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Relatório sobre a Situação da População Mundial 2012

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quisa demonstra que as taxas de nascimento<br />

aumentaram entre as adolescentes pobres menos<br />

escolariza<strong>da</strong>s que, quase sempre, vivem em comuni<strong>da</strong>des<br />

rurais (UNFPA, 2010). Em contraste,<br />

aquelas mais escolariza<strong>da</strong>s que vivem nos 60%<br />

de domicílios mais ricos de áreas urbanas apresentam<br />

taxas baixas de nascimento e em declínio<br />

desde 2000.<br />

PLANEJAMENTO FAMILIAR E<br />

VIDA SEXUAL GRATIFICANTE<br />

Segundo o parágrafo 7.2 do Programa de Ação <strong>da</strong> Conferência Internacional<br />

<strong>sobre</strong> População e Desenvolvimento, a saúde reprodutiva implica em que “as<br />

pessoas possam ter uma vi<strong>da</strong> sexual gratificante e segura... Isto também inclui<br />

saúde sexual, cujo propósito é o aprimoramento <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> e <strong>da</strong>s relações pessoais,<br />

e não meramente o aconselhamento e atendimento relativos à reprodução<br />

e a doenças sexualmente transmissíveis.” Esta noção abrangente <strong>da</strong> saúde<br />

reprodutiva — que inclui uma vi<strong>da</strong> sexual gratificante e segura — tem sido leva<strong>da</strong><br />

em conta em inúmeros programas de planejamento familiar.<br />

Pessoas difíceis de serem alcança<strong>da</strong>s nas<br />

comuni<strong>da</strong>des rurais ou urbanas. Na maior<br />

parte dos países em desenvolvimento, as medi<strong>da</strong>s<br />

nacionais de pobreza estão altamente correlaciona<strong>da</strong>s<br />

ao local de residência; os domicílios<br />

urbanos tendem a ser mais ricos que os rurais<br />

(Bloom e Canning, 2003a). As comuni<strong>da</strong>des difíceis<br />

de serem alcança<strong>da</strong>s variam de acordo com<br />

os países, mas os locais onde as pessoas vivem<br />

influenciam sua possibili<strong>da</strong>de de ter acesso ao<br />

planejamento familiar.<br />

Em algumas regiões, as mulheres e homens<br />

<strong>da</strong>s áreas rurais não podem ter acesso rotineiro<br />

à informação e aos serviços de planejamento<br />

familiar de quali<strong>da</strong>de. Por exemplo, as mulheres<br />

pobres <strong>da</strong> África Subsaariana rural apresentam<br />

uma taxa de prevalência contraceptiva média de<br />

17%, compara<strong>da</strong> a 34% de suas contrapartes <strong>da</strong>s<br />

áreas urbanas (Fundo de População <strong>da</strong>s Nações<br />

Uni<strong>da</strong>s, 2010). Diferenças relativas também<br />

existem nas comuni<strong>da</strong>des rurais, e as avaliações<br />

de quintis de ren<strong>da</strong> nacionais podem mascarar as<br />

dispari<strong>da</strong>des relativas entre áreas urbanas e rurais.<br />

Por exemplo, pesquisa realiza<strong>da</strong> na América<br />

Latina e na África Subsaariana aponta que, quando<br />

quintis ajustados para comuni<strong>da</strong>des rurais<br />

são empregados para o exame de indicadores de<br />

planejamento familiar, as mulheres dos quintis de<br />

maior ren<strong>da</strong> dentro de suas comuni<strong>da</strong>des rurais<br />

têm mais possibili<strong>da</strong>de de acesso a serviços de<br />

planejamento familiar (Foreit, <strong>2012</strong>).<br />

Em outras regiões, o rápido crescimento de<br />

ESTUDO DE CASO<br />

Aulas de planejamento familiar no Irã<br />

A República Islâmica do Irã obrigou a todos os casais que tencionassem se casar<br />

que frequentassem um curso de aconselhamento pré-nupcial e se submetessem a<br />

exames clínicos. Para obter os resultados desses exames e registrar o casamento,<br />

os casais devem frequentar aulas de duas horas <strong>sobre</strong> planejamento familiar,<br />

prevenção de doenças e, o mais importante, <strong>sobre</strong> os vínculos emocionais e sociais<br />

envolvidos no casamento. A República Islâmica do Irã priorizou a discussão <strong>sobre</strong><br />

as “questões sexuais e emocionais” em parte como consequência de terem sido<br />

observados altos índices de divórcio. Desde seu início, o programa de planejamento<br />

familiar na República Islâmica do Irã tem sido um dos mais bem-sucedidos no<br />

mundo, alcançando uma taxa de prevalência contraceptiva de 81,6%.<br />

ESTUDO DE CASO<br />

Temor <strong>da</strong> gravidez indeseja<strong>da</strong> no México<br />

Segundo pesquisa realiza<strong>da</strong> em 2008, numa comuni<strong>da</strong>de tradicional mexicana<br />

(Hirsch 2008: 101), as crenças religiosas <strong>da</strong>s mulheres as impediam de empregar<br />

o planejamento familiar durante a maior parte de suas vi<strong>da</strong>s reprodutivas (a<br />

esterilização era o principal método de que dispunham). Consequentemente,<br />

essas mulheres viviam preocupa<strong>da</strong>s com uma eventual gravidez indeseja<strong>da</strong>.<br />

Somente mais tarde, depois de passa<strong>da</strong> a i<strong>da</strong>de reprodutiva, tinham a<br />

“possibili<strong>da</strong>de de gozar a intimi<strong>da</strong>de sexual, livres <strong>da</strong> preocupação de uma<br />

gravidez não intencional ou não deseja<strong>da</strong>.”<br />

ESTUDO DE CASO<br />

HIV, sexo e uso de preservativo<br />

A resistência de alguns homens ao uso de preservativos tem sido reconheci<strong>da</strong> como um<br />

obstáculo ao uso desse método de contracepção e prevenção do HIV (UNAIDS 2000).<br />

Mas a abor<strong>da</strong>gem de estimular as mulheres a empregá-lo mudou consideravelmente<br />

desde o começo <strong>da</strong> epidemia de HIV/Aids (Higgins e Hirsch 2007). Muitos programas<br />

enfatizam o reforço <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de de negociação feminina, reconhecendo a resistência<br />

masculina. Mas pouco se sabe <strong>sobre</strong> a resistência sexual <strong>da</strong>s mulheres aos preservativos<br />

masculinos. Pesquisa realiza<strong>da</strong> nos Estados Unidos, porém, demonstrou que a sensação<br />

que eles causam incomo<strong>da</strong> mais às mulheres que aos homens (Higgins e Hirsch 2008).<br />

RELATÓRIO SOBRE A SITUAÇÃO DA POPULAÇÃO MUNDIAL <strong>2012</strong><br />

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