveis aos que vivem nas<br />
ci<strong>da</strong>des de pequeno e grande porte.<br />
Uma consequência <strong>da</strong> falta de orientação, em<br />
uma abor<strong>da</strong>gem com enfoque de direitos humanos<br />
para a saúde e <strong>da</strong> gestão insatisfatória <strong>da</strong>s equipes,<br />
pode ser o surgimento de atitudes preconceituosas<br />
e discriminatórias por parte dos trabalhadores<br />
dessa área. Alguns prestadores internalizam<br />
preconceitos sociais relativos às minorias. Suas<br />
atitudes podem afetar a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s informações<br />
ofereci<strong>da</strong>s a clientes específicos, o que resulta na<br />
falta de opções informa<strong>da</strong>s.<br />
A falta de privaci<strong>da</strong>de e a incapaci<strong>da</strong>de de<br />
comunicação são barreiras para a oferta de serviços<br />
a alguns grupos. Pesquisa recente, realiza<strong>da</strong><br />
em vários países, aponta que programas de saúde<br />
em campos de refugiados não asseguram o direito<br />
à privaci<strong>da</strong>de, sigilo e não discriminação para<br />
to<strong>da</strong>s e todos, particularmente para adolescentes<br />
e pessoas não casa<strong>da</strong>s (Alto Comissariado<br />
<strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s para Refugiados, 2011). Em<br />
algumas áreas, pessoas em deslocamento interno<br />
ou refugiados frequentemente ficam impossibilitados<br />
de acessar serviços de quali<strong>da</strong>de devido<br />
às limitações dos compromissos de auxílio para<br />
questões de fecundi<strong>da</strong>de aos que se encontram<br />
em situação de carência de recursos, em situação<br />
de mobili<strong>da</strong>de ou permanência temporária<br />
(Alto Comissariado <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s para<br />
Refugiados, 2011).<br />
Os potenciais beneficiários de serviços de planejamento<br />
familiar podem sentir-se discriminados<br />
pelos que lhes prestam esses serviços, naqueles<br />
momentos em que sua saúde de longo prazo pode<br />
70<br />
CAPÍTULO 3: Desafios <strong>da</strong> extensão do acesso a to<strong>da</strong>s e todos