Relatório sobre a Situação da População Mundial 2012
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Trabalhadoras do sexo. As trabalhadoras do<br />
sexo não apenas têm direito a definir o momento<br />
e espaçamento entre suas gravidezes como<br />
também de confiar nos preservativos como<br />
meio de se proteger contra doenças sexualmente<br />
transmissíveis, inclusive o HIV. Entretanto, elas<br />
frequentemente enfrentam estigma e discriminação<br />
social, que subsequentemente as inibe de<br />
acessar informações e serviços de planejamento<br />
familiar (Lin, 2007).<br />
PAÍSES COM AS MAIS ALTAS TAXAS<br />
DE CASAMENTO PRECOCE<br />
País<br />
Porcentagem<br />
de meninas e<br />
adolescentes<br />
casa<strong>da</strong>s antes<br />
dos 18 anos<br />
Níger 75%<br />
Chad 72%<br />
Bangladesh 66%<br />
Guiné 63%<br />
República<br />
Centro-Africana 61%<br />
Mali 55%<br />
Moçambique 52%<br />
Malaui 50%<br />
Ma<strong>da</strong>gascar 48%<br />
Serra Leoa 48%<br />
Burkina Fasso 48%<br />
Índia 47%<br />
Eritreia 47%<br />
Ugan<strong>da</strong> 46%<br />
Somália 45%<br />
Nicarágua 43%<br />
Zâmbia 42%<br />
Etiópia 41%<br />
Nepal 41%<br />
República Dominicana 40%<br />
As normas sociais, na maioria <strong>da</strong>s vezes, classificam<br />
como imoral o trabalho que envolve sexo, e<br />
as instituições e indivíduos responsáveis pela execução<br />
<strong>da</strong> lei e pela prestação de serviços de saúde<br />
podem reforçar atitudes e práticas discriminatórias,<br />
com efeitos <strong>da</strong>nosos para as trabalhadoras do sexo.<br />
Por exemplo, em alguns países como Líbano e<br />
Filipinas, o estigma contra o trabalho de natureza<br />
sexual e contra o sexo fora do casamento tem<br />
servido como base para a aprovação de leis que<br />
impedem as pessoas de manter livremente preservativos<br />
sob sua posse (Human Rights Watch, 2004;<br />
Organização <strong>Mundial</strong> <strong>da</strong> Saúde, 2005). Como<br />
resultado, as trabalhadoras do sexo frequentemente<br />
percebem que os sistemas de saúde não respondem<br />
às suas necessi<strong>da</strong>des, inclusive negando-lhes acesso<br />
ao leque total de contraceptivos disponíveis.<br />
Pesquisas afirmam que, quando as trabalhadoras<br />
do sexo acessam serviços de planejamento<br />
familiar, na maior parte <strong>da</strong>s vezes o fazem relutantemente,<br />
sendo então vítimas dos preconceitos<br />
dos profissionais <strong>da</strong> área <strong>da</strong> saúde que negligenciam<br />
suas necessi<strong>da</strong>des de saúde sexual e<br />
reprodutiva, centrando-se basicamente no risco<br />
do HIV e <strong>da</strong>s doenças sexualmente transmissíveis<br />
(Lin, 2007; Human Rights Watch, 2004). No<br />
Sul e Sudeste <strong>da</strong> Ásia, há casos documentados<br />
de prestadores de serviços acusados de divulgar<br />
condições de soropositivi<strong>da</strong>de para o HIV e de<br />
ameaçar denunciar pessoas vivendo com HIV às<br />
autori<strong>da</strong>des (Mgbako et al., 2008).<br />
A estigmatização <strong>da</strong>s trabalhadoras do sexo<br />
viola direitos humanos universais. De acordo com<br />
a Organização <strong>Mundial</strong> <strong>da</strong> Saúde, “as intervenções<br />
para a promoção do sexo mais seguro entre<br />
as trabalhadoras e trabalhadores do sexo deve<br />
fazer parte de um esforço geral para assegurar sua<br />
segurança, promover sua saúde e bem-estar de<br />
modo mais amplo e proteger seus direitos humanos”<br />
(Organização <strong>Mundial</strong> <strong>da</strong> Saúde, 2005).<br />
Fonte: UNFPA, <strong>2012</strong>.<br />
68 CHAPTER 3: CHALLENGES IN EXTENDING ACCESS TO EVERYONE