Relatório sobre a Situação da População Mundial 2012
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— adolescentes solteiras (de 15 a 17 anos) que<br />
frequentam a escola têm consideravelmente menos<br />
probabili<strong>da</strong>de de ter tido sexo pré-marital, quando<br />
compara<strong>da</strong>s com aquelas que abandonaram os<br />
estudos (Biddlecom et al., 2008; Lloyd, 2010).<br />
Muito embora fatores individuais, familiares e<br />
sociais influenciem o comportamento sexual e a<br />
participação escolar, essas descobertas enfatizam<br />
os efeitos de proteção conferidos pela instrução<br />
contra a gravidez adolescente e seus efeitos negativos.<br />
Evidências colhi<strong>da</strong>s em cinco países <strong>da</strong> África<br />
Ocidental sugerem que a gravidez e o casamento<br />
precoce podem ser consequências, e não causas, de<br />
as adolescentes abandonarem a escola em algumas<br />
regiões (Lloyd e Mensch, 2008).<br />
Milhões de jovens se relacionam sexualmente<br />
antes de seus pais o saberem, ou antes que as instituições<br />
respon<strong>da</strong>m às suas necessi<strong>da</strong>des. Esses<br />
jovens — casados ou solteiros — também necessitam<br />
de serviços para evitar gravidezes e doenças<br />
sexualmente transmissíveis, inclusive o HIV, mas<br />
frequentemente não têm acesso a eles.<br />
A ativi<strong>da</strong>de sexual dos jovens desafia a ênfase<br />
na abstinência e a visão de que o sexo deve servir<br />
estritamente para a procriação. A reali<strong>da</strong>de é<br />
que muitos jovens não praticam a abstinência, e<br />
sua ativi<strong>da</strong>de sexual não é motiva<strong>da</strong> pelo desejo<br />
de ter filhos. Avaliações qualitativas na África<br />
Subsaariana sugerem que as jovens solteiras sexualmente<br />
ativas, de forma geral, não procuram<br />
engravi<strong>da</strong>r (Cleland, Ali e Shah, 2006). Mais<br />
ain<strong>da</strong>, jovens casa<strong>da</strong>s não necessariamente pretendem<br />
engravi<strong>da</strong>r muito cedo ou, se já têm um<br />
filho, pretendem protelar uma segun<strong>da</strong> gestação.<br />
Dado o desejo dos jovens de retar<strong>da</strong>r a procriação<br />
e evitar as doenças, o termo “planejamento<br />
familiar” pode parecer irrelevante para suas<br />
necessi<strong>da</strong>des. Pesquisa recente tocou neste ponto<br />
essencial: Muitos jovens podem estar interessados<br />
na contracepção para evitar uma gravidez<br />
indeseja<strong>da</strong> e para proteger-se contra doenças.<br />
sexualmente transmissíveis, mas mensagens convencionais<br />
<strong>sobre</strong> planejamento familiar para o<br />
planejamento de suas famílias são irrelevantes.<br />
Abor<strong>da</strong>r suas necessi<strong>da</strong>des e ultrapassar as barreiras<br />
de acesso ao planejamento familiar requer<br />
ênfase na contracepção e prevenção de doenças,<br />
na educação sexual abrangente, basea<strong>da</strong> em<br />
direitos humanos, e inclusive na equi<strong>da</strong>de e na<br />
não discriminação, na reflexão <strong>sobre</strong> papéis de<br />
gênero e <strong>sobre</strong> atitudes e comportamento sexuais<br />
(Cottingham, Germain e Hunt, 2010).<br />
USO E NECESSIDADE NÃO ATENDIDA ENTRE<br />
ADOLESCENTES QUE DESEJAM EVITAR A GRAVIDEZ<br />
NO MUNDO DESENVOLVIDO<br />
53%<br />
Nenhum método Método tradicional Método moderno<br />
Adolescentes que desejam<br />
evitar a gravidez<br />
África Subsaariana<br />
32<br />
Sul, Centro e Sudeste Asiático<br />
América Latina e o Caribe<br />
Gravidezes indeseja<strong>da</strong>s<br />
entre adolescentes<br />
81%<br />
15% 8%<br />
32%<br />
54%<br />
14%<br />
32%<br />
39%<br />
9%<br />
11%<br />
75%<br />
17%<br />
52% 8%<br />
Fonte: Guttmacher Institute e International Planned Parenthood Federation, 2010a.<br />
83%<br />
7%<br />
10%<br />
RELATÓRIO SOBRE A SITUAÇÃO DA POPULAÇÃO MUNDIAL <strong>2012</strong><br />
53